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5. A sala de reunião

* * ATLAS CEBOLA COM TORRESMO * *

Horas depois de muito debate:

Orion, um loiro de máscara de teatro, preta, vestido com seu uniforme de vigilante, se manteve de braços cruzados e feição fechada, ouvindo ao mesmo discurso que Atlas ouvia. Orion torceu amargamente o canto da boca à cada palavra que Amarelo Rígido falou. Nitidamente não estava gostando.

Limão, mergulhado dentro de sua própria cuca, calculava como faria para conciliar sua vida com esta iminente batalha.

"Que Deus me ajude" rezava.

Papaléguas, o herói da fantasia azul, de pompom no rabo, parecia desatento e desinteressado. Era um velocista alegre, que agora jogava no celular, desligando-se das picuinhas ao redor. A Mulher Espada, toda vestida como uma guerreira medieval, cérebro dos muitos heróis que existiam, não comprou a idéia de Amarelo Rígido; seu odor era carregado de irritação. O Cavaleiro Coiote, outro que adotou armadura de prata, porém negra como a de um motoqueiro que vai te assaltar no ponto de ônibus, permaneceu o mesmo solteirão de sempre, sério e sisudo. Sammy, amiga de Melina, para surpresa de Atlas, viera mascarada, combinando seu uniforme cinza e preto com a sua máscara; a roupa mais parecia aprisionar seus movimentos do que deixá-los livres. Seu aroma era de quem não se aguentava mais de vontade de falar.

Os homens eram alfas, as mulheres, ômegas, e todos disputavam entre si nesta sala. Só haviam aliens aqui. Não eram de abaixar a cabeça fácil nem para seus parceiros, motivo pelo qual nunca formaram uma equipe e agiam independentes. Poderia haver uma divisão à qualquer momento, coisa que Atlas queria evitar, crente na amizade e no amor, nos coelhinhos da Páscoa que trazem para mim: tristeza, pobreza, um marido tóxico e terapia sem fim.

Joahnes, um alien todo feito de carne moída, com forma humana, vindo do planeta Panqueca de Avestruz Cozido, vestia roupas esquisitas e bregas, parecendo roupão de ricaço. Joahnes, herói também na Terra, analisou com atenção a proposta de Amarelo Rígido, pois se considerava um líder, ainda que hoje atuasse nesta sala como nada mais do que um subalterno. E claro, a loira, Sara, conhecida como Catchup com Mostarda, a beta com cheiro de nada, lixou as unhas para a missão, tendo no seu ombro uma calopsita pink, que comia seus cabelos como se fosse alpiste, enquanto que seus pés estavam cruzados sobre a mesa. Ela revirava os olhos para cada frase que Amarelo Rígido falava:

— Escuta aqui, seu capivara de asas — disse a dona Catchup com Mostarda — à esta hora, meu marido está em depressão lá na cama, chorando as pitangas por eu não poder levar o café expresso dele com frete grátis, que coisa! Olha aqui a minha menina, como ela tá agitada por você nos interromper e nos trazer para cá! — A calopsita dela, ao ser mencionada, começou a piar, feito doida.

— Cadê o nenê? — A calopsita pink falou de maneira perfeita, surpreendendo à todos — Cadê o nenê? — E escondeu o rosto na nuca de Sara, pondo a cabecinha para fora em seguida, dizendo alegremente: — Achooou.

— Achei, nenê. Dá beijinho aqui, amor, dá, minha coisa fofa e linda — Sara disse, beijando o bico da calopsita pink, que retribuiu com um "mmmuuuuuááá", beijando de volta — Tem gente que é lerdo e não casa, e não quer que a gente case e tenha esposo também — Sara falou, fuzilando Amarelo Rígido, com seus 3 mil wats de eletricidade assassina no olhar. Ela passou à teclar rápido no próprio celular, impaciente, nem aí para a palestra dele — ow, meu guerreiro, meu rei Leão, me espera que eu já estou indo, e vê se frita meus de frango. A mamãe já tá chegando — respondeu em áudio para o esposo.

— Catchup com Mostarda, por favor! — Atlas disse, mas não tinha cheiro em si mesmo para borrifar e remediar estes olhares hostis contra o primo; olhares tais que agora eram direcionados à ele, como se toda a raça dos diamantes fossem uma farinha do mesmo saco.

Dentre os aqui presentes, somente o Cavaleiro Coiote não estava acasalado com alguém e não parecia afetado pelos odores beta, sem graça, sem tempero, de Sara, nem muito menos interessado em falar.

