9. Flashback
Há dois anos atrás, na cidade de Evelyn Tor, nos corredores do A.E.E., o capitão Kléber, alarmado, chegou com as últimas notícias, reunindo a equipe.
Os agentes feridos eram transportados para hospitais, enquanto as telas dos computadores na parede continuavam à mostrar o caos que se seguia. Os jornais de todo o país enlouqueciam, sem parar de falar da misteriosa figura que apareceu, matando por diversão e por tédio.
Chegaram à duzentos o número de mortes, fora os quinhentos e 46 feridos.
48 horas de desespero e angústia já.
Dois heróis haviam sido levados para a UTI, sem contar que um dos vagões do trem, com vários humanos dentro, foi simplesmente esmagado em um sanduíche de carnificina humana. O herói, Sentinela, no local, com seu distintivo de policial e justiceiro, trazia um braço pendurado, deslocado de seu corpo, ao mesmo tempo que ajudava pessoas à escaparem da luta logo à frente.
Ela, uma mulher mascarada, nova alien no pedaço, enrijecia os dedos em diamante cinza e atirava lascas afiadas contra Vigilante Limão e contra todos os que cruzassem seu caminho. A equipe de estratégias do A.E.E. junto do nerd super inteligente, Winslow, tentou desvendar uma maneira de detê-la. Eles formavam um plano.
Winslow era um camarada que se vestia como um homem de 1700, usando roupas clássicas. Ele era expert em matéria de sistemas e tecnologias, apetrechos e fabricação de armas especiais que funcionassem contra alien. Ele trabalhava para o A.E.E.
Com seus braços endurecidos em verde, as mãos também, Vigilante Limão avançou, correndo pela avenida, já paralisada, pisando por de cima dos carros, amassando-os até chegar na inimiga, prestes à dar-lhe um murro no queixo, porém, errou, pois ela sumira, aparecendo às suas costas e acertando-lhe um dolorido chute, só que não, porque sua bota feminina colidiu contra os braços em X de Vigilante Limão, que já havia se virado rápido, dando-lhe uma rasteira, derrubando-a, mas quando olhou de novo, ela não estava lá. Era tão veloz quanto ele.
— Humana estúpida! — Diamante Cinza vociferou contra a pedestre que encontrou do outro lado da calçada. Ela ergueu o braço com sua garra cortante para matar a vítima, mas Atlas foi quem levou o golpe, trocando de lugar com a civil, que já se escondia em alguma parte dos becos. Ele era oito vezes mais veloz que uma bala e mudava os cenários, porém Diamante Cinza também era — vou acabar com você! — A inimiga disse, proferindo uma sequência de chutes e socos nele, como se estivessem no street fighter.*
Ela pegou-o pela camisa, já Vigilante Limão esmurrou sua bochecha, sentindo o impacto da mão contra a dura pele de diamante em cinza, "o quê?" Atlas se tocou "ela é a da mesma espécie alien que eu?!".
— Quem é você? — Questionou, sentindo o cheiro dela, que lembrava-lhe o ensino médio com Kléber.
Ambos brigavam em uma coreografia da morte, se esmurrando pelas ruas. A fúria nos olhos vermelhos da Diamante Cinza era impetuosa.
— Vai pro inferno! — Ela cuspiu as palavras, arremessando suas unhas afiadas de diamante, em uma proporção do tamanho de uma tempestade, sobre Atlas. Era tão forte, mas tão, que ele, empurrado contra a vitrini de uma loja, atravessou-a, terminando entre os vários cacos de vidro no chão. Mal inalou o ar pesado do medo dos funcionários, e Diamante Cinza já estava socando o seu rosto, montada em seu peito, porém, onde quer que batesse, ele endurecia seu corpo em diamante verde antes.
A inimiga então afiou as garras novamente, pronta para puxar para fora seu coração, mas deu de cara com a pele rígida de novo, e por mais que o arranhasse em alta velocidade e o socasse, não lhe rasgava as carnes em nada. Injeções então voaram contra a nuca da inimiga, mas acertaram a pele devidamente enrijecida em cinza, que ela endureceu à tempo.
