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Quatorze

EDUARDO

Estou aproveitando o domingo para trabalhar um pouco no meu jogo. Preciso pensar nas características físicas para os desenhos finais dos personagens principais.

Minha vó me ligou mais cedo perguntando se eu ia pra igreja com ela, talvez porque soubesse que Maria estaria lá. Mas nunca fui do tipo de pessoa que vai pra igreja por interesse, só vou quando sinto vontade de ir acompanhando minha vó ou por algo que nem sei explicar. Vovó sempre diz que vai chegar o dia em que vou me sentir incompleto se não for cultuar, eu apenas rio, pois sei que esse dia não chegou pra mim.

Só que, ficar o dia inteiro na frente do computador também não deu certo, pois não evolui quase nada. Acho que trabalhar com Maria tem me estimulado, mas também me viciado a trabalhar em companhia, pois quando estou sozinho já não é mais a mesma coisa.

Olho para o relógio e vejo que já passa das 21h. Suspiro e me pego pensando na loirinha que tanto tem me ajudado por esses dias. A essa hora o culto já deve ter acabado ou está acabando, não consigo entender o motivo, mas algo dentro de mim está me impulsionando a ligar para ela. Rio comigo mesmo disso, nunca fui de ligar pra ela assim, muito menos numa noite de domingo...

De relance, olho para o meu celular e, como uma pegadinha, vejo-o acender ao receber uma chamada. Pego o aparelho e vejo que se trata da minha vó, atendo imediatamente.

— Vó? Tá tudo bem?

— Dudu, querido. Aconteceu alguma coisa na casa da Maria, não sei o que é, mas talvez ela possa precisar de um amigo — levanto-me no mesmo instante.

— Como assim, vó? O que aconteceu?

— Não sei, querido, mas ela saiu da igreja como um furação depois de receber uma ligação e só dizia que precisava ir pra casa, então pedi pro irmão Elton levá-la, e quando ele voltou, disse que tinha uma ambulância lá. Você pode ir vê-la? — Minha vó falou tudo num fôlego só, mas me encontro estático.

Será que aconteceu algo com o pai dela? Maria nunca aprofundou o assunto, mas sei que tem algo de muito grave acontecendo com seu Gérson.

Sem pensar muito, começo a recolher minhas coisas, pego inclusive a chave do carro que quase nunca uso, pois foi Henrique quem comprou, porém, no momento, a grande preocupação é sobre Maria precisar e eu estar a postos.

— Vó, estou indo pra casa dela.

— Vai sim, querido. E me avise de qualquer coisa, tá bom?

— Pode deixar — encerro a chamada e saio do quarto. — Mãe?

— Oi, filho. — Ela responde da sala, Felipe e ela estão vendo alguma coisa na TV. — Está tudo bem? Não estou gostando dessa cara.

— Mãe, vou dar uma saída, acho que Maria está precisando de ajuda.

— Maria? — Minha mãe levanta e Felipe tira os olhos do que quer que esteja assistindo.

— Vovó ligou agora falando que ela saiu apressada do culto e tinha uma ambulância da casa dela, vou pra lá e tentar ajudar no que for necessário. Não se preocupe se eu não voltar para casa, ok? — falo enquanto me encaminho para a porta da frente.

— Claro, filho. Vá com Deus e me mantenha informada.

— A mim também! — Felipe grita do sofá.

Apenas me encaminho para o carro que fica na garagem aberta do nosso quintal. Nunca fui muito de dirigir este carro, Henrique o deu pra mim em meu aniversário de 18 anos e tirei minha carteira de motorista, mas não foi por ser um bom pai, foi por culpa. Nesses 2 anos, se o usei umas 10 vezes já é muita coisa. Minha mãe não dirige, então das vezes que usei foi porque ela precisou de verdade, geralmente peço um carro de aplicativo e ela nunca me força a nada, só quando é extremamente necessário, e ai não precisa forçar. Dona Carla é uma pessoa maravilhosa, nunca vou entender o porquê de Henrique ter sido tão canalha com ela.

Deixo esses pensamentos de lado e apenas me concentro em dirigir até a casa da Maria, não é longe, então não demoro nem 5 minutos para chegar.