Um mudo.

"Será que ele dorme por debaixo desta máscara?" Atlas se perguntou, "e se ele for um velho babão e ninguém souber, ou de repente este for apenas um boneco no seu lugar?"

— Eu também preferia estar com minha ômega do que aqui — bufou Orion, o loiro, quase saindo fora, socando a mesa, alterado — vamos bater no pé, porque eu já to cansado desse papo furado, meu!

— Vocês dois são mais legais que ele — completou a beta, Catchup com Mostarda, se referindo à Orion e Atlas, e se desfazendo de Amarelo Rígido — vou te contar, viu, ô Yellow, quando você tá no escuro, já é feio, e quando tá no claro, parece que tá no escuro — e Sara sorriu, tascando esta na fuça do herói, enquanto os outros riam.

Difícil, muito difícil.

— Você e seu marido precisam de uma terapia de casais ou conhecem alguém que precise? — Sammy sorriu largamente, propondo. Esta sim sabia vender seu peixe, deixando seu cartão — me liguem quando as coisas forem mal.

— Pessoal, foco — a Mulher Espada, guerreira medieval, igual Joana Darc, falou.

— O que você acha da minha proposta, Vigilante Limão? — Amarelo Rígido perguntou, como quem buscasse apoio.

Atlas sabia que o escutariam melhor e respirou fundo, coçando-se por estar um pouco tenso, não muito preparado para sua árdua tarefa de ficar ao lado do primo. Mas antes de emitir qualquer opinião, pediu um momento e levou Amarelo Rígido para outro cômodo, a biblioteca, à sós, pois queria ter certeza, caso se posicionasse à seu favor:

— Amarelo, eu sei que você é o líder do Esquadrão Detergente com Pinga na sua cidade, sei que vocês são os heróis mais conhecidos dos jornais e da internet, eu só quero te dizer que te respeito muito, só que como Orion falou ali, nós iremos nos meter dentro de um formigueiro de insetos gigantes. Vai ser loucura. Se der errado, atrairemos este vilão Delta até a Terra e será o nosso fim. Você parou pra pensar nisto? Ir cutucar o inimigo na toca dele? A onça com a vara curta?

— Limão, você precisa confiar em mim. Eu calculei tudo! Se o meu Esquadrão, Detergente com Pinga, de heróis existe, é porque, como líder, não sou falho. Eu expliquei três vezes já naquela mesa que se cruzarmos os braços e esperarmos sentados, o Delta Botijão de Gás, que já fez uma trilha de planetas de escravos, fará à nós também — insistiu Amarelo Rígido — ele não sabe que o localizamos. Mas sua rota mostra claramente que, daqui alguns meses, seremos nós os próximos alvos. Eu só quero evitar um desastre, uma catástrofe. Por favor, Limão, fique do meu lado. Eu preciso de você. É como no caso de um câncer: descobrindo-se antes, o eliminamos, mas se agirmos tardiamente, o câncer matará toda a vida que há em nós. Tratemos o câncer enquanto é tempo. Fique comigo, Limão, porque daí eles virão conosco se você me apoiar.

Belo discurso, porém se fosse por ele mesmo, Atlas não arriscaria levar gente que nunca brigou no espaço, como Catchup com Mostarda e Mulher Espada, em uma missão como esta, mas pelos laços de sangue e pela admiração que nutria por Amarelo Rígido, ele estava quase cedendo. Dentro de Atlas haviam diversos gritos, o de "não", o de "ele é da sua família, não pode ir contra. Ele é mais velho, confie, sabe melhor o que faz. Ele tem mais missões no espaço e contra aliens do que você, então, sabe o que está comandando." De fato, seu primo nunca dera mancada, Atlas também não podia dar e deixá-lo na mão.

O plano era Amarelo Rígido viajar até o planeta Zi com seu Esquadrão, Detergente com Pinga, e levar os demais heróis independentes para a guerra também. Vigilante Limão olhou então para a penumbra na qual se escondiam os outros na sala. Haviam dúvidas neles. A Mulher Espada, mais esperta e inteligente desta turma, até mais que Limão e Amarelo Rígido juntos, se manifestara, agora pouco, dizendo ser falta de juízo guerrear contra o Botijão Negro de Gás no solo do planeta Zi. Devia ser cheio de mecanismos de defesa, de armadilhas. A fortaleza do inimigo.

