Capítulo 1 - Tente não ficar bêbado
Olá! Se você pulou o PRÓLOGO volte lá agora pra não se perder na história!
Se você já está aqui prepare-se e tome muito cuidado agora que já está a bordo do navio! Boa viagem marujo!
Se me permitirem um conselho a música em que esse capitulo agora irá se referir é real e verdadeira, é de uma banda que gosto muito, muito mesmo.. "MATANZA - Estamos todos bêbados " se vocês conseguirem achar a versão bem original para ouvir, seria melhor para entender e entrar no clima do capitulo, deixarei o video pra vcs escutarem no meio do capítulo, e as imagens é por que o livro é ilustrado... continuem a leitura.. beijosss
...
- Só espero que possamos voltar pra casa o mais rápido possível! Assim que esse navio embarcar eu vou atrás de uma tia minha, ela vai livra nossa barra!
Lessie tentava acalmar Tyler.
- Ata, claro! Eu confio plenamente em você Lessie Stewart... - ele respondeu sendo sarcástico.
- Não faz isso Tyler, vai ficar tudo bem eu prometo! Juro que honrarei a vida de vocês!
Eles se entreolharam, pensando se poderiam confiar nas palavras da amiga.
- Era pra gente esta dormindo, por que de manhã ia ter uma baita festa de aniversário pra você! E nem te demos os parabéns! - Hanna concluiu.
- Eu sei, eu sei, e nem precisa, a gente comemora quando sair daqui!
Lessie andou em direção a uma pessoa que estava passando. Era um bêbado, levava a garrafa debaixo do braço e cantarolava.
- Oi, por favor, poderia dizer o destino deste navio?
- " Somos amigos em terra, somos amigos no mar, juntos fomos à guerra, juntos estamos no bar! Nós estamos todos bêbados, Bêbados de cair, e todos..."
- Moço pode por favor nos responder pra onde estamos indo? - ela segurou em seu braço.
Ele se assustou, e se afastou, pegou a garrafa e deu um belo gole, e continuou a cantar.
- " Bêbados de cair, E todos que não estiverem bêbado, Deem o fora daqui! " e seguiu em outra direção andando. Lessie foi atrás.
- Ei, Você sabe canta e não fala por quê o gato comeu a sua língua?
- Lessie! - os três disseram ao mesmo tempo.
- Já estamos em um lugar errado, na hora errada e você ainda quer arrumar confusão? - Jack lhe deu um tapa de leve na cabeça.
- A ele está bêbado, mas tem a obrigação de saber para onde está indo!
- Não seja tola Lessie, nós não estamos bêbados e não temos a minima ideia de onde estamos e muito menos para onde vamos! - ela ia retrucar mas pensou melhor e viu que era verdade! Á uns poucos metros de distancia a mesma mulher que os ajudou a embarcar passou por eles fazendo sinal para que eles a seguissem - Mas aquela mulher sabe! - ele apontou - Vamos!
Eles a seguiram, a moça era rápida e ligeira passando pelos tripulantes do navio quase sem ser notada, diferente dos garotos que a seguiam atropelando todos e com pressa demais para não a perder de vista.
O navio estava cheio, todos os tripulantes pareciam bêbados e cantavam a mesma musica repetidamente, todos com uma garrafa de bebida na mão, haviam homens e mulheres aparentemente de todas as idades, mas não haviam crianças. A mulher andou até chegar a uma porta com dois tripulantes com roupas que lembravam a de um soldado. Ela cochichou alguma coisa no ouvido de um deles e ele abriu a porta.
- Entrem! - Ela disse.
Eles entraram. A sala era parecida com um típico gabinete de um comandante de navio, porém tudo ali parecia ser do século passado, não só as pessoas, mas o navio inteiro. A mulher que entrou primeiro falava no pé do ouvido de um homem que estava de costas. Não deu pra entender muito.
- O garoto possui! - foi apenas o que eles ouviram.
A mulher se afastou enquanto ele assentia com a cabeça, concordando com alguma coisa. E a claridade da sala era maior, pois só então naquele momento eles puderam ver de verdade como eles eram.
Eles desejaram mil vezes não terem embarcado.