Furiosa, a amante do crime olhou para trás e viu Melina, que mirava a metralhadora nela, efetuando novos disparos. A inimiga urrou, prestes a matá-la, erguendo o braço para decepar-lhe a cabeça em uma corrida veloz e, no segundo seguinte, já diante da ômega, deu o golpe final em seu pescoço, mas Vigilante Limão quem tomou a porrada, se pondo como escudo.
Agora a luta ficou séria.
— Não machuque ela! — Disse Melina.
— Você ficou maluca?! — Ele se opôs.
— Confie em mim! — E ele tinha outra alternativa?
A inimiga expeliu um cheiro ácido e natural da sua essência alien, o qual, supôs Atlas, feriria com bolhas a pele de qualquer humano comum que se expusesse à isto, devido à quentura contida no cheiro.
Quem era ela e que poderes eram estes?
Atlas arrastou a mulher três quilômetros à frente, rasgando o asfalto ao empurrá-la na briga, e rolou para dentro de um prédio abandonado com a inimiga, tirando-a de perto da "imprudente" Melina.
Os dois se bateram mais, virando-se entre as cinzas do local empoeirado. Ora Vigilante Limão era quem estava sobre a mulher, ora era ela sobre ele, sempre golpeando-se mutuamente, no entanto, Melina, lutadora de primeira viagem, deu à Atlas a carta na manga para ele vencer no momento em que ali se encontraram há segundos atrás.
— Chega de brincar! — A inimiga falou, atirando suas unhas de novo, derrubando as doze pilastras que seguravam o prédio, o qual começou à ruir, mas antes dela fugir ilesa do desastre, se debateu, pois Vigilante Limão envolvera seu pescoço em uma chave de braço, pondo sobre seu nariz e boca o pano que havia pego secretamente de Melina.
A inimiga perdeu as forças e os sentidos, enquanto Atlas enrijeceu-se por inteiro em verde, num esforço descomunal para aguentar o deslizamento de tanto concreto sobre sua pessoa e ainda proteger a mulher que Melina pediu. Vai que se ela morresse, sua carcaça fosse explodir, matando os inocentes ao redor.
O A.E.E. então chegou com seus furgões preto, lamentando a morte de alguns dos seus agentes. Vigilante Limão saiu de entre os escombros, segurando a dita cuja nos braços, levando-a para a caminhonete com aspecto de prisão, havia um baú na sua traseira, onde ele prendeu-a com correntes especiais. Melina, no entanto, não saiu do lado da Diamante Cinza, aplicando-lhe algo na veia, abraçando-a e dizendo:
— Desculpe, amiga, me desculpe. Eu vou te salvar, Sammy.
"SAMMY?" Vigilante Limão quase teve um infarto de surpresa. Ele removeu a máscara da suspeita, comprovando que sim, se tratava de Sammy, que estudou com eles no colégio.
— Vai nos contar o que houve? — Atlas perguntou, apreensivo, um pouco mais afetado do que gostaria. Melina ter escondido isto dele, mexeu com sua mente, igual colher que revira o prato e bagunça toda a comida.
— Depois — a morena respondeu, triste, limpando algumas lágrimas — eu devia ter sido mais cuidadosa com você, minha amiga, me perdoe — confessou, jogando parte da culpa para fora.
No A.E.E., em uma prisão especial, Sammy, ou melhor dizendo, Diamante Cinza, foi mantida entre quatro paredes transparentes para que todos pudessem observá-la e vigiar suas reações. Quem deu a fórmula para contê-la neste quadrado foi Melina. Capitão Kléber e Vigilante Limão queriam explicações de como a ômega Lewis sabia exatamente o que fazer para frear o monstro no qual Sammy havia se transformado. Melina, todavia, nada disse, permanecendo na sala de interrogatório sozinha, em silêncio, rabiscando alguns papéis sobre a mesa cinzenta, escrevendo neles uma linguagem desconhecida.
Claramente não queria ser desvendada.
