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17. Novos casais?

O Azulão comeu a sopa de lentilhas que Melina cozinhou, tão quente que dava um desconforto na língua, mas o sabor era intenso, bom, repleto de tantos temperos e especiarias quanto as que ele imaginou que Melina mesma possuísse.

Árvores farfalhavam enquanto o barulho do vento ressoava ao sacudir folhas secas. Dentro da caverna, o fogão de barro terminava de assar a carne rosada de cordeiro. Melina punha mais ingredientes na bancada:

— Você é bem metódica, certo? — Azulão perguntou.

— Me acha tão interessante assim, Patrick, para não tirar seus olhos de mim desde a hora que pisou nesta caverna? Está reparando demais, cuidado.

— Hahaha — ele deu de ombros, descoberto — quase como uma religião, um ritual sagrado, você dá uma volta com a concha na panela, olha para si mesma neste pedaço de espelho pendurado na parede, volta, lava uma louça, confere de novo o ponto da sopa, sova um pão até o fim, põe mais massa para descansar e recomeça o ciclo. 

— Talvez eu seja apenas uma obcecada por repetições.

— Ou uma mulher muito bem organizada. Cadê seu marido?

— Marido? Não me rogue pragas.

Nyx, ainda que fosse o castiçal, a vela (ou velha) da conversa, entretinha-se em molhar o pão na sopa, sentada com as costas na parede rústica da caverna sob a luz de lamparinas, comendo junto dele, tossindo às vezes.

— Espero que não seja sarampo ou covid, catapora, sei lá — Azulão mencionou, rezando na sua lentilha para proteger-se das doenças de Nyx, no entanto, a mulher mastigou a sopa como se fosse o rim dele, mirando-o.

— Boi, boi da cara preta, pega essa senhora que não tem medo de me fazer careta — Patrick cantarolou — A minha tataravó era uma mulher sábia, inteligente, ela me disse certa vez, "não esbarre em uma cigana", e eu, ingênuo, o que fiz? Trombei com uma enquanto corria para escapar da polícia. Eu pareço um herói, mas já roubei muito churrasco de gato no meu bairro. Segundo, a cigana me disse que eu encontraria o anel secreto dela por aí, pois inexplicavelmente o mesmo sumiu na trombada. Eu logicamente não acreditei. Mais tarde, no mesmo dia, coloquei a mão no bolso e achei algo que não me pertencia, o anel. Comecei a ter medo, a suar, mas também tive fome, entrei em uma lanchonete e pedi uma coxinha; fui pagar com o anel, mas simplesmente havia desaparecido do meu bolso, e quando dei uma mordida na coxinha, vocês não vão acreditar no que tinha dentro!

— O anel? — Melina perguntou, interessada.

— Não, frango.

— Idiota, imbecil — ela revirou os olhos, atirando uma fraca rajada de energia azul de seu dedo, atingindo-o no ombro.

— Au. Bate mais que eu gamo.

— Cadê o que restou do Esquadrão Detergente com Pinga que você prometeu? — Melina questionou, sentando-se com Nyx e ele, provando da iguaria de sua tigela. O caldo estava no ponto — Dória, faltou coentro para você? — Ela falou com seu reflexo — é, na próxima caçaremos tomates, mas não estávamos preparadas para visitas.

Melina logo sentiu uma anormalidade invadir o espaço de 200 metros de aura que ela mantinha como campo ao seu redor, capaz de detectar qualquer coisa que adentrasse neste circulo.

— Você é um hetero muito duvidoso, sabia? — Disse Nyx, com cara de capeta atentado, devolvendo a tirada para Azulão.

— Só porque meu nome artístico de herói é Super Coração? — Ele penteou o topete — O seu poderia ser Abridora de buracos cósmicos. Uau, soa tão Sodoma e Gomorra. Sórdido.

— Se estes passos desmiolados não forem dos soldados caveiras dançando billie jean de novo dentro do meu círculo, só podem ser dos nossos convidados — anunciou Melina, entretida pela forma diferente com que pisavam na sua camada de energia — eles chegaram. Oi, oi. Como é, Dória? — Ela encarava-se no pequeno espelho retangular em sua destra — Thriller combina mais com eles. De acordo, gatinha.

