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7. Maylo

Bastou este suspiro dela, para que, do nada, Vigilante Limão quebrasse a vidrassa de sua cobertura, disparando todos os alarmes ao adentrar no seu chique e luxuoso apartamento, já com as mãos enrijecidas em diamante verde, apontando para sua estante, sua porta, seu tapete, seu ursinho de pelúcia no chão, ou qualquer outro objeto que lhe pudesse ser uma ameaça, mas sem nada encontrar, voltou-se para Melina:

— Senhorita Lewis — Limão ficou sem jeito ao testemunhar a ômega de cabelo completamente bagunçado, vestida em um pijama de oncinha tão largo, que acrescentava 50 quilos à mais na sua estatura; de pantufas em formato de pizza, com um balde de brigadeiro no seu colo, sentada no chão, na fossa, tendo uma colher metida na boca, assim estava Melina, em depressão — Eu ouvi um pedido de socorro vindo desta residência e... ai, au.. que é isto, madame?! A senhorita está me agredindo. Au!

Melina jogou várias bolas de borracha do seu falecido cachorro contra o desgraçado do invasor. "Herói, é?!" Ela se perguntou. Onde já se viu entrar e pegá-la no meio da quebra de sua sagrada dieta?

— Nunca mais ouse abordar uma mulher que está sofrendo descabelada. Eu costumo apertar o gatilho da minha arma em quem me vê com um fio sequer fora do lugar! Você tem sorte de eu te deixar vivo para contar a história de que me viu despenteada!

Vigilante Limão caiu da sacada com a mesma rapidez com que entrara. Já Melina considerou um crime ter sido flagrada neste estado tão deplorável, desprovida de seu ritual de arrumação diário.

Seu cabelo hoje definitivamente não a representava. Ela apagou as luzes da cobertura, fingindo que tudo não passou de delírio coletivo, produto da imaginação de algum escritorzinho que queria zuar-lhe com a cara, erro de roteiro, de gravação, de cálculo, etc. E se voltou para o celular, junto do único com quem sentia-se segura de desabafar, de receber carinho e colo, de ter o seu acalento, o seu amigo, Atlas.

Correria para ele como se corre para um abrigo em meio à guerra.

— Oi, voltei — Disse Melina, porém a ligação havia caído. O quê? Ela discou novamente — Cebola com Torresmo?

Ele atendeu, todo destrambelhado, de dentro da cassamba de lixo na qual havia sido jogado lá na rua, sem ela de nada suspeitar. Fedia à bananas podres e suco azedo:

— Oi, minha maracujá enrugada na fruteira — disse, sempre disfarçando seu segredo.

— Meu chouriço que eu como na hora do serviço.

— Minha lasanha que queimou no forno.

— Meu quiabo gosmento, chein de baba.

— Minha laranja lima, que eu ponho açúcar e me dá diabetes.

— Minha linguicinha de porco, que me faz ter uma veia entupida de colesterol — Melina sempre era palhaça ao lado dele.

Atlas ativava-lhe seu botão comédia ambulante.

— Minha dengue que me dá hemorragia — Ele disse.

— Meu covid 19, que me faz perder o ar.

Céus. Humor negro bem agora? Que peso na consciência, mas Melina enterrou-o embaixo do colchão para ninguém notar. Pelo menos, parte de seu pesar, de defunto, passava.

— Atlas...

— O que você tem, meu amor? Fala, que eu te salvo.

Melina estremeceu, era a primeira vez que ele a chamava de "meu amor".

— Nosso encontro terá que ser adiado.

— O que aconteceu?

— É por causa do meu irmão, Maylo — Não que Atlas gostasse dele ou sequer se interessasse. Sua vida seria uma sopa mais suave de se tomar, se Maylo permanecesse no seu devido lugar, atrás das grades projetadas para o mais atroz bandido.

Havia um receio de que Melina levasse um tombo, do vigésimo andar de suas expectativas, por conta de Maylo. Atlas sabia o quão tóxico ele poderia de ser.

— Ele está doente, internado, fraco, me disse que está... — a voz dela tremeu — morrendo.

— Melina, eu sinto muito. Sei como você ama o Maylo — e que desgosto admiti-lo. Um homem daquele não merecia amor de uma pessoa tão límpida e delicada.

— Preciso vê-lo. Posso não ter outra chance.

Da família de Melina, o irmão foi o único parente seu que restou. Atlas jamais se oporia à sua visita.

— Quer que eu vá com você? — Se ofereceu em um gesto de cuidado. No ano passado, Maylo escondeu uma perigosa bomba na cidade, ameaçando matar vários inocentes, caso Vigilante Limão não se entregasse à ele, acorrentado.

