03 - O Mestre
Silêncio.
As palavras pareciam ter dificuldade em serem formadas após o pedido de Hana. Seu toque firme e olhar carregado de seriedade deixavam claro que não era uma brincadeira. Ela havia realmente pedido ajuda para se aventurar fora da ilha em que havia passado boa parte de sua vida.
─ Para o mar? ─ Izo a encarava, tentando entender quais motivações a garota teria para pedir algo desse tipo. Tentou quebrar o silêncio quase constrangedor que havia caído sobre os dois.
─ Sim. Não desejo terminar meus dias nessa ilha, sempre sonhei em explorar o mar como meu pai e minha… mãe. ─ Hana, apesar de firme, deixava transparecer a quase súplica que seu pedido continha.
─ E por que logo eu? Marco possui mais convívio com vocês. ─ Com toda gentileza possível, ele tirou a mão da jovem de seu braço após notar que o gesto havia atraído alguns olhares curiosos das mulheres que estavam do outro lado da rua.
─ Ele jamais aceitaria fazer isso, talvez em respeito aos anos de amizade com minha avó. E... lembro da forma que você foi receptivo com meu pai quando ele disse desejar voltar para o mar.
Izo não a respondeu enquanto tentava resgatar em sua memória a conversa que teve com o homem. Havia se passado tanto tempo que era difícil afirmar com exatidão as palavras usadas, assim como não consegue lembrar de alguma criança próxima aos dois.
─ O mar não é um lugar seguro e você sabe muito bem disso, ainda tem o fato de que Moegi jamais aceitaria que você saísse daqui.
─ Eu sei. Minha avó jamais permitiria minha ida, por isso estou pedindo ajuda. ─ Hana ficou diante dele, mantendo seu olhar firme. ─ Quero conhecer o mundo lá fora, entender e encontrar respostas para todos os conflitos e dúvidas que habitam em mim.
─ Você está mesmo determinada, isso é inegável. Me faz lembrar meu antigo mestre. ─ Um sorriso de canto surgiu no rosto de Izo. ─ Mas ao menos sabe se defender? Pretende partir sozinha?
─ Bem… Conheço mais alguns que não desejam ficar aqui… E aprendi algumas coisas com meu pai quando minha avó não estava por perto… ─ Não havia muita segurança em sua resposta.
Izo voltou a caminhar enquanto refletia sobre a questão, Hana mantinha-se ao seu lado em silêncio. Era complicado demais alimentar um desejo tão ousado e sem qualquer apoio, mas ele conseguiu entender como ela se sentia e como isso não iria mudar de uma hora para outra.
─ Não precisa ter pressa, apenas se torne uma pessoa forte. Não prometo ajudá-la a sair daqui, afinal seria o mesmo que trair a confiança de Moegi, mas sei que se esse é realmente o seu desejo chegará um momento que nada a impedirá. ─ Foi firme em cada palavra, ignorando o olhar levemente desapontado de Hana.
─ Não sou tão frágil como aparento ser, isso posso garantir. Só preciso mesmo de uma chance de sair desta vila. ─ A resposta que mais se assemelhava a um lamento foi impossível de evitar. Hana estava cansada de ser vista como algo que pudesse ser quebrado com facilidade. Talvez seja culpa de sua avó, que sempre reforçou a história de que ela era uma jovem que precisava de cuidados, numa tentativa de justificar o excesso de zelo após a morte de seu pai. ─ Se depender de minha avó, meu destino está traçado aqui, onde serei uma esposa dedicada e amorosa com os filhos que possivelmente terei.
─ E qual o problema em ter uma família? ─ Izo estava atento a cada reação de Hana, observando-a discretamente.
─ Nenhum, desde que não seja minha. Nunca alimentei em meu coração um sonho desse tipo. ─ Era notável o incômodo da mulher ao falar sobre o assunto.