Sentinela adentrou na sala para consolá-la, sentou-se do outro lado da mesa e começou à conversar com Melina, tentando animá-la. Do lado de fora, porém, atrás do espelho, estavam o capitão Kléber e Atlas. O negro então bufou:
— Você sabe que ela é da família daquele psicótico! — Sim, Atlas sabia — não adianta vir defender ela para mim! — Kléber estava inquieto, indignado, até puxou o maço de cigarro de um dos agentes, arrancando-o do bolso do cara e atacando-o na lixeira — eu já te falei para parar de fumar isto, imbecil! — Ninguém ousava dirigir-lhe a palavra de tão estressado e tenso que o capitão estava — perdi homens meus, para Melina e o irmão brincarem de laboratório alien. Eu juro, se Maylo atravessar na minha frente, vou preso, mas mato ele!
— Calma, capitão — Vigilante Limão tratava-o formalmente no A.E.E. para nunca descobrirem que se criaram juntos e eram "irmãos".
Ao mirar Melina, Vigilante Limão sentiu sua saliva rasgar a garganta como se fosse um canivete, pegando fogo, atravessando-a, pelo fato de Sentinela ser tão prestativo e educado com a ômega, pondo sua mão sobre a dela, acariciando seus dedos na mesa.
Ardeu seu esôfago afastar-se da mulher por quem estava terrivelmente atraído, deixando-a para o colega, James, já que este era, muito antes dele, um amigo dela. Esqueceria esta ômega em breve, tinha certeza.
Ele tinha de esquecer.
Os dois lá dentro se abraçaram, para o seu pesar. James retirou seu capacete, e Atlas se condenou ao inferno mais vinte vezes, se achando um tolo, por que, como assim James contou sobre sua identidade secreta para Melina e ele ainda não? Desde quando eram tão íntimos? O mulato conectou seus olhos com os da ômega, mas Melina se desviou, soltando-se do abraço, porém James insistiu, envolvendo-a de novo, empurrando com delicadeza sua cabeça para o seu peito, afagando-lhe os seus encaracolados e negros cabelos, só que Melina rejeitou, afastando-se mais bruscamente.
— Obrigada, amigo. Você é como um irmão para mim — ela disse, acabando com a raça de James sem precisar nem sequer enfiar-lhe uma faca na bexiga. Que soco no estômago, hein, pensou Atlas, de certa forma, aliviado de sua tortura.
Chamar de amigo ou de irmão significava não querer nenhum envolvimento romântico com a pessoa.
— Não vou pegar leve com ela — Kléber disse de repente.
— Ah, você vai! — Limão intrometeu-se. O capitão dificilmente perdia a cabeça, mas se tratando de Sammy...
Sentinela saiu arrasado, extremamente desapontado da sala, pois de novo ele nadou, nadou e morreu na praia. Atlas então tomou a dianteira, querendo ser o primeiro à colher o depoimento, evitando que Kléber ofendesse Melina, e assim adentrou no cubículo cinza:
— É o seguinte — Melina iniciou; os irmãos Cebola com Torresmo sentaram-se perante ela, ouvindo-a — Sammy sempre soube ser uma alienígena, mas nunca quis aceitar ou contar para alguém, à não ser para mim. Ela até então vivia sem os seus poderes, como uma humana comum, ignorando-os e fingindo que não existiam. Ela não queria ser diferente, não queria ser de outro planeta, pensar nisto deixava ela deprimida. No entanto, sua anatomia alien reagia à certas substâncias, bem como o organismo de qualquer outro alien reage. Ela só saiu da sua caixinha quando recebeu um pedaço de bolo que supostamente veio com um cartão assinado por mim, como se eu o tivesse mandado. Ela comeu este bolo e enlouqueceu, perdendo o controle, ficando insana. Eu não sabia, mas Maylo havia descoberto sobre Sammy e ele queria testar do que ela era capaz. É incrível como este miserável sabe de tudo — Melina estava abalada como ondas que se partem e não chegam na areia, distantes de seu objetivo — a minha amiga é uma órfã, como muitos de vocês, os aliens diamantes. Eu conheço a história do seu planeta, Limão, porque analisei as informações contidas na nave de Sammy, já que ela me permitiu.
Atlas levou um choque. Tocar neste assunto era sempre delicado. Ele ainda lembrava-se do terror do último dia de seu planeta. Atlas, um garotinho de 4 anos, foi marcado com o ferro quente da tragédia.