A Mulher Espada era uma das ômegas mais sensatas que existiam, mais estrategistas. No entanto, o apego do coração de Atlas com Amarelo Rígido falou mais alto. Seu primo também era sensato e estrategista.

— Limão, eu vou cuidar de você e dos outros com meus poderes, eu morreria por vocês. Sabe que eu posso fazer isto. Vamos. E quando você voltar, tudo estará aqui. Sua ômega também. Ou vai assistir Botijão Negro de Gás destruí-la? Porque você sabe como ele quer atingir à mim e à você e à todos os defensores da Terra. Somos seus principais alvos — Atlas gelou só de pensar em algo ruim acontecendo com Melina. A horrível imagem do rosto dela sangrando passou em sua mente.

NÃO!

Ele queria ir, gostava de lutar, de crescer, de enfrentar desafios e, por um minuto, se perguntou se Amarelo Rígido realmente tinha interesse em "salvar o mundo" ou em salvar apenas sua família, que era a mulher e os dois filhos gêmeos.

Amarelo Rígido e Botijão Negro de Gás se estranhavam de tempos em tempos e consideravam-se arque rivais. Atlas não estava metido nesta briga, nem os outros. Era um confronto pessoal, no qual talvez seu primo só quisesse reforço, e...

— Convença-os por mim — Amarelo falou, abraçando-o. O homem estava trêmulo. Atlas não podia deixar que os seus sobrinhos, filhos do seu primo, perecessem — eu explicarei o plano à todos. Não tem como falharmos — Amarelo garantiu. Mas se era assim, por que a Mulher Espada continuava irredutível?

— Vamos com o Amarelo Rígido — falou Limão, voltando para "a equipe" — ele tem mais de 20 anos na liderança de diversos heróis, o grupo dele se mantém em pé, e isto não é à toa. Há valor no que ele diz, na sua visão e nas decisões que ele leva o grupo à tomar. Vamos com ele — Atlas decidiu-se, chegando de volta na sala.

Família não podia abandonar família.

— Querido, você é um fofo, mas cérebro não é o forte do Amarelo quando as emoções dele estão à flor da pele — A Mulher Espada replicou.

— Eu estou com os dois primos! — Papaléguas, o velocista, que havia se mostrado sempre um fiel amigo, se posicionou — caso falhemos, entramos no portal e voltamos para casa. Simples.

— Junto de Botijão Negro de Gás, que irá nos perseguir até o inferno para nos esmagar? Iremos trazê-lo à Terra, jumentos! Será que vocês não percebem?! — Orion, do cabelo loiro, rosnou — Vai ser burro assim no raio que o parta!

No entanto, depois de mais de seis horas de negociação em debate, decidiram-se por irem na missão até o planeta Zi. Acabaram por serem persuadidos pelos argumentos de Atlas e Amarelo Rígido. Marcariam ainda a data, mas seria esta semana.

Ao encerrarem, Limão aceitou o chá com as bolachas à ele oferecido na mansão e se dirigiu até o imenso jardim dela. Mulher Espada e Cavaleiro Coiote eram os donos deste mausoléu gigantesco, ricos e irmãos.

Sentado no chafariz, Vigilante Limão admirou aquelas exóticas flores tão bem coloridas do canteiro e pensou no tanto de casais que se amavam por meio de presentes como estes, buquês, rosas, margaridas, damas da noite, lírios, como elas serviam de pedido de desculpas e reconciliação entre amores feridos.

Ainda murcho, encarou o seu reflexo na água cristalina do chafariz, vendo a fisionomia de um homem encoberto por uma máscara, um homem oculto nas sombras de suas mentiras.

Sua audição ligou, agitada pela vitamina C. Ele queria confirmar se era o único louco à enrolar a mulher que amava e, bisbilhotando conversas alheias, ouviu Orion ligar para sua namorada, ômega, no celular, avisando ela do ocorrido, explicando o caso, tendo um momento meloso e romântico com a mulher, à qual conhecia a identidade secreta de seu alfa.

"Que mancada, Atlas, que mancada."

Amarelo Rígido voou até a esposa em Caganópolis, sua cidade. Atlas rastreou o som da respiração do primo, desejando ter com Melina o mesmo que Amarelo Rígido tinha com Jurema, a índia. Ela conhecia os passos do seu alfa, quem era ele por debaixo da máscara, seus poderes e sua raça alienígena. 

