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1. Ciúmes

* * MELINA LEWIS * *

Ainda com o gosto do caro vinho em sua boca, a morena, Melina, encarou sua taça, manchada de batom vermelho, enquanto escutava o alvoroço das ômegas tomando cada uma o seu lugar no amplo salão elegante e grão fino. De todas as idades, elas se acomodavam para o início do ridículo espetáculo.

Quantas vozes. Mas era melhor assim. O ambiente estava menos tumultuado do que o seu interior.

Melina se perguntou como parou nesta tão degradante situação. Jamais teria topado isto, se não envolvesse o nome de...

— Atlas! — Heitor disse. Ele, alfa alto, de porte "empresário empoderado", sentado na mesma mesa redonda e chique que ela, não disfarçava os hormônios de descontentamento, ao pronunciar, com irritação, o nome do "amigo" de Melina — Me diga que isto não tem nada haver ele, sempre ele! Você falou, em ótimo tom, que não viria quando eu te convidei! — Heitor cuspiu as palavras, quase mostrando os dentes, como se Melina fosse a assassina dos pneus de sua ferrari milionária.

— Eu odeio estes festivais de carne humana — Melina garantiu — nunca iria à um leilão de alfas, você me conhece. Isto é horrível. Pessoas não são mercadorias e nunca deveriam ser postas à venda. É cruel, é desumano — Melina completou, bebendo metade da garrafa de vinho sozinha, e não, não era o suficiente para fazê-la esquecer do estranho ciúmes que ardeu em seu peito, apenas por pensar que esta noite Atlas beijaria outra pessoa.

Ele, aos beijos por aí com uma omegazinha barata, de quinta categoria, que mal sabia se equilibrar majestosamente em um salto alto como ela. Estava cada vez mais difícil engolir a própria saliva, quem dirá engolir a situação, uma ômega de lábios sem cor e pálidos encontrando-se com o seu Atlas.

Estas ômegas de meia tigela, de cabelo oleoso, feito pastel de feira, que raiva; a pretendente de seu amigo devia ser uma sebosa igual sabão de lavar louça, nunca chegaria aos seus pés de rainha, pensava.

"Não devia ser eu a solitária da noite, e sim a outra. Argh! Que absurdo! Onde é que Atlas estava com a cabeça para marcar um encontro, sem cabimento, com esta estranha?" Se perguntou.

Mas, afinal, por que causa, motivo, razão e circunstância, a imagem de outra ômega, de mãos dados com ele, a incomodava tanto? Sempre foram amigos e nada mais. Não cruzaria esta linha agora.

Lembrou-se então de como Atlas evitou dar explicações sobre seu misterioso encontro. Vagabundo, imbecil! O xingava na mente.

"Divirta-se, e não beije no primeiro dia, só te avisando, se não vai dar azar", sim, foi sua última mensagem para o amigo, mas o quê? Melina nunca creu em sorte ou azar. O que o ciúmes não fazia com a nossa cabeça, não é mesmo?! Ela só queria socar um pilar de chumbo até ele partir.

Ah, o estresse...

"Atlas em um maldito encontro com sabe-se lá quem!" A constatação queimava-lhe por dentro, enquanto que ela, por fora, sorria de fachada, como se estivesse tranquila em um passeio de hiate. Sorrisos disfarçavam vontades assassinas no interior do homem, ou da mulher.

Não, não era possível. Atlas não curtia ômegas, só betas, sem graça. Ele já havia namorado três vezes e sempre com betas. Ok. Melina não se importaria este fato. Atlas era um betalomaníaco, e o que que tinha de mais nisto? Não se interessar por ômegas, acontecia.

Só que... Melina era uma ômega.

Lembrou-se de um belo dia do passado no carro que dirigia. Foi quando quis testar a veracidade dessa tal atração única e exclusiva de Atlas por betas, e, na pura maldade de cafetina, dona do morro, expeliu tantos feromônios seus, feito um laço que amarra sua inocente vítima e a aperta, que Atlas iria sufocar se não flertasse com ela.

O alfa se enrolou todo com o cinto de segurança, tossindo igual um condenado, vermelho, feito pimenta, ao reparar na expressão de perua assanhada que Melina trazia.

Ela nunca viu alguém transformar o cinto de segurança em um monstro do labirinto, se asfixiando com a própria língua. Pois é.

E não, isto foi muito pouco para que tirasse quaisquer conclusões, Melina precisava de mais provas. Atlas se atraía mesmo por ela, ou foi a força do momento?

Atlas sempre usava supressores de cheiro, que desapareciam com o seu odor, e infelizmente por mais que Melina farejasse o ar, nada detectava sobre ele; não lia as emoções do homem com precisão devido à ausência dos seus cheiros.