Assim que estaciono em frente ao meu antigo colégio, faço o caminho pelo beco em direção a casa branca em meio ao gramado, uma onda de nostalgia me invade e acabo sorrindo por um instante ao pensar que logo Benjamin e Sofia estarão no Brasil novamente, mas o pensamento se dissipa quando encontro a porta da casa escancarada e ninguém à vista. Chamo pela Maria algumas vezes, tento chamar a dona Ana e seu Gérson, mas não obtenho resposta. Atrevo-me a adentrar a sala, mas recuo assim que confirmo que não tem ninguém em casa. Pensando na informação da ambulância, então volto ao carro e sigo com o pensamento de ir até o Hospital Central, é o mais perto daqui e com certeza, seja lá o que tenha acontecido, a ambulância deve ter ido pra lá.

***

Não tenho boas lembranças desse local, então só foco no que tenho que fazer e me direciono a recepção.

— Com licença, boa noite — cumprimento uma moça que está atrás do balcão, ela estava ao telefone, mas encerra sua chamada ao olhar para mim e me oferecer o sorriso que conheço também. Em outra noite eu poderia até bancar o galante, mas hoje não. — Você pode me informar se Gérson, Ana ou Maria Rocha deram entrada aqui hoje? Se vieram de ambulância...

— Eduardo? — ouço meu nome ser chamado pela voz melodiosa que tanto me encantou na adolescência e encanta até hoje.

— Dra. Alice! Graças a Deus alguém conhecido — sorrio para ela. Não a tenho visto com frequência, na verdade, acredito que a última vez foi quando nos despedimos do casal 20 no aeroporto há mais de 2 anos. E ela continua um espetáculo de mulher! — Ah, doutora...

— Já pedi pra me chamar de Alice, querido. — Ela sorri pra mim e quase me esqueço do que vim fazer, quase. Chacoalho minha cabeça para colocar os pensamentos no lugar.

— Alice, você sabe se Maria ou os pais deram entrada aqui?

— Ah, acabei de esbarrar com ela, a Maria. — Seu sorriso murcha e minha preocupação aumenta. — Foi a mãe dela que foi trazida, meu bem. Parece que sofreu um infarto.

— O quê? — Quase grito. — E como ela está? Onde ela está?

— Ana está bem, querido. Agora está bem, mas vai precisar ficar aqui em observação. Foi um infarto leve, graças a Deus.

— Eu posso entrar de algum jeito? Posso... estar com a Maria?

— Ah, querido, por favor, convença-a de ir para casa. A pobrezinha está sentada numa cadeira da sala de espera desde que a mãe chegou, já que Gérson que está com ela. Se puder levá-la para casa seria ótimo.

— Só me diga exatamente onde ela está que me encarrego do resto.

Rapidamente Alice troca algumas palavras com a mocinha da recepção — que ainda tem os olhos sobre mim —, e me arruma um crachá de visitante. Ela me passa as coordenadas, agradeço e me despeço na mulher que já permeou tantos sonhos meus por sua beleza, mas que nunca pôde passar de uma admiração, já que é a mãe do meu melhor amigo.

Não demoro a encontrar uma cabeleira loira sentada de modo estático em uma cadeira. Aproximo-me devagar e me sento na cadeira vaga ao meu lado.

— Ei — tento chamar sua atenção, ela pisca algumas vezes e passa o dorso da mão sobre as bochechas coradas pelo choro contido.

— Sua vó te avisou, né? — confirmo com a cabeça. — Imaginei que ela faria isso, só não esperava que viesse até aqui, obrigada por isso.

— É claro que eu viria, loirinha. Amigos são pra essas coisas.

Ela sorri e seu olhar volta a atenção para um ponto fixo em nossa frente.

— Esse lugar me traz lembranças demais.

— Sei como se sente, também me sinto assim. Quer dizer, não exatamente assim, mas assim — faço uma careta e ela ri. — Desculpe, hospitais ainda me deixam nervoso.

Quando Sofia estava internada, eu vinha visitá-la e até ficava por aqui por um tempo, mas sempre tive nervoso de hospitais.

— Está tudo bem, eu entendo.