Estava cansada de sempre ter que tentar gritar ao mundo que não deseja ficar ali, seguir os passos e sonhos das outras mulheres que cresceram ao lado dele. Um grito mudo, sufocado em sua garganta, já que não deseja neste momento desagradar à sua avó.
Izo também não estava confortável com o assunto tão repentino, fazia algumas horas que havia chegado na vila e já estava prevendo alguma desavença com a velha Moegi. Pensaria em uma forma de contornar a situação até o retorno de Marco ou quando se reestabelecer em outra casa. Mas… Ficou tentado em entender por que Hana era tão determinada e corajosa, afinal não se intimidou em pedir ajuda a um pirata para finalmente alcançar o projeto de liberdade que ela alimentava.
─ Armas ou lâminas? ─ A questionou e notou que ela não ficou surpresa com o seu questionamento. Seu olhar havia tornado-se confiante e um sorriso sutil em seus lábios reforçava ainda mais sua postura.
─ Gosto de lâminas curvas e tenho uma mira ótima com pistolas. ─ O sorriso em seu rosto tornou-se mais iluminado.
─ Confesso estar surpreso, não imaginava que pudesse treinar algo do tipo aqui. ─ Um sorriso discreto surgiu no rosto de Izo ao perceber que a jovem estava mesmo obstinada em seu objetivo e lutando por isso.
─ Somos uma pequena ilha que garante sua segurança diante de uma corrente de difícil passagem. Porém, não é algo impossível, e agora que perdemos a proteção de seu capitão… ─ Interrompeu o que falava com receio de ter falado algo que pudesse chatear o pirata. Respirou fundo e continuou com o mesmo tom firme. ─ Podemos parecer vulneráveis, porém muito são treinados desde jovens para uma eventual invasão, mesmo que não haja registros nos últimos quinze anos.
Izo começou a observar o movimento ao redor de ambos enquanto caminhava. As mulheres e crianças estavam dedicadas à pintura, enquanto os homens pareciam ter pegado a responsabilidade de decorar a parte mais alta das casas com uma espécie de cordas decoradas com fitas e luzes.
─ Por que toda essa arrumação? ─ Perguntou a Hana enquanto desacelerava o passo para prestar atenção ao que estava sendo feito.
─ Bem… Será aniversário da cidade nas próximas semanas, então alguns moradores já começaram a decorar as ruas. A região do mercado tende a ficar ainda mais cheia com todo esse excesso de cor. ─ Hana apontou para os pontos coloridos que se amontoavam nas calçadas. ─ É divertido, minha avó sempre estava empolgada nesta época do ano.
─ Estava? ─ Izo logo entendeu o porquê quando deparou com um olhar arrasado de Hana e se arrependeu de ter questionado. ─ Imagino o motivo, não queria entrar no assunto. Me desculpe.
─ Está tudo bem agora. ─ Sorriu discreta. ─ Gostaria de ir em mais algum lugar? Preciso dar uma olhada no corte em seu rosto mais tarde. ─ Apontou para o curativo que cobria o olho direito do homem.
─ Vamos voltar para sua casa, amanhã posso dar uma volta aqui nos arredores. Hana apenas o acompanhou até finalmente voltarem para casa.
Seu coração batia forte, ainda se questionava de onde surgiu a coragem de ter feito o pedido de ajuda. Talvez um leve arrependimento poderia surgir em algum momento, mas agora ela só queria uma pequena esperança de que tudo iria caminhar como desejava. Permitiu experimentar um pouco de esperança, torcendo para que pudesse ser capaz de aumentar ainda mais esta dose oferecida.
✽✽✽
O jantar foi levado por conversas superficiais e voltadas para a rotina da casa. Às vezes, Moegi notava os olhares de Hana para Izo e se divertia em como ela reagia quando percebia estar sendo notada pela senhora. Sempre baixava rapidamente o olhar, fingindo concentrar-se na comida. Diferente dela, Izo mantinha a atenção na conversa e isso deixava a situação ainda mais interessante.