A mulher que parecia uma mulher normal, agora vista de perto e sob a luz do luar que adentrava as janelas, era uma mulher completamente desfigurada, como se seu DNA fosse misturado com a de um peixe bem feio... Seus cabelos eram longos e avermelhados parecia uma velha, seus lábios eram tão brancos como sua pele que puxava pra um tom de roxo como se estivesse doente, seus olhos era impossível de saber que cor eram pois parecia um buraco negro, e sua pele se escamava e estava soltando pedaços...
Eles se assustaram, no cais do porto eles juravam que ela parecia normal, mas ela era completamente diferente de como a tinham visto.
Ela os olhou e percebeu a expressão de espanto.
- Olha mas que falta de educação minha, Sejam Bem Vindos ao SS VALENCIA !
Ela disse, mas ninguém pareceu se animar.
- Ora não se preocupem, aqui todos somos assim, irão se acostumar logo! - ela se virou para o homem, que ainda estava de costas - Este é o Capitão do navio! Ele me pediu para ver vocês..
Ele se virou, seu cabelo negro preso em uma trança longa e um chapéu de capitão de navio estilo pirata, sua blusa vermelha e calça preta, faziam um belo conjunto com seu par de botas cano alto e pontuda. Ele também tinha os olhos como o da mulher, um buraco negro sem fim, mas ao contrário dela que era deformada, ele era elegante e bonito, alto, e se não fosse pela pela escamada e soltando pedaços poderia se dizer que era um galã...
- Que vento os trazem aqui? - ele perguntou, abaixando a aba do chapéu cobrindo o rosto.
Mas eles estavam tão atordoados que nem puderam responder. Lessie foi a mais corajosa.
- Estávamos correndo Senhor! Vimos o navio prestes a embarcar e entramos ela nos ajudou... - apontou para a moça.
- Lidiana! é o nome dela! Ela me disse vocês estavam apavorados e quase implorando para subir a bordo! Correndo de quê vocês estavam?
- Ah, é que... - Lessie pensou em uma desculpa - Nós é... Precisávamos de carona até a cidade mais próxima! É que é meu aniversário e a gente precisa comprar algumas coisinhas para a festa e voltar a tempo do almoço, sabe como é né, não queremos problemas e nem incomodar, já estamos de saída, não é gente?
Ela olhou pra eles com os olhos esbugalhados para que eles confirmassem, mas eles nem deram ideia, estavam apavorados de mais pra dizer algo. Lessie cutucou Tyler com o cotovelo.
- Não é Tyler! - ela disse entre os dentes.
- O que? - ele olhou pra ela e entendeu - Ah é mesmo, claro que sim, é tudo verdade o que ela diz! Acredite nela Senhor! Senhor... Qual é mesmo seu nome?
- Capitão Walker! Joseph Walker! À sua disposição a bordo do Valencia... - fez uma pequena reverencia.
- Capitão Walker, então é tudinho verdade! Já vamos embora, vamos gente?
Eles começaram a se despedir, o capitão deu gargalhadas, e moça Lidiana, também não conseguiu conter o riso.
- Não se preocupem, vocês não são os primeiros a embarcar sem nem mesmo saberem o que é esse navio! Mas vocês são diferentes, entre vocês tem uma coisa que eu quero muito, e se me derem eu prometo que vocês quatro terão toda a mordomia e a melhor hospitalidade que esse o Valencia pode oferecer!
Eles se entreolharam, só queriam ir embora.
- Senhor? Quer dizer, Capitão Walker, a gente não quer incomodar, só queremos cair fora, quer dizer, não cair fora, é que seu navio me parece bem agradável, desculpa, é ir pra terra firme! podemos descer no primeiro porto e acabou o problema! - Tyler tentou ser convincente.
- Sinto muito garoto! Porém o próximo porto só passaremos por ele ao amanhecer, então terá de passar a noite aqui! E como eu disse se me derem o que quero, poderão conhecer o melhor lado do navio, dança, musica, comida e bebida, e deixarei vocês desembarcarem no próximo porto, mas se não terão de ser enjaulados e acorrentados até acharmos uma ilha e soltar vocês lá!