Maria fica em silêncio e não me atrevo a falar nada por um tempo.

— Minha mãe sofreu um infarto. — Ela quebra o silêncio com a informação. — Saí correndo da igreja e, quando cheguei a minha casa, fui cegada pelas luzes piscantes de uma ambulância. E sabe o pior? Não fazia ideia que era pra minha mãe, achei que fosse pro meu pai.

— Pro seu pai? Por quê? — Maria suspira e solta um riso de nervoso.

— Porque tinha uns dias que pensava que isso poderia acontecer pelo caminhar das coisas. Mas hoje no culto, antes de tudo, Deus me fez me lembrar de que somente Ele sabe de todas as coisas, e de que todas as coisas só acontecem com a permissão dEle. Nesse momento, acabei sentindo vergonha por chegar a duvidar um pouco do agir dEle.

O que ela falava não fazia sentido pra mim, mas sinto que ela precisa disso, então somente escuto. Maria passa as mãos em seu rosto e sinto seu cansaço. Num impulso, levo minha mão até suas costas e faço movimentos circulares, como apoio. Até que seu Gérson surge de um corredor e caminha até nós. Ajeito minha postura e retiro minha mão das costas da filha dele.

— Eduardo? — O senhor que me via "aprontar" na escola se aproxima de mim com o semblante cansado. Levanto-me num salto para cumprimentá-lo.

— Olá, seu Gérson. Eu vim... hã... ver como estavam as coisas e... érr... saber se Maria precisava de alguma coisa e... Como dona Ana está? — Estou claramente nervoso.

— É muita gentileza de sua parte, rapaz. — Ele olha de mim para Maria com a testa franzida, depois olha pra mim novamente. — Ana está melhor, o médico disse que está tudo estável, mas vai ficar em observação essa noite. — Ele fala tanto pra mim quanto pra Maria, eu acho. Mas no final olha apenas pra sua filha. — Filha, posso falar com você?

— É claro, pai. — A loirinha se levanta também e ambos se afastam um pouco para conversarem.

Não consigo me sentar, apenas ando de um lado para o outro. Não sei o porquê, mas encontrar com seu Gérson agora desperta o adolescente preso dentro de mim, como se a qualquer momento fosse levar uma bronca por ter feito alguma brincadeirinha no corredor da escola. Apesar de terem falado pra minha mãe que melhorei muito no último ano do Ensino Médio, meu histórico não era muito favorável pra mim. Sem contar todas as vezes em que seu Gérson "atrapalhou" um "encontro" meu.

Argh! Que saco! Por que isso me incomoda tanto? Sou um adulto agora, caramba. Não devia me importar em levar uma bronca.

Vejo que os dois estão retornando e procuro me acalmar. Maria tem um sorriso nos lábios e isso me deixa até satisfeito, afinal, não foram noticias ruins.

— Eduardo — seu Gérson se dirige a mim —, você poderia acompanhar minha filha até em casa?

— Pai! — Maria reclama imediatamente.

— Cla-claro, seu Gérson.

— Eu não quero ir pra casa.

— Filha, só pode ficar uma pessoa com sua mãe e quero ficar, será que entende? Não posso ir para casa com ela aqui. Por favor, vá, não tem necessidade de ficar nessa sala de espera.

— Tudo bem, pai. — Maria concorda rápido demais. Sinto como se houvesse algo a mais nessa historia, principalmente pelo sorriso que está no rosto da loirinha agora. — Vamos, Edu?

— Va-vamos. — Estendo minha mão para seu Gérson, que logo a aperta, com força. — Estimo que dona Ana tenha alta logo, qualquer coisa que puder fazer para ajudar, é só falar comigo.

— Obrigado, filho. Sempre soube que você é um bom rapaz, apesar de tudo. — O homem pisca pra mim. Ele pisca. Depois solta minha mão e beija a bochecha de sua filha. — Você vai acompanhar o maior tesouro que tenho nessa Terra, cuide.

— Pai...

— Po-pode deixar — gaguejo outra vez.

Seu Gérson caminha para o mesmo corredor de qual veio e Maria pega em meu braço para me tirar daqui. Na verdade, ela me puxa, pois estou meio que paralisado.

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