Esse capítulo possui conteúdo adulto. 

    As constelações eram ainda mais incríveis do que eu imaginava. Vivendo boa parte da minha vida em uma vila subterrânea, a imaginação das estrelas era algo lindo, maravilhoso. Vivendo ao relento, sem praticamente nada de poluição luminosa, a noite se estendia além do que eu conseguia compreender e o céu estrelado embalava meus sonhos. Ou a falta dos meus sonhos.

     Nando acompanhava as noites de insônia.

     Eramos dois adultos, ou quase isso. Nossos hormônios e toda a baboseira que contam para adolescentes estavam lá, impossíveis de ser ignorados.

     Sexo em meio a mata e afastados de todos fazia parte disso. Não delatar nossas escapadas também.

     Abraçados em meio a grama alta, Nando deslizava a mão pelo meu corpo, quente e respirando no meu ombro. Seus cabelos se embaraçavam na minha mão, o suor sem pretensão de quando vamos lavar se juntava aos nossos cheiros. Nando apertou minha coxa, ajeitando mais o corpo sobre o meu e voltando a penetrar devagar.

     Com Nando, me permitia desligar os sentidos de soldado, diminuir o estado de alerta constante. Com as unhas, arranhava as costas dele, sentindo nossos corpos se encaixando devagar. Nando desceu uma trilha de beijos devagar, vindo do lóbulo da minha orelha até a base dos meus peitos, deixando a minha pele formigando no calor insuportável.

      Ele trocou nossas posições, me deixando por cima. Senti a grama roçar levemente na minha pele, enquanto o masturbei devagar, encarando-o nos olhos, que brilhavam com dois pontos em cada um deles. Tudo entre nós era devagar, sentido e aproveitado aos poucos, com todo o tempo que tínhamos para aproveitar um com o outro. Um tempo que atualmente estava tão infinito quanto as constelações no céu.

     Cuidadosamente, eu e Nando voltamos para os sacos de dormir na fogueira minguada, meus sentidos voltando a me deixar alerta com tudo. Pássaros cantavam ao longe, e aos poucos, o céu escuro deu lugar a uma coloração arroxeada, expulsando algumas estrelas.

     Assim que os primeiros raios do Sol iluminaram a grande cidade ao longe, comecei a elaborar um plano. Era inevitável o que teríamos que fazer, mas a dificuldade de convencer Daniel era pior. Ele sempre era contra nos arriscarmos, sempre protegia Emily. Mas alimentar a menina era importante, e essa missão era exatamente pra isso.

     Não consegui dormir. Não era algo inusitado, muitos noites passava acordada, sem um pingo de sono enquanto o crepitar da fogueira embalava. Assim que realmente amanheceu, tratei de levantar para começar o planejamento.

     Sem dizer uma palavra, Nando acordou Daniel.

     O gêmeo me olhou, guardando as coisas dentro da mochila antes mesmo de Em acordar. Coloquei o meu saco de dormir dentro da bolsa, enquanto Daniel fechava a cara. Suspirando, ele pegou meu braço e me afastou de uma Emily acordando.

      Me desvencilhei um tanto irritada de Daniel, encostando em uma arvore solitária. Me encarou um pouco mais antes de começar a falar.

     — O que temos então?— Perguntou.

     — Nada.— Respondi, seca.— Nosso estoque de carne acabou ontem, não temos mais água ou qualquer outro tipo de alimento. Mas temos uma cidade por perto, e uma forma de reabastecer o estoque...

     — E uma grande possibilidade de morte e desestabilizar o grupo.— Me cortou.

     — Seu principal objetivo é dar estabilidade pra sua irmã! E isso não vai acontecer se ela morrer de fome!

     — Está quente, podemos caçar, vai ter alguns animais para cozinhar.

     — Uma criança não pode viver disso!— Rebati mais uma vez.— Não sabemos como limpar ou cozinhar direito a caça, todas as vezes que tentamos essa saída, alguém ficou doente, e aturar diarreia alheia não é mais uma opção.

     — Faz quase 7 anos de apocalipse, acha que as cidades ainda tem algum suprimento? NÃO!— Gritou a última palavra, antes que eu pudesse falar alguma coisa.— Elas tem Zeloides, são cobertas de Zeloides, que são muito mais fatais do que alguma doença que possamos contornar!

     Era algo como um veredito. Trinquei os dentes, completamente irritada. Daniel não comandava ou era nosso líder, mas sua proteção com Emily fazia, na maioria das vezes que Barb e Nando ficassem do seu lado. Para evitar desentendimentos, acabava aceitando à contragosto.

      Daniel se afastou, deixado-me encostada na árvore única. Observei ele voltar para perto da fogueira, sendo substituído por Nando, que apenas me olhou profundamente.

     Barb disse alguma coisa para Daniel, segurando a pequena Em no colo. Os dois conversaram por alguns minutos enquanto eu observava.

     Daniel franzia as sobrancelhas muitas vezes, a expressão preocupada refletida nos dois olhares e rostos. Algumas vezes, Daniel levantava o olhar pra mim de canto de olho, parecendo incomodado. Barb repetia alguma coisa com certa urgência.

     Quando Daniel colocou a mão na testa de Emily, passando no pescoço e nas bochechas rosadas da menina, percebi o que estava acontecendo. Era maldoso eu achar irônico Emily estar doente, justamente no dia em que acaba nossa comida?

     O desconforto de Daniel era por ter sido contrariado pelo próprio universo. Era maldoso eu estar rindo internamente disso?

     Com todo o cuidado, o gêmeo deu um abraço amoroso em Emily, murmurando alguma coisa para a menina enquanto passava a mão no cabelo dela. Então se levantou, encarando eu e Nando, que também observava a situação, um pouco confuso.

     Daniel me olhou profundamente, assim que chegou perto da arvore. Engoliu em seco, e junto teve que engolir seu orgulho para enfim me perguntar, a voz quase inaudível.

     — Então... Qual seu plano?

     Só pude abrir um sorrisinho.

     Oieeee meus milhos pra pipoca!!! Tudo bem com vocês? Espero que sim!!

     Não sei se perceberam, mas... EU APRENDI A USAR TRAVESSÃO!!! Pode parecer nada demais, mas eu não sabia, e uma boa alma me ensinou de muito bom grado pelo computador (apertar alt, ou alt g, e digitar 0151, pra quem também não sabia. Mas precisa estar ativado no computador, e graças a Deus no meu estava), e agradeço muito a esse ser!! Agora minhas histórias serão escritas com travessão, e pouco a pouco vou arrumando nas histórias anteriores (aproveito pra já revisar junto de novo, kkkk). Estou muito feliz, porque isso vai ajudar a melhorar a história pra vocês!!!

    Voltando ao capítulo em si, kkkkk. O que acham que vai acontecer com nossa trupe voltando a uma nova missão? Coloquem suas opiniões e teorias nos comentários, e não se esqueçam da estrelinha linda que me ajuda demais!!!

     Até amanhã, beijinhos milhos pra pipoca!!!