Ao ouvir enjaulados e acorrentados ele estremeceram da cabeça aos pés, o capitão não parecia estar brincando, mas que tipo de navio continha prisão com correntes? eles não queriam pagar pra ver...
- O que é que você quer de nós?
- Eu quero do garoto! - ele apontou para Jack - O relógio no seu pulso! Eu o quero.
Jack olhou para o relógio, era o relógio de seu avô, era uma lembrança.
- Você não quer outra coisa? Como o casaco doido do Tyler por exemplo ou a buchinha de cabelo da Hanna, ou a pulseira inutil de plástico da Lessie?
o capitão continuou a olhar ele sério.
- Acho que vocês não entenderam! Lidiana, traga as correntes.
-Sim, senhor.
Lidiana se virou para ir, eles se desesperaram.
- Não por favor, tem outra coisa que você queira, nos deixe ir, a buchinha de cabelo da Hanna é incrível, ela prende o cabelo! E você pode prender o seu!
- Já chega! Ande logo Lidiana!
Ela voltou trazendo dois tripulantes feios igual ou pior que ela e com correntes na mão, eles se desesperaram mais ainda.
- Vai Jack dá logo seu relógio pra ele! - Lessie pediu.
- É do meu avô Lessie !
- Quando a gente voltar eu te compro um igual!
- Você sabe que não é assim que funciona!
- Gente estamos ficando sem tempo! - Hanna alertou, pois os dois brutamontes aproximavam.
- Vai Jack por favor!
- Tá bom! Tá bom! - ele tirou o relógio do pulso - Mas fique sabendo que a buchinha de cabelo da Hanna era uma opção bem melhor pra você!
Ele o entregou. Os brutamontes se afastaram, e Lidiana sorriu.
- Ótima escolha! - ela caminhou em direção a porta aproveitem o que tem de melhor a bordo do Valencia!
Eles foram depressa em direção a porta e assim que sairam a mesma foi fechada.
Do lado de fora do navio todos os tripulantes estavam em festa! E agora que repararam todos as pessoas ali a bordo do Valencia eram de aparência estranha. Eles pareciam que ficaram de molho tempo de mais na água até criar escamas ou algo parecido, era como se estivessem em uma festa a fantasia, ou um navio fantasma...
- Amanha de manha esse pesadelo acaba. - Lessie tentou confortá-los.
Jack saiu andando e esbarrou em um dos bêbados que levava uma garrafa na mão.
- Você não precisa mais disso! - ele disse ao bêbado e pegou a garrafa da mão dele dando um belo gole do rum. Ele nem sequer olhou pra trás e sumiu na multidão.
- Jack, eu... - Lessie tentou ir atrás.
- Deixa ele, você sabe que foi difícil pra ele. - Hanna a impediu.
Realmente foi difícil, Jack sentia muita falta do avô, e seu simples relógio era uma das poucas lembranças que ele tinha dele.
Tyler também pegou a garrafa de uma mulher que passava, e depois de dar um belo de um gole ele disse:
- Bom, já que estamos na chuva, vamos molhar então!
Hanna e Lessie se entreolharam, e concordaram, já estavam lá mesmo e só iriam sair de manhã e teriam muitos problemas para resolver, e para ficar naquela parte do navio sem as correntes tiveram de sacrificar o relógio de seu melhor amigo e além do mais ainda era o aniversário de Lessie.
Então eles festejaram juntos com os tripulantes do navio. E era mesmo tudo em festa.
A noite escura e o mar sereno, nem se ouvia o barulho das ondas por que a música era em alto e bom tom, e todos cantavam, e dançavam e bebiam e comiam...
Nós estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui!
Lançava-se ao mar,
o comandante Nobrum
Passava o dia no barco pescando
mas nunca nos trouxe um atum
Tanta sabedoria e prática além do comum
Dizem que se atribuía
a várias garrafas de rum
Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar
Nós estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui
Todos dançavam de um lado para outro balançavam o navio. Os instrumentistas tocavam sem errar um acorde se quer...
O açougueiro sem dedo
que trabalhava no cais
Passava o dia fazendo piada
da falta que o dedo lhe faz
Dizia com riso amarelo: "Ouça bem meu rapaz,
Ao trabalhar com o cutelo nunca beba demais"
Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar
Nós
Estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui
E a essa altura até mesmo eles estavam bêbados, bêbados de cair...
