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Dez

MARIA

O culto começou há uns 10 minutos e estão cantando músicas da harpa. Ainda não estou cantando com o coral, conversei com a tia Angélica que ia tentar comparecer aos ensaios enquanto estivesse aqui, preciso mesmo de mais distração dos problemas e muito mais contato com Deus. Ela ficou extremamente feliz e falou que já me espera no domingo que vem para o ensaio.

O coral está cantando o hino "O Rei está voltando" e sinto meu coração exultante por louvar juntamente com esse corpo da qual tenho tanto orgulho de fazer parte. Da casa do meu Pai, do lugar no qual me sinto à vontade para levantar adoração a Deus.

Estou na parte da frente da igreja, pois estava conversando com tia Angélica, estou apenas esperando o coral terminar para me sentar em algum lugar da nave.

Estar aqui também faz com que eu sinta uma saudade enorme da Sofia. Só de pensar que está bem perto o dia de revê-la já faz meu coração retumbar dentro do peito. Vai ser muito bom ter um momento com ela, Ben e toda a galera. Também fiquei extremamente feliz por ver o Edu acompanhando sua vó hoje, dona Madalena é uma figura de senhora, eu a adoro e ela sempre foi muito receptiva com todos nós, sempre disse que somos seus netos de coração. Isso pra mim é ótimo, já que não cheguei a conhecer nenhuma das minhas avós. Ela nunca foi muito de sair de casa, só para vir à igreja, mas procurava abraçar todos os amigos do Edu.

Olho para onde ele está com ela e vejo que há um lugar vago entre ela e seu Anselmo. Edu está ao lado dela, na ponta do banco. Ele parece pensar bastante em alguma coisa e sua vó tem um olhar astuto, fixado em mim, que percebo assim que olho diretamente para ela. Dona Madalena sorri e mostra o lugar, como se o estivesse guardando para mim. Confirmo com a cabeça e lhe devolvo o sorriso.

O coral termina sua apresentação e, como muitos aplausos, todos começam a retornar para os seus lugares. Tia Angélica rapidamente vem até mim e sussurra que quer me ver lá na frente no domingo que vem, sorrio para ela e aproveito a deixa para voltar para a nave da igreja.

Como dona Madalena não está muito longe da parte da frente, não demoro a chegar ao lugar que ela reservou para mim, contudo, assim que peço licença ao Edu, que olha de mim para sua avó e depois retorna o olhar para mim, percebo algo diferente nas suas íris azuis, algo que não consegui identificar. Antes que pudesse passar pela dona Madalena, ela chega mais para a esquerda e deixa um espaço entre o Edu e ela para que eu possa me sentar, franzo a testa achando que ela ia querer ficar ao lado do neto, mas me sento mesmo assim, pois o sorriso em seu rosto parece querer parti-lo em dois.

— Não se importa que eu me sente aqui, não é? — pergunto baixinho para o Edu depois de me acomodar em meu lugar. — Desculpe, nem perguntei antes.

— Me importar não me importo, mas você sabe qual a finalidade disso? — Um sorriso maroto brinca em seus lábios. Franzo a testa mais uma vez, tentando entender.

— Eu deveria? Há mesmo uma finalidade? — questiono-o e ele ri disfarçadamente.

— Acho que você é tão ingênua quanto Sofia. — Ele diz e espero que prossiga, mas não diz mais nada. E no momento em que ia pedir para que ele explicasse, o pastor Pedro fala ao microfone.

— Que a paz de Cristo esteja com todos vocês, amém? — A igreja lhe responde com um amém e apenas tento me concentrar e esquecer o que Eduardo quis dizer. — Quantos estão alegres em Cristo essa noite?

O pastor começa a interagir com todos nós e, em meio a isso, concentro-me na felicidade que estou ao estar de volta ao meu tão amado templo. Percebo o sorriso de lado nos lábios do Eduardo, mas me obrigo a não me concentrar nisso, apenas no culto.