Então, diante de um dos seus importantes eventos, cheio de magnatas e de pessoas ricas, no passado, Melina cochichou para Atlas que estava esperando por um homem muito requisitado nos negócios, gentil, lindo, forte, rico, que lhe mandara presentes a semana inteira — tudo mentira — foi quando certa angústia vazou do terno de Atlas, o que  poderia de ser... ciúmes?

"Pare de joguinhos e chame ele logo para sair! Não aguento mais este chove, mas não molha!

Eu não. Ele que tem que me chamar." A cabeça dela discutiu consigo mesma.

De volta à mesa com seus companheiros, vendo a iluminação realçar o ambiente de cortinas e mesas com toalha branca, junto à detalhes em dourado, Melina trouxe à mente um novo episódio, de quando Atlas descobriu que ela conversou com seu ex por mensagens no celular. Até a voz dele mudou naquele restaurante:

— Eu só estou querendo te proteger dele, Melina. Você não pode ficar de contato com este cara. Não caia nas histórias deste otário de novo. Você não vê que merece alguém especial, que te trate como a relíquia impecável que você é?

Melina achou fofo e, acatando o conselho do amigo, bloqueou seu ex em definitivo.

Doce e linda reação de Altas.

O odor das ômegas então interrompeu seus devaneios, entupindo suas narinas. Melina teve tonturas, rodeada nesta aglomeração de gente indecente. Era tudo enjoativo e chato.

— Como você aguenta participar disto? — Melina perguntou, em tom de repreensão, para sua amiga, Sammy, que toda animadinha, conferia a conta bancária pelo celular — ômegas desesperadas para achar um alfa pra sair, sério, Sammy? Descer à este nível?

Sammy era uma moça de pele branca, olhos cor de mel, cabelos lisos, como se a língua da vaca tivesse-os lambido, e muito sorridente, principalmente para os garçons, betas.

— Que foi? — Retrucou Sammy — Heitor quem deveria de levar a bronca, ele quem organizou tudo para arrecadar doações para África; o que tem de mal se eu gosto de ajudar as criancinhas?

Melina revirou os olhos para a explicação esfarrapada.

— Você nunca devia ter feito um evento destes, Heitor. É uma escrotice total. Eu jamais pagaria pra ter um encontro com um alfa. Vocês são melhores que isto, garotões.

Só faltou Melina erguer uma cartolina e fazer a revolução industrial pelos pobres e oprimidos alfas que seriam leiloados.

— Você não paga para sair com ninguém — prosseguiu Heitor — mas muitos pagam, e estamos precisando matar a fome no Sudão.

Melina revirou os olhos, enquanto que Heitor ajeitou sua corrente de prata no pescoço e seus óculos de 35 mil dólares, se achando o rei da cocada preta, o rei da pia de aço inox, mas ela, tão entediada, viu seu navio atracar de novo no mesmo porto... Atlas.

"Ah vá, Melina. Seja honesta consigo mesma e admita o que está sentindo por seu melhor amigo." Se disse. "Só sinto carinho e cuidado", se respondeu.

Já mandara umas dez mensagens, pedindo para Atlas, por favor, vigiar, e não avançar na tal da filha de quenga da ômega, que devia de estar morrendo de amores por ele, aff.

"Que tipo de amiga você seria se não salvasse Atlas do horror desta piriguete de aquário?" 

Melina então, no brilho da luz da verdade, e nada mais do que a verdade, entendeu o real motivo do seu ciúmes protetor. Ela se levantou daquela mesa, prestes à correr atrás de Atlas, onde quer que ele estivesse. Contrataria até aliens para ajudá-la, se fosse preciso.

Seu plano consistia em seduzir seu amigo com cinquenta barras de chocolate branco, antes que fosse tarde demais. Atlas não podia namorar com outra, não, não e não, não podia.

"Calma, ele não é de sequer beijar no primeiro encontro, quem dirá casar" sua cabeça sussurrou. 

Oh, céus, seu amigo beijando uma vagabunda por aí, com todo respeito às moças assalariadas que rodam a bolsinha, só que não, Melina não permitiria. E assim que deu o passo para ir embora, Sammy agarrou-a firme no punho.

— Você tá louca, Sam? Me solta! — Debateu, tentando lutar contra a amiga, mas em vão:

— Nem pense nisto, Melina Lewis. Você prometeu me acompanhar esta noite. Atlas está bem, deixa disto. Eu só estou fazendo o que é melhor para você, eu te juro! Confie em mim, será que você pode?