— Me perdoe falar de algo tão doloroso para vocês — prosseguiu Melina — eu descobri sobre a Sétima Guerra dos diamantes, a causadora da extinção da espécie e consequentemente do planeta. Sammy era uma bebê indefesa, trazida para cá por sua irmã mais velha, hoje, morta. Enfim, o relato é longo.
— Queremos logo o desfecho — Kléber falou, impaciente, de braços cruzados e carrancudo, mais feio que um bode de mini saia.
— Eu redobrei minha vigilância sobre Maylo — Melina explicou — ele se mostrou muito interessado em uma substância, conhecida por pólen branco. Obtive algumas gramas dela e verifiquei do que se tratava: é um agente neutro, inofensivo para os aliens e também para nós, humanos. No entanto, Maylo trabalhou além, ele não dormiu madrugadas afinco e criou diferentes formas do pólen branco, muitas das quais deram errado, outras explodiram, mataram suas cobaias, porém, uma delas, uma em particular, foi a que ele quis experimentar, certo de que funcionaria. Maylo então colocou a amostra no bolo, mandando-o para a Sammy.
— Qual era a substância? — Kléber perguntou, ao passo que Winslow, o crânio do A.E.E., entrou na sala.
— O pólen vermelho — Melina soltou — Vocês sabem que Maylo quer fantoches aliens para controlar os super poderes deles ao seu dispor, não sabem? Ele quer robôs super poderosos só para ele — os três alfas, Winslow, Kléber e Limão, se entre olharam — Pois, deixo-os cientes. O pólen vermelho é extremamente perigoso, tira o juízo, anula a razão e libera toda a raiva possível contida naquele ser, transformando-o em uma máquina assassina. Sammy só agiu deste modo por estar infectada por esta substância vermelha, e eu só concordei de trazê-la para cá, porque o capitão me deu a palavra que iria me colocar junto de sua equipe, para analisar as células da minha amiga e estudar melhor o efeito do pólen vermelho nelas. Vou compartilhar o que descobrir com vocês, só, por favor, não machuquem a Sammy, foi um acidente. Sammy jamais agiria assim, você estudou com ela na escola, capitão, você a conhece.
Ele abaixou a cabeça, acreditando na inocência de Sammy.
— E como a desinfectaremos? — Kléber perguntou, interessado.
— A minha teoria é que o pólen vermelho dure no sangue o mesmo tempo de um alimento comum. Depois de digerido e absorvido, seus nutrientes sumirão — Melina concluiu.
— Correto — concordou Winslow, o homem de gravata borboleta e boina do século XV — se ela o ingeriu pela boca com o bolo, então seu efeito é temporário. Mas podemos também trabalhar em um antídoto, pois se ela escapar de novo, dará trabalho. Venha comigo, Lewis.
— Só um instante — Atlas interrompeu-os.
Todos saíram da sala, deixando-o o Vigilante Limão e a ômega a sós:
— Vou garantir a segurança dela em todos os sentidos. Se ela é importante para você, também é para mim — ele disse.
— Imagino que você e Sammy terão bastante afinidade a partir de agora, já que são da mesma espécie — Melina falou, quase como quem estivesse com ciúmes. Não. Ele se disse, "estou imaginando coisas que não existem" quis crer, mas sua mente l era uma máquina de lavar neste momento, embolando as peças lá dentro e confundindo-as todas; seus pensamentos estavam afetados pela essência de morango que a ômega exalava, só podia ser isto que confundia-o, repetiu à si mesmo.
— Afinidade é construída — respondeu Limão — mal falo com sua amiga, no entanto, a afinidade minha com você parece ter vindo de outro mundo — ele sorriu. Nossa. Era Atlas quem iniciava o flerte. Aonde estava com a cabeça?
Melina mexeu no próprio cabelo, sorrindo, como se quisesse checar que estava bonita o suficiente para ele.
— Srta. Lewis, venha, temos trabalho à fazer — Winslow colocou sua cara na porta, apressando-a. Os olhares íntimos de um para o outro tiveram que esperar.
