Capítulo 21
Ivan Czar
Droga! Ela me olhava do mesmo jeitinho que Natasha também fazia quando estava nervosa, a mesma expressão. Olhos fixos e penetrantes, lábios entreabertos e úmidos. Pele macia e cheirosa, mas bebia até mais do que eu, isso sim era mexer com qualquer um, o que me fez sentir um grande sentimento de posse e raiva.
Será que ela sabe atirar tão bem quanto sabe irritar?
Seus gestos eram graciosos, até um certo ponto, cheguei imaginar que ela estava ali, diante de mim, mas isso se tornaria o sonho de minhas loucuras. Nunca que seria possível de Natasha estar presente ali, até essa garota cruzar o meu caminho.
Me afastei dela, precisava colocar os pensamentos em ordem, até porque, o que eu estava deduzindo em minha mente poderia ser de total loucura, isso sem contar com o turbilhão de sentimentos que estou sendo forçado a enfrentar. Acendi o cigarro tentando me manter no controle, mas sem sucesso algum.
Porque eu era capaz de sentir os seus olhares curiosos me queimarem as costas. Nunca havia passado por essa situação tão embaraçosa em toda a minha vida. Essa garota não é comum assim como pensei que fosse,estava esperando apenas mais pessoas aliadas a Dante. A minha estratégia sempre foi de o derrubar junto de seu império intocavel.
Retornei a olhar para a garota e ela estava escorada em minha mesa, audaciosa e perigosa, sabia muito bem de suas intenções. Meus instintos de anos atrás despertaram, ela estava tentando uma rota de fuga utilizando da prática feminina mais suja que já experimentei — A sedução. Me aproximei dela e segurei o seu corpo quando tentou sair de cima da mesa, o seu ferimento ainda estava lhe causando dores.
— Sabe, você me deixa intrigado mocinha. — Segurei o seu queixo para que ela me olhasse nos olhos e visse o quanto as minhas palavras eram firmes, eu estava me sentindo encurralado e poderia exalar o perigo que a rodeia nesse momento.
Ela precisa entender que comigo ninguém pode mexer e sair ileso, não suporto ser passado para trás por uma simples garota sorrateira como ela.
— Posso dizer que não sou apenas bella, posso ser mais perigosa do que aparento ser fofa. — Suas palavras saíram um pouco falhas, ela não estava acreditando em mim. Minha risada a fez ficar quieta me observando, aqueles olhos claros, os lábios arredondados de forma suave, seus traços estavam mais nítidos do que antes, foi aí que o lapso de memória me fez cair na realidade.
— Se eu quisesse teria acabado com você aqui mesmo, menina. — O instinto de proteção tomou o controle o que me fez a puxar e lhe abraçar com força, seu coração estava acelerado, conseguia sentir através do contato em seu peitoral com o meu.
Era ela ali. A minha pequena Russa estava em minha frente e demorei muito para perceber. Já era uma garota adulta, lida como a mãe o que me fez pensar em tudo o que passei para finalmente a ter em meus braços.
— Você me lembra uma pessoa. — O seu olhar confuso trazia uma sensação de desespero. Eu não poderia perder novamente a minha garotinha, agora sei porque me sentia com raiva e nervoso.
— E a quem seria? — A verdade precisaria ser dita, mas nunca me senti com tanto medo como agora.
— Uma mulher extraordinária. Nada poderia se comparar a ela. — Pietra torce o nariz de forma fofa, demonstrei não perceber a sua resposta ciumenta.
— E ela foi algo importante para você? — Abracei ela, sorrindo. Minha pequena ciumenta!
— Se era importante? Dante a tirou de mim, e junto com ela minha pequena russa que mais amava na vida. — Pietra fica claramente brava, por ter mencionado seu nome, ela deve saber de todas as atrocidades que aquele idiota fez e faz.
— Você teve uma filha? Como ela era? — Poderia tirar meu celular do bolso, mas decidi lembrar por si próprio as feições do meu pequeno anjo.
— Muito linda, tinha os cabelos de um loiro do mesmo tom dos seus e os olhos idênticos aos meus... Se bem que... — Parei por um momento para perceber a burrada que quase cometi.
— Puta que pariu! — Eu quase machuquei a minha própria filha.
Sai de perto dela nervoso, ajeitei meus cabelos para trás novamente. Senti seus olhos queimarem em minhas costas. Puta que pariu! Ela tem meus olhos e são idênticos, preciso de respostas e só há uma única pessoas confiável para o que irei fazer no momento, por isso preciso levar Pietra para um local seguro. Puxei ela pelo braço saindo do meu aeroporto particular.
— Você vem comigo. — Ela estava relutando, mas eu não tinha outra escolha a não ser carregar ela à força. As explicações eu faria assim que entrasse no carro, porém, estava sendo uma missão impossível de se concluir.
— Opa! Pera lá garanhão. — Pietra não se movimentou mais ficando no lugar e conseguiu puxar o braço de minha mão. — E os meus amigos? O que fará com eles?
— Nada. — Suspirou aliviada. — Se me obedecerem.
Seu rosto se contorceu, os braços se cruzaram, ela estava agindo como uma garotinha mimada. Minha garotinha mimada. Sorri como se tivesse vendo ela com dois anos novamente, lembrei do jeito que ficava emburrada para poder ir brincar no parque e tomar sorvete.
Perdi toda a sua infância, já não sabia como foi a sua educação, a sua vida, o que tem feito nesses últimos anos e os perigos que passou longe de mim e nas mãos daquele homem. O remorso se tornou um grande nó entalado na garganta, suas cicatrizes foram a prova da minha incapacidade como pai.
Deveria ter insistido mais, ido até os portões do abismo se fosse preciso, para poder lhe encontrar. Mas fiquei enclausurado em meu pequeno mundo, tive muitas chances incontáveis, mas dei o lugar para o medo e a frustração. Finalmente tenho a chance de concertar as coisas e estava dando o primeiro passo, espero conseguir pelo menos a sua confiânça.
Entramos no carro e a todo instante, queria olhar para ela. Suas cicatrizes e incomodavam muito, agora que entendo bem como elas foram parar ali. Conheçotodos os tipos de métodos de torturas possíveis e comoas cicatrizes revelam cada instrumento que foi utilizado nessa prática proibída.
Megan, a minha garotinha amada estava no mesmo carro que eu. A felicidade se tornava maior a cada segundo que meu subconsciênte me alertava do que realmente estava acontecendo, desavez era real e não uma ilusão criada pelas minhas dolorosas lembranças.
Nunca é tarde para recomeçar. Costumava ouvir isso sempre de minha mãe quando me sentava triste na varanda por quase desistir do meu sonho de ser um lutador. Ela sempre foi o guia que precisava na vida, agora a prioridade era reconquistar Megan, o que estarei aceitando um desafio compléxo de se cumprir.
A ansiedade estava sendo a minha inimiga, talvez tendo uma boa conversa, eu possa me distraír dos diverssos pensamentos e preocupações.
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