Capítulo 5 - Novamente encurralados (Lara)
Se eu não soubesse a verdade, e as diferenças físicas também denunciassem, Devon e Louis passariam muito bem por irmãos. A sintonia que os dois andavam, o que faziam, era de uma sintonia e precisão assustadora, e até frustrante. Pareciam dois fantasmas, não ouvia um passo sequer ou a sua respiração, e enquanto verificavam rótulos e liam placas, se entreolhavam como se conversassem silenciosamente.
Eu ainda tropeçava em coisas caídas, fazia barulho demais, o zíper da mochila parecia gritar toda vez que encostava nele.
Louis e Devon eram soldados, treinados.
Eu era só uma mulher que tive muitos anos roubados pela vida.
— Isso aqui é embalado a vácuo, tem grandes chances de não estar estragado né?— Pergunte. Louis me encarou por um momento, concordando, enquanto guardava mais alguma coisa silenciosamente na mochila.
Ok, entendi o recado.
Fiz silêncio, continuando a caminhar com os dois. Puxei as mangas da camiseta comprida, suspirando profundamente.
Um barulho alto, mas abafado, ecoou ao longe, seguido de um silêncio quase sobrenatural. Olhei em volta, o coração palpitando alto nos ouvidos, uma desconfiança no olhar quando vasculho os corredores com os olhos. Dei alguns passos, ainda sentindo uma tensão palpável e crescente no ar.
Uma gota de suor escorreu pela minha clavícula, ficando presa nos ossos proeminentes. Levei a mão para limpar o suor.
Um barulho horrendo e alto estourou no mercado. Gritos, grunhidos, e correria invadiram o lugar, a tensão presente no ar explodindo junto com as batidas do meu coração.
Ninguém precisava dizer para saber que os Zeloides conseguiram entrar. E ninguém precisava dizer que isso dava uma merda enorme.
Se passavam apenas meia hora. Precisaríamos nos contentar com isso.
— BARBARA!!! DANIEL!!! FERNANDO!!! EMILY!!!— Louis gritou ensandecida, fazendo um contraste enorme com a postura anterior.— CANTO ESQUERDO SUPERIOR DO MERCADO!
A garota fez sinal para seguirmos com ela, mandando pro espaço a descrição de não fazer barulho. Corremos, corremos como se não houvesse amanhã.
Os corredores passavam voando na minha visão, os produtos caindo quando tropeçava nas prateleiras. Tudo passava rápido demais, meu coração batia forte e alto.
Me atrevi a olhar para as gôndolas mais próximas da saída, e o sangue já pouco presente no meu rosto sumiu. Eram centenas! Parecia que aqueles Zeloides de antes tinham se multiplicado, e agora invadiam o mercado em uma multidão.
Tropecei no ar, caindo de cara no chão com susto. Meus olhos se arregalavam, o medo invadindo cada poro meu, a sensação de ver a morte correndo té você como um tapa na cara. Mas eu já tinha visto a morte vir de encontro a mim muitas vezes, e ainda estava aqui.
Os Zeloides se aproximavam rapidamente, e isso fez com que uma descarga de adrenalina percorresse meus ossos. Me levantei, pulando do chão, um Zeloide que estava perto demais, pedia o chute que dei no estomago, e afastou-se mancando. Assim, tive tempo para correr e alcança Louis e Devon, que pareciam não saber o que fazer pra ajudar.
— Continuem correndo!!!— Berrei, as sobrancelhas franzidas.
Os dois obedeceram, correndo por outro corredor. Derrapei para segui-los, esbarrando em Daniel nessa derrapagem. Senti um novo calor no coração ao ver que eles estavam bem, os 4, estávamos de novo juntos.
Juntos, e no ponto superior esquerdo do mercado. Encurralados.
— Qual é o plano agora?— Barb perguntou, a filha no colo, as duas com expressões iguais de medo.
Louis correu para dentro de uma porta com cortinas de plastico, fazendo sinal para todos seguirmos ela.
— Todo mercado tem uma área de estoque que normalmente fica nos fundos. Aqui tem saída para os fundos, pra rua. Podemos escapar por aqui.— Anunciou, nos conduzindo por dentro de corredores que cheiravam pior do que o pior, de caixas e mais caixas.
Constantemente eu olhava para traz, preocupada e com medo. Muito medo mesmo. Esse sempre foi o sentimento que mais me abalava. Velhos hábitos são difíceis de conter.
Louis parou em frente a um portão de metal que era preciso levantar. A entrada de uma garagem. Encarou, os olhos em pânico.
O barulho dos Zeloides aumentava.
Avistei um pé de cabra, encostado na parede, a ferrugem corroendo o metal. Era o que precisávamos. Peguei o pé de cabra e forcei a base do portão, uma, duas, três vezes. O aço cedeu, abrindo uma fresta grande o suficiente para o maior de nós passar.
Devon foi o primeiro, passou pela fresta com Barb correndo para salvar Emily atrás. Nando apressou as duas para ir, Louis logo atrás. Daniel me olhou, pedindo para que fosse primeiro. Neguei com a cabeça, e o gêmeo passou pela fresta.
Deitei no chão para atravessar também, espremendo as costas pelo aço.
Antes que eu pudesse me ver livre da passagem, uma dor lancinante atingiu minha mão que tinha o pé de cabra. Não precisava olhar para saber que era um Zeloide.
Mesmo com minha mão protestando, girei o pé de cabra na cara do Zeloide, rolando para fora, pro asfalto. O sangue pingou na minha roupa, mas não podia me dar ao luxo de parar.
Seguimos às pressas para o portão que nos separava da rua. Alguns Zeloides já passavam pela fenda, quando conseguimos escalar o portão, Emily tendo uma dificuldade enorme.
Louis e eu contínhamos os Zeloides mais próximos, usando a arma de cima do portão, derrubando aqueles que alcançavam certo ponto. Assim que Emily chegou do outro lado e Barb passava pelo portão, eu e Louis descemos para a rua.
Ainda estávamos sendo perseguidos.
Ainda existiam centenas de Zeloides correndo atrás de nós. Não podemos parar.
O prédio mais próximo tinha um portão relativamente fácil de escalar. E como nossas opções diminuíam a cada segundo, na mesma proporção que a minha dor aumentava, fomos por ali.
O mesmo procedimento foi feito, Emily sempre sendo nossa maior preocupação. Mas dessa vez, quando cai no chão do outro lado, não consegui apoiar apenas em uma mão e a dor me fez gritar. Louis puxou meu ombro para me ajudar a levantar, e continuamos correndo.
O hall de entrada tinha um casal de Zeloides zanzando por ali, mas antes que pudessem nos atacar, Louis os apagou com a faca de caça.
Não paramos, não pararíamos até que eles não pudessem mais nos alcançar. Subimos as pressas dois andares, e esbaforidos, saímos para o corredor dos apartamentos. Um barulho ensurdecedor binha lá de baixo, denunciando insistentemente que os Zeoides não parariam. Testando as portas dos apartamentos, uma estando destrancada.
Não pensamos duas vezes antes de entrar e fechar a porta atrás.
Oiiee milhos pra pipoca!! Como vão? Espero que bem!!!
Vocês já imaginavam que as coisas iam dar muito errado não imaginavam? Não seria eu se os planos não falhassem muito, kkkk. Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!!
Até amanhã, beijinhos milhos pra pipoca!!!
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro