Capítulo 20
- EU NÃO QUERO MAIS!!! - berrou Meredith, exasperada.
- Mer, comporta-te! - ralhou Ashley, de olhos arregalados - Só falta um!
- História da Magia, Ley! Não é um exame qualquer, é História da Magia! Sabes o quanto eu odeio História da Magia?!
- Mer!
- Ley!
- Meninas, importam-se?! - questionou Hermione, cada vez mais nervosa - Por favor, estamos todos nervosos que chegue!
Meredith bufou. Os NFs estavam a correr-lhe lindamente mas o nervoso miudinho que passara o dia inteiro a sentir deixavam-na furiosa. Meredith Lovelace gostava de estar no controlo, não estar nervosa por coisa nenhuma.
- Mer, tu estudaste mais do que todas nós. Vais conseguir passar, não te preocupes. - assegurou Laurel, muito serena.
- É fácil dizer quando se tem um cérebro como o teu. - resmungou a Lovelace, fazendo Laurel rir.
Todos os alunos estavam para lá de nervosos. História da Magia era o último NF de todos e a pressão era grande. Dolores Umbridge, a mais recente Diretora de Hogwarts, aproximou-se das três raparigas, ao mesmo tempo que Hermione se afastava para conversar com Ron enquanto esperavam para entrar.
- Meninas... Gostariam de beber um chá no meu gabinete depois do exame? - perguntou, com a sua voz doce.
- Professora... Que prazer vê-la. - mentiu Meredith, descaradamente - Desculpe mas nenhuma de nós gosta de chá. É muito pouco inglês da nossa parte, eu sei...
- Oh eu tenho outras coisas também! Leite, sumo...
- Não queremos, muito obrigada. - respondeu Laurel, com firmeza.
A mulher fitou-a com uma raiva mal disfarçada, escondida atrás de um sorriso doce postiço. Laurel manteve a expressão impassível, pois estava ciente de que Umbridge andava a convidar alunos para o seu gabinete sempre para beber chá, Harry Potter incluído. Segundo o rapaz, assim que fingira bebericar o chá ( nunca na vida ele beberia ou comeria algo dado por Dolores Umbridge, afirmara ele) a professora desatara a questioná-lo sobre o paradeiro de Dumbledore e de Sirius.
Um mais um são dois e Laurel tinha experiência suficiente com Veritesarium para saber quando o Ministério queria sacar informações a alguém.
- Tenham um bom exame. - rosnou Umbridge.
Laurel suspirou, aliviada, apesar de ter a breve sensação de que a megera iria tentar de novo.
- O que foi aquilo? - perguntou Ashley, confusa - Oh, esperem, preciso falar com o professor Snape!
Severus Snape acabara de passar pelo corredor onde se encontravam, as vestes negras e o semblante carrancudo fáceis de distinguir por entre os vários alunos e professores que se encontravam há porta da sala de exame.
Nas mãos dele, um velho e gasto livro encontrava-se firmemente junto ao seu peito.
- Professor! - chamou Ashley, apressada - Que bom que o encontro!
- Miss Diggory. - cumprimentou o mais velho, com uma delicadeza que raramente usava - A menina sente-se bem?
- Muito! Professor, acho que vou ter uma excelente nota no NF de Poções! Obrigada pelas aulas, professor...
- Preparei-a para isso, Miss Diggory, qual é a surpresa?
Ashley soltou uma risada, não se deixando abalar com o mau feitio do professor. No fundo, sabia que Snape ficaria orgulhoso da nota dela mas era demasiado frio para admitir.
- Obrigada professor, de verdade.
Snape prensou os lábios, relaxando ligeiramente os ombros. Não era costume gostar de um aluno que não fosse da sua Casa mas Ashley Hufflepuff revelara-se das raparigas mais esforçadas que tivera o prazer de ensinar.
Algo que não deixava de ter em comum com o irmão.
- Talvez no ano que vem possamos continuar com as aulas extra, devido à sua ambição não escolar? - perguntou, referindo-se ao desejo de Ley de ajudar a Ordem como pocionista.
- Sim, isso seria excelente! - exclamou a aluna, encantada - Muito obrigada, professor! Agora, preciso ir...
Antes que Ashley se afastasse, Snape chamou-a.
- Miss Diggory... Importa-se de me fazer um favor? - questionou, vendo Ashley assentir - Pode entregar este livro a Meredith Lovelace? O professor Dumbledore pediu que lhe entregasse mas, já que as duas são próximas...
Snape estendeu o livro em suas mãos a Ley, que o pegou com relutância. Por magia, o grande tomo encolheu, tornando-se no tamanho ideal para colocar na sua mala.
- Não o abra. - advertiu o professor, com seriedade - Entregue-o exclusivamente a Meredith, fui claro?