A primeira refeição juntos havia sido tranquila, o que Hana não esperava. Sua avó e o pirata conversavam como se conhecessem a várias décadas, o que a deixava um pouco deslocada. Existia ainda o receio de que sua conversa mais cedo com Izo pudesse ser levada à mesa, mesmo que parte dela acreditasse que ele não faria isso, ao menos não desta forma. Tentou se concentrar totalmente na comida, mas por alguma razão, não conseguia. Após alguns minutos observando a interação entre os dois diante dela, a voz do homem tornava-se ainda mais agradável e quase impossível de não se prender a ela. Porém, os olhares curiosos de sua avó a faziam se sentir envergonhada e tentava desviar a atenção assim que o percebia. Mas… Logo voltava a admirá-lo com discrição.
─ Vou me retirar. ─ Moegi sorria enquanto levantava da cadeira. ─ Fique à vontade, Izo. Costumo dormir tarde, porém o dia foi um pouco cansativo devido aos trabalhos encomendados para esta semana.
─ Boa noite, Moegi. Obrigado. ─ Izo sorriu discreto. Estava mesmo grato pela hospitalidade da senhora, o que reforçou a ideia de que seriam dias ao menos tranquilos. Dias que ele poderia se recuperar desde o último ano.
Moegi caminhou até Hana e deu um beijo em sua testa, deixando explicito o enorme carinho e cuidado pela neta. Sozinhos na mesa, o silêncio ameaçava dominar todo o ambiente. Porém, Hana se levantou e caminhou até um armário, onde pegou a mesma bolsa de medicamentos que ela havia levado ao quarto mais cedo.
─ Vamos trocar esse curativo? ─ Caminhou em sua direção, parando diante dele.
─ Posso fazer isto sozinho quando for dormir, não se preocupe. ─ Izo desta vez finalmente correspondeu aos olhares que a jovem lançou para ele quase toda a noite. No mesmo instante, Hana praguejou mentalmente ao ter que admitir mais uma vez, entre as centenas no decorrer do dia, o quanto ele era bonito.
─ Quero dar uma olhada para ver como está a ferida, prometo ser bem rápida. ─ Estendeu a mão para ele. ─ Venha, vamos até o quarto.
Sem proferir nenhuma resposta, Izo apenas aceitou a sua mão e levantou. Soltando-a em seguida. Caminhou ao seu lado até o quarto e se sentou no mesmo banco que havia ficado pela manhã. Desta vez, olhava para Hana e analisava suas habilidades em organizar o que usaria e a delicadeza em tirar o curativo velho, limpar a ferida e refazer todo o trabalho.
─ Já não tem sinais de sangramento e possui uma cor saudável. Creio que em alguns dias, já pode ficar sem este curativo. ─ Tocou com as pontas dos dedos a mandíbula do homem, fazendo-o virar o rosto suavemente para seu olhar criterioso varrer toda a área do corte recente. Pegou mais um pouco da pomada e aplicou na região, tomando cuidado para não fazer movimentos mais firmes e a ferida abrir. Pegou mais bandagens e começou a fazer o curativo outra vez. Neste momento, ela tentou evitar olha-lo nos olhos, mas sentia que era observada. Quando finalmente terminou, deu um suspiro e afastou-se para o seu lado. ─ Amanhã volto pela manhã, OK?
─ Não precisa ter este trabalho comigo, posso fazer este curativo. ─ Izo notou o olhar desapontado de Hana e ficou um pouco confuso, se questionou se estava sendo insensível ou ríspido demais com a garota. Tocou sua mão rapidamente, fazendo-a arregalar os olhos com surpresa. ─ Obrigado, aceito sua gentileza e a espero pela manhã. ─ Ofereceu a ela o seu melhor sorriso, soltando-a no mesmo instante.
