Capítulo 10
Ricardo Greco
Tudo o que eu mais queria era ter visto Pietra em seu momento de Vitória. Mas nem aos seus treinos eu consigo estar presente e confesso sentir um puta de ciúmes daquele safado do Gregório que vi ele se atirando para cima da minha garota.
Ele pensa que não sei de nada. Doce engano! Não há nada aqui que eu não fique sabendo.
— Ela é especial para mim. — Sorri me sentindo todo bobo ao responder Dona Marisa.
Me ofereci para ajudar nas compras da semana e aqui estamos nós, jogando conversa fora e indo direto para o centro de confusões da feira.
Pessoas por toda a parte.
— Eu sei meu menino, eu sei… — Marisa esbanja suas rugas sorrindo de volta. Nem todos esses anos naquela fodida casa apagou o brilho nos olhos da mulher ao meu lado.
Estacionei minha GT Russa um pouco longe da feira. E resolvo aproveitar mais o tempo com ela, a primavera aqui em Roma é muito bela e atrativa.
As árvores estavam exuberantes com as cores vibrantes. E Marisa se destacava com seu vestido florido, seu corpo era um pouco esbelto, não exagerado, mas poderia notar algumas gordurinhas perto do abdômen.
— Que sorriso lindo é esse meu filho? — Era sempre assim, estar com ela me deixava feliz, um garotão bobo alegre.
— É felicidade, Mama. — Os olhos dela brilharam quando a chamo de mãe, seria a segunda vez que a chamei assim. A primeira vez foi quando eu tinha meus cinco anos, quando Geovanne estava para nascer.
Não tive a coragem de contar a ele, mas Geovanne é fruto de um estupro. Marisa estava como empregada de Dante na época e ele acabou fazendo as piores atrocidades com ela.
Quando Dante soube da gravidez, não ligou, mas acabou que a criança foi tirada dela, Marisa nunca teve direito algum sobre meu irmão caçula, por isso ele não sabe da verdade. Foi criado pela mãe biológica todo esse tempo.
Me sentia um pouco cansado sobre esses assuntos da família.
— Vamos ali, seu Jonas vende umas verdurinhas frescas que é uma Maravilha! — Atravessamos a rua cheia de pessoas nos tombando e de barracas pelos dois lados dela.
Retiro o que eu disse antes. A cidade é bela na primavera, porém você não se consegue ao menos dar dois passos sem que seu ombro esbarre em alguém.
— Vamos. — Digo rindo, pois eu já estava carregando quase a feira inteira nos braços.
A velha só faltava pular e saltar no meio das pessoas.
Depois das compras e de ter ajudado Marisa a organizar as coisas, resolvi ir buscar Pietra. Estava na parte da tarde e eu pretendo ver a luta, por isto iria mais cedo.
Tomei um banho calmo pensando na minha garota suada, a pele macia que brilhava quando o suor se fazia presente… Suspirei sabendo que teria que me aliviar numa punheta antes de terminar o banho, as pontadas ao redor das bolas era o sinal disso.
De bermuda jeans e regata colada, sai da casa às pressas. Parei bruscamente ao passar pela cozinha vendo Marisa rebolar cantando e dançando enquanto mexia nas panelas desajeitada. Ando de fininho e pego uma colher para provar o doce de Leite.
— Ricardo Greco! Nada disso. — Puta que pariu! A véia me pegou com a boca no pão.
E ainda por cima levei um tapa na mão. Velha atrevida oxe!
— Só um téquinho, mama. — Faço minha melhor cara de pidão. — Não vai querer matar o seu filho de fome, não é?
— Não meu filho, é para depois do jantar.
Descontente, segurei ela em meus braços que gritou surpresa. Sorri dando- lhe um beijo demorado enquanto aproveitava da sua distração para roubar um tequinho do doce.
Dei uma lambida no doce morno da colher com rapidez, suspirando satisfeito. Ela tem Mãos de fada!
— Ah menino atrevido! — Recebi outro tapa. Trapaceando? Eu? Amo muito essa velha e as suas guloseimas.
— Que nada mama. — Digo fugindo de outro tapa. — Me dê outro beijo que preciso sair.
— Sai! — Agarrei ela outra vez melando-lhe a bochecha com beijos. — Vou queimar a comida menino!
— Ok mama. — A deixei cozinhar e tomei rumo ao Ginásio.
Estacionei o carro perto já podendo ouvir o barulho das pessoas agitadas. Demorei mais do que o esperado e a noite estava estrelada.
Entrei no local sendo espremido pelas pessoas. Não me sentindo muito Bem, continuei andando até conseguir ver o ringue e Pietra com um olhar assustado na direção da platéia.
Ela saiu às pressas, olhou uma última vez para trás e sumiu.
— PIETRA! PIETRA! — Gritei por ela inutilmente no meio do alvoroço, mas Pietra não me escutou. O aperto entre as pessoas só me fez ficar ainda mais lento, dificultando a minha pasagem para o lado de fora.
Pensei em esperar ela do lado de fora no carro. Enviei uma mensagem para o celular dela e cinco minutos depois já me encontrava ao lado do meu veículo.
Meia hora.
E nem sinal de Pietra. Até que eu vejo o seu treinador sair do lugar que já estava vazio. Sai do carro e o abordei na entrada do ginásio.
— Onde está Pietra? — Ele me olha confuso.
— Ela não foi embora com você? — Meu coração gelou no peito, uma sensação ruim tomou conta do corpo me deixando arrepiado.
Droga Pietra!
Não dando resposta alguma a ele, entrei no meu carro e acelerei quase arrancando o asfalto do chão. Voltei para casa me assegurando de que ela tenha voltado sozinha, mas seu olhar apavorado me deixou desconfiado.
Estacionei de qualquer jeito. Subi as escadas e entrei com tudo, encontrei Marisa limpando a cozinha.
— Marisa, Pietra já chegou? — Ela se assusta com minha entrada repentina.
— Aí que susto menino! — Se não estivesse angustiado teria dado risada de sua careta. — Não, ela ia vim com você, não é?
— Pois ela não veio. — Digo já apavorado. — Vou a procurar pela casa.
Subi mais para cima procurando em cada maldito cômodo da casa. Não tinha ninguém, o que é estranho. Nem Geovane e muito menos os seguranças particulares de Dante.
Merda! Mil vezes Merda!
— PIETRA! — Grito entrando na casa de Dona Marisa que se encontrava em um silêncio perturbador. Nem no seu quarto ela estava!
Vou para o nosso cantinho - A cabana. E para o meu desespero ela também não estava por lá. Volto para falar com Marisa. Mas no meio do caminho encontro um Geovanne sujo de sangue e muito alegre.
— Fala seu Merda! Onde.está.a.PIETRA! — Agarrei seu colarinho o erguendo no alto. Estou furioso…
Puto.
— Ela já era irmãozinho. — A raiva me consome e dou o que esse idiota merecia — Um soco no meio da cara.
Eu vou te achar meu amor.
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