Ley assentiu, desconfiada. Snape acenou brevemente e virou-lhe as costas, deixando a Hufflepuff parada no meio do corredor por breves instantes, intrigada.
Quando se aproximou de Meredith e lhe entregou o livro, a Lovelace empalideceu.
- Como... Será que...
- Que livro é este? - perguntou Ley - É o tal que tu...
Meredith assentiu, trocando um olhar com Laurel, que franzira o sobrolho.
O livro que Voldemort pedira a Meredith para roubar.
Laurel prensou os dedos em redor do medalhão, o gesto que fazia sempre que ficava nervosa.
Que jogo estava Dumbledore a fazer desta vez?
**
Algumas horas depois, junto ao Salão Nobre, Hermione Granger corria desenfreadamente em direção a Laurel, que conversava tranquilamente com Luna Lovegood.
- Laurel! - chamou a morena, parando ao seu lado, ofegante - É o Harry!
Laurel empalideceu de imediato, assustada com o pânico da amiga.
- O que aconteceu?
- Harry... Ele... Ele...
- Tens de respirar, Hermione senão não te entendo!
- Harry teve uma visão! Diz que viu Voldemort a torturar o Sirius no Ministério da Magia! Sirius foi raptado!
O coração de Laurel parou de bater por instantes e a rapariga sentiu-se zonza. Algo no seu ser contorceu-se de alegria, aquela ínfima parte de si que não lhe pertencia.
- O quê?! Como?!
- O Harry...
- Onde ele está?!
- Os gémeos... Vão criar uma distração... O gabinete de Umbridge...
- Ele vai tentar falar com Sirius...
- Mas pode ser apanhado! É muito arriscado e se calhar nem é verdade!
A mente de Laurel corria a toda a velocidade, procurando a melhor estratégia. Por fim, fechou os olhos, sabendo o que tinha de fazer.
- Tenta atrasá-lo. - pediu, já preparada para correr - Dá-me quinze minutos!
Hermione abriu a boca, confusa, mas Laurel já não a iria ouvir. A pequena Ravenclaw corria pelos corredores afora, em direção à Floresta Proibida, o local onde conseguiria Aparatar se se afastasse de Hogwarts o suficiente.
Laurel tinha de encontrar Sirius e afastar Harry de Voldemort. A melhor forma era ver o tio pessoalmente e confirmar que ele estava em Grimmauld Place, algo menos arriscado do que a lareira de Dolores Umbridge.
Era um ato desesperado e talvez mal pensado mas Laurel Ravenclaw ainda era uma adolescente e a perspetiva do tio estar realmente em perigo toldava-lhe os pensamentos.
Um corpo alto e magro esbarrou com o dela, atirando-a ao chão, como sempre. Com um resmungo, Laurel pôs-se de pé de imediato, dando com a expressão preocupada de Draco Malfoy.
- O que te aconteceu?!
Laurel pestanejou.
Draco.
Draco era filho de Lucious Malfoy.
- O que sabes sobre o plano de Voldemort?! - questionou-o, puxando-o para o colarinho.
- Não digas esse nome! - exclamou ele, com a voz esganiçada.
- Draco, isto é importante! Diz-me! Eu sei que o teu pai está numa missão para ele, qual é o plano?!
- E-eu... Eu não te posso dizer...
- Draco, por favor... - pediu Laurel, com lágrimas nos olhos - Harry corre perigo e o meu tio... Draco, por favor...
Draco fechou os olhos, com um gemido frustrado. Os olhos safira de Laurel sempre o deixavam desconcertado e era impossível para ele ignorá-la.
- Eu ouvi alguma coisa no Natal... A minha mãe andava a falar com um elfo doméstico... Um qualquer Kreacher... Que supostamente teria contacto com o Potter...
- Narcissa? - sussurrou Laurel, afastando-se dele, desapontada - Narcissa... Ela... Colaborou?
- Laurel...
- Continua. - ordenou a ruiva, friamente.
- Voldemort quer algo que só o Potter pode ir buscar. Kreacher andou a passar informações e... Laurel, eu não sei mais nada...
- Kreacher... Kreacher é o elfo dos Black... - Laurel pensava em voz alta, concentrada - Sirius odiava-o, eu mal estive lá em casa... Acho que ele nem chegou a saber que eu sou uma Black... Claro que ele preferia Narcissa...
Kreacher faria tudo o que Narcissa lhe mandasse.
Se o objetivo era que Harry fosse até ao Departamento de Mistérios...
- Sirius não foi raptado. - concluiu, em choque - É tudo um esquema. Uma armadilha. Harry vai até à lareira para falar com Sirius... Se Kreacher for quem falar com ele...
Laurel empalideceu, o corpo cambaleando para trás.
- Harry... Oh não...
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