Os outros heróis não permitiram a rendição, o que ocasionou uma briga, um tumulto, onde outro herói, parceiro seu, terminou em coma na UTI, devido ao tiro na nuca que levou de Maylo. Atlas lembrava-se do episódio com dor no peito. Seu colega nunca mais despertara daquele coma.

— Você sabe que não dá para ir comigo, por mais que eu queira. 

— Eu só não confio nele, Melina.

— Nem eu, por isto levarei o meu revólver.

— Como assim você porta uma arma?

— Proteção. Os heróis e o A.E.E. nem sempre chegarão à tempo para me salvar. Eu preciso saber me virar.

Atlas respirou fundo, tentando não sentir-se culpado por ainda não ter contado sua identidade.

— Você está certa. Me manda um áudio seu quando chegar no hospital e quando falar com ele — o herói pediu.

— Prometo. Você o terá.

— Minha linda ômega.

— Você é um anjo.

Um dia depois, Melina se trocou, colocando o seu vestido preto, meia calça preta, seus saltos altos negros, seu sobretudo, também negro, e óculos escuros.

Seu jatinho particular chegava na laje, e ela elegantemente subia na nave, pedindo à Deus por uma boa viagem. Seu irmão, com complexo de controle, "mandou" que ela aparecesse com a roupa que ele escolhera, preta, o que significava luto, provavelmente em memória de seu estado terminal. Para não piorar a doença, nem discutir na fase final de seu câncer, Melina aceitou as exigências de Maylo.

Sua cabeça doía. Ela engoliu um comprimido, dois, mas não melhorou. Seria emocional? Este inferno emergia nela sempre que precisava encontrar-se com Maylo. Sentia uma broca de ferro bater contra sua testa à cada vez que retornava à ele e, olhando pelas janelas do jato, deu de ombros, dizendo à si mesma que aguentaria.

O que fez, afinal, para merecer um irmão como Maylo?

Se o desgraçado ao menos lhe pedisse perdão...

Quando Melina tinha 8 anos de idade, e Maylo, 7, eles entraram no escritório chique e amarronzado de seu pai na mansão, trazendo as canetinhas novas que ganharam. Travessos, rabiscaram os papéis que acharam sobre a mesa, espalhando-os por toda a parte, fora que se pintaram muito também, rindo, contentes. Não sabiam que aqueles papéis eram importantes.

O pai, depois, muito nervoso por ter vários documentos seus, imprescindíveis, estragados, deu uma surra nos dois.

Melina chorou por uma semana inteira, triste. Maylo já não sabia o que fazer para vê-la sorrir, foi quando o pai despencou da escada de 30 degraus abaixo. Ele quebrou algumas costelas e ficou internado. Maylo então pegou na mão de Melina, revelando:

— Agora ele sabe a dor que você sentiu.

O amor, em Maylo, existia, mas era doentio. A mãe de Melina contorceu-se por anos no hospital psiquiátrico, em terapia de choque, devido à convivência com Maylo. 

Já adolescentes e no colégio, seu irmão criou um ramister, deixando-o dias sem água e sem comida, cutucando-o por entre as grades de sua gaiola com um graveto, levando o bicho à total exaustão e estresse.

— O que você está fazendo? Por que você não dá ele logo para alguém? — Melina, na época, falou, querendo amenizar o sofrimento do ratinho.

— A agonia e o desespero dele me excitam — Maylo respondeu.

Salgadas lembranças.

Já na porta daquele quartobno corredor do hospital, Melina puxou todos os odores para dentro de seu pulmão em uma profunda respiração, à fim de não ceder às suas turbulentas emoções, alvoroçadas pelo reencontro com o irmão.

Girou a maçaneta, avistando-o de olhos fechados na única cama presente. Estava mais magro do que jamais ela o vira, somente em pele e osso, tinha uma sonda no nariz, enquanto seus sinais vitais apareciam em uma tela que fazia "bip bip".

Maylo, careca, sem barba, um ano mais novo que ela, com 21, parecia 40 vezes mais velho. Ele então se mexeu, despertando, e sorriu com a imagem da "mana", mirando os olhos ciumentos e astutos sobre ela, dizendo:

— Minha linda irmã, tudo o que me resta, meu iá iá, meu iô iô, você veio. Eu sabia que você me escolheria à qualquer um outro. Venha cá, me cumprimente — ele tossiu, debilitado.

