- Caríbdis era um monstro marinho protetor de limites territoriais no mar! - Èric falou - Durante sua existência como ninfa, Caríbdis se caracterizava por uma voracidade extrema. Quando Héracles passou perto de Messina, levando os bois de Gerião, ela roubou alguns dos animais e devorou-os. Ao tentar investir contra o herói, que tentava recuperar seu gado, Caríbdis foi fulminada por Zeus com um raio, e lançada às profundezas do mar, onde se transformou em um monstro marinho em forma de torvelinho, que três vezes por dia engolia das águas do mar e três vezes por dia tornava a cuspi-las.

A essa altura ninguém estava surpreso mais. Trocaram olhares entre si e se apavoraram quando a correnteza puxou o bote.

Era um redemoinho e quanto mais se aproximavam mais forte ficava.

"- Remem!'' - a voz na cabeça de Éric falava.

- Vamos remar! - todos obedeceram e pegaram os remos.

- O que vamos fazer?

"- Fujam! Assim que ela engolir os navios!" - A voz disse de novo.

- Vamos fugir! - ele gritou.

Ninguém questionou. Dito e feito os primeiros navios foram engolidos por Caríbdis! Eles usaram o tempo de distração dela o suficiente para se afastar com o bote. Eles remaram muito, e o pior era tentar afastar dos dentes enormes que pareciam rochas pontudas em alto mar...

- A correnteza fica fraca quando ela engole! - Jack percebeu - Joga o bote pra direita! Não parem de remar quando eu contar até três.

Ele ficou observando, o Valencia era o próximo, estava sendo arrastado pela forte correnteza do redemoinho até um buraco negro no centro que não parecia ter fim. Quando ela ia engolindo os navios, a correnteza abrandava por alguns segundos e ela voltava a engolir de novo. Jack observou com cautela até o o Valencia ser totalmente submerso e assim que a correnteza brandou ele gritou.

- 3! Agora! Remem!

- Mas Jack você nem contou! - Kennan reclamou.

- Isso não importa! Continuem remando! - Éric pediu.

A correnteza brandou e eles remaram, com dificuldade chocando o bote contra as rochas pontudas ou melhor, contra os dentes de Caríbdis.

- Vamos morrer! - gritavam.

De fato eles conseguiram se afastar do redemoinho e seguiram em frente ainda remando e desesperados.

"- Siga em frente!" - a voz dizia a Éric "- Acredite em mim, querido, não fique com medo!"

Continuaram a remar e se afastar de Caríbdis, mas tiveram mais dificuldades quando ela voltava a engolir mais navios e as ondas do mar.

Eles nem perceberam quando um monstro marinho virou o bote deles. Foi tão rápido que quando sentiram já haviam sidos lançados no mar. E o bote virou. E o monstro passou tão depressa que parecia estar fugindo de Cila e Caríbdis.

Agora eles não remavam e sim nadavam contra a correnteza, tentando chegar ao bote.

- Lessie? - Jack gritava.

Ela custava a chegar no bote. E mesmo com ele virado eles se agarraram nele. Nas cordas em volta dele, e nos remos presos aos arredores.

E na água eles sentiam melhor a correnteza, e era ao contrário da do redemoinho agora que tinham se livrado dele.

Lessie quase não conseguiu alcança-los e Jack pulou novamente e a ajudou a chegar no bote. Não tinha como virar ele de volta.

"- Sigam em frente!"

Éric ouviu.

E quando todos estavam em segurança parcial aos arredores do bote virado tentando não ser levado por segundo sentiram alívio. Mas era um alivio passageiro que acabou exatamente quando Tyler arregalou os olhos.

- Meus amigos! Vamos morrer!

A correnteza agora era outra e puxava para lado ao contrário de Caríbdis. Tentaram nadar puxando o bote pra desviar, mas era impossível mover em alto mar um bote daquela espessura. Eles se entreolharam.

- Temos que fazer alguma coisa! - Jack gritou, cansado de se segurar.

- Já estamos mortos! - Tyler concluiu - Adoro vocês, adeus!

- Deixa de ser bobo Tyler! Vamos dar um jeito! - Jack falou ofegante, se soltou do bote e tentou nadar contra a correnteza.

