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31. Karaokê, o encontro

Oi, meus upinhossssss!! Quanto tempo, né? Senti saudades de vocês, cês tão bem?

Boa leitura e não se esqueça de votar!

#JKNãoUsaGravata

»»💼««

Jungkook, inquieto, ficou pensando sobre o cinema o tempo todo. Sobre o cinema e, obviamente, sobre a distância entre ele e o Jimin.

Com aquela distância incômoda, não poderia nem perguntar sobre os preconceitos que Jimin confessou ter. Não poderia ser desarmado daquele jeito tão atípico, tão desconfortável e que, mesmo assim, queria experimentar de novo. Não poderia ouvir sobre aquele jeito tão diferente dele de ver o mundo; que confessava admirar, bem em seu âmago, pois não possuía coragem nenhuma de assumir um preconceito ou uma parte ruim dele como Jimin fazia.

Queria sempre ser tão, tão perfeito.

Temia tanto, tanto que qualquer defeito fugidio de sua casca perfeita classificasse-o pela eternidade como um grande lixo, mesmo que tentasse corrigi-los. Como um caminho sem volta, um precipício.

Olhar o fundo sem fim, ser encarado pela escuridão assustadora, prestes a engoli-lo, era amedrontador demais. Não ousava chegar perto. A não ser quando estava com Jimin, que gostava de passear pelas beiradas.

De novo o Jimin.

Não podia pensar demais, definitivamente não.

Jin estava certo. A situação na qual Jungkook se encontrava era a melhor visto o momento. Havia, de fato, muito a ser resolvido. Mas sentia saudades. Tantas. Seria porque desenvolveu uma dependência emocional que não deveria? Por ter ficado logo com Jimin depois de tanto tempo de celibato não intencional? Ou seria algo superficial e normal, como o incômodo de ver algo ser mudado de lugar, como um quadro ou até mesmo um sofá?

Não podia pensar demais, só o tempo diria.

A resposta era sempre a mesma.

Então por que seu cérebro insistia tanto em voltar às mesmas perguntas?

A resposta era sempre a mesma.

Não podia pensar demais, só o tempo diria.

Enclausurado naquele loop da forma que estava, Jungkook lembrou de uma de suas poucas qualidades: saber inventar uma solução para tudo. Como a questão do Jimin ainda não tinha solução, concentrou-se na problemática do cinema não visitado e na dificuldade de comunicação e integração entre os Órgãos da Up, que se tornava cada vez mais nítida — foi apresentada de forma alarmante por Yoonji no acompanhamento. Decidiu unir o útil ao agradável.

Um dia de cinema no auditório da UP2U!

Assim que pensou na ideia, fez a proposta no Slack junto a perguntas sobre sugestão de filme. Abriu uma votação assim que seus amados Upinhos mostraram-se favoráveis à sugestão. Ah, fora de fato uma boa pedida! Passar tempo com pessoas sempre o energizava; ainda mais com aquelas que compunham a maior missão de sua vida: a UP2U.

Xingou-se ao notar sua mente vagueando até chegar ao... Jimin. E em quanto queria sua presença no dia do cinema. Gostava tanto de assistir filmes com ele... Abraçadinho. Ou deitado no colo dele. Ou servindo de apoio para o corpo deitado. Todas as memórias eram cálidas e vinham acompanhadas de um cheiro estranho de tranquilidade. A forma com que Jimin acompanhava os acontecimentos era tão intensa; ele mergulhava de um jeito tão único na narrativa que Jungkook, acostumado a enxergá-los como mero entretenimento, os assistia com novos olhos.

Em um piscar de olhos, encontrou-se mergulhado na reflexão se um dia ele e Jimin poderiam ter um relacionamento normal; se este poderia ser maduro como o de Namjoon e Hyejin. Parecia pouco provável; fora imaturo desde o começo, escondendo de todos, inclusive dele mesmo, o assédio que sofreu.

Não podia pensar demais.

Só o tempo diria.