O rubor tomou conta do rosto de Hana e ela agradeceu por estar com a luz mais fraca que os outros cômodos da casa. Apenas assentiu e começou a guardar o que havia usado para fazer o curativo, controlando a pressa que ameaça a fazer deixar a bolsa ali mesmo. Se sentiu uma idiota, já não era uma adolescente para sentir vergonha de um toque tão simples.
─ Boa noite. ─ Forçou um sorriso.
─ Obrigado, boa noite. ─ Izo ainda sorria quando a viu passar pela porta com pressa, outra vez.
Apesar das inúmeras responsabilidades, Hana ainda era uma menina e ele se sentia quase cruel por dar risada de sua timidez juvenil. Enquanto pensava na reação engraçada que Hana tinha perto dele, terminou de retirar toda a maquiagem de seu rosto. Ela havia limpado bastante a região ao redor do curativo, mas ainda havia resquícios de batom e delineador no outro olho.
─ Ela já pediu para ajudá-la a ir embora?
A voz de Moegi o fez virar para a porta, onde a senhora estava encostada, encarando com um sorriso fraco.
─ Sei que ela já deve ter pedido sua ajuda, não precisa responder, mas gostaria de saber quanto tempo demorou para que confiasse em você um pedido tão perigoso. ─ Afastou-se da porta e caminhou até a cama, onde se sentou e cruzou os braços.
─ Moegi… Você sabe o quanto as pessoas estão dispostas a correr atrás do que deseja… ─ Izo virou-se para ela.
─ Claro que sei, por isso faço o impossível para protegê-la. Você não sobrevive estes mares apenas com sonhos. O pai dela foi um sonhador e o resultado de tudo que ele almejou foi uma mãe enlutada, uma companheira morta e uma filha que deseja seguir os passos dos pais. Além disso, para tentar se conectar a algo real, já que ambos a deixaram aqui comigo, uma velha cansada e com as mãos começando a ficar sem firmeza.
─ Lembro de todas as vezes que o pai falou da senhora quando contava as aventuras de sua juventude. Acha mesmo que Hana fugiria desse desejo sendo ele tão presente a tantas gerações? ─ Izo a encarou com um certo receio, afinal ultrapassou o limite em falar do passado da mulher. Mas o que recebeu foi uma risada límpida e sincera, o brilho nos olhos, deixando claro que ela também mantinha acesas as lembranças vívidas em sua memória.
─ Hana ainda não está pronta. Ela não sabe se defender ou atacar quando necessário. ─ Deu um suspiro carregado de pesar. ─ O pai dela sempre se sentiu pronto e mesmo assim teve aquele fim. Creio que se tivesse aceitado o pedido de se juntar à tripulação de Newgate ele teria tido ao menos uma chance.
─ Sinto muito, Moegi. ─ Izo gostaria de dizer algo a mais para ela, mas não seria possível. Ele ainda se recordava de que haviam insistido para que se juntasse à tripulação, mas o outro recusou. ─ Sua neta parece mais centrada, talvez um pouco jovem ainda.
─ Se um dia Hana me provar que pode ter ao menos uma chance de retornar a esta ilha, eu mesma arrumarei uma embarcação para ela. Mas até lá, pretendo mantê-la segura aqui. ─ Levantou-se da cama e caminhou até a porta, parando antes de passar por ela. ─ Ela está realmente interessada em sua ajuda, peço que seja prudente enquanto estiver em minha casa.
Passou pela porta, fechando-a logo atrás dela. Izo deu um suspiro e foi até a porta, trancando-a. Tirou o kimono e foi até a cama, onde se deitou e começou a refletir sobre esta conversa com Moegi. Ele entendia todo o temor e proteção que ela sentia ao ver o desejo de Hana, assim como compreendia a garota querer lutar pelo que sonhava. Focou nas últimas palavras de Moegi e deu uma risada baixa. Talvez os próximos dias não seriam de paz como ele havia imaginado.