Ela puxava exatamente para o nada. Era um precipício! Uma queda d'água sem fim. Parecia ser ali o fim do mundo, contado nas histórias das Grandes Navegações, onde sustentava a teoria da terra ser quadrada. E era imenso.

- Nadem! Vamos fugir!

Kenan se soltou e acompanhou Jack. Logo Hanna fez o mesmo e Tyler pensou que poderia haver um jeito e se soltou também. Lessie estava cansada demais, e não sabia nadar muito bem.

"- Não podem fugir! " - a voz se rebelou.

- Mas é um abismo sem fim!

" - Pulem!" - a voz gritou.

Éric observou incrédulo e se apavorou. Iam morrer devido a queda. Mas mesmo que tentassem nadar contra, não conseguiam.

- Parem de resistir! - ele emfim gritou.

E se deixou levar pelas águas...

Foi o primeiro a cair do penhasco.

Logo em seguida o bote e os que ainda se agarravam a ele.

E depois os que tentaram resistir...

Era um abismo que parecia não ter fim.

Eles estavam caindo...

Caindo...

Caindo...

Caindo...

Caindo...

E quando pensavam chegar ao fim caiam de novo...

E de novo...

E de novo...

Sem parar...

A queda foi tão forte que eles perderam a consciência. E única coisa que sentiam era a água em seus corpos...

Ninguém sabe dizer quanto tempo eles ficaram caindo. Nem quanto tempo estavam ali.

-

Lessie acordou com o sol em seu rosto. Uma claridade tão forte que incomodava seu olhos adormecidos. Ela passou a língua em seus lábios para umedecer pois estavam secos e o sal do mar deixava uma leve ardência. Ela se assustou quando suas mãos tocou a areia sob seu corpo deitado, e levantou na hora.

Sua cabeça doía e seus pulmões queimavam expulsando a água de dentro.

Quando acostumou os olhos a claridade ela ficou sem saber onde estava, e como foi parar ali.

Ao redor era como se estivesse em uma praia. Tinha pássaros voando ao redor, e palmeiras espalhadas junto a uma vegetação vasta e ao fundo o que poderia ser uma pequena floresta.

Lessie quase não acreditou.

- Uma praia? - Ela pensou, passando a mão pelos cabelos sem acreditar que estava viva.

Andou de um lado para o outro sem saber o que faria, mas estava feliz.

E ficou mais ainda quando escutou um grito e ao longe podia ver a silhueta perfeita de alguém.

- Meus amigos! - ela se lembrou. E correu em direção a eles.

Tyler a abraçou.

- Pensei que a gente ia morrer! - ela disse em meio as lágrimas.

Ambos soltaram do abraço pois estavam feridos, muitos arranhões e hematomas por todo o corpo.

- O que aconteceu com seu rosto Tyler! - ele estava sangrando.

- Acho que na queda devo ter batido em alguma coisa, Éric também está ferido.

Ela olhou para ele sentado em uma pedra. Estava com a mão apoiada na costela pouco abaixo do braço. Lessie o abraçou com cuidado para não agravar mais.

- Estou bem! - ele disse - Alias, vou ficar!

- Onde a gente está? Como sobrevivemos? - Lessie perguntou.

- Não sei! Acho que demos sorte! - Éric respondeu.

- Sorte mesmo, podemos voltar pra casa! Só temos que arrumar o bote! - Tyler apontou para o bote salva-vidas virado de cabeça para baixo quase engolido de areia.

Lessie tentou limpar a areia de seu cabelo que estava duro e cheio de folhagem incluso. Tyler ajudou Éric fazendo um amontoado de pano da sua própria camisa e deu para que Éric segurasse sob o machucado.

- Parece sangue pisado! Você deve ter batido em algo e ficou assim. Acho bom você fazer um furo e deixar o sangue escorrer!

- Deixa que eu furo! - Lessie pediu, pegou um graveto e limpou a areia.

- Você está doida? Não vou deixar encostar isso ai em mim!

- Lessie você bateu com a cabeça! - Tyler pegou uma pequena pedra pontiaguda - Isso aqui fura!

- Saem daqui vocês dois, ninguém vai furar nada em mim! - Éric levantou e saiu andando em direção ao bote.

- Ei! Espera, não vamos fazer nada! - Tyler dava gargalhadas.

E eles acompanharam Éric.

- A quanto tempo vocês estão aqui? - Lessie perguntou quebrando o silencio!

- Não sei dizer! - Tyler respondeu rodando o bote meio enterrado.

- E onde a gente está?

- Também não sei!

- Você sabe Éric? - ela se dirigiu a ele.

- Não sei! Nem faço a mínima ideia! - Éric pensou, e sentiu falta da explicação da voz em sua cabeça.

- Temos que arrumar um jeito de voltar pra casa! Cadê o resto do pessoal? Hanna, Jack? E aquele garoto Kennan?

- Não sabemos! Somos só nós! - Tyler disse observando o local.

A brisa mansa corria a tal praia o sol era escaldante. Eles estavam exaustos e machucados devido a queda mas não morreram.

- Vamos dar uma volta! - Lessie sugeriu.

- E se ficarmos perdidos? Temos que ficar perto do bote! - Tyler lembrou.

- É só não sair da beira! Voltamos se não encontrar nada!

- E se roubarem nosso bote? - Tyler arregalou os olhos.

- Quem Tyler? Quem roubaria? - Lessie disse com deboche.

- Os nativos desta ilha!

Lessie iria cair na gargalhada se não fosse pelo mau estar que estava sentindo.

- Tyler não seja tolo! - ela disse e seguiu explorando a ilha.

Eles caminharam uns minutos calados.

A ilha era exatamente igual em todos os pontos. Ele andaram mais devagar quando perderam o bote salva-vidas de vista. Tyler parou um pouco.

- Estão escutando isso?

- Escutando o quê? - Éric peguntou.

- Parece gritos!

- Não, não escutei.

- A Tyler eu te pedi pra não ser tolo!

- Lessie eu estou falando sério! Pode ter gente aqui! E vai ser pior se forem canibais!

- Tyler já chega! Não deve ter ninguém aqui!

- Lessie! Shiiuu! - Éric pediu - Parece gritos de socorro!

- Eu disse! Estão comendo pessoas!

- Tyler! Pode não ser nada!

- O mais engraçado é que estou enjoado como se ainda estivesse a bordo de um navio! E olha que estamos em terra firme!

- Também estou me sentindo assim! Considera o fato que passamos muito tempo naquele maldito navio! - Lessie cruzou os braços.

- Sim! Pode ser isso!

- Tem gente gritando! - Éric correu.

Tyler e Lessie se entreolharam, e o seguiram.

A poucos metros de distancia, dentro da pequena mata de palmeiras e coqueiros Kennan gritava de dor e Hanna gritava por socorro.

- O que aconteceu! - Éric foi o primeiro a chegar e se ajoelhou perto de Kennan que estava ensanguentado.

Ele não conseguia responder e só lamentava tamanha dor.

Hanna chorava e se aliviou quando viu seus amigos. Jack tentava estancar o sangramento de Kennan mas a ferida era muito aberta.

- Ainda bem que chegaram! - Jack gritou - Tyler me ajuda aqui!

Tyler correu e tentou ajudar a segurar o pedaço da pele de Kennan que estava solta e não parava de sangrar.

- A gente achou ele assim! Talvez na queda d'água esse tronco de árvore atravessou ele! Não sabemos! - Hanna chorou - Ele está morrendo!

'' - Ele vai morrer!" - a voz voltou a falar com Éric.

- Isso não é de árvore! É um pedaço de um remo! - Éric disse se afastando com mão onde também estava machucado.

Kennan agonizava e vomitava sangue.

Por mais que tentasse alguma coisa, nada ia adiantar! Eram um grupo de jovens baderneiros que mal sabiam onde estavam, quanto mais socorrer alguém.

Nem Éric sabia o que fazer, e a essa altura todos já estavam sujos de sangue em uma praia deserta e o sol escaldante.

- Que droga! O que vamos fazer? - Jack perguntava.

- Vamos tenta tira isso dele! - Lessie pensou.

- De jeito nenhum! - Tyler interveio - Posso não saber nada, mas sei que se esse remo sair daqui ele morre antes de terminar o serviço!

- O que sugere então?

- Não sei! - Tyler limpou seu rosto com uma mão e ainda tentava estancar o sangramento com a outra.

- Não dá pra fazer nada com uma pessoa nesse estado! - Éric disse.

Eles se calaram. Ninguém sabia o que fazer.

Principalmente quando ele parou de vomitar o sangue e espumou a boca dando uma breve convulsão.

Kennan faleceu expulsando sangue pelos olhos.

Eles logo se afastaram e todo mundo entrou em desespero.

'' - Vocês tem que sair daí, antes do anoitecer!" - a voz sussurrou para Éric.

- O quê? Por que? - ele respondeu baixinho se afastando um pouco dos demais.

Jack abraçava Lessie, e Tyler abraçava Hanna. Ambas chorando e sendo consoladas por eles que também choravam e eram consolados! Um desespero coletivo mas nenhum maior do que o de Lessie.

Ela estava destruída por dentro vendo o mal que fizera a seus amigos. Seu coração estava em pedaços trabalhando junto com a cabeça pra tentar arrumar um jeito de voltar pra casa. Mesmo que fosse presa e iria mofar na cadeia, mesmo que voltasse e teria que engolir o fato de que seu pai tem uma amante, mesmo que teria que estudar para provas ou ser obrigada a ir no tão detestável almoço de família de domingo e ter que ouvir sua tia repetir a incansáveis histórias de sua vida desinteressante.

" - Fujam! "

- Mas foram vocês que nos trouxeram pra cá! Vocês nos salvaram da queda d'água, e nos trouxeram pra essa ilha! Onde estamos?

" - Fujam! Ele vai comer vocês ao pôr do sol! O mar estará calmo! Fujam enquanto podem!"

- Como assim? Querida me diz o que está acontecendo! Está difícil demais chegar até você!

Éric sentiu seu machucado na costela doer. Ele caiu de joelhos no chão de areia e chorou amargamente, mas não pela dor de sua carne e sim pela dor de sua alma.

''- Fujam!"

- Eu estou cansado!

" - Querido, você descansou no navio! Agora é a hora de me encontrar!"

- Onde você está? Me diz por favor!

" - Elas irão te trazer até mim! Mas fuja primeiro! A ilha está com fome!"

- Como assim?

"- Fuja! A ilha vai comer você!"

Éric limpou suas lágrimas e levantou do chão.

- Temos muito o que fazer! Ainda não voltamos! - ele disse.

Os quatro se entrolharam.

Éric foi em direção ao mar e se abaixou na praia se limpando do sangue e toda sujeira de seu corpo.

- Vamos arranjar algo pra comer! - Jack gritou para que ele pudesse ouvir.

- Não podemos ficar aqui! Temos que ir embora!

- Você está doido Éric? Estamos em terra firme! Seria suicidio voltar pra esse mar!

- Vamos morre se ficarmos aqui!

Lessie se afastou de Jack e correu na direção de Éric enfurecida. Jack percebeu sua fúria e correu para segura-la, assim como os outros também fizeram.

Éric levantou e esperou que Lessie o atacasse mas Jack a impediu.

- Mentiroso! - ela gritou com Éric - Me solta Jack!

- Então fique quieta! Para Lessie!

- Não! Ele é um mentiroso!

- Solta ela Jack! Deixa que ela venha até mim!

- Você é um idiota! Esta brincando com a gente! Diz onde a gente esta! Por que você sabe exatamente onde a gente está! Ele é o único de nós que não está perdido!

- Para com isso Lessie! - Jack a segurou mais forte.

- Eu estou perdido tanto quanto vocês!

- É mentira! Você disse que não tinha ideia de onde a gente estava e agora conversa sozinho e de repente diz que vamos morrer? Onde a gente está? Não voltamos pra casa ainda por que o relógio de Jack ainda não funciona!

Jack nem tinha se lembrado disso, e reparou no relógio em seu pulso.

- Eu só sei que essa ilha vai comer a gente!

- O que? - quase todos disseram juntos se aproximando escutando a conversa.

- O que você quer dizer com isso? - Lessie perguntou.

- Eu não sei de nada, só sei que ela vai comer a gente se não saímos antes do pôr do sol! Isso não é uma ilha, isso é um Lyngbakr ou em outras culturas chamado de Hafgufa ou Aspidochelone! E eu não quero virar comida de peixe!

- Não estou entendendo nada! Já não passamos pelo mar de monstros?

- Ainda estamos no mar de monstros mas sobrevivemos boa parte dele graças as ... - Éric preferiu não dizer - Esquece! Não voltamos pra casa ainda!

- Diz onde a gente está ! Lessie gritou.

- Eu não sei! Mas sei que eu vou embora ao pôr do sol! Se quiserem me acompanhar eu ajudo vocês a voltar pra casa, mas fiquem aqui se quiserem morrer.

Éric disse isso e virou as costas.

- Que droga! Quando esse pesadelo acaba?

- Não sei Lessie! Vamos arranjar algo pra comer!

Jack foi em direção a praia aproveitando a praia para limpar o sangue em seu corpo.

Tyler e Hanna o acompanhou.

Mais tarde eles exploraram a ilha, mas não tinha nada pra comer. Nem frutas, nem animais pequenos ou qualquer outro ser vivo. Eles deitaram sob a sombra das árvores e dormiram um pouco para apartar a fome. Era uma ilha pequena e tinha bastante palmeiras e coqueiros mas nem um cocô e areia, muita areia.

Hanna não conseguiu dormi, estava se sentindo enjoada, reclamando que sentia como se nem tivesse saído do navio.

Ela estava acordada quando viu um navio distante ancora na ilha.

Ela os cutucou para que se escondessem.

- E se eles forem legais?

- Ah Tyler, tiramos as conclusões de tripulantes legais na nossa última embarcação! Não podemos confiar!

- E o que vamos fazer então?

- Vamos ficar observando!

Foi o que fizeram. O navio ficou ancorado próximo a ilha, logo mais tarde um bote desceu do navio e tripulantes foram em direção ao praia, tentando explorar o local. Eles olharam ao redor e depois fizeram sinal dizendo que estava tudo bem e que os outros podiam vir.

Eles continuaram observando de longe tentando não serem vistos.

Os tripulantes iam chegando pouco a pouco nos botes e iam se expandindo com cautela pois também não sabiam se podiam confiar na ilha.

Logo todos eles ouviram um barulho e do meio da ilha próximo a praia surgiu um jato imenso d'água. Hanna, Lessie, Jack e Tyler ficaram sem reação ao verem Éric passar correndo sem nem se quer olhar para trás, e ir em direção onde estava o bote deles.

Todos ficaram sem entender diante do jato d'água semelhante ao jato comum entre as baleias, saindo do meio da ilha, e os tripulantes ficaram parados onde estavam e pararam de explorar voltando todos correndo e se reunindo na praia.

- O que será que está acontecendo? - Jack perguntou.

Eles levantaram e seguiram Éric até o bote. Podiam escutar alguns dos tripulantes do navio ao lado gritarem.

- Monstro! Recuem!

Éric estava eufórico tentado desenterrar o bote deles da areia e arrumar os remos de volta no lugar.

- Éric? Por favor nos diz o que está acontecendo! - Lessie agora pediu gentilmente.

Ele a olhou nos olhos e respirou fundo.

- Conto se me ajudarem a arma o bote! Temos que sair daqui agora! Já estamos perto do pôr do sol!

- Tudo bem ajudamos! Mas por quê não podemos ficar aqui?

Lessie fez sinal para os outros ajudarem.

- É um Lyngbakr! Um monstro ilha! Ele vai comer a gente!

- E o que é isso? Como você sabe de tudo isso? O que está escondendo de nós?

- Lessie, eu não estou escondendo nada de vocês! A verdade está na cara mas vocês se recusam a ver! Só voltam pra casa se ela quiser!

- Ela quem? - Jack intrometeu. E Éric percebeu que todos estavam prestando atenção na conversa. Eles estavam quase conseguindo retirar o bote com esforço e pararam pra ouvir a conversa.

- No momento estamos a bordo de um Lyngbakr! É o nome de um enorme monstro marinho semelhante a uma baleia, Lyngbarkr isca gente do mar se passando por uma ilha coberta de urze e, quando uma tripulação pousa nas costas dele, ele afunda no mar, afogando e comendo a tripulação. Viemos para aqui por quê alguém nos salvou mas já está na hora de ir embora!