O filme mais votado foi Rei Leão, e Jungkook estava certo de que o resultado fora manipulado pelos Pulmões; já conseguia até mesmo ouvir o pessoal cantando em coro: "Nats ingonya ba bagithi Baba" no começo. Gargalhou só de pensar. Sim, já estava animado para sábado! Animado não só com a ideia de Jimin poder estar lá, claro, mas por passar tempo com todo mundo. Era um bom sinal, não era?

Jimin, por outro lado, assim que viu a mensagem no Slack, decidiu não ir de jeito nenhum. Temia ser uma tentativa de aproximação por parte do Jungkook, como uma compensação indireta pelo convite ao cinema que não aceitara. Ou será que estava se valorizando demais? Tinha acabado de mostrar ao Jungkook seu lado mais putrefato, o lado que o CEO não poderia perdoar nem se quisesse — porque ele era do tipo que sempre queria. Era bem provável que Jimin estivesse pensando demais, e Jungkook apenas queria passar tempo com o resto da empresa.

Mas ele não esperava que um terceiro elemento atrapalhasse seus planos de passar o sábado inteiro trancado em seu quarto: Hani. De fato, a mulher era muito dedicada à sua missão pessoal de educá-lo, enchendo-o de filmes, podcasts, séries, mensagens e, acima de tudo, presença. Era o tipo de pessoa que apenas aguardava ter abertura o suficiente para se incluir na vida dos outros e carregá-los pelo resto dos tempos.

Então era óbvio que não deixaria Jimin ficar em casa com a opção dele se divertir com ela e com o resto dos Upers. Jimin jurava ser firme o suficiente para contra-argumentar o convite, mas a criadora do apelido de seu alter ego bonzinho tinha uma lábia bem mais experiente.

Quando percebeu, Jimin encontrava-se ali, no auditório da UP2U. Sentado em uma das poltronas roxas enquanto assistia Yoonji e um outro cara das Mãos lutarem com os cabos do projetor a fim de passar o filme. Hani, ao seu lado, abraçava seus ombros, como que para impedir qualquer tentativa de fuga.

Felizmente, estava bem distante de Jungkook. Este estava rodeado por pessoas, como o Solzinho fornecedor de energia e luz que era. Jimin sentiu um alívio pela distância, porque sabia que se estivesse próximo, também iria querer sentir seu calor acolhedor.

Contudo, estava ao lado de outro astro: Hani. E logo a Boca e os Olhos já estavam agrupados ao redor deles, já que os Órgãos e suas líderes eram muito próximos. Byul conversava animadamente com qualquer um em seu raio de visão e debochava da cara de Yoonji, que parecia muito irritada em estar sendo feita de boba por um cabo hdmi.

E como se fossem pedacinhos de ímãs agrupando-se, Yuna — aquela estagiária da Boca — apareceu, sentando-se na fileira da frente. Isso fez com que Beomgyu da Boca se aproximasse também e, então, não demorou para que Yeonjun, dos Pés, visse a reunião de estagiários e quisesse participar também. Jimin cogitou ficar impaciente em estar mais uma vez entre as "crianças", mas parou para pensar melhor e percebeu que todos eram espertos e até mais competentes do que ele próprio. Deveria parar de agir com tamanha soberba.

— Por que logo O Rei Leão ganhou a votação? — Yeonjun resmungou, virado de lado na poltrona para falar com as pessoas distribuídas nas duas fileiras. — Eu sempre choro na parte que o Mufasa cai! Não queria chorar em público...

— Podia ser pior — Yuna tentou argumentar. — Quem tava em segundo lugar era Up, Altas Aventuras... E eu tô de TPM, ia chorar até não aguentar mais.

— É tão triste assim o filme? Pensei que fosse infantil — Jimin perguntou ao observar a cara de Beomgyu que, em silêncio, tentava controlar as lágrimas desde que Yeonjun lembrou-lhe da morte do Mufasa. — Para de largar spoiler, eu nunca assisti Rei Leão!

— Como assim você nunca assistiu O Rei Leão? — Yeonjun repetiu com a voz meio fina, como se tivesse ouvido uma heresia. Jimin afastou o olhar, desconfortável e o outro estagiário notou na hora. — Ainda bem que é a primeira vez! Na primeira vez, o choro é mais forte e aí você pode perpetuar o nome dos estagiários chorões!

