Capítulo 35 - Ladras de aviões - parte II (Louis e Lara)
Eu tinha medo por Lara, mas não podia segurar ela e obrigar qualquer um dos outros a ir no lugar dela. Mas não podia impedir a preocupação por ela. Wanessa me pedir a todo momento para ficar calma, já que tudo o que eu fazia parecia equivocado desde o respirar, que parecia alto demais, até os passos em falso que me faziam tropeçar e fazer barulho toda hora.
Me obriguei a prestar atenção no que estava fazendo, nem que isso significasse passar frio e tirar o largo e quente moletom que sempre usamos. O céu agora começava a ficar alaranjado, e uma camada de dois centímetros de neve marcava o chão. Devon ficou na retaguarda, encarregado de esconder nossas pegadas.
Um pouco de sono começava a me atingir, com quase 24 horas sem dormir. Mesmo assim, mantive os olhos e os ouvidos bem abertos, prestando atenção à volta. Uma revoada de aves passaram por cima de nós, chiando e piando alto, e fazendo com que tomasse um susto.
Antes que todos os pássaros passassem, ouvindo também chiados que não eram dos pássaros, e sim de algo queimando e sendo eletrocutado. Olhamos em volta, os 4 arqueando as sobrancelhas. O barulho de carne queimando com choque nos levou, relutantes, até uma cerca finíssima de aço, de onde um pássaro fumegava, completamente carbonizado.
— Ok...— Wanessa murmurou baixinho, dando um passo pra trás.— Se a gente tinha alguma dúvida se a cerca estaria funcionando acho que não temos mais...
— Mantenham distância, por favor, não quero ninguém igual aquele pássaro ali.— Disse, suspirando.— Estamos ao lado do hangar de aviões ou só achamos a cerca?
— Só achamos a cerca. O hangar ainda fica a uns 500 metros, pra dar certo todo o nosso plano.
Sem dizer mais nada, continuamos a caminhar um pouco, e mesmo que não falássemos, todo mundo sentia a apreensão no ar, o medo escondido nos suspiros mais longos. 500 metros depois, paramos novamente, observando em volta. Eu sabia que Wanessa procurava câmeras presas nas arvores, ou alguma coisa parecida. Esperei seu veredicto pra começar a falar.
— Vamos precisar montar acampamento por aqui mesmo, acho que isso pode demorar bem mais do que a gente imagina.
Concordaram comigo, o silêncio que se apossou da gente sendo bem confortável no momento. Paramos de conversar, e nos encaramos. O que estava sendo esperado era grande demais para nos importarmos com conversa fiada.
LARA
Meu coração batia forte, e eu tentava controlar tudo o que eu sentia, sentada na parte de trás da van branca. Os dois caras que se sentavam na frente não diziam uma palavra nem ao menos pareciam respirar, o que tornava ficar invisível no meio das inúmeras caixas do lado dos dois extremamente complicado.
Demorou uma hora completa para ouvir o som do motor diminuir e desaparecer de vez, e o coração que eu tinha conseguido acalmar disparar completamente de novo. Comecei a suar frio olhando em volta em busca de uma saída sem ser capturada. os dois abriram a parte de trás, começando a levar as caixas para onde quer que fosse.
Uma ideia absurda passou pela minha rente. Ela se tornou bem menos absurda quando as caixas foram desaparecendo, e eu me tornava cada vez mais exposta. Olhei pra trás, no momento que a van ficava sozinha, sentindo o couro do banco nas minhas costas. Suspirei, pedindo aos céus que os dois não voltassem naquele momento. Peguei impulso com as mãos, e com um golpe só, pulei pelo vão para o banco da frente do caminhão, me escondendo o mais rápido que consegui. Minha respiração ofegava muito, e mesmo que eu tentasse, era difícil manter minha respiração silenciosa o suficiente.
Abri a porta da frente da van, devagar e com cuidado, me arrastando silenciosamente até o lado de fora da van. Consegui fechar a porta de uma maneira silenciosa, encarando os espaços entre as vans, pensando no que faria. Devagar, caminhei para sair de onde estava, mas antes que pudesse realmente sair dali, os olhos dos dois adolescentes me encontraram, e engoli em seco, o medo exalando dos meus poros.
Antes que eles pudessem acertar um tiro em mim, acertei uma joelhada e uma cotovelada, golpes suficientes para roubar suas armas e deixar os dois imóveis. Com um golpe que Wanessa tinha me ensinado, apaguei os dois acertando suas nucas, e os dois corpos desmaiados caíram aos meus pés.
Com a respiração novamente irregular, corri em direção á grande construção de pedra do meu lado, me escondendo entre os veículos que tinham por ali.
Como eu entraria aqui? Como driblaria todos os guardas os suficiente pra entrar? Voltei correndo para onde estavam desmaiados e roubei a credencial dos dois. Escolheria depois o que faria com a que eu não usa-se.