🌻🌻🌻

Depois de algumas oportunidades, pastor Pedro pega o microfone outra vezes e já estamos na hora da Palavra, ele mesmo irá pregar hoje.

Pego minha Bíblia e espero que ele nos fale qual será o texto de hoje. Olho para as mãos do Edu e a Bíblia em suas mãos chama a minha atenção. Eu a conheço bem, é a antiga Bíblia da dona Madalena que ele usava quando nos encontrávamos no hospital ou até mesmo nos cultos daqui na nossa adolescência. Um sorriso brinca em meus lábios ao constatar que ele ainda a usa, mesmo sendo uma Bíblia bem feminina, Eduardo nunca foi do tipo que se importa com o que dirão dele, ele é autêntico e singular.

Volto meus olhos para o pastor Pedro, e sinto que estou sendo observada. Automaticamente me viro para a esquerda e vejo dona Madalena me encarando com um enorme sorriso. Suas íris azuis, da mesma cor que as do neto, dançam em seu globo ocular de maneira intensa e, antes que eu pergunte qualquer coisa, ela abaixa sua cabeça e fecha seus olhos. Acredito que para orar, então não pergunto nada e apenas volto a olhar para frente.

— Podem abrir suas Bíblias no Evangelho de Jesus, segundo escreveu Mateus. — Pastor Pedro anuncia. Rapidamente abro minha Bíblia, esperando que ele fale o capítulo. — Vamos ler alguns versículos do capítulo 25, então, podem permanecer sentados. A Palavra do Senhor diz assim:

"porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me acolhestes; estava nu, e me vestistes; adoeci, e me visitastes; estava na prisão e fostes ver-me. Então os justos lhe perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber? Quando te vimos forasteiro, e te acolhemos? ou nu, e te vestimos? Quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos visitar-te? E responder-lhes-á o Rei: Em verdade vos digo que, sempre que o fizestes a um destes meus irmãos, mesmo dos mais pequeninos, a mim o fizestes. Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai- vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos; porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; era forasteiro, e não me acolhestes; estava nu, e não me vestistes; enfermo, e na prisão, e não me visitastes. Então também estes perguntarão: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou forasteiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos? Ao que lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixaste de fazer a um destes mais pequeninos, deixastes de o fazer a mim. E irão eles para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna."
Mateus 25.35-46

Eu realmente amo o livro de Mateus. Abro um sorriso enorme apenas pelo fato de estar matando a saudade de um culto aqui, amo esse lugar. Aqui nessa igreja me sinto em casa, sinto-me verdadeiramente na casa do meu Pai.

Atenho-me ao que o pastor diz e presto muita atenção em cada palavra.

— Igreja, hoje vamos falar sobre o cuidado de Deus para conosco, assim como o cuidado que temos ou devemos ter com os outros. E, além disso, vamos falar um pouco sobre o perdão.

Sinto Edu se remexer ao meu lado, vejo que ele segura a Bíblia com força, ao ponto de embranquecer seus dedos. Fico quieta, talvez isso queira dizer que Deus está falando com ele e apenas oro para que ele abra seus ouvidos para escutar.

— Jesus Cristo, em um dos seus sermões proféticos, ensina a importância do cuidado com o próximo, deixa claro que o que é feito aos Seus pequeninos, ou seja, nós, é feito para Ele. Assim como o que não é feito aos pequeninos, não é feito para Ele. — O pastor faz uma pausa, suspira e continua: — O amor de Cristo ultrapassa todas as barreiras da compreensão da mente humana. Muitas são as vezes em que paramos para tentar entender que amor é esse, mas não conseguimos nenhuma resposta satisfatória para nossa curiosidade humana. Tentamos entender como é possível que Alguém tão grandioso seja capaz de amar a seres quase que insignificantes como nós, o que não paramos para pensar é que nossa importância para Ele é muito maior do que poderíamos calcular. Seu sacrifício na cruz foi feito para mostrar o quanto nossa insignificância não tem valor ao comparado ao amor que Ele sente por nós.