O bote estava pronto e de repente eles não conseguiram ficar em pé devido á um terremoto na ilha. Eles ficaram caídos no chão até passar tentando se levantar, e os outros tripulantes também tentavam. Quando o terremoto parou eles correram o máximo que puderam de volta para o navio. E Éric já estava aprontando o bote pra partida.

" - Fujam!"

Ele escutou em sua mente, ele subiu no bote e percebeu que a água da praia parecia estar aproximando, como se a maré estivesse subindo rápido demais ou se a ilha estivesse afundando..

" - A ilha vai comer vocês! Fujam agora! Estamos por perto!"

- Vocês não irão comigo? - ele perguntou.

Eles se entreolharam por um bom tempo.

- Ah vamos embora gente! Aqui nem tem comida mesmo! - disse Tyler subindo no bote.

A maré subiu tão depressa que já se aproximava deles.

Jack foi o ultimo a subir e quando estava prestes a ir desceu novamente e enterrou os pés na areia.

- Para de bobagens Jack! Vamos embora!

- Bobagens? Vamos embora pra onde?

- Não sei, mas vamos sair daqui!

- Éric diga com quem você conversa sozinho? Diga como sabe tanta coisa! Eu não confio em você! E se isso for só problema da ilha? Podemos nos abrigar nas árvores e logo pegar peixes para nos alimentar e depois nos situamos e arrumamos um jeito de voltar pra casa! Por que temos que ir com você?

A maré estava subindo depressa demais, as ondas alcançaram os pés de Jack enterrados na areia.

- Jack não precisa confiar em mim! Mas se ficar aqui vai morrer! Eu te explico e te digo tudo que queira saber! Só sobe nesse bote e vamos dar o fora daqui!

Os tripulantes do navio conseguiram todos escapar e levantar âncora para dar partida. A maré subiu mais que o inesperado quando o navio zarpou. Num segundo a ilha afundou lentamente fazendo com que o bote boiasse e Jack tivesse que nadar. Lessie se desesperou e tentou ajudar mas a correnteza era forte.

- Vamos Jack! Nade! Nade até a gente!

Jack tentou e não ia alcançar o bote a tempo. Ele não sentia mais a areia sob seus pés e tentou nadar para se refugiar na ilha. Porém se arrependeu de não ter acreditado em Éric, no momento que a ilha foi desaparecendo na água diante seus olhos.

Os gritos de Hanna, Tyler e Lessie já estava longe demais para que pudesse responder!

- Traz ele de volta Sarah! - Éric pediu - Precisamos dele!

Mas a voz não respondeu.

- Por favor, se você pode ajudar, ajuda! - ele suspirou - Me ajude!

Lessie o observou em meio ao seu desespero clamando por Jack. E tentou entender o que se passava com Éric.

A ilha desapareceu. o navio zarpou e Jack já estava perdendo o folego. Ele se desesperou quando sentiu áos seus pés algo passar, e pareceia a copa de árvore.

" Como pode? " Ele pensou. E então ainda antes de afogar ele viu a metros de distancia algo estremecer o navio. Algo tentava derruba-lo e assim fez até conseguir virar o navio vizinho, os tripulantes caíram na água e mais uma vez se foi possível ver o jato de água emergir.

" - Ajudarei!" Éric escutou quando estava prestes a pular no mar pra salvar Jack. E Então recuou e segurou Lessie que iria fazer o mesmo.

Jack afundou arrastado pelo correnteza, assim como os tripulantes do navio. Ele então viu tamanha criatura imensa. uma baleia gigante com uma ilha nas costas, e até outros peixes enormes ao seu redor...

Mas era tão grande que era difícil ver por completo onde começava o corpo do monstro e onde terminava. Só viu a cabeça abrindo a boca como se fosse engolir todo o mar, e devorando ferozmente os tripulantes navio sem sorte em ter atracado em uma falsa ilha. Viu a ilha impossivelmente nas costas da baleia gigante como se as árvores fosse de enfeite. E antes de perder a consiencia viu uma mulher de cabelos longos nadar em sua direção.

Se Jack não estivesse tonto por causa da falta de ar, podia jurar que a mulher sorria, e estranhou que um peixe a acompanha pois podia ver a calda perfeitamente. Ele apagou e não viu mais nada além do escuro e sentia as mãos macias da moça puxando ele para longe dali.