(...)
Uma semana depois, porém, o capitão Kléber convocou Vigilante Limão, Sentinela e seus 5 melhores agentes na sala principal do A.E.E:
— Descobrimos que a Melina mentiu para nós — disse o negro.
— O quê? — Atlas não pôde acreditar.
— Ela mesma deu o bolo à Sammy para estudar os efeitos do pólen vermelho no seu organismo. Era uma pesquisa dela, não do Maylo.
Por que Melina havia feito isto, por quê? E aquele maldito olhar de "eu te avisei" no rosto de Kléber?! Aff.
— Vamos ouvir o lado dela — disse o Sentinela — Melina é uma de nós.
— Será? — Capitão disse, ele não a curtia — provavelmente irá mentir mais se a escutarmos. Vamos nos confundir.
— Pare de nos colocar contra ela — Vigilante Limão se alterou — seja grato, quantas fórmulas de antídotos ela já não fez para você?! Sammy está em excelente estado agora, não está? Melina jamais feriria sua amiga — Atlas, mesmo baqueado, rachado como parede velha por descobrir uma mentira em algo grave, defendeu-a -— Você precisa investigar melhor antes de acusá-la.
— Temos provas, Limão. Encontramos.
— Maylo plantou-as, capitão! — Atlas reforçou.
— Traga-a aqui e confirme por si mesmo. Ela mentirá na cara de vocês de novo, eu aposto 100 pratas — falou Kléber, se retirando.
Melina aceitou vir depor novamente, estavam Sentinela, Limão e os 5 agentes subalternos atrás do espelho, observando-a, tentando pegar traços da falta de sinceridade em suas expressões faciais e corporais. Atlas se recusou à acreditar que ela fosse traíra.
— Conte-nos, srta Lewis — o capitão manteve-se frio, feito o polo norte, enquanto falava com Melina — você fabricou o "corredor da morte"?
— Nem sei o que é isto — ela fechou a postura, cruzando seus braços como quem estivesse desconfortável.
— Pode me explicar o que significa esta amostra? — Capitão Kléber pôs na mesa um pequeno frasco com líquido rosa.
— Isto é o pólen lilás, que seria como um veneno da cobra naja, só que para os aliens. Sim, eu fiz uma poção dele para usar contra os capangas de Maylo, caso viessem atrás de mim e da Sammy. Ele tem vários aliens subornados, e eu e ela precisamos de proteção.
— Pólen lilás? — Kléber estranhou, mas sacou — Entre nós do A.E.E. conhecemos esta substância por "corredor da morte", e ela é proibida nos EUA, é aplicada apenas nos aliens mais indomesticados do universo. Isto é ilegal, sabia? Eu poderia te algemar e te levar presa agora mesmo.
Atlas continuou sem crer na postura ofensiva do seu irmão.
— Legítima defesa, capitão. Pare de hipocrisia!
— Uma colher de chá deste negócio é capaz de matar 300 aliens — elucidou Kléber — me prove que você não é uma assassina. Para que irei fabricar uma ogiva nuclear, se eu não tenho intenção de usá-la em alguém? Aliás, você é uma má influência para Sammy.
Melina indignou-se:
— Os EUA possuem muitas ogivas nucleares como defesa, ou vai me dizer que você, um chefe de polícia especial, não sabe? Uma bala de revólver é capaz de matar muitos de nós, no entanto, armas são liberadas neste país e você carrega várias delas na sua equipe, dá armas para suas próprias ex, porque eu estou sabendo, ensina elas a se defenderem, ensina seus pais, mantém revólveres na casa dele, e isto não é um ato criminoso, é tudo legítima defesa. Vocês do A.E.E. usam suas metralhadoras nos caras maus o tempo todo, bem como eu poderia usar o pólen lilás em um bandido, portanto, seu argumento é ridículo, capitão. E sobre minha amizade com a Sammy, você não se meta, porque não é assunto para o seu bico. Já terminamos?
— Você deu à ela o pólen vermelho. Eu posso provar.