— Nossa, mas o Minnie não tem cara de quem chora com filme! — Yuna disse.

Minnie? — A voz de Yeonjun ficava cada vez mais fina de revolta. — Ei, como assim tá todo mundo íntimo menos eu? Exclusão é feio!

— Ah, não... — Yuna corou. — É que a Hani só chama ele assim e...

— Apenas fiz minha parte em disseminar o apelido. — Hani, que estava em outra conversa, interrompeu quando ouviu seu nome ser mencionado. — Vai reclamar com a Yongsun por não estar educando vocês direito, Juninho.

— Juninho? — Yeonjun torceu o nariz.

— Yeonjun. Jun. Juninho. — Hani deu de ombros e virou-se para voltar a conversar com a Seulgi, dando por encerrado aquele assunto.

— Juninho! — Yuna chorava de rir. — Melhor apelido de todos!

— Para com isso ou eu vou... — Yeonjun iniciou a ameaça, mas não conseguiu pensar em nenhum apelido ruim para a Yuna como represália.

— Ei, vocês falam com os outros estagiários? — Beomgyu questionou.

— Eu sei que tem outros dois na Boca... — Yuna respondeu, pensativa. — O Taehyun é do marketing também, mas fica no inbound. E tem o Hueningkai, que é de vendas... Mas a gente não se fala muito fora dos processos dos Órgãos.

— É... Eu e o Minnie só nos falamos mais porque volta e meia ele precisa ver umas questões de orçamento nos Pés — Yeonjun ajuntou.

— O Minnie é super popular, né? Fica andando por aí em todos os Órgãos.

— Que eu me lembre, não tem nenhuma muralha ao redor dos Órgãos que esteja impedindo vocês de entrar... — Jimin retrucou com um tom severo, "de adulto", os outros riram.

— Ah, mas dá vergonha entrar em lugares que a gente não conhece tão bem as pessoas né... Seria legal se pelo menos a gente todos os estagiários...

— A gente teve a mesma discussão da última vez, mas não deu em nada. — Jimin observou. — Você pelo menos pegou a lista dos estagiários junto com o Jin, Juninho?

— Sim, somos dez... — Yeonjun fez um biquinho, sem saber se estava mais chateado pelo sermão ou pelo apelido. — Então, o que a gente faz? Uma festa?

— Festa é muito trabalhoso para organizar — reclamou Yuna enquanto pensava, impressionada, que não sabia que tinham tantos estagiários na UP2U.

— Que tal um karaokê? — Beomgyu perguntou timidamente, mas já super animado.

— Parece uma boa! Juro que vou marcar dessa vez! Por favor, me cobrem. — Yeonjun pediu.

— Cria um grupo pra gente combinar agora! — Yuna reclamou. — Você tem o número deles, né? Aproveita que o filme não começou e não deixa pra depois.

— O.k., o.k... — Yeonjun pegou o celular e começou a criar o grupo, comicamente concentrado na tarefa.

Logo todos receberam uma notificação de "Karaokê só dos brabo 🎤🥰🆙🎉". Yeonjun cometeu o erro de transformar todos em admin e Yuna colocou como capa a foto dele caído na grama do quintal da Joohyun, dormindo abraçado a uma garrafa vazia de vodca barata. O porre que ele levou na primeira Ups, I did it Again tinha uma certa fama.

— Como você tem essa foto? — ele perguntou, revoltado.

— Nós da Boca temos nossos segredos... — ela falou de um jeitinho misterioso e riu.

Jimin, por sua vez, apenas encarou a discussão, divertindo-se. Percebeu mais uma vez que eles não eram tão ruins quanto pensava. Sua cabeça realmente distorcia muita coisa por pura preguiça. Encarou Hani ao seu lado, lembrando as palavras dela. "O preconceito é muito limitado. Te limita a só uma resposta sobre a situação e que tá errada! Mas quando saímos do preconceito, conseguimos enxergar várias outras possibilidades e ter várias interpretações". Era verdade. Ele não enxergava até mesmo coisas banais, como a diversão que dava para tirar ao estar junto com os outros estagiários, por mero preconceito.

