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Capítulo 1

Estou atrasada, pensei aflita enquanto saia da recepção do meu prédio e entrava no carro estacionado na rua. Tirei minha necessaire da bolsa, peguei tudo que precisava, segurei o pequeno espelho bem firme em uma das mãos e comecei espalhar o primer, depois a base e apesar dos solavancos do motorista enquanto cruzava o trânsito caótico do Rio de Janeiro até o aeroporto, ainda consegui delinear meus olhos com perfeição e passar um batom para realçar meus lábios, depois de anos de prática consigo me maquiar até durante uma turbulência, já fiz isso e não fiquei parecendo uma palhaça no final. Portanto me maquiar no carro é um luxo, dou os últimos retoques no momento exato em que paramos em um dos portões de embarque no aeroporto internacional do Galeão.

— Obrigada — cumprimentei o motorista do UBER, enquanto descia apressada arrastando minha mala em direção ao portão de embarque.

O saguão estava lotado, véspera de feriado e toda a população da cidade decidiu viajar, quase isso, se eu não estivesse tão atrasada encontraria a tripulação do meu voo em frente ao balcão de informações da companhia em que trabalho, mas estou tão atrasada que preciso correr para conseguir entrar no avião.

Continuo desviando das pessoas e caminhando a passos largos até a sala de embarque, senão fosse o privilégio dos comissários de bordo que não precisam pegar filas ao passar pela inspeção de segurança não teria chegado na porta do avião no exato momento que o piloto anunciava que as portas seriam fechadas.

— Achei que não chegaria a tempo — comentou Juliana ao me ajudar com a minha mala.

— Desculpe, não preguei o olho a noite toda, só consegui dormir pouco antes do relógio despertar e não ouvi nada, acordei uma hora atrás assustada com o meu celular tocando.

— Acho que era eu, liguei inúmeras vezes — explicou com um sorriso simpático nos lábios, morávamos juntas, mas desde que ela começou a namorar um dos pilotos da companhia, perdi minha amiga, uma vez que ela passa quase todas as noites de folga no apartamento dele.

— Desculpe não atender, mas estava tão atrasada que achei melhor correr em vez de atender a ligação.

— Eu entendo e disse para o comandante que você teve um problema feminino assim que chegou no aeroporto e estava no banheiro se trocando — explicou se virando para verificar os armários com as comidas que seriam servidas para os passageiros.

— Ainda bem, não sei o que faria sem a sua ajuda — disse observando minha amiga, que eu conhecia tão bem e sempre me surpreendia com a sua generosidade. Seus cabelos louros estavam amarrados num coque perfeito, seus olhos castanhos tinham a quantidade exata de delineador e sua saia azul alguns centímetros abaixo dos joelhos não demonstrava nenhum vinco ou sinal de que não foi devidamente passada.

— Pare de enrolar e vá fechar os compartimentos de bagagem e verifique se os passageiros estão usando cinto de segurança — pediu no modo chefe.

— Já estou indo — disse me encaminhado para fazer o meu trabalho.

Sou comissária de bordo e trabalho na mesma companhia por três anos, desde que fiz o curso preparatório, compareci a entrevista e graças ao inglês fluente consegui meu primeiro trabalho e já entrei na elite, pois fazia apenas voos internacionais. No começo fiquei na classe econômica, mas alguns meses depois eu já estava na classe executiva e esse é o primeiro voo na primeira classe, devia ter chegado mais cedo para impressionar, porém acabei começando com o pé esquerdo. Todavia terei tempo para consertar durante as onze horas de voo até Roma, na Itália.

Logo depois da decolagem, passei verificando os passageiros e entregando o cardápio com as opções de refeições e oferecendo as bebidas.

— Aceita uma bebida senhor? — perguntei com a cabeça baixa olhando para a caderneta que eu segurava nas mãos.

— Não sou tão velho assim para ser chamado de senhor — respondeu com um sotaque e uma voz rouca que chamou minha atenção no mesmo instante.

Todavia eu não estava preparada para o que encontrei ao olhar o meu último passageiro da primeira classe, com certeza ele não era brasileiro e pelo seu sotaque tinha uma vaga ideia da sua origem. Seus olhos azuis e seu sorriso cativante eram apenas detalhes, o que me impressionou mesmo, foi seu corpo escultural escondido atrás de um terno Armani, seus cabelos pretos cortados na altura certa para entrelaçar meus dedos, ou seu perfume que eu podia sentir daqui como se estivesse aconchegada embaixo do seu pescoço.

— Moça está me ouvindo? — questionou chamando a minha atenção. Porém, eu ainda estava naquela nevoa interessante na qual ele me colocou e parecia não conseguir sair dali sozinha, por mais que tentasse.

— Você está bem? — indagou tocando meu braço e bastou um contato para eu despertar dos meus devaneios.

— Sim, claro. Estou bem — respondi desviando meus olhos dele.

— Certo, vou querer um copo de água se estiver tudo certo com você.

— Clar-o que está, posso trazer o copo com água agora mesmo, senhor.

— Meu nome é Lorenzo.

— O quê? — questionei confusa, franzindo o cenho, uma vez que não lembrava de ter perguntado o seu nome.

— Prefiro ser chamado de Lorenzo — explicou ao perceber minha expressão confusa.

— Tudo bem Lorenzo, vou buscar sua água e já volto.

Ainda bem que ele era meu último passageiro, não sei o que faria se tivesse que continuar atendendo os outros passageiros, estava tão confusa com meu comportamento com o cara bonito que precisava de um tempo sozinha.

— O que aconteceu com você? — perguntou a Juliana ao me observar sentada no banco para a tripulação, com as bochechas coradas.

— Não sei, estou só exagerando, já vi homens bonitos antes e esse é apenas mais um.

— Está falando do deus grego sentado na última poltrona?

— Você o viu? — questionei surpresa.

— Está fazendo a pergunta errada, deveria perguntar quem não viu. Acho que ele tem uma legião de admiradoras desde que entrou nesse avião, ou até desde que chegou ao Brasil.

— Ele não é brasileiro, não é mesmo?

— Claro que não.

— Deixe me adivinhar, italiano, estou certa?

— Na mosca, verifiquei seu passaporte quando entrou.

— Nada disso importa, ele deve ser casado.

— Não vi nenhuma aliança — disse dando de ombros como se não tivesse importância, mas ela sabia que eu estava interessada.

— Tem certeza?

— Claro, ele é solteiro, no máximo uma namorada. Afinal um homem como aquele não fica sozinho muito tempo.

— Se não estivesse perdidamente apaixonada pelo Pedro, eu diria que está interessada no Lorenzo.

— Que Lorenzo?

— O deus grego da última poltrona — falei testando a minha amiga.

— Já sabe até o nome dele, acho que você já está no meio do caminho, além disso você está certa estou apaixonada pelo meu namorado, mas ele está trancado naquela cabine e não posso deixar de olhar um homem bonito, mesmo que ele não seja para o meu bico — disse encerrando a conversa para entregar as primeiras bebidas dos passageiros. Servi os meus copos e arrumei tudo na bandeja e fui fazer o meu trabalho sem esquecer o copo de água, é claro. Teríamos um longo voo pela frente e nesse tempo eu decidiria se vale a pena investir ou devo esquecê-lo.

Não sou atirada e nem costumo abordar os homens bonitos que estão no meu voo, no entanto esse cara é diferente. Estou a meses sem sair com ninguém e com apenas 23 anos isso é uma incógnita. Porém, com um emprego que consome boa parte do meu tempo, um relacionamento não se encaixaria na minha vida nesse momento. Por isso que algumas comissárias, comissários e pilotos costumam se relacionar, afinal passamos mais tempo juntos do que em casa. No entanto essa nunca foi uma opção pra mim, não quero um namorado na minha cola o tempo todo, sou independente e amo tomar minhas próprias decisões sem pensar em pedir a opinião de alguém antes.

Entendo que um namorado não é uma prisão, mas é uma algema no meu pulso e não quero isso. Pelo menos não agora, no entanto esse estranho de voz rouca e sotaque italiano mexeu comigo, não posso negar.

Quando voltei para entregar sua água, ele nem sequer olhou pra mim, estava digitando algo no notebook e permaneceu ali, enquanto eu colocava o copo no suporte ao lado. Não sei porque acreditei que ele se importaria, não era uma mulher deslumbrante, apesar de ter meus atrativos. Talvez meus cabelos ruivos e os olhos verdes, chamassem a atenção de alguns homens que cruzaram meu caminho, mas não esse.

Decidi ignorá-lo assim como fez comigo, na certa deve ser aqueles homens convencidos e irritante que não conseguem ficar uns minutos sem falar de si mesmo. Desculpa esfarrapada, mas foi a única que encontrei para bloquear minha mente estúpida para não pensar no italiano. O voo transcorreu conforme o previsto e nos preparamos para aterrissar no aeroporto internacional de Roma no horário previsto, checamos os cintos, as poltronas e sentamos nos nossos lugares.

— Tudo certo? — indagou a Juliana observando o Lorenzo pelo canto do olho.

— Sim, tudo bem — respondi sem olhar na direção em que ela estava olhando, não queria ver esse cara novamente e se tivesse sorte nunca mais o veria. Podia chamar de despeito, mas não era nada disso, ele apesar de bonito, não tinha nada de simpático, nem um mísero resquício de simpatia existia naquele corpo tão bonito, por isso nada mais natural do que ficar afastada dele, não queria conversar comigo, muito bem, não converse.