O pastor está emocionado e suas palavras fazem a igreja bradar. Tenho certeza de que não sou apenas eu com essa sensação de coração aquecido.

— Talvez sejamos insignificantes para nós mesmos, talvez não olhemos ao próximo com o olhar de carinho e misericórdia que o Pai tem. Talvez, o erro do próximo seja tão gritante que ensurdece o amor que somos capazes de sentir e não extravasamos, às vezes com medo de não sermos correspondidos, acontece. Contudo, Cristo é a prova viva de que é possível amar quando não se é amado. É possível perdoar quando a situação se mostra imperdoável. É possível abraçar uma causa perdida. É possível viver o hoje tendo um amanhã tão incerto. Além de tudo, é possível renunciar a própria vontade se isso significa seguir os planos de Deus, porque só Ele sabe o desfecho de todas as coisas.

Toda a igreja aplaude mediante tais palavras. A pregação ainda não terminou, mas sei que meu coração está exultante e clamando por mais da parte de Deus.

EDUARDO

Ok, nunca fui tão próximo ao pastor Pedro. Sempre o tratei como o pastor daqui ou simplesmente o pai da Sofia. Mas tudo o que ele disse nessa pregação parece ter sido direcionado pra mim e não é a primeira vez que ele me surpreende em uma conversa se bem me lembro...

Quando fizemos o último culto no quarto de hospital em que Sofia ficou, o culto em que cantei uma música que sempre ouvia minha vó louvando e me tocava de certa forma, ele falou comigo após sairmos do quarto. A verdade é que nesses dias as coisas já estavam começando a ficar bem ruins em casa. Minha mãe já tinha descoberto a traição da vez do meu pai e estava em processo de cavar esse profundo buraco. Ela tentou esconder do Felipe e de mim, sei que tentou, mas não conseguiu por muito tempo. Não de mim. Naquele dia em questão eu cantei Segura nas mãos de Deus com o intuito de que Deus pudesse me ouvir e contasse isso como uma oração já que eu nunca fui muito de orar ou nada que fosse tão direto nesse mundo espiritual, mesmo acreditando em Deus. Nunca me achei digno da atenção de um Ser tão maioral.

Quando o culto terminou e saímos do quarto deixando somente o Ben com Sofia, o pastor se dirigiu a mim e perguntou se podia falar comigo por um segundo, eu concordei, é claro. Um pouco desconfiado, mas concordei. E fui totalmente surpreendido quando ele disse: "Deus me mandou dizer que Ele ouviu você e que Ele está pronto para segurar sua mão, mas Ele quer mais de você, Ele quer sua entrega real". E, como se não bastasse esse baque, quando achei que ele me deixaria refletindo sobre isso, ainda tinha mais, pois complementou: "Deus se faz presente mesmo quando tudo parece desmoronar, nunca se esqueça disso, meu filho. Ele está presente, você só precisa enxergar".

Confesso que na época eu não levei muito à sério, afinal, tinha tanta coisa na cabeça, tanta coisa..., mas agora essas palavras vieram como um tiro em bombardeio, e depois dessa pregação, começo a me perguntar se Deus realmente tem olhos pra mim, um ser tão insignificante em meio a tudo. Será que Ele realmente tem tempo pros meus problemas?

— Edu? — Maria me chama com delicadeza, mas me sobressalto, apenas por estar divagando. — Desculpe, não queria assustar você, mas é que está na ponta e o culto já acabou — vejo-a dar um sorriso amarelo e, atrás dela, minha vó conversa com quem quer que seja que está ao lado.

— Ah, eu que me desculpo — levanto rapidamente para que ela saia de seu lugar. Eu nem percebi que o culto acabou.