Melina abraçou então seu corpo frio e pálido na cama, os dedos que a tocavam eram como os de um cadáver. Aquilo doía em seu coração. Teria chegado a hora real dele partir?

— Maylo, como você tem passado?

— Morri, mas continuo bem.

— Sem graça, por favor — ela sentou-se na beirada da cama hospitalar.

— Veja — ele puxou seu notebook de última geração e tecnologia de ponta, de primeiro mundo, para o seu colo — estou projetando a décima segunda instalação do nosso laboratório, Richarlisson. Dê uma olhada nesta planta — Melina analisou a forma, o modelo e o desenho na tela.

— Não acredito! — Ela se impressionou — É a mesma que eu e você projetamos quando eu tinha 12 anos!

— Sim. Ter Q.I. de gênio tem suas vantagens — ele teclou mais algum tempo, mostrando outras bases subterrâneas e marinhas, criadas pelo seu intelecto; funcionavam em perfeita ordem sob a sua supervisão — eu tenho trabalhado muito. Não tirei férias só porque estou doente. Amo o que faço.

— Eu também. Jamais me aposentarei. Os negócios são tudo para mim.

— Então saiba que continuo com as pesquisas nos aliens e nos seus filhos, no seu cruzamento com humanos. Vou compartilhar com você alguns avanços interessantes que podem revolucionar seu mercado e te posicionar como a primeira no ranking de vendas como fabricante de remédios para eles. Mais milhões para sua conta é igual mais milhões para a minha — Melina bateu em Maylo com seu reprovador olhar — calma, mon chêrie, estes novos híbridos são voluntários, eles querem ser estudados, eu pago à eles para que me deixem enfiar agulhas em seus braços e coletar minhas amostras — Ela o mataria se descobrisse o contrário — Não sei porque tanto alarde seu com híbridos e aliens, Melina, você não esperneia assim quando matamos o boi que você come assado no seu almoço.

Ela revirou os olhos, respondendo:

— É diferente. Você não come a carne de um alien ou um híbrido em um prato, Maylo.

— Claro que não, ou eu teria alguma infecção fatal, é como comer um rato de esgoto sujo e imundo.

— Você é terrível.

— Ainda bem que me conhece.

Eles conversaram por mais algum tempo, mas quando ela precisou atender à uma de suas ligações, Maylo segurou-a pelo braço:

— Quem é?

— Oras, eu não tenho 5 anos pra ficar te dando satisfação de com quem falo!

— Você está se comportando muito mal comigo, Lewis, eu não estou gostando — e quando Maylo não gostava de algo, costelas terminavam quebradas.

— Com licença! — Melina falou, ríspida, se retirando aos rosnados bravos vindos do irmão, que encheram o quarto com o odor da ira dele.

Era um estresse que a ômega nem sabia porque sofria. Melina se trancou no banheiro do hospital, chorando, pois a doença mudava as pessoas, mas com Maylo ela não fez seu papel.

Melina informou ao A.E.E. o endereço de cada instalação, Richarlisson, que seu irmão contruía, para que pudessem verificar se não havia nenhuma tortura ou massacre de seres super poderosos por lá.  Que o capitão Kléber fosse atrás logo.

Vez ou outra, Melina se juntava ao A.E.E. para alguma missão.

— Não me arrependo de nada — disse Maylo, tomando café, com aroma ácido, enquanto teclava, vendo Melina voltar para o quarto.

— Nem no leito de morte? Há quantos deles você já não matou, Maylo?!

— A ciência exige sacrifícios. Pergunte à Einsten.

— Em nome do que, de saciar seu prazer sádico?!

— Oh, Melina, vamos começar de novo com este joguinho? Se você tivesse convencido aquele ridículo do Limão à vir até mim, tudo teria sido evitado, todos teriam sido poupados.

— Olha, você é impossível. Eu venho até aqui, porque ainda acredito na sua recuperação. Eu preciso acreditar.

— É você que precisa ser urgentemente recuperada desta sua estranha paixão por seres diferente de nós. Me acha malvado? Pois eu não sou. Maus são eles, que cometem tantas atrocidades pior do que eu, uma delas, se aproveitar da boa fé de pessoas como você. Me aponte uma só vez na qual eu te machuquei ou deixei que te machucassem, Melina. Se ponha à pensar sobre isto, lembre-se, daqui à algumas horas posso ter partido. Agora se eu for medir quantas vezes aliens e híbridos te atacaram, há há há, passaremos a madrugada em uma narrativa sem fim. O pior vilão são eles, eu não. Eu sou o mocinho, eu sempre te salvei dos caras malvados, como você pode negar isto?!

