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Sombras da Fé - Parte III


O menino cego de Belemzinho cresceu e perambulava por todos os cantos com sua bengala, sendo conhecido por todos. Tornou-se um jovem alto e firme. Sua mãe, Vinciana, era respeitada, exercendo sua função de enfermeira com dedicação. As pessoas apoiavam a mulher solitária, que não se depilava, não bebia álcool, não cortava o cabelo e não frequentava festas.

Emmanuel seguia, com respeito, os rituais religiosos de sua mãe. Não se entediava, pois a voz começou a lhe surgir mesmo acordado. Muitas vezes, andava nas ruas sem sua bengala, conduzido pela voz e impressionando a todos.

"Em breve, você deverá partir. Está se aproximando o dia em que estará pronto." Previu a voz antes do dia mais memorável que Belemzinho teve.

Esse dia chegou durante um culto na igreja pentecostal Luz de Todos, onde a maioria dos cidadãos estava presente.

O pastor, após os aleluias, fechou o semblante.

"Estou vendo comida estragada, velas e galinhas mortas. Cheiro de luxúria. Pecadores e praticantes de magia negra passaram por aqui. Vamos orar."

Todos ficaram de pé. As rachaduras, a umidade e a tinta descascando nas paredes pareciam prenunciar o caos. O cheiro de suor e perfumes vencidos misturava-se com o forte odor de queimado que vinha das plantações de cana.

"O diabo está aqui, mas ele não vencerá."

O fervor das orações aumentou. Emmanuel lembrava como aquilo sempre o amedrontara. Era nítida em sua memória a força que segurava com medo a saia jeans da mãe, o sacolejar de sua cabeça e o som forte das orações. Esfregou as mãos no rosto tentando esquecer. O pastor continuou a fala.

"A magia negra foi realizada para uma mulher. Ela tem muitos pecados, mas busca redenção. Vamos salvá-la."

O pastor caminhava e, ocasionalmente, orava sobre algum fiel.

"Falem! Repitam comigo: revela-te!"

Todos seguiram a ordem e gritaram: "REVELA-TE!"

De repente, Emmanuel sentiu as pessoas abrirem espaço. Ouviu gemidos femininos e um corpo debatendo-se no chão. O pastor aproximou-se.

"Eu não vou permitir que Satanás faça palhaçada. O poder de Jesus é forte. Gritem: queima ele!"

Em meio aos gritos para exorcizar o espírito da mulher, Emmanuel ouviu a fofoca de duas mulheres ao seu lado. "Dona Joana finalmente se purificará." "Deus irá curar a falta de moral dessa pecadora." O jovem quis chorar ao ouvir os sons do corpo de Dona Joana se debatendo, lembrando-se de como ele e sua mãe foram acolhidos por ela.

A voz surgiu rouca ao pé do ouvido de Emmanuel.

"Não tema."

As pessoas gritavam, oravam, exaltavam-se, mas o silêncio imperava para Emmanuel. A voz continuou.

"Emmanuel, eles estão perdidos. Sua missão será árdua."

Ajudantes começaram a passar vendendo frascos de água, os quais os fiéis compravam convictos que expulsariam demônios de suas vidas. Dona Joana teve sua convulsão intensificada, e sua cabeça batia forte no chão a cada movimento do corpo.

Vinciana pediu dinheiro ao filho para ajudar no exorcismo. Emmanuel, ao retornar do transe ao ouvir o pedido, caiu de joelhos no chão. As pessoas se voltaram para ele, que parecia estar sufocando. O cego gritou.

"Afastem-se!" A voz era amplificada, o que causou respeito à solicitação.

Emmanuel engatinhou seguindo os sons do corpo de Joana. Chegou até a mulher, segurou sua cabeça ensanguentada e virou seu rosto de lado, permitindo que o vômito que começara a sair se despejasse no chão. Acariciou os cabelos dela enquanto os fiéis jogavam a água abençoada.

"Continuem esse teatro se não possuírem pecados." Falou a voz amplificada.

Todos cessaram. O corpo de Joana acalmou-se. Emmanuel levou-a nos braços até um sofá. Ficou imóvel por alguns instantes, suspirando forte. Pegou um ferro de travar portas ao lado do sofá e, furioso, quebrou bancos, o altar, as caixas com dízimo e vários frascos com água que preenchiam um armário. Todos ficaram estupefatos, pois o cego não errava um golpe. Cessando o vandalismo, ele direcionou os olhos sem vida para o pastor. A voz rouca surgiu de seu íntimo.

"Falsos profetas estão por toda parte. A iniquidade se multiplica, e o amor congela. Haverá muita aflição para esses e suas ovelhas. É preciso conhecer para ter fé. É preciso refletir. Bando de cegos. A verdadeira luz se entende com a escuridão."

Emmanuel carregou Joana nos braços e parou ao lado da mãe.

"Mãe, nos encontramos no final da minha jornada."

Vinciana começou a chorar. Emmanuel voltou-se para a multidão.

"Saiam do templo, pois deste só restará ruínas."

O cego partiu com a prostituta no colo. Seguiram por anos na jornada prevista e orientada pela voz. O templo desabou.


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