Marquade alimentava as caldeiras do velho vapor
A despeito do vento, sufocava o calor
O teto de ferro fundido, sol direto na chapa
Tudo já resolvido com duas garrafas de grapa.
Somos amigos em terra
Somos amigos no mar
Juntos fomos à guerra
Juntos estamos no bar
Nós
Estamos todos bêbados
Bêbados de cair
E todos que não estiverem bêbados
Dêem o fora daqui
As risadas e a musica preenchiam o silencio do mar, eram como se na imensidão daquele oceano só existissem eles, e mais nada. A festa estava boa, uma verdadeira festa pirata! Hanna, Lessie e Tyler, estavam rindo e brincando e até esqueceram onde estavam, e só curtiam... Jack porém tentou se afastar da bagunça e tomar seu rum quieto e afastado...
E a musica se repetia, e se repetia, por toda a noite escura, até perto do amanhecer...
Todos animados, cantando e bebendo sem parar...
Quando pararam de cantar, surgiram os primeiros raios de sol!
Jack já não estava nem parando em pé, mas quando avistou no horizonte os primeiros raios, e um brilho imenso quase cegou seus olhos, de repente não se sentia bêbado mais. Ele estranhou o fato de ter bebido tanto a noite e está completamente bem no outro dia sem nenhuma ressaca ou dor de cabeça. Ele observava os outros tripulantes e eles estavam tão bêbados que mal mal paravam em pé.
Ao andar pelo barco ele começou a desconfiar de tudo e de todos, onde realmente estavam e quem eram aquelas pessoas?
Andando pelo convés ele viu dois dos tripulantes que mais pareciam soldados vigiando uma das portas, e discutiam para trocar de turno. Ele se aproximou lentamente e se escondeu para não ser visto, e enquanto eles discutiam Jack passou sem ser percebido e encostou na parede perto da janela. Ele espiou por entre o vidro que estava entreaberto. Um rosto que não era familiar e estava todo sujo e com os olhos arregalados lhe pediu socorro. Jack se assustou e saiu correndo pelo convés para encontrar seus amigos.
Quando os encontrou dormindo em um canto do navio, Jack os acordou num sobressalto.
- O que que é Jack? Deixa a gente dormi! - Hanna gritou.
- Levanta gente, temos que ir embora daqui!
- Já chegamos?
- Não Hanna mas nós temos que ir!
- Jack por que esse desespero! Daqui a pouco eles vão parar em algum porto, ai a gente desce! - Tyler falou se virando para dormi de novo.
Nesse momento o capitão do navio se aproximou deles, ele vinha andando com o chapéu baixo escondendo metade do rosto, Lidiana ao seu lado, e uns quatro ou cinco brutamonte acompanhando, Jack gelou da cabeça aos pés, Hanna parou de questionar na hora, Tyler cutucava Lessie pra acordar.
- Prendam-os! - o Capitão Walker ordenou, Lidiana não conseguia conter a cara de decepçao.
Os brutamontes aproximaram e com muita grosseiria os acorrentou a força. Eles gritavam e tentavam fugir, mas eles eram realmente muito brutos e ignorantes, os arrastaram e quando Lessie tentou fugir eles a puxaram pelo cabelo, Tyler tentou impedir e tomou um soco que quase quebrou seu maxilar, eles deixaram o braço de Hanna roxo de tanto que a puxaram com as correntes.
O Capitão parou na frente de Jack que era acorrentado por um dos brutamontes, ele jogou o relógio dele no chão a sua frente.
- Pode pegar seu relógio inutiu! Ele não funciona! - ele gritou - Leva eles e poe junto com os outros! Esses também vão pra ilha!
Jack abaixou para pegar o relógio e também foi arrastado com força bruta.
Eles os levaram para a sala que Jack tinha visto antes. Quando as portas se abriram deram de cara com um verdadeiro cativero. Era uma especie de masmorra ou prisão bem precária. Tinha muitas pessoas machucadas e acorrentadas com os olhos arregalados e implorando socorro...
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