Era muita inocência pensar que não me reconheceriam, muita mesmo, mas eu tentaria mesmo assim. Com uma credencial, talvez consiga me encaixar no meio deles.
Rodeei a construção, tentando parecer o mais normal possível, mesmo para as câmeras que não conseguia ver, mas sabia que estavam por ali. Um cheiro horrível me atingiu, fazendo eu torcer o nariz. Era a saída para lixo, com uma porta lateral e pilhas de lixo para serem descartados. Acho que era suficiente pra mim, a oportunidade suficiente.
A porta estava aberta, sem tranca, por conta disso, abri a porta devagar, desembocando em uma salinha com disjuntores. Abri um sorriso surpreso, seria tão simples assim?
Nenhum dos disjuntores abriam, e quando forcei um poco de fumaça escapou por entre as juntas. Não forcei mais por medo de explodir um vapor quente na cara. Encostei o ouvido na outra porta, observando e ouvindo o que estava do outro lado. Muitos passos passavam no corredor batendo ainda mais forte com medo de alguém abrir aquela port. O silêncio que se seguiu segundos depois deu estar quase desistindo, e respirei fundo. Abrindo a porta, e começando a caminhar no corredor estupidamente branco, olhando o chão como se procurasse algo que perdi.
O mais silenciosamente possível, caminhava com os olhos nas postas assim que ficava sozinha, mas era complicado... Me perguntava se eu abrisse qualquer porta, alguém me descobriria e colocaria tudo o que estava fazendo em jogo.
Os corredores todos pareciam desembocar em um patio principal onde mais corredores saíam e levavam à outros lugares. Estava entupido de gente, e não consegui decidir se isso era bom ou ruim.
Me escondi em meio à multidão, caminhando enquanto mudava o fluxo dependendo de onde as pessoas iam.
— Ei, você!!— Meu sangue gelou completamente, um arrepio subindo pela minha coluna até a nuca. Respirei fundo e me virei, para olhar a pessoa que era dona da mão segurando meu ombro.— Deve ser um dos novos transferidos, qual sua área?
— Sempre trabalhei na sala onde controlam a energia.— Respondi, rápido demais, minha língua soltando sem muito controle.— Eu fico nos computadores...
O suor era inevitável, no momento de silêncio que o homem de meia idade me encarou.
— Devem ser pra isso que são todos os computadores que chegaram então, segundo corredor à direita.— Me indicou o lugar e concordei, indo o mais rápido que consegui caminhar sem levantar suspeitas.
Não consigo acreditar que tenha sido tão simples assim... Me preparei para que alguma merda acontecesse, não era possível que vá ser simples assim...
Caminhei a passos largos na direção de onde ele tinha dito, encontrando junto à outras pessoas que entravam e saiam da sala, cheia de disjuntores, vapores e botões espalhados. Estar cheio de gente, relativamente simples de me esconder.
Olhei em volta, procurando alguma coisa que desligasse todas as luzes. Espero do fundo do meu coração que já estejam no lugar certo... Tinham passados duas horas... Passei os olhos por entre os botões e alavancas, procurando o que desligaria no mínimo, o hangar.
Coloquei o olhar em um botão vermelho e um pouco escondido atrás dos disjuntores. Carga geral. Encontrei o que precisava, agora só preciso...
Um alarme enormemente alto explodiu meus ouvidos, ma voz em pânico gritando em um alto falante. Temos um intruso, temos um intruso!!! Trinquei os dentes, correndo o mais rápido possível para o botão. Me joguei nele, apertando, e a luz desligou com um click alto, um silêncio amedrontador caindo por 5 segundos, antes de um verdadeiro pandemônio cair sobre a sala, gritos, palavrões e correria se sobrepondo ao silêncio.
Corri, no meio das pessoas, ouvindo armas serem engatilhadas e passando no meio das pessoas sem nem olhar pra cara de nenhuma. A escuridão me escondia no meio do povo correndo, procurando onde ficaria o hangar...
Derrapei na virada de um corredor, atropelando algumas pessoas nos processo, até que parei com tudo, tropeçando ao lado nos meus próprios pés. Meu corpo congelou, arregalei os olhos, não conseguindo continuar correndo, que é o que eu deveria ter feito. Minha boca secou, e meu sangue ferveu com uma raiva e medo imensurável, fazendo todas as minhas cicatrizes, pulsarem com alguma potência.
Consegui respirar fundo, e com a boca seca, murmurei:
— Lance...
Ele, se virou pra mim, sem que eu conseguisse me defender... E seu sorriso sádico arrepiou até meus últimos pelos.