Mas se ficasse, a outra iria pôr suas patas imundas em Atlas, e... espere aí! Como assim Sammy, a que tanto shippou os dois juntos, zuando Melina até que a mesma ficasse de carranca azeda e atacasse um sapato em sua boca outra dia, como assim ela, a maior shippadora inútil deste casal, não se incomodava com a menção do encontro de Atlas com a bruxa? Quando foi que Sammy deixou de ser a fã maluca do amor platônico deles de repente? A que sempre pregou que Atlas seria o pai dos filhos de Melina, o que a resgataria de seus naufrágios e teria com ela um time de futebol e dois de basquete? Mas, hein?!

"Estranho. Muito estranho. Se ela é minha amiga, devia surtar comigo nestas horas."

Atlas possuía poderosos hormônios, os quais faziam qualquer uma ficar tonta e rodar igual peão desengonçado, principalmente Melina.

"Como você ousa se sentir uma adolescente do primário, que nunca viu um alfa na vida?" Melina, indignada, se acusou. "Desde quando você é tão desesperada, que nem pata choca, e carente, igual bebum sem causa?

Mas aquele sorriso do Atlas, ain...

Pare de ser uma pateta, Melina Lewis! Ele é só uma besta, e você é outra!

NÃO.

Atlas é o meu bebê, fofo e puro, um pãozinho, um broto. Credo, essas cantadas são do tempo que a minha tataravó usava mini saia..."

— SAMMY! — Sua amiga ômega mirou-a enquanto Melina falava — me dá um tapa, por favor, rápido, me bate! Tô quase fazendo uma lasqueira! Eu tô ficando louca dentro de mim!

— Quê? — Heitor estranhou-a, observando tudo, com uma careta que daria medo nas criancinhas — só falta Sammy começar a enlouquecer também pelo irmão de Atlas, para completar a tragédia nuclear.

— Cala a boca, Heitor — Sammy revirou os olhos.

— Me dá um tapa logo — Melina apelou — ou você será uma ômega demitida amanhã! 

"O que que eu to fazendo?" Melina estava quase arrancando seus encaracolados cabelos de negra estonteante.

PAFT! E tomou um tabefe.

— Vadia! Isso doeu! — Ela falou, incrédula, para a amiga.

— Funcionou? — Sammy perguntou, se divertindo de sua tensão — eu prometo que você vai me agradecer por te impedir de ir pra onde você não deve ir, amiga!

— Oras, pare de falar em código no meio do meu surto! — Melina repreendeu.

E não, não havia funcionado. Melina precisava de uma surra completa para recobrar o seu sagrado juízo.

— Lewis — Heitor disse, todo altivo — você está cada vez mais estragada. Não sei o que esse alfa fez com sua mente. Antes dele, curtíamos tanto. Eu só queria sua versão antiga de volta — Heitor jogou isto no ar, bebericando da própria taça.

— Eu não sou mais este tipo de mulher. Só pensa nisso, Heitor, fala sério! — Melina achou seu ex um chato de galocha.

— Vai pensando que esse lance platônico seu com o Atlas é real, vai, pois fique sabendo que ele e a Victória estão muito íntimos um do outro nos estúdios. Você nem sabe como eles andam juntos para lá e para cá, de conversinha atrás das cortinas. Então, se liga, Melina, que você está ficando para escanteio, será usada e nem vai perceber. Só estou te avisando.

— Oin, Heitor — Sammy debochou — que amigo lindo você é!

Victória estava em uma mesa da direita, enfiada no canto escuro, ou seja, Atlas não estava com ela esta noite, não era a ômega do encontro.

Melina então borrifou o ar com seus cheiros de rivalidade, fuzilando seu ex, Heitor, com o olhar. Ah, se pudesse, teria feito o alfa cair duro neste chão aqui e agora, só com o poder da mente.

"Imbecil, recalcado."

"É só uma atraçãozinha fantasiosa que você tem por Atlas" se dizia. "Ele é alfa, e qualquer cheiro de alfa mexeria com você, é biológico, você sabe."

Se bem que, outro dia, Melina brochou com os hormônios de James, um homem de pele mulata, alto, forte, careca, charmoso e alfa também. Ele exibia seus sete quilos de bife de açougue para ela, na M-Intense, sua empresa, cujos heteros tops chamariam de muque, e tudo para chamar sua atenção, fora que depois, James espalhou boatos de que Melina o queria e corria atrás dele, foi o fim. Um idiota.

É, nem se o cachorro cagasse dinheiro, Melina sentiria-se atraída por um alfa destes. Babaca. E virou mais vinho para dentro.

— Vai lá, Heitor, acho que ainda dá tempo de te colocarem na lista pra você desfilar — a ômega, Sammy, disse — mexa estas suas cadeiras rabugentas para ver se o seu humor melhora — e se abanou com seu remo, afinal, que quentura havia aqui dentro, as ômegas ansiavam para que começasse logo.