Virou-se discretamente para bisbilhotar Jungkook nas poltronas de trás; o primeiro que começou a enxergar além das limitações dos próprios julgamentos. Não era feio, largado, desleixado e sem graça. Era genuíno e dedicado. Abraçava intensamente as coisas na qual reconhecia-se e via valor. Também era gentil e sensível.

Antes, poucas palavras negativas eram capazes de classificar Jungkook. Agora, nem todos os adjetivos do mundo pareciam suficientes para representar sua complexidade encantadora. Jimin meditou sobre a indescritibilidade resultante de abrir as portas. Era assustadora e libertadora na mesma medida. Queria buscá-la, porém entendia por que possuía tanta aversão àquela ideia antes. Era um terreno minado, em que não sabia onde se pisava; inseguro e incontrolável.

Logo foi desperto dos pensamentos ao sentir um alívio tomar seu peito, causado pelo sorriso de Jungkook junto aos outros Upinhos que sentavam perto dele. As bochechas queimaram de vergonha por perceber o quão bobo era admirando-o. Estar apaixonado era mesmo algo estranho... Quis muito saber do que ele falava e participar da conversa; quis sentar ao seu lado e sentir seu cheirinho de melancia durante o filme, o calor que parecia irradiar de sua pele. Mas logo espantou os quereres, muito longe de seu direito.

Após mais um tempo, o filme começou a rodar no grande telão do auditório da Up. O problema, no final, era na entrada de hdmi do notebook que pegaram para utilizar, então Yoonji precisou buscar um novo e transferir para ele o filme que já estava baixado no outro. Jimin riu ao ver o familiar notebook gamer conectado, mostrando no telão o protetor de tela de paisagem e as diversas abas dos códigos dos joguinhos dela ainda abertos.

Todos os estagiários ficaram em júbilo ao repararem que Jimin começou a chorar logo no começo do filme, enquanto todos os outros riam com o coro desafinado dos Pulmões cantando O Ciclo da Vida. Jimin apenas sentiu que... apenas sentiu que aquele clima deveria ter feito parte de sua infância. Que deveria ter uma memória afetiva que não encontrava em lugar algum, mas parecia dar as caras com a música desconhecida.

Teve que parar de chorar a fim de dar um tapão em Yeonjun, que tentava tirar uma foto de sua cara inchada e cheia de lágrimas para ser a nova capa do grupo de estagiários. Feliz ou infelizmente, não conseguiu, pois o tapa na sua nuca fora bem dado.

Apesar do fracasso da missão, os estagiários estavam felizes. Afinal, Jimin provara que todos eram chorões invictos, sem exceções.

-📑-

Uma semana depois — graças aos esforços da Yuna, que continuou insistindo até dar certo —, a tão esperada reunião dos estagiários aconteceu. E todos os dez estavam presentes, para a surpresa e empolgação do grupo. Nem mesmo Jimin, acostumado a passar nos outros Órgãos, conhecia os novos rostos.

Jimin, Yeonjun, Yuna e Beomgyu eram figurinhas repetidas. Mas daquela vez, foram agraciados com a presença de um estagiário dos Pulmões — Soobin, estranhamente quieto para sua diretoria —, três das Mãos — Yeji, Ryujin e Chaeryeong, que nem tinham tanta cara de nerd assim — e aqueles da Boca que Yuna comentara — Taehyun e Hueningkai.

Como não se conheciam bem, Yuna preparou um quebra gelo para o começo do encontro — logo ela, dona da reclamação de que festa dava o maior trabalho, era a mais dedicada em fazer a ocasião ser um sucesso. Acabaram jogando o clássico "duas verdades e uma mentira" enquanto comiam uma porção de batatas fritas. Quem mais parecia chateado com aquilo era Beomgyu, que olhava para a TV e para os microfones do karaokê com cara de cachorro que caiu da mudança, mas não chegou a externar sua insatisfação.