Aterrissamos e assim que o comandante liberou eu já estava ajudando a Juliana a organizar o desembarque dos passageiros, abrirmos a porta e ficamos paradas uma ao lado da outra com sorrisos no rosto e cumprimentando os passageiros que saiam.

— Obrigada por voar com conosco e tenha uma ótima estádia em Roma.

Ele permaneceu sentado na sua poltrona, enquanto os outros passageiros se apressavam em sair, não queria observar isso, mas meus olhos traidores eram bem desobedientes.

— Desculpe não dar a atenção que você merecia, tive um problema durante o voo e precisei me ocupar em resolvê-lo, adoraria te encontrar num outro momento, se me permitir? É claro — disse o Lorenzo, parado na minha frente me surpreendendo.

— Não se preocupe com isso, não esperava a sua atenção — menti sem coragem de olhar nos olhos dele e ainda tive que ouvir a risada debochada da Juliana ao meu lado.

— Sei que não, mas eu queria ter conversado mais com você, por isso vou insistir no convite, esse é o meu cartão se conseguir um tempo livre me ligue, vou ficar esperando seu telefonema.

Ele não esperou minha resposta, ainda bem, porque peguei seu cartão e não soube o que fazer, já tinha dado como perdido um possível encontro, tão perdido que nem sabia se queria vê-lo novamente.

— Você vai ligar, não é mesmo? — indagou a Juliana pegando o cartão da minha mão.

— Não sei, ele parece ser complicado demais.

— Ele é perfeito para você, pare de enrolar e ligue pra ele assim que chegar no hotel.

— Você não vai ficar comigo? — indaguei já sabendo a resposta, embora dividisse o quarto de hotel com ela, dessa vez iria ficar sozinha.

— Não, podemos dividir um táxi, mas quando chegar no hotel vou ficar com o Pedro — respondeu abrindo um sorriso que deixava seu rosto pálido totalmente corado.

— Tudo bem, já estou acostumada a ficar sozinha o que serão duas noites em Roma, nada do que eu já não tenha experimentado.

— Você realmente não vai ligar?

— Não, ele me esnobou o voo inteiro, não vou ligar — falei decidida mordendo o lábio inferior enquanto empurrava minha mala para fora do avião.

Minha amiga tinha razão quando disse que não iria ficar comigo no hotel, nos despedimos no saguão assim que chegamos e não voltamos a nos ver nem de passagem no dia seguinte. Encontrei outras pessoas da tripulação, mas apesar de me simpatizar com alguns deles, não aceitei o convite para acompanha-los nos seus passeios pela cidade, nem aceitei o convite para um happy hour no bar do hotel.

Eu caminhei sozinha pelas ruas principais da cidade até encontrar uma livraria, fiquei duas horas por ali, no meio dos livros, mas no final sai de mãos vazias. Conseguia entender um pouco de italiano, mas ler ainda era um desafio. Por isso apesar de amar livros, eu deixei-os para trás.

Na minha última noite em Roma, desci para conversar com meus colegas de trabalho e ficamos algumas horas no bar do hotel, foi divertido, a bebida era boa, mas eu não costumava abusar, duas taças de vinho e um drink exótico foram suficientes para me deixar mais animada e corajosa, foi depois de beber que enfim decidi fazer aquele telefonema.

— Achei que não iria mais ligar — questionou ao atender no segundo toque.

— Como sabe quem eu sou? — rebati surpresa.

— Pelo prefixo do seu telefone, além de ter esperado esse telefonema desde que desci daquele avião.

— Se queria tanto falar comigo, por que não pediu meu telefone?

— Não sabia se você me daria, decidi arriscar e dei o meu.

— Faz sentindo, eu não daria meu telefone a você.

— Estou aliviado de ter previsto que isso iria acontecer e tomei as medidas necessárias para que pudesse vê-la novamente.

— Ainda quer se encontrar comigo?

— Claro que quero.

— Então me encontre em frente ao hotel.

— Já estou aqui na frente

— Como sabe onde eu estou hospedada?

— Tive que usar meus contatos, achei que você não ligaria mais.

— E por isso decidiu me perseguir?

— Não, estou apenas ajudando o destino a providenciar nosso encontro casual — respondeu encerrando a ligação no exato momento em que nos encontrávamos na frente do hotel. 

Boa noite! Enfim estou conseguindo me desapegar dos capítulos, acho que uma taça de vinho teve uma certa influência dessa vez, bom agora damos início as postagens que serão todas as terças, sei que é pouco, mas vamos começar devagar. Assim que tiver mais capítulos escritos vou soltando ao longo da semana! Boa leitura para todos que estão acompanhando, como sempre é um prazer escrever para vocês, deixem seus comentários e ai? O que estão achando da história?


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