O maldito tinha quase razão. Melina lembrou-se do alfa que tentou beijá-la à força na festa de sua amiga do colégio. Mesmo depois, na sua volta para casa, o desgraçado havia seguido-a, e quando ele avançou sobre Melina na esquina, pronto para estuprá-la, Maylo apareceu, atirando no peito do infeliz, matando-o, sem dó. Seu irmão foi ligeiro. O que teria sido dela sem ele nesta ocasião?

Maylo também mandou dar uma surra no garoto por quem Melina se apaixonou no seu último ano de colégio, que a iludiu, jurando amor eterno, enquanto combinava de se encontrar com a ex por suas costas.

Por mais que Maylo fosse um tremendo de um canalha, ela choraria quando ele morresse.

— Ainda que você me odeie, eu te protejo, Melina. Nunca mais quero te ver derramando uma lágrima e lutarei por isto até o meu último suspiro — completou ele.

— Seus métodos são duvidáveis — ela não confiou.

— Se divertiu no leilão?

— O quê? Você colocou seu drones para me vigiar de novo, sem a minha autorização?

— Não, não. Que mania de pensar o pior de mim. O que ocorreu foi que meus seguranças eram todos os garçons do leilão de alfas, pois minha agência foi contratada para fazer a ronda do lugar. Por coincidência, você estava lá — Ele mentia, ela sentiu. — Posso te dar um conselho, maninha?

— Não.

— Mas eu vou dar mesmo assim: se você se envolver com o Cebola com Torresmo, terá uma grande decepção, será semelhante à cacos de espelho rasgando o seu coração. Ele é nocivo, é um veneno para sua sanidade mental, um charlatão, um mentiroso, e...

— Cale esta sua boca!

Quando se tratava de Atlas, Maylo era pior que um demônio. No entanto, diante da repreensão, ele gargalhou macabro, ainda que tossindo.

— Quero te ver chorando sangue quando descobrir que eu sim te amei, mas ele não!

— Vai se ferrar! — Melina deu as costas e saiu. Dispensou seu motorista e dirigiu sozinha pelas estradas, pois se acalmaria no volante. Estava na cidade de Gosternan, bem mais cinzenta que a feliz Evelyn Tor.

Que raiva. Nunca pôde ter amigos na escola, porque seu irmão dava um jeito de todos a desprezarem e se afastarem dela. Teve que crescer obrigatoriamente com ele e só ele. Até um programa espião, Maylo já instalara em seu celular, sem que ela soubesse, à fim de ler cada uma de suas conversas.

Um imbecil. Não aguentava mais esta perseguição. Maylo nunca gostou de Atlas, mas não era novidade, ele não gostava de ninguém, principalmente dos que se aproximavam dela. Quando seus subornos não funcionaram com quem se conta tava com Melina, como Atlas, ele apelava para algo mais insano e terrível. 

Quando Atlas escapou de todas as táticas, armadilhas e propostas de Maylo para fazê-lo ir embora, seu irmão então quis destruí-lo, sem tréguas. Pois é, Atlas era um dos poucos alfas que durou mais de um ano sua companhia de Melina. 

Maylo nunca foi pego por nenhum crime, já que mantinha todos os juízes no bolso.

Melina rodou por aquela cidade, passando os dedos na direção do automóvel, ainda incerta sobre voltar ao hospital ou não. Bufou, porque talvez se sentisse culpada, caso nunca mais visse o irmão, depois desta pequena discussão. O pai de Maylo casou-se com a mãe de Melina, e foi assim que viraram uma família, feliz na foto, mas com muitos segredos por dentro.

Uma hora se passou, enquanto a ômega aliviava os nervos. Maylo, com toda a paciência, esperou pelo perfume de sua irmã de novo junto ao seu leito.

— Cansou? — Ele perguntou, enrolado nas cobertas do hospital.

— Esta sua sede de controle sobre mim me irrita profundamente. Eu te odeio.

— A segurança da minha irmãzinha em primeiro, o meu amor excede a fronteira do seu consentimento, sinto te dizer. Por um acaso, se o seu filho se atirasse na frente do caminhão, você pediria o consentimento dele para salvá-lo? — Maylo encarou-a com aqueles olhos escuros e ardilosos.

— Você é um idiota, um super otário. Este é o seu poder, ganhar de todo mundo em matéria de escrotisse.

— Que ótima argumentação, maninha. Muito eloquente a sua fala — zombou.

Estava tão cansada dos crimes dele, do fato de que no A.E.E. todas as evidências contra Maylo desapareciam sem rastros, do dinheiro dele comprar capangas infiltrados, assassinos, bandidos e até mesmo aliens para seus intentos. Melina queria socá-lo, ainda que diante de seu quadro debilitado nesta cama.