— Já mostrei minha bunda pra mais de 50 pessoas; já desmaiei depois de fumar um baseado e já ganhei uma competição de quem mija mais longe! — Yeonjun clamou, orgulhoso; considerava ser difícil de adivinhar. De fato era, mas saber que duas daquelas afirmações eram verdadeiras conseguia ser ainda mais aterrador para os outros estagiários.

— Eu voto na bunda! — Yuna prontificou-se a responder primeiro, tentando animar o resto da galera.

— Eu voto no baseado. Esse garoto não aguenta nem álcool, duvido que já puxou um. — Foi a opinião de Jimin, que revirou os olhos ao ver Yeonjun mostrando a língua.

No final, as opiniões ficaram divididas entre a superexposição da bunda e a maconha; todos entraram em uma espécie de consenso que a tal competição de quem mija mais longe parecia estranhamente factível. Lamentável.

— A mentira é a da maconha... Nunca experimentei mesmo, mas com certeza que eu me jogaria no chão depois só de placebo — confessou ele.

— Você... já mostrou sua bunda para mais de 50 pessoas? — Yuna parecia decepcionada. Os outros, horrorizados.

— Para de me olhar como se eu fosse um tarado! — Yeonjun defendeu-se, e Jimin lembrou da vez que mostrara a bunda para o Jungkook com amargura. Ou tentara mostrar, ao menos. Tantos arrependimentos... Como um dia pôde achar normal uma atitude daquelas? Era um tarado. — É que quando eu era pequeno, não queria tomar uma vacina de jeito nenhum! Não que eu seja antivax, Deus me livre, mas até hoje ainda tenho um medinho de agulha! Aí minha mãe me enganou e disse que eu ia ficar careca em duas horas se eu não tomasse. Fiquei desesperado porque amava meu cabelinho. Aí, já cheguei no postinho arrancando as calças pra espetarem a agulha na minha bunda porque o tempo tava acabando. E aí... a sala de espera inteira viu...

— A gente pode rir disso? — foi o agora devidamente apresentado como Kai que perguntou, mas todos estavam ansiosos pela resposta, em um misto de dó e vontade de rir.

— Claro, minha imagem já foi massacrada há muito tempo! — Yeonjun riu.

— Meus pêsames pela sua bunda... — Yuna o consolou.

— Ah... No final, a vacina era no braço... — Yeonjun completou, acabando com o pouco de seriedade que sobrara nos estagiários. Longos e longos minutos foram preenchidos por gargalhadas.

Cada um teve sua vez, na ordem em que sentavam nos sofás da sala de karaokê e, quando menos percebeu, Jimin tinha todos os olhares em cima dele, porque era sua vez. Do nada, a graça acabou e ele xingou-se por não ter pensado em nada até o momento.

Mas o que ele poderia falar? Que assediara sexualmente o CEO da empresa em que todos trabalhavam? Que já gozara mais de dez vezes em um dia só? Que possuía mais de vinte sex toys diferentes? Ele não tinha nada apropriado para falar, porque nunca fora apropriado na vida.

— Hm... — ele ponderou, mordendo os lábios, aflito. Era o Minnie que estava ali, mas só tinha experiências do Jimin para contar. — Eu... eu passei mal em todas as festas universitárias que eu fui. Hm... Eu nunca tive uma festa de aniversário e... eu beijei pela primeira vez aos 24 anos.

— Minnie, eu sei que a gente é ruim, mas não precisa pegar leve desse jeito! — Yeonjun riu. — É óbvio que a mentira é o beijo aos 24.

Todos concordaram, como se a resposta fosse cristalina como nascente de rio. Jimin sentiu as bochechas corarem e ficou ainda mais envergonhado ao notar a própria reação. Tinha perdido o controle. Ele deveria ter pensado melhor nas verdades e mentiras e... que vergonha. Pensou em concordar e acabar com aquele desconforto horrível, mas algo fez com que fosse honesto:

— Eu nunca passei mal numa festa universitária, sou bem forte com bebida. Só passei mal na Ups, I did it again mesmo.