Azulão ficou sem entender, mas Nyx falou:

— Ela é mais sensata que nós dois juntos, eu já conversei com uma bola, era o meu namorado, Frederico, não me julgue, é de família.

— Você está mentindo, Nyx — Melina apreciou isto— mas, de qualquer forma, obrigada por me defender.

— Primas são para isto — respondeu a ex-vilã.

(...)

— Do que se trata a missão de vocês exatamente? — Melina quis entender, pois ouvira sobre a péssima liderança de Carter nos corredores do antigo A.E.E.

— Precisamos ir até o planeta Zi através de um portal — Carter, sentado em torno da fogueira no meio do mato, explicava.

— Se for apenas isto, Nyx está debaixo do nariz de vocês. Meu poder não envolve abrir fendas para outras dimensões, não consigo nem transportar uma formiga daqui para lá se não chamar antes um uber.

— Comigo doente, não tenho energia suficiente — Nyx falou — a sua mãe não comentou com você nos diários, Melina, que os losangos podem transferir sua energia e suas habilidades uns para os outros desde que estejam se tocando?

Sim, ambas eram da raça alienígena dos losangos, descendentes das famílias dos dez guardiões do universo. Nyx deveria de guardar os portões sagrados que podiam transitar seres entre os mundos, entre as dimensões proibidas, ela deveria ser a rainha e soberana dos portais, promovendo a paz e o bem, a ordem, no entanto, Nyx usara seu poder em benefício próprio, sem querer saber de suas responsabilidades enquanto losango guardiã.

Hoje sua intenção era libertar-se de um alien mais poderoso que qualquer outro, o Botijão Negro de Gás. Sua intenção era morrer livre, não prisioneira dele. Sua coleira ainda estava ativa, e seus poderes, nulos.

Já Melina pertencia à casa das trancas, descendente dos guardiões que trancavam objetos, tal como sua mãe, que trancara a nave no porão para Maylo nunca removê-la de lá; trancou também diários, dos quais uma parte o ex-irmão de Melina destruiu no fogo, enquanto a outra saiu ilesa. Os losangos da família de Melina podiam trancar seres, mundos, portais, mentes e, no momento, ela trancara na prisão Segredo o mal que a falecida ruiva losango mencionara antes de levar a expedição dos heróis até o planeta Zi. 

Daegon, ser terrível que extirpou boa parte de sua espécie, losango, o promotor de guerras espaciais, o causador da destruição de sistemas cósmicos, um assassino implacável, cruel, com sede de sangue e poder. 

Como Nyx dissera, os losangos podiam compartilhar entre si suas energias, já que eram manipuladores da mesma. Melina, herdando a energia de 37 losangos da casa das trancas, todos seus parentes mortos, obteve assim correntes indestrutíveis para continuar mantendo Daegon na prisão, bem como seus antepassados o fizeram, escondendo-o em suas mentes, passando esta missão de geração em geração. Hoje o prumo estava com ela.

Quando um losango matava o outro, ele absorvia sua energia vital, a aura, roubando o poder do falecido para si, exatamente como Daegon fez há décadas atrás. Daegon era também um alien losango.

— Recapitulando, Melina — Carter iniciou; rugas de determinação surgindo em sua face — há dois grupos de heróis, o primeiro permanecerá na Terra e atacará as Torres-mãe de Botijão Negro de Gás, causando um alarde que exigirá que os demônios venham. Branca de Neve ampliará o alerta, enviando todos os soldados caveiras possíveis do planeta Zi para a Terra, ela pode comandá-los, me garantiu, à fim de que o segundo grupo, o nosso, ao embarcar para o planeta Zi, encontre o caminho livre até a fortaleza de Botijão Negro de Gás. Não vai dar tempo dos soldados caveiras nos seguirem, estaremos nós, as armadilhas do planeta Zi e Botijão Negro de Gás sozinhos. O plano é esvaziar o planeta dele, mandar todos os seus guerreiros para cá, facilitando nosso trabalho.