Se Atlas recebesse um dólar por cada vez que se sentisse um idiota por nunca ter contado à Melina, seria o alfa mais rico do planeta. Estava tão enroscado nas próprias teias de aranha que criara, que não sabia como se sair delas. Melina ficaria um bom tempo de mal dele, tinha certeza.

"Me deixe aproveitar um tempo de respiro com ela, fazê-la feliz, e daí eu conto."

Papaléguas, o azulzinho, também namorava uma ômega. O herói estava tão eufórico, saltando mais que bola de basquete. Papaléguas contou à amada sobre sua missão e suas aventuras, tudo pelo telefone. Atlas escutou a conversa de todos. Mas fazer o quê? Ele precisava disto, deste tapa na cara, já que por mais que ansiasse, como um vulcão prester à cuspir sua erupção, ele nunca mencionou os seus conflitos internos para Melina, aqueles que carregava sobre o seu alter-ego, o Vigilante Limão.

Todos aqui tinham seus pares, seus encaixes, seus iguais, menos ele. Quer dizer, até queria acreditar ter achado a meia do tamanho do seu pé, aquela que infelizmente ainda não sabia o principal sobre ele.

Foi quando a Mulher Espada passou, se movendo ao som da lataria em torno do seu corpo, sua armadura, esticando o braço e regando as plantas do quintal, usando uma aliança prata no dedo. "Desgramada, ela também é uma alfa acasalada?" Atlas estava cada vez mais na lanterninha, sentindo-se para trás. E a quem poderia culpar por isto além de si mesmo?!

— Oi, amor — a calopsita pink disse, voando toda contente para seu ombro, batendo as asas na sua orelha. Que fofa. Ele sorriu, dando beijos na linda.

— Ela gosta de você, baby — Catchup com Mostarda, ou melhor, Sara, a beta, loira, chegou, sentando-se ao seu lado, pegando um cigarro e acendendo. Ela cheirava à harmonia, bem-estar e tabaco — conheço essa sua carinha de bebê sofrido. Vamos, desembucha. Não é porque eu dormi com seu irmão e semanas depois com você, que não podemos ser amigos.

Essa Sara era um barato.

— Eu gosto da Melina e minto para ela há anos, pois ela não sabe das minhas origens e dos meus poderes — ele olhou para o gramado, para as próprias botas. Típica pose de derrotado na guerra.

— Levanta, seu soldado frouxo! — Sara socou seu ombro — Claro que está apaixonado. Quando deu zebra e tivemos de juntar a turma dos heróis alfas da outra vez, você não parava de falar daquela ômega, parecia até enfeitiçado, macumbado. Eu e Papaléguas apostamos 50 dólares, prevendo mais ou menos a época de quando você se declararia pra ela. Eu ganhei. Você demorou mais do que ele esperava. Obrigada, estou muito grata pela minha grana — Atlas não pôde acreditar que seus próprios amigos apostaram com ele. Que Kléber, seu irmão abelhudo, nunca soubesse, ou Atlas viraria a piada do ano — Sério, vamos lá saber quem foi a mãe de santo que o dinheiro de Melina comprou. Trabalho poderoso esse, quero fazer um igual pro meu marido.

— Sara!

— Baby, não há segredo — Sara tragou o cigarro, enquanto a calopsita pink revezava entre ela e Atlas, pulando de um ombro para o outro, comendo os cabelos deles no bico — Apenas fale pra ela a sua verdade e espere ela digerir. Só isto. Talvez sua ômega precise de um tempo, talvez queira você longe e jogue uma bola de chumbo na sua cabeça, enfie uma torta no seu nariz e uma chave de fenda no seu olho, mas e daí? Tá tudo bem, aquela lá também te ama. Você não vê? Todo mundo sabe da cara de trouxa, gran fina, que ela faz, quando te vê. Até o Kléber. Ela é ridicularmente à fim de você. Então pronto. Apenas fale.

Pareceu que Atlas se perdera na tempestade num copo de água. Tanto alarde por algo simples. Sara tinha razão. Não era tão temível assim, ele só precisava pôr para fora e esperar. Mesmo que Melina gritasse, esperneasse, mandasse ele para casa do diabo de muleta, lhe desse uma bofetada ou quebrasse a garrafa de vinho na sua nuca, passaria. Ela o perdoaria.

Não é?

Atlas creu que sim.

Esta noite então, no seu encontro de 20 mil dólares com a ômega, ele enfim falaria.

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