O silêncio fez sua aparição em instantes e a atmosfera ficava mais sem graça a cada segundo que passava e entendiam melhor o que as palavras de Jimin significavam. Yeonjun estava completamente desolado em ter suposto, com tanta certeza, que era mentira. Pegara muito mal. Yuna, atenciosa, percebeu na hora a torta de climão e chamou pela Ryujin, a próxima na brincadeira.

Os ânimos acalmaram-se e os estagiários finalmente estrearam — para a felicidade de Beomgyu — o karaokê. Beomgyu e Yeonjun foram os primeiros a cantar e, para a surpresa de todos, Kai começou a puxar uma dancinha. Logo todas as meninas das Mãos começaram a seguir seus passinhos. Jimin observou, curioso, pensando como que elas viviam em um Órgão de introvertidos sendo tão agitadas. Com certeza venciam todas as corridas Naruto com aquele tanto de energia.

Yuna aproximou-se de Jimin, escorregando pelo sofá e atraindo a atenção dele. Mexeu em silêncio nos cabelos azuis que achava tão divertidos por alguns segundos, parecendo entretida.

— Que dia é seu aniversário, Minnie? — ela perguntou baixinho, deixando-o surpreso. A verdade do beijo aos 24 fora tão chocante que ele pensou que, felizmente, ninguém percebera a outra verdade, ainda mais lamentável.

— Não precisa se preocupar com isso.

— Estou perguntando, não me preocupando! — ela resmungou. — Então, qual é o dia?

— É daqui a dois meses... — suspirou, perdendo a luta. — Você vai descobrir uma hora ou outra, os Pulmões pegam a data de nascimento do nosso contrato para dar parabéns a todos os aniversariantes no Slack.

— Mas eu quero dar parabéns para você sabendo eu mesma sua data de aniversário — insistiu de novo. — Poxa, Minnie... Juro que é legal.

— Tá... Deve ser mesmo... — Ele suspirou de volta. — Mas acho que ainda não tô confortável em encarar minha data de nascimento como algo importante.

Como poderia? Que mérito havia em uma data que marcava a inserção na sociedade de um cara nojento, sem ambições e medíocre como ele? Já estava acostumado a passá-la em branco, mas agora sentia que teria que passar lembrando o quão horrível era.

— Tudo bem... — Yuna deu-se por vencida. — Te pergunto próximo ano então. E se não der, o próximo do próximo.

— Até aí, nosso contrato como estagiários já acabou. — Jimin riu.

— E você não acha que todos vamos ser contratados? — ela devolveu, espantada. A conversão do estágio para funcionários era bem alta na UP2U. Quase todos eram efetivados.

— É bem provável — respondeu por fim, mas começou a pensar sobre o assunto. Descobrira que gostava muito do ambiente da UP2U, que começava a prover as respostas e conversas que ele precisava para continuar caminhando na direção que queria. Sabia também que trabalhava bem; nas suas mãos, até o workaholic do Jungkook não conseguia se sobrecarregar tanto mesmo tentando. Mas de qualquer forma... Não parecia certo ser contratado depois de tudo que fez, assim como não era certo ele estar naquele karaokê naquele exato momento. Não, mesmo. Era feliz e descomplicado. E... nada sobre Jimin parecia certo, na verdade.

Yuna sorriu pequeno, meio triste, e apontou para Beomgyu e Yeonjun cantando enérgicos as notas finais da música, competitivos que só eles.

— Quer cantar comigo? — perguntou, e Jimin assentiu, ainda tentando entender por que a garota estava sendo tão gentil com um traste que nem ele. Ainda bem que, daquela vez, a voz machista que reverberava na própria cabeça estava estranhamente quieta. Não sabia como se sentiria ao pensar mal dela. Um lixo, talvez. Sempre era um lixo. Era fácil se sentir assim.

Ela o puxou pela mão e começou a empurrar da frente da tela do karaokê a dupla que começou a xingar, aguardando ansiosamente a pontuação. Para a desgraça de Beomgyu e seu interesse quase estranho em karaokê, o número subiu até oitenta apenas. Era uma nota normal, era um jogo bobo, mas a cara de desolação que ele fez... Poderia até mesmo ser emoldurada. Yeonjun até mesmo temeu receber a culpa da baixa pontuação.