Melina analisou como, de fato, fazia tanto sentido; uma ânsia de lutar se instalou então como um roqueiro tocando guitarra heavy metal no seu estômago.

— Sob sua liderança? — Ela quis saber — sério?

— Vocês podem escolher o líder que desejarem, mas terei que ao menos ser o vice — debateu Carter — pois Branca de Neve só aceita se comunicar comigo, alegando que qualquer outro a contactá-la se torna um perigo para ela; se ela não me identificar na comunicação e comando, encerrará conosco a missão e irá atrás de uma nova equipe que siga suas orientações.

— Alguma chance de Branca de Neve ser um soldado caveira? — Perguntou Nyx.

— Nenhuma. Eles são extremamente burros, com exceção de alguns, já Branca de Neve tem o nível intelectual mais elevado. Ela quem me passou estas coordenadas do plano, calculando cada parte dele com base na rotina de Botijão Negro de Gás, a qual ela tem acesso, e também nos protocolos de contenção de rebeliões dele e nas demais regras que estudou sobre o sistema que ele instalou na Terra — Carter avisou, encarando Melina como se ela fosse a última salvação à quem eles recorressem. Sem Melina, não poderiam ter acesso ao planeta Zi — Nyx abre portais, você, Melina, os fecha. Já sabemos que Botijão Negro de Gás não morre, ou se morre, ainda não descobrimos de que jeito.

Daegon, dentro da arena da mente de Melina, arrebentou a corrente que tampava sua boca, falando:

— Me liberte e eu o matarei para vocês!

"Não."

— Outra coisa é que precisaremos expor nossas habilidades de alien uns aos outros para que todos saibam do que o seu parceiro é capaz — Carter disse, mas Daegon avisou:

— Você confia mesmo em diamantes, hein, Melina?! A mentira de um deles não te convenceu ainda da maldição desta raça, precisa cair duas vezes na mesma lábia para aprender. Carter tem projetos ocultos que vocês desconhecem.

"E eu devo confiar em você então, Daegon? Você é o ilustre cavalheiro da verdade aqui? Me poupe. Prefiro virar um macaco."

— Eu manipulo ventos do jeito que eu bem quiser — Falou Patrick, puxando um minúsculo tucho de ventos sobre o seu indicador, criando um tornado bobo, demonstrando.

— Ok, Carter — Melina consentiu e começou imediatamente a exalar sua aula azul clara em torno de seu corpo — eu sou capaz de trancar qualquer coisa, como sabe. Posso trancar Botijão Negro de Gás onde quiserem. É o que queriam ouvir? — Ela não revelou exatamente tudo sobre suas habilidades.

— Tranca qualquer coisa, menos  próprios sentimentos. Patético — Daegon se meteu de novo — eu mato você e aquele diamante estúpido se você ceder à ele de novo! — Se referia à Atlas — eu conheço a origem dos diamantes, conheço o desprezível planetinha deles, conheço suas maquinações e tramas, mas você não. Devia se deixar ensinar pelos mais velhos, sua mal criada.

Melina ignorou-o.

— Nós, raça dos losangos — Nyx tomou a dianteira — pensem na gente como internet de celular. Quem está perto se conecta e navega pelas mesmas páginas que você, quando você liga seu roteador no aparelho; é o que acontece conosco, nós, os losangos, somos roteadores de poderes, mas não sem fio, precisamos tocar-nos para tal feito.

— Maravilha — falou Azulão, empolgado em torno da fogueira —Precisamos lançar Botijão Negro de Gás em uma dimensão da qual ele não possa jamais sair, entendi, e ela seria...?

— A dimensão Peidorreira, a maior punição dos criminosos das galáxias — Melina respondeu — Amarrarei ele com minhas correntes, colocarei meus cadeados em todas as portas de saída da Peidorreira. O conterei com a força que recebi. Será o fim do cretino.

— Tá. Tem certeza que a Peidorreira não é uma senhora com gases? — O Azulão pontuou, confuso.

— Temos, Patrick. Amanhã cedo, na aurora, iremos iniciar nosso percurso — Carter orientou. Seus filhos e esposa já dormiam na caverna, hospedados por Melina. A morena, porém, quando puxou sua coberta, deitada, não pôde evitar que a água se acumulasse em seus olhos por lembrar de Atlas e sua história de ruínas. Parece que mesmo ela empurrando o relacionamento deles do alto do precipício para que morresse, parte da conexão dos dois nunca se tinha ido.

— Que bobagem pensar nisto, ele já deve ter seguido em frente — ela encarou o próprio reflexo no seu inseparável espelho retangular entre os dedos, olhando-se e sussurrando suas confidências para sua tão suave e doce Dória — eu sinto falta dele.

"Ponha a culpa na TPM" a outra respondeu em seus pensamentos.

(...)

Red assistiu Noah filmar uma cena de ação da peça de teatro, cercado de fogo e gelo no estúdio, treinando. O garoto de cabelo bege deslizou por uma onda que ele mesmo criara com os equipamentos, socando os adversários seus na trama. Quanta perfeição. Red teve orgulho do seu menino. Ele cresceu tão depressa, pensou. Noah era como um irmão caçula com o qual Red jamais pararia de se importar.

Noah finalizou o espetáculo, se encontrando com sua namorada, Victória, comemorando com ela, comendo salgadinhos na mesa do banquete nos bastidores. O salão amplo, branco, repleto de lustres, enfeitado por belos quadros e esculturas, ostentava o mundo no qual os ricos viviam, bem diferentes do resto da população após o domínio e a invasão de Botijão Negro.

Red vestia terno sem gravata, comendo salgadinhos também, estudando quantos segredos haviam por debaixo destes atores e atrizes. Interpretavam bem suas máscaras, mas não para ele. Red mantinha-se à distância, pois tinha alergia à pessoas, detestando-as.

— Você trouxe o Atlas, quem diria que vocês fossem aliens, as aparências enganam até à uma expert como eu — Victória disse, do outro lado do salão, reparando nas coleiras à mostra de Noah e Atlas. Ela cheirava à doce de leite com paçoca. Uma pena o beta, Noah, não poder distinguir odores como os alfas.

— Atlas é meio...

— Antissocial, um lobo que abandonou sua matilha — Red completou a frase do garoto. Noah também estava de social, Victória de vestido fino e elegante, uma verdadeira celebridade, porém, Red não gostou nada de como ela sorria para qualquer cavalheiro que atravessasse pelo salão e acenasse, cumprimentando-a.

Red apertou sua mão ao dizer um oi, mas foi tão drástico e feroz que quase esmagou seus ossos. Victoria fez expressão de dor, e Red teria esmurrado-a ali mesmo, se não fosse por suas amigas elétricas puxarem-na para o outro canto da comemoração. Noah não percebeu a troca de farpas.

— Me diga algo sobre Victória — Ele terminou de servir a bebida para os dois, entregando o copo de Red.

— Primeiro, você ama esta ômega?

— Estamos juntos há meses depois que nos reencontramos.

— E daí, ama ou não ama?

— Talvez... eu... goste dela. Pedi ela em namoro hoje.

Aquilo retorceu os nervos de Red.

— Sei, então não é amor, é só gostar.

— Ah. Ela vive nos meus pensamentos. Vic comeu somente comidas verdes esta semana, está com medo de engordar e eu deixar de curti-la.

— Ela te disse isto, Noah?

— Sim. Ela está mais vaidosa ultimamente, se perfumando de um jeito diferente. Eu fico babando, e também está insegura na relação, perguntando se eu realmente quero somente ela e não à outras, por isto, fiz meu pedido e já tô pensando nas alianças.

 — Saiba que você é um homem de ouro, merece uma ômega que te respeite e te valorize, porque você é uma jóia rara, Noah, e eu nunca permitirei que você dê suas pérolas aos porcos, entendeu?

— O que foi, por que está falando assim? Tem algo de errado com a Vic? O que você descobriu?