Eu fico na ponta do banco e Maria se levanta, ficando ao meu lado, vovó parece absorta em sua conversa que parece ser com uma de suas amigas que nunca sei quem é.

— Isso é bom. — Maria diz de repente. — Quer dizer, se Deus falou com você de alguma forma que te fez se esquecer até do ambiente, isso é muito bom. — Ela sorri de forma radiante, o que me faz retribuir, até que somos interrompidos pela voz estridente da minha amada avó.

— Maria, querida, não vi seus pais aqui hoje. Você veio sozinha, não é mesmo? — Ela pergunta à loirinha, mas não dá a chance de ela responder e completa: — Dudu, querido, leve a moça em casa, não podemos deixar que ela vá sozinha tão tarde da noite assim.

— Vó, ainda nem são dez horas... — Ela me bate com a bolsa antes que eu diga qualquer coisa a mais.

— Não foi essa a educação que eu te dei, menino. Leve a moça!

— Não precisa, dona Madá. A senhora sabe que não moro muito longe, é melhor que ele acompanhe a senhora. — Maria intervém.

— Bobagem! Bobagem! Olga e eu combinamos de ir juntas para que ela me passe uma receita. Aliás, meu Dudu vai almoçar lá em casa amanhã e seria ótimo se você fosse ajudá-lo com o que disse que ia ajudar. — Minha vó fala bem rápido.

— Mas eu não ia jantar hoje lá? Não falamos sobre um almo... — Outra bolsada. — Aí, vó! Deus tá vendo, viu? — aliso o braço que estava sendo seu alvo. Maria conteve uma risada, algumas pessoas passavam para se retirarem do salão e riram também.

— Hoje estou cansada, meu neto. Mas amanhã vou ter uma receita nova. E desde quando você recusa um convite para comer? Está recusando? — Ela levantou sua sobrancelha inquisidora. Um pingo de gente, mas um oceano de audácia.

— Claro que não. Sabe que nunca recuso um convite pra comer sua comida, só achei que comeria ainda hoje, né — reviro os olhos para ela, que apenas ri de mim.

— É bom que amanhã come com mais vontade. Agora leve a moça e me deixe trocar receitas com minha amiga. Vamos, Olga. — E assim vovó passou por nós de braços dados com sua amiga, virando apenas para dizer: — Não esqueça de levar minha Bíblia amanhã! — Ela levantou um braço pro alto e sumiu pela multidão, deixando-me ao lado de Maria e a igreja já quase vazia.

— Sua vó é uma figura. — Ela comenta ao meu lado. — Não precisa me levar, pode só ir pra casa.

— Bom, não me custa nada te levar, já que minha acompanhante me deixou pra trás — pego a Bíblia da minha vó no banco e volto meu olhar para Maria. — Mas você viu que ela me deixou na seca de comida, né? Então quer ir a algum lugar comer alguma coisa?

— Ah, acho que é melhor eu ir pra casa, acabei de chegar e quero ficar com meus pais. — Ela olha para os lados muitas vezes, pois muitas pessoas a cumprimentam e imagino que tenha sido assim desde chegou. — Sério, não precisa me levar, pode ir comer, sabemos que seu estômago quase tem vida própria. — Ela gargalha, chamando a atenção de alguns poucos gatos pingados pelo salão da igreja, inclusive começamos a nos encaminhar para fora, depois de uma pequena multidão a parar mais uma vez, seus olhos clamavam por socorro.

— Não posso negar sobre isso, mas não vou te deixar ir sozinha de jeito nenhum. Pode ter certeza que amanhã vou ganhar mais que uma bolsada se dona Madá souber disso — reviro os olhos, dando espaço para que Maria passasse e saísse da igreja, acabo me colocando entre ela e as pessoas para que ela consiga respirar e se livrar de tanta atenção. O clima está bem agradável, uma brisa nos recepciona na calçada.

— Ela não me deixou recusar o convite de amanhã, aliás. E obrigada por isso