— Alguma música que você goste? — Yuna questionou ao observar o catálogo. Jimin negou.

Raramente ouvia música. Lembrava vagamente de algumas batidas pop de divas que conseguia ouvir na rádio quando o motorista da família o levava ao colégio. Mesmo assim, era a única lembrança, porque depois de adulto, música parecia-lhe emocional demais; algo do qual deveria fugir. Mais uma vez, sentia-se vazio, sem conhecimento nenhum sobre coisas que deveriam ser importantes.

Que tipo de música será que Jungkook ouvia? Será que gostaria delas, que nem tomou gosto pelos filmes que ele indicava? Seu pensamento voou para o CEO de uma forma tão automática que, assim que percebeu, beliscou-se discretamente. Ele não era o tipo de cara que podia sair apaixonando-se por aí; ainda mais por Jungkook.

— Ah, vou escolher alguma que nenhum de nós conhece então... E que pareça difícil — ela disse, buscando o catálogo.

— Mas se vocês não conhecerem, como vão cantar no ritmo certo? — Chaeryong aproximou-se, curiosa.

— A gente pode ouvir uma vez antes no celular mesmo — Yuna sugeriu e todos pareceram de acordo.

— Deixa eu escolher então. — Beomgyu intrometeu-se e começou a descer o catálogo, doido de vontade de achar algo difícil para que ninguém tirasse mais do que aquele oitenta vergonhoso. — Essa aqui.

— Nunca ouvi falar... — Yuna comentou enquanto pegava o celular para ouvir no Spotify. Era Cuz I Love You, da Lizzo. Assim que deu play na música, assustou-se ao ser recebida com um agudo perfeito. — Como você quer que a gente cante isso?

— É só pela diversão, não é? — Beomgyu deu de ombros. Yuna e Jimin começaram a prestar atenção na música a fim de tentar aprender mais ou menos o ritmo. Todos agruparam-se para ouvir junto, espantados com a dificuldade. Era uma mistura de agudos de diva com uma espécie de rap. No final da música, olharam para a cara da Yuna e do Jimin pesarosamente, em dúvida de como eles iriam cantá-la.

— Boa sorte... — Yeonjun desejou quando terminaram de ouvir, espantado com a maldade no coração de Beomgyu, que parecia fofo até então. Nunca esperou que um karaokê fosse arrancar o pior de uma pessoa.

Jimin não sabia inglês direito, mas por algum motivo aquela música o deixara incomodado. Mesmo assim, ela foi colocada para tocar na máquina de karaokê e caiu na risada junto a Yuna logo na primeira linha da letra; aquele agudo sem preparo e sem aviso. Ambos atingiram a nota, mas em ritmos completamente errados.

Embolaram-se na parte que parecia um rap... Ou talvez fosse mesmo um, não saberiam dizer. As palavras eram muitas para a dicção tímida em inglês, mas balbuciavam, tentando acertar alguma das sílabas enquanto o resto dos estagiários ria. Kai, Yeji, Ryujin e Chaereyeong também desafiavam-se ao tentar criar algum tipo de dancinha como forma de apoio.

O refrão chegou. E, como um passe de mágica, Yuna e Jimin finalmente conseguiram acertar o ritmo da música, mais guiado. Os agudos ainda eram desafiadores, mas chegavam neles aos poucos. Concentrados demais na letra desconhecida que passava na tela, nem fizeram teatrinhos um para o outro que nem Yeonjun fizera com Beomgyu mais cedo.

"I thought that I didn't care

I thought I was love-impaired

But baby, baby

I don't know what I'm gonna do

I'm crying cause I love you, oh"

Os outros estagiários bateram palmas para valorizar a única parte que eles conseguiram cantar da música, que seguiu de novo para as palavras rápidas demais. No final, tiraram um sessenta o qual não se achavam merecedores, rindo um do outro e sem ar porque a última parte foi a que conseguiam pronunciar, mas com muitos agudos. Haja capacidade pulmonar!

— Sua voz é linda, Minnie! — Yuna levantou a mão para darem um hi-five após sobreviverem à música. Jimin corou, porque era a primeira vez em sua vida inteira que cantara com tanta dedicação.

