Capítulo 8
No dia seguinte, o Ministério da Magia recebia Laurel Ravenclaw com seriedade.
O Ministro da Magia em pessoa aguardava-os, deixando Laurel mais nervosa do que queria estar. Cornelius Fudge não era exatamente a pessoa mais intimidante do mundo mas toda aquela situação estava a começar a incomodá-la. Os dois Aurors ao lado de Fudge não ajudavam, apesar de um deles ser da Ordem da Fénix: Kingsley Shakelbolt pestanejou com força na direção de Dumbledore, que sequer sorriu, não demonstrando qualquer relação entre ambos. A Ordem era um segredo principalmente para o Ministro, que temia Dumbledore mais do que tudo no mundo.
- Cornelius. - cumprimentou o Diretor de Hogwarts, cordial.
- Dumbledore, o que fazes aqui? - questionou Fudge, nervoso.
- Venho acompanhar a minha neta, como é óbvio. Posso saber o motivo de Remus Lupin ter sido barrado à entrada?
- É apenas... Protocolo... Ser revistado... - gaguejou o Ministro, fitando Laurel - Miss Ravenclaw, queira acompanhar-me.
A jovem seguiu o agitado Ministro, com Dumbledore no seu encalço. Lupin ficara para trás mas iria ter com eles mais tarde, depois de ser revisto. O preconceito com lobisomens era tão palpável que Laurel sentia os nervos ainda mais à flor da pele, a magia no seu sangue ronronando ao seu ouvido.
Em silencio, dirigiram-se à Sala do Tribunal, onde o Wizengamot a esperava. Ter todos aqueles feiticeiros a olharem para si era assustador e Laurel engoliu em seco, sentindo a mão de Dumbledore pousar no seu ombro.
- Isto não está certo... - sussurrou o avô, baixinho.
- Bom dia, Laurel Ravenclaw. - saudaram os feiticeiros presentes, em uníssono.
- Queira sentar-se, por favor. - indicou Fudge, ocupando o seu lugar na tribuna.
Laurel sentou-se na única cadeira isolada daquela sala. Dumbledore permaneceu ao seu lado e Lupin chegou logo depois, esbaforido e claramente irritado.
- Remus Lupin, tutor legal e pai adotivo de Laurel Black Ravenclaw. - disse ele, erguendo o queixo - Poderemos finalmente saber porque estamos aqui?
- De acordo com uma fonte próxima, Miss Ravenclaw possui informações relevantes sobre o paradeiro de Sirius Black, tio da visada. - Fudge inclinou-se ligeiramente no seu assento, fitando Laurel com olhos acusadores - Estamos aqui para saber que informações são essas e a não colaboração trará fortes consequências.
- Que fonte próxima seria essa, Cornelius? - questionou Dumbledore, com toda a calma do mundo.
Fudge abriu a boca para responder mas Laurel foi mais rápida, impedindo-o de falar.
- Dolores Umbridge, a espia do Ministério em Hogwarts e a mulher que anda a torturar os seus alunos. Acertei?
- Fale apenas quando nos dirigirmos a si, Miss Ravenclaw...
- Por acaso os senhores sabem o que se passa em Hogwarts? - questionou Laurel, erguendo-se e fitando os membros do Wizengamot um a um - Os senhores sabem o que aquela mulher anda a fazer? - ergueu a mão onde a Cobra dos Puros se encontrava, mostrando as costas da sua mão onde as letras gravadas na sua carne viva eram bastante visíveis - Penso que isto tenha sido banido há algum tempo ou estarei errada?
Remus aproximou-se da filha, segurando na mão dela sem querer acreditar no que via.
- Isto é...
- Não acreditamos no seu falso testemunho, Miss Ravenclaw. - interrompeu Fudge, lívido - A senhora acusa sem provas um membro do Ministério e está a esquivar-se ao real motivo da sua presença: Sirius Black. Tem ou não informações sobre o paradeiro do seu tio, Miss Ravenclaw?
- Não. - respondeu Laurel, sentando-se na sua cadeira - Não tenho qualquer informação sobre o paradeiro de Sirius Black.
Os membros do Wizengamot sussurravam entre si. Fudge parecia a ponto de desmaiar com os nervos, a cara roxa enquanto via Dumbledore debruçar-se para Laurel, depositando-lhe um beijo no topo da cabeça. Enfrentar Laurel significava enfrentar Dumbledore e o Ministro estava claramente a perder.