— Não teve nenhuma visão sobre ela?

— Red, não fazem nem cinco dias que estou livre da... coleira — Noah cochichou — eu só sonhei com o Vagalume e olhe lá.

— Quem é aquele moço próximo da Victória na roda das amigas?

— O irmão dela, Red. Que coisa, não vai me falar logo?

— Vou sim, só irei ao banheiro e terminamos esta conversa já já, ok?!

Quando Red saiu da presença de Noah, despistando-o em meio à multidão de magnatas e alfas bem-sucedidos, falou algo no ouvido de um dos garçons, depositando dinheiro no bolso do mesmo. Red se dirigiu ao beco, lugar onde dava a porta dos fundos. Esperou um minuto e a ômega, Victória, apareceu, com ar de triunfo ridículo em seu sorriso nos lábios, que ele retiraria dela rapidinho. Red conhecia a verdade sobre a filha da mãe.

— Oi, Atlas, você deseja falar comigo?

— Vadia.

— O quê? — A ômega se irritou, entupindo o ar com sua indignação — seu escroto, otário, tá pensando que pode me tratar assim?! Os seguranças vão te prender! — Victória deu seu mais potente grito, mas nada saiu, pois a mão de Red tampou sua boca antes, segurando-a por trás. Victória se debateu em vão, então chegou o irmão, já que o garçom o avisara do ocorrido, seguindo os comandos de Red.

— O amante — Atlas disse, ouvindo o coração de Victória disparar em desespero.

— Do que você tá falando, cara? Ficou louco? Larga a Vic agora! — O alfa protestava, mas terminou perdendo cerca de oito dentes no murro de Red, o qual socou seu rosto pela esquerda e pela direita.

O negócio ficou feio.

— Sinto muito estragar seu penteado, Viczinha — Red disse, arrastando-a pelos cabelos e o outro, pela gola, jogando ambos contra uma caçamba de lixo, onde bateram a cabeça e ficaram zonzos — aliás, você está grávida, sua vagabunda, e é deste arrombado. Ouvi o coração do bebê.

O homem arregalou os olhos.

— O que você está fazendo? Porra, Red! — Noah ficou louco, vendo o estado dos dois, e deu um baita empurrão no amigo — o que significa isto? ME EXPLICA, MANO!

Red puxou o celular da ômega, ainda que ela lutasse e abriu a tela, mostrando as conversas do whatsapp que Victória mantinha com seu suposto irmão. Noah viu os nudes trocados e as pornografias faladas.

— Como você sabia? — Noah perguntou.

— Ela é dada, oferecida, tava paquerando os outros caras lá dentro nas suas costas, você não notou, mas eu sim, fora que o coração dessa puta bateu diferente quando este cara se aproximou. Nenhum coração bate assim por um irmão, havia excitação, havia malícia.

— Para. Eu não preciso ouvir mais nada — o garoto se contorceu por dentro como uma fruta que é espremida, mas não quis demonstrar, apenas se voltou para Victória, dizendo — você não presta, nunca mais me procura, como você teve coragem e estômago para fazer isto comigo, Vic? Eu tava super gostando de você. Você ia jogar este filho para mim, eu não acredito, isto é horrível, você é uma pessoa horrível! — Noah atacou o celular contra ela, saindo revoltado, ao som do pranto da ômega e dos pedidos de desculpa dela, enquanto ele pisava pesado, sem à mais nada ouvir, parecendo que carregava 10 quilos em cada perna.

— Vocês são meus — Red anunciou, sorrindo sombrio, dando um tapão no rosto de Victória e chutando as costelas do outro.

— Não, para — Noah virou-se para trás, falando — Já chega. Esquece isto. Deixa quieto. Faz a minha vontade, ao menos uma vez.

Atlas rosnou pela raiva que não poderia descontar, mas, respeitando o amigo, saiu para ir com ele. Noah chorou muito esta noite. Foi duro ouvi-lo soluçar no colchão. Red jurou que na próxima as pessoas que de Noah se aproximassem sofreriam melhor vistoria de sua parte.