LOUIS
Sentados e encarando a cerca elétrica, nós ouvimos quando o alarme tocou. Saltamos todos do chão, as unhas roídas de apreensão e medo. Tinha dado errado? Onde estaria Lara? Então, 5 segundos depois, a cerca parou de chiar eletricidade e um silêncio assustador desceu sobre a floresta.
— Ela conseguiu.— Anunciei, animada.— Vamos, rápido!!!
E com um pouco de medo, encostei na cerca. Estava quente, mas não eletrificada. Abri m sorriso, dando impulso pra subir. Não demorou muito pra me seguirem, e em 10 segundos tinha 4 pessoas escalando a cerca alta agilmente. Pulamos para o outro lado da cerca, o passo apertando pra chegar a área de concreto mais a frente. Meu coração palpitava no ouvido, me levando a correr mais rápido, mais focada do que estava antes.
Haviam 5 aviões no hangar, um número que me surpreendeu. Com uma rápida observação dava pra reparar o quão grandes era. Eu e Wanessa parecemo nos entender, encarando um dos aviões como se fosse o nosso. E seria, em muito pouco tempo.
Todos pareceram entender nosso propósito. Encostamos em outro avião mais próximo, nos escondendo, as respirações irregulares, as mentes trabalhando rápido.
Agachados, fomos de um avião ao outro, nos escondendo fora de vista. A gritaria na base era tão alta que pareciam não cogitar ou reparar na nossa existência. Uma circunstância perfeita.
Corremos o último metro que nos separava do avião escolhido, um sorriso de orelha a orelha no rosto. O avião parecia estar vazio, mas eu duvidava um pouco disso, vendo que o NEICOGOZ não seria tão estupido a esse ponto.
Devon se esgueirou por entre as rodas do avião, o corpo pequeno passando facilmente pelos buracos e passagens. Parou em frente a frente, apertando uns botões. A grande porta se abriu devagar, fazendo um barulho estrondoso. Estava na hora. Começamos a correr, entrando rapidamente no vão entre a porta.
— Ei, o que vocês estão...— Uma mulher tentou nos parar, de dentro do aião, mas Wanessa foi mais rápido, deixando a moça inconsciente no chão.
— Vou leva ela pra fora, não precisamos de pessoa do NEICOGOZ nessa viagem.— Wanessa resmungou, e correu, Catarina se direcionando para o lugar do piloto.
— Vamos, temos 5 minutos, protejam o avião!— Nando, gritou, posicionando a arma na porta, enquanto Devon e seguia para observar também...
Minha maior preocupação era só Lara e Eliza. Meu olhar estava preso na entrada da base, os pensamentos presos em Lara. Ela tinha que conseguir, tinha que chegar a tempo...
O avião tremeu quando Catarina finalmente ligou tudo aquilo, o som das turbinas explodindo nos meus ouvidos. O calor se misturou ao receio e ao medo. Devon e Nando atiraram em 3 pessoas que tentavam nos impedir de sair com o avião, os corpos me deixando mais preocupada.
Lara podia ter tido aquele mesmo destino...
— Louis, 5 minutos... Precisamos ir!— Wanessa, que se encontrava no lugar de co-pilota, anunciou. Ela me olhou, preocupação refletida no olhar.— Louis...
— Vão, agora!—Pulei do avião, decidida a fazer o que fosse preciso.— Eu encontro vocês lá, com a Lara, eu juro! Confiem em mim!!!
Sem dar tempo de resposta, corri o mais rápido que minhas pernas conseguiam para dentro da base, e da gritaria imensa dentro dela.
Oieeee meus milhos pra pipoca!!!! Tudo bom, como vocês?!!! Espero que sim!!
Algum milho de São Paulo já virou pipoca com o calor que ta fazendo? Meus amores, hoje tava a minha sala da escola inteira no corredor porque estava calor demais pra ficar dentro da sala de aula (ventilador, onde tava? Lá, girando mais devagar que lesma). Juro que geral tava estudando, porque hoje tinha provão, kkkk (prova final do bimestre, de todas as matérias). Foi um dia tão engraçado que eu to feliz demais, quero deixar vocês felizes com capítulo também!!
Esse capítulo também é dedicado a uma milho pra pipoca que faz niver hj, e eu prometi capítulo pra ela. Já passou da meia noite, mas ainda vale né? Tá dedicado pra você minha linda, @LucyeSmille, coisa linda da Jojo aqui, E FELIZ ANIVERSÁRIO ATRASO, MAS MELHOR ATRASADO DO QUE ADIANTADO, DIZEM QUE DÁ AZAR!!! (tudo em caps lock mesmo, pq hoje eu to espontânea, kkk)
Vocês acham que a Lara vai ficar? (ah loka, vai falar sobre o cap depois de contar metade da vida) Será que ela vai falecer? Acham que eu seria tão má assim? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!! Beijinhos milhos pra pipoca!!!
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