— Eu trouxe uma lista de porquê não se deve leiloar alfas — Melina, a boa samaritana da turma, amiga dos órfãos e das viúvas, retirou a lista da bolsa, enfiando debaixo do nariz de Heitor, o dono desta "lacraiada" toda — e eu espero que isto nunca mais se repita. Se quiser fazer caridade, faça uma com estes alfas coitados que trabalham para você, mas obrigá-los a vir aqui? Isso é muito escroto, Heitor!

— A Melina devia ser pastora. Tenho certeza que muitos ouviriam o seu sermão e seguiriam a sua moral perfeitinha — Sammy zuou, se maquiando, rodeada por feromônios de felicidade e sedução que exalavam de sua pele — vou ser a melhor ômega que este alfa já saiu na vida dele. E ele será meu, todo meu.

As luzes se apagaram no salão, os holofotes miraram no palco, e a apresentadora, de microfone em mãos, disse:

— Olá, ômegas que não tem louça na pia para lavar. Espero que se divirtam muito esta noite no nosso joguinho, em que nosso lindo e fenomenal benfeitor, Heitor Gonzales, ofereceu alfas para o vosso desfrute. Ele estava pensando em todos os meninos famintos da África e em como arrecadar fundos rápidos para eles. Uma salva de palmas para Heitor, o alfa mais caridoso do século, ui.

Heitor Gonzales ficou em pé, orgulhoso, quase como um galo que estufa o peito para impressionar a fêmea, recebendo o glamuour e a atenção de todos ali.

Exibido e arrogante, Melina pensou. Ainda bem que no seu mundo de ômega, Atlas jamais concordaria com uma baixaria destas. Estava tão satisfeita do seu amigo não seguir as regras ridículas do próprio chefe, Heitor, que, ah, um brinde à ele! E bebeu mais.

— O primeiro alfa bonitão é este, Michael Matthews — a apresentadora anunciou, e o indivíduo entrou no palco, de camisa agarrada e jeans.

Muitas ômegas gritaram, algumas jogando dinheiro para o alto. Melina fez careta, horrorizada de como elas se prestavam à isto, e os lances se iniciaram:

— Mil dólares? Eu ouvi mil e duzentos? Ouvi mil e quinhentos? Três mil? Oh, minha nossa, cinco mil? Dou-lhe uma, dou-lhe duas... — ninguém mais levantou seus remos — vendido por cinco mil dólares. Uau! — A apresentadora anunciou, com fascínio, e deu uma piscada para o alfa, Michael.

Eca.

— O que está achando de tudo isto, Ruth? — Sammy caçou, chamando Melina por um nome de velha. Mas a ômega cerrou seus olhos, quase como se fossem metralhadora que atira em Sammy:

— Eu vim apenas ver de perto como estamos no fim dos tempos — respondeu — neste rítmo, teremos um Apocalipse zumbi entrando por aquela porta em breve.

— Não comece, bisa — Sammy devolveu, mas Melina deu de ombros, fingindo indiferença — Me conte, por que você gosta de fingir que não sente nada pelo Atlas?

Essa Sam, definitivamente, estava entrando em um assunto muito desconfortável de ser tratado, ainda mais na frente do seu ex, Heitor. Melina então apenas suspirou, ignorando a pergunta insolente, e se voltou para o palco, onde mais alfas entravam para serem carne na vitrine.

Pobres alfas bonitões. Deviam ter muitos boletos para pagar.

A guerra das ômegas brigando por eles continuou, elas levantavam seus remos implacáveis, comprando-os.

Até que...

— Nosso próximo alfa vai fazer você babar. E vem aí, aquele que é ótimo de conteúdo e você nem percebe que ele apareceu em seu filme favorito, o dublê de cenas de ação, Atlas Cebola Com Torresmo!

Melina se engasgou, esbugalhando os olhos, os quais quase saltaram para fora do seu crânio, e até mesmo o vinho acabou saindo pelo seu nariz. Nossa, nossa. Ela pensou ter ouvido o nome de seu amigo. O álcool finalmente subira o bastante para fazê-la ver Atlas em todas as coisas. Até os garçons, betas e morenos, daquela mesa ali, pareciam ser quatro Atlas diferentes.

Um homem muito parecido com seu amigo, de fato, desfilou no palco.

Não. Impossível.

— Sammy, eu estou enxergando certo, aquele ali é o Atlas?

— Exatamente, Lewis — a amiga ômega confirmou, sorrindo como quem tinha aprontado, e Heitor bufou, de braços cruzados e feição de girafa bicuda.

"Como assim, meu povo, que gosta de pão com ovo?" Foi a pergunta latente na sua mente. "Atlas era um dos leiloados?"

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