— Pois estou muito curiosa para saber como. Aliás, pergunte à Sammy sobre minhas experiências com ela e obtenha suas respostas, afinal, você quer tanto assim alguém para culpar, não? — Melina se levantou — tenho mais o que fazer, se quiser me contactar, somente com um mandato. Tchau!
A ômega saiu.
Kléber entrou na sala onde Atlas estava com os demais agentes e abriu seu notebook, mostrando à eles contatos para quem Melina contrabandeou o corredor da morte.
— Vocês vão crer em mim agora, que esta mulher é perigosa ou não? Não caiam no canto dela de sereia.
— Você tem certeza disto, capitão? — Sentinela questionou.
— Vejam o irmão psicótico de Melina, o Maylo. Ele deve estar usando ela para fabricar este negócio. A raça dos aliens corre risco — Kléber pontuou — claro que tenho certeza, não está debaixo de nosso nariz?
"Não, Melina, por que você? Não." Atlas pensou, decepcionado. O corredor da morte quase o matou na sua juventude. Descobrir que Melina possuía, quem sabe, um tanque inteiro disto, quase o derrubou, feito um boxeador te nocauteando no ringue.
Doeu. Aquilo o remoeu a madrugada inteira, pensar em Melina e Maylo como a mais nova dupla de criminosos. Ela teria coragem de atentar contra sua vida também? Se ela testou aquele "trem" até na amiga...
Três dias depois, tendo o verme da dúvida o corroendo até os ossos, Atlas, desanimado, se juntou à próxima reunião com o capitão e os outros agentes. Nada nunca foi provado, apenas o A.E.E. não saiu da cola de Melina, suspeitando que ela quisesse criar este tal exército de aliens com o seu irmão.
Foi então que aquela frase maldita, no auge da emoção, escapoliu dos lábios de Vigilante Limão:
— Ela é exatamente igual o Maylo. Como ela pôde nos enganar assim?
— É sério isto? — Sentinela não gostou.
— Me sinto refém da droga de um xarope rosa, cara! — Atlas resmungou — ela disse que você é como da família para ela, James, como um irmão — os 5 agentes especiais ouviam, pois todos se encontravam trancados no mesmo ambiente — Use isto à nosso favor, mande Melina confessar todos os segredos à você, investigue ela para nós, veja quanto mais do corredor da morte ela possui, invada seus e-mail, pegue seu celular, leia suas conversas, veja se tem algo suspeito, porque precisamos destruir esta substância letal imediatamente. Se ela se uniu à Maylo e trabalha como agente dupla, estaremos perdidos. Você pode dar um sonífero à ela e abrir seu cofre e seu laboratório, investigar para nós.
Foi sua medida desesperada, pois Atlas lembrou-se de quando foi infectado pelo Corredor da morte: os suores, palpitações, falta de ar e arritmias que sofreu durante quase um ano, reduzindo-o à um inválido, acamado, que precisava dos pais para quase tudo: se alimentar, se banhar...
Só de pensar em reviver aquilo, de ser traído, destruído...
— Vocês não a conhecem como eu a conheço. Eu confio nela. Sou seu confidente, por isto mesmo, confio. Não preciso tratá-la como inimiga, nem invadir sua privacidade — Sentinela falou — você é bem imbecil, Limão, ela gosta de você, mas não imagina a cobra que é por debaixo deste capuz! — O mulato nunca esqueceu o incidente.
— Ele só está tomando as precauções — o capitão defendeu.
— Muito antes de eu ser o Sentinela, eu ouvia Melina chorar, infeliz, pelas maldades do irmão. Ela jamais apoiou Maylo em nada. Melina abomina e sofre, dolorida, há anos pelas atrocidades deste monstro! Ele fez mais mal à ela e sua mãe do que fez à nos! Melina é boa, pura, inocente!
— Você está apaixonado e seu julgamento é parcial, afetado pelos seus sentimentos, fora que Maylo é manipulador e persuasivo, passando sua lábia em muitos — Kléber colocou.
— Ela nunca se uniria à ele! — Sentinela reforçou — Os valores de uma pessoa não mudam da noite para o dia, os de Melina sempre permaneceram intactos — com esta frase, James pôs fim à questão, se retirando em seguida.
E o reboliço ainda não havia acabado...
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