Decepção amorosa, quem nunca enfrentou uma?! Noah sobreviveria.

(...)

A neve caía em Lorota Créu, esfriando os humores. Noah nada comeu, à não ser sorvete, se arrastando como se fosse um orangotando pesado e moribundo pela casa. Em silêncio se arrumou para o trabalho, mal trocando palavras com Red. O alfa o entendeu, não teria pena, pois Noah detestaria a pena. Red sabia que os homens se recolhiam em seu canto para lidar com as penalidades da vida, ele daria este espaço ao seu garoto.

Red colocou um sobretudo preto, andou pelas calçadas cobertas de branco do seu bairro, mantendo as mãos no bolso, indo até a boa e velha praça central, que costumava frequentar, ensinando sua língua para os soldados do Botijão Negro de Gás e aprendendo a língua deles. Ali encontrou-se com a mesma moça, repórter, da madrugada, que salvara.

— Você veio — ele disse.

— Eu vim... acho que preciso de um amigo.

— Por quê? Você por um acaso namora com um canalha ou com um estripador? — Red falou na esportiva, mas percebeu que sim, a ômega estava carente.

Os cabelos ondulados dela combinavam com seu tom de pele negro.

A mulher desabafou, chorou, já ele a abraçou e escutou. Se viram por três dias seguidos, onde a sintonia de ambos cresceu. Red levou-a para patinar no gelo, ensinando-a à como se equilibrar. Se divertiram, caíram, brincaram na neve, erguendo alguns bonecos, enfeitando-os. Ele pagou Méc ABO Burger, batendo papo com a repórter, falando sobre sua paixão, as notícias, as matérias, a escrita, enfim, Red deu o que faltava na relação da ômega com o outro, até que terminassem novamente na praça.

Red tomou aquela linda mulher pela mão, tratou-a com delicadeza, levou ela para o desfiladeiro da cidade, lugar pouco frequentado, com um abismo profundo, matos secos, cobertos de neve em volta, mas que tinha um balanço onde cabiam duas pessoas no mesmo assento.

— Você não me aparenta ser um homem romântico — disse a mulher.

— Mas eu sou, quando apaixono — eles se balançavam juntos — um abraço de amigo pode?

— Se for só abraçar, sim — mas depois que você dá a primeira mordida, difícil não querer comer o sanduíche inteiro, ainda mais quando está morrendo de fome.

Red e ela se aqueceram um nos braços do outro de ladinho. Árvores mortas, sem folhas, pálidas pela neve, os observavam.

— Posso sentir seus batimentos, suas dúvidas, suas inseguranças — ele disse — eu estou te desvendando à três dias inteiros e não vou à lugar nenhum, continuarei aqui para você — ele ergueu o rosto da ômega com seus dedos, exalando seus hormônios de interesse por ela, querendo atá-la à si.

— Eu sei que você vai me tratar apenas como sua aventura, como um torneio de luta que você se empolga no início pelo prêmio, mas que depois descarta — ela baixou os olhos, pois de fato seu peito estava pesado. A ômega sentia a furada na qual se metia.

— Não vou te iludir, chêrrie, eu odeio estes abusadores tóxicos. Serei muito sincero. Eu não posso te dar um relacionamento, mas não quer dizer que não vá durar ou que eu não vou te tratar como à uma dama, uma Monalisa, que você é. Em mim, Ester, você encontrará a loucura, a atenção, a insanidade e a adrenalina que faltam no seu namoro. Eu nem mesmo quero que você termine. Continue com ele, porque seu namorado te manterá segura, enquanto que eu, bom, eu serei sua prazerosa incerteza.

— E se eu acabar gostando de você mais do que devo?

Os corvos pousavam nos galhos secos das árvores, grasnando.

— Se você é capaz de curtir um adultério, você é incapaz de se doar por alguém, ou seja, de amar.

— Ai, credo. Eu não sou tão fria assim. Eu tenho um lado quente...

— Me mostre, Ester, eu quero conhecer — eles então se beijaram.

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