- Quem é a favor do uso de Veritasserium nesta jovem?! - exclamou Fudge, incapaz de aceitar outra derrota como a que tivera com Harry Potter - A sua posição está comprometida pelo seu parentesco com Black!
- Isso vai contra todas as leis mágicas, Cornelius! Isso é ilegal! - exclamou Dumbledore, indignado - Como ousas intimar uma mera adolescente dessa maneira?!
- Daqui a nada mandam-na para Azkaban por ser sobrinha de Sirius, não?! - exclamou Remus, colocando-se à frente da filha - O senhor está a abusar do seu poder...
- Cale-se, lobisomem. - ordenou Fudge, friamente - Caros colegas, lembrem-se que Sirius Black é um perigoso assassino e está à solta porque alguém o ajudou. Esta jovem à nossa frente é a sua parente mais próxima e como tal o seu caráter é, neste momento, duvidoso. Votos a favor?
Laurel prendeu a respiração, incapaz de acreditar no que lhe estava a acontecer. Queria gritar e exigir que respeitassem os seus direitos enquanto cidadã mas sabia que de nada adiantaria. Cornelius Fudge estava cego e ninguém ousaria desafiar o líder da comunidade bruxa.
Sem qualquer surpresa, todos os membros do Wizengamot ergueram os braços.
Fudge sorriu.
- Tragam o soro da verdade!
**
Ashley Diggory soltou um pulo na cadeira, encarando Hermione Granger com entusiasmo.
- Por Merlim, essa é a melhor ideia que já tiveste! Aquela megera não está a dar nada em Defesa Contra as Artes Negras e Harry é a pessoa perfeita para nos ajudar! É claro que eu estou dentro!
Hermione riu, achando graça à rapariga à sua frente. Ley era um raio de sol num dia chuvoso, o seu entusiasmo por vezes tão infantil e puro que era impossível não sorrir perto dela.
Mesmo nos dias mais negros, Ashley fazia sempre o esforço de recuperar o seu sorriso, algo que aprendera com Cedric Diggory.
- No próximo fim de semana haverá uma reunião para sabermos quem quer alinhar e se estão realmente dispostos a que Harry ensine o que ele sabe. - explicou Hermione, olhando para os lados - Isto tem de ficar entre nós, Ley. Se Umbridge descobre, acho que não vai ficar muito feliz.
Ashley assentiu, vendo o motivo da maioria dos seus sorrisos nos últimos tempos vir na sua direção.
- E Meredith?
Hermione olhou para a Slytherin, suspirando.
- Se confias nela, conta-lhe mas ela não pode contar aos outros Slytherin. Não sei se já reparaste mas todos eles andam de roda da Umbridge para ficarem bem vistos, com certeza iriam contar imediatamente o que andamos a fazer.
A Diggory soltou uma risada.
- Como se Meredith fosse falar com eles.
A Grinffindor despediu-se da Hufflepuff com um aceno, cumprimentando Meredith brevemente antes de se dirigir ao castelo. A Lovelace sentou-se ao lado da amiga junto ao Lago Negro, como tantas vezes faziam.
- Alguma novidade? - perguntou, venda o entusiasmo contido da Diggory.
- Harry vai ensinar Defesa Contra as Artes Negras a quem quiser, como se fosse um clube secreto ou assim.
- Então não somos as únicas a queixar-nos da algodão estragado. - comentou Meredith, revirando os olhos - Imagino que Harry saiba um bocadinho melhor o que está a fazer do que aquela coisa rosa.
- Vais entrar? - questionou Ley.
Meredith pensou um pouco, prensando os lábios.
- Não. Se quero que Blaise me leve até Voldemort, vou ter de fazer de conta que sou um deles e se fosse apanhada com Harry Potter seria imediatamente excluída. - Meredith abanou a cabeça - Não posso arriscar.
- Porque é que a Laurel te pediu para seres uma Devoradora da Morte? - perguntou Ashley, preocupada - É perigoso e vai contra tudo o que acreditas...
- Porque a Guerra vai chegar numa hora ou noutra e Laurel sabe que é vantajoso ter alguém do outro lado. - explicou Meredith, fitando a amiga - Eu sou a melhor hipótese que a Ordem tem de se aproximar de Voldemort. Sou filha de uma das suas mais fiéis seguidoras e nasci em Azkaban. Para qualquer pessoa, o meu habitat natural é as Trevas.
- Mas não é. - afirmou Ashley, pousando a mão na de Meredith - És tudo menos Trevas.
Meredith sorriu fracamente.
- Ainda bem que alguém acredita nisso.
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