— Não vou perder meu tempo com você.

— Pare de ser assim, Melina, eu sou um dos seus aliados, você não entende? Una sua inteligência com a minha e dominaremos este universo!

— Só nos seus delírios.

— Uma partida de xadrez então; se eu ganhar, quero que se una comigo.

Ela contou até 10, viera aqui para uma trégua, não?

— Se unir? Não me interessa te dar o gostinho de concordar com você, nem na hora da morte — estava afiada — e eu serei as brancas — ela pegou o tabuleiro no movinho.

— Trapaceira.

Depois de duas horas, o placar era de 2 x 2, empate.

— Vamos para o banco imobiliário — sugeriu Maylo — vou te mostrar meus talentos como grande CEO que sou.

— Jamais que vou deixar você ficar com a minha grana.

— Quem chupa pera, não come manga — ele cantou.

— O quê?

— Queijo, levanta meu pé de chulé e dá um beijo — Ela riu brevemente da piada — estou falando com rima. Lembra da Marinete, a que te rosqueia e não esquece? Ou melhor, a Marinete, que você põe no fogo e não derrete?

— Sua ex-namorada? Papai realmente achou hilário você ficar com uma velha.

— Eu aprecio ômegas de todas as idades, dá licença — ele tomou seu café na xícara — casa de repouso é só um detalhe para mim.

Apesar do clima ser estável, Melina não conseguiu pular de cabeça nesta piscina de "vamos rir juntos" que Maylo estreava, visto que havia muita história obscura entre os dois. Até jogaram mais um pouco de xadrez, porém, a cabeça de Melina viajava para longe.

O A.E.E. respondeu então sua mensagem de alerta, confirmando que não havia nada de ilegal nas instalações de Maylo, revistadas por eles. Maylo era esperto demais para ser pego. Ela expediu todo o seu descontentamento com o cheiro.

— Você acabou de capturar a minha rainha, está ganhando no jogo, então qual a razão do seu fedor? Quer perder de mim?! — Ele indagou.

— Aff. Você com esta ironia de se fazer de amigo do bem e da ordem.

— Pensei que estivéssemos nos divertindo com o xadrez. Eu sempre serei um alfa, que usa uma máscara enganadora, nos seus devaneios, não é, Melina? Uma pena.

Sim, um homem honesto de fachada. Ela não cria nele, nem por um segundo. Até quando Maylo continuaria com esta birra, boba, de odiar qualquer ser que possuísse mais poder do que ele?

Desta vez, o odor alfa de seu irmão estava anulado pelos supressores, pois ele odiava ser desvendado. Cometeu o descuido de deixar seu cheiro à mostra antes, não, porém, agora.

— O que eu quero é achar um pingo de caráter e decência em você! — Ela cuspiu as palavras.

— Como você acha naquele seu amiguinho imbecil? Aquele que vai te massacrar no moedor de cana?

— Este seu ciúmes de Atlas é irracional! Como que um homem tão sofisticado e genioso pode agir assim, Maylo?

— Não me insulte. O que você chama de ciúmes, eu chamo de zelo. Já te disse, te mostrarei que ele não vale um grão de milho sequer na sua canjica! Eu, por outro lado, jamais permitirei que um imundo de um alien te toque, nem estes híbridos que caminham por aí como se fossem um de nós, esta raça maldita.

— Chega, Maylo.

Atlas e Maylo já se enfrentaram no passado, mas Melina não sabia bem quando e onde, somente os dois sabiam. Maylo levou uma lição de Atlas, as lágrimas de fúria do irmão, após este encontro, diziam o quão detestável foi para ele.

O que houve lá, ninguém nunca revelou.

Melina enviou então mensagem para seu príncipe, conforme prometido.

Em outra parte do mapa, porém, Vigilante Limão chutou a estátua com a qual vez ou outra conversava no alto do prédio, um gárgula. Sua raiva provinha do fato de que ele monitorou Melina em todo o seu trajeto até o hospital, sua audição acompanhou-a em cada curva, em cada derrapada do carro, porém, não pôde ouvir mais nada do momento em que ela pôs seu pé no território de Maylo, e isto até agora.

A área que Melina adentrou no hospital, continha algum tipo de pulso magnético que confundiu as vibrações do som, para que ninguém pudesse ouvi-la à distância, nem mesmo com uma audição apurada. Isto significava apenas uma única coisa:

— Maylo sabe sobre mim — concluiu Atlas.

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