— A sua que é... Você teve que me guiar a música inteira, obrigado.

— Bobo, é só um jogo! — Ela riu e ambos foram designados para fazer uma reclamação ao funcionário do karaokê e pegar as bebidas que foram pedidas há tempos, mas nunca chegaram. Aquela era a vez do Kai e da Chaereyeong cantarem e eles escolheram, rápido e animados, I Will Survive.

Jimin e Yuna não demoraram muito para voltar com as bebidas, sendo aplaudidos por quem não cantava. Só um pouco, já que logo todos ocuparam mãos e bocas com elas. Todos menos uma. Jimin levantou o olhar, percebendo que aquela menina das Mãos, Ryujin, o encarava.

— Precisa falar comigo? — perguntou, surpreendendo a garota. Ela o observava daquela forma desde que chegaram no karaokê e passara despercebida até então. Não que quisesse ser percebida. Ela mordeu os lábios nervosamente e olhou para os lados antes de assentir com a cabeça. Jimin estranhou a reação, mas resolveu ajudá-la. — Quer ir lá para fora?

Ela assentiu mais uma vez e os dois saíram da sala. Felizmente, nenhum dos outros notou o nervosismo da Ryujin e a saída parecia mais que Jimin só ia vigiar a porta do banheiro para ela ou qualquer coisa do tipo.

— Você tá bem? — perguntou, meio preocupado ao vê-la tremer. A garota balançou a cabeça positivamente, mas ainda não parecia bem. Jimin suspirou, sem saber o que fazer. Ele era tão ruim com pessoas... — Hm... Posso te ajudar em algo?

— Eu tenho uma pergunta... — ela confessou, baixinho. — Mas ela é horrível... Eu não sei se deveria fazer, muito menos se é meu direito querer a resposta.

Jimin apenas franziu o cenho, ainda mais confuso. Não conseguia imaginar nenhuma pergunta com aquele nível de seriedade a ser feita para ele.

— Pode falar. Se eu não quiser responder, eu não respondo, simples assim. — Ela concordou com a pontuação dele com a cabeça, mas as palavras ainda pareciam entaladas na garganta. Tomou mais longos minutos, respirando fundo.

— É verdade... é verdade que você e o CEO têm um caso?

»»💼««

Saudades de terminar o capítulo com uma bombinha na fuça?? Hehe, eu tava 💜 

E aí? Qual é a cena favorita de vocês? Acho que para mim são as da Yuna com o Jimin. A Yuna é uma gracinhaaaaaaaa 😭 

Como sempre, muito, muito obrigada a todo mundo que lê, comenta, vota e surta comigo na #JKNãoUsaGravata, vocês são muito preciosos pra mim! E pensar que tá com 70k de visualizações já essa história maluca!

Aliás, eu terminei de escrever o primeiro rascunho de Empresário! Tá com 44 capítulos + um epílogo. Não precisa ficar triste de acabar logo! São 14 capítulos ainda por vir! O epílogo está planejado para ser postado dia 28 de maio de 2022. E, por favor, não me peçam para postar com mais frequência ou tudo de uma vez. Ter escrito o primeiro rascunho está muito longe de ter tudo pronto, o.k.? Eu passo muito tempo revisando, principalmente Empresário, para ficar do jeito que eu quero e da qualidade que eu gosto, então eu preciso, sim, desse tempinho e as postagens quinzenais são a frequência de ouro que eu encontrei pra mim. Estou avisando apenas para dar uma noção do quanto tempos pela frente ainda e para compartilhar minha animação 💜  

Ah, e um último aviso! Criei uma newsletter, que basicamente é um e-mail que vocês vão receber quinzenalmente com spoilers/atualizações e coisas referentes às minhas histórias, então é perfeito pra quem não consegue passar a semana acompanhando ou quer saber mais a fundo (porque lá consigo escrever mais do que em redes sociais). Já postei a primeira edição semana passada💜 Se você quiser vê-la e se inscrever, o link tá na minha bio do wattpad!

Beijinhos de luz e até 27/11 às 19:00! Amo vocês!

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