✽✽✽
O sol havia nascido tímido naquela manhã, encoberto por nuvens escuras que davam indícios de que seria um dia frio e talvez chuvoso. Olhou para a camisa larga e o jeans que vestia e foi rumo ao quarto de Izo, como havia avisado na noite anterior. Bateu na porta e esperou até que fosse atendida. Assim que ele abriu a porta, novamente ela se esforçou para deixar transparecer a surpresa em vê-lo tão impecável logo pela manhã. Vestia um kimono rosa com bordados azuis, os cabelos presos como o de costume, assim como a maquiagem que deixava seus traços ainda mais bonitos e evidentes.
─ Bom dia, Hana. Não precisa trocar o curativo, acordei mais cedo e pedi ajuda para sua avó. ─ Apontou para as bandagens recém-trocadas.
─ Tudo bem… Vou ajudar minha vó… ─ Ela se sentiu estranha por estar levemente frustrada.
─ Espere, adiantei essa parte porque tenho algo em mente para hoje. ─ Izo passou por ela, fazendo-a parar de caminhar e encará-lo. ─ Existe algum lugar onde você possa treinar fora dos olhares dos outros?
─ Sim, tenho. Somente tio Marco sabe onde é. Por quê? ─ O encarou com curiosidade.
─ Quero ver o quanto você é boa com armas. Me levaria até lá? O olhar de Hana iluminou-se e foi uma batalha imensa não pular no homem e agradecer. Controlou-se até toda empolgação tornar-se um sorriso largo e feliz.
─ Venha comigo.
─ Só um minuto. ─ Izo entrou no quarto e voltou quase no mesmo instante. Hana notou que ele havia colocado as suas duas armas na cintura e o direcionou para a saída da casa. Andaram por alguns minutos até alcançar uma região de mata, adentrando-se até sua parte mais densa. Ao passar por um caminho estreito escondido entre pedras e uma pequena caverna, saíram em uma clareira na floresta.
─ Sempre que chegava algum visitante na taverna da minha família, eu fugia para este lugar. ─ Hana falava com empolgação como se estivesse mostrando um pedaço de seu paraíso particular.
─ E somente Marco te encontrava… Agora entendo. É mais fácil sobrevoar este lugar do que passar pela mata. ─ Izo ainda olhava ao redor, como se buscasse algo.
─ Isso mesmo… Bem, e agora? ─ Desta vez, não fez questão de esconder a ansiedade.
─ Pegue e atire ali. ─ Entregou uma de suas armas na mão da jovem e apontou para um tronco seco em uma distância considerável dos dois. ─ Cinco tiros, quero ver sua pontaria.
Hana sorriu e segurou a arma com firmeza. Manteve seus pensamentos focados apenas em seu alvo, disparando cinco vezes em direção ao tronco. Entregou a arma para Izo e caminhou ao seu lado para conferir o que havia feito.
─ Acertou quatro tiros. Realmente é uma boa mira, talvez um pouco insegura.
─ Gosto de armas, mas o meu amor é outro. ─ Hana correu até uma das pequenas cavernas entre as pedras e tirou algo de dentro delas. Izo logo reconheceu com bainhas de espadas e foi em sua direção.
─ Espadas? ─ Aceitou uma das espadas e a tirou da bainha. Estava sem fio, o que seria ideal para treinar alguém.
─ Espadas curvas. ─ Hana sorriu enquanto segurava uma cimitarra em uma das mãos. Izo afastou-se alguns passos e empunhou a espada como fazia antigamente, lembrando dos treinamentos recebidos quando ainda jovem.
─ Venha. ─ Fez um pequeno gesto para Hana, dando a ela o direito do primeiro golpe.
Sem hesitar, a mulher veio em sua direção, golpeando-o com destreza. Ele havia prometido se manter distante desse conflito familiar, mas ele a entendia. Ele conhecia aquele brilho no olhar, mesmo selando o fim dos sonhos de dias calmos e tranquilos a partir daquele momento.
Só faltam 3 capítulos para o fim e confesso que está sendo muito bom esperar esta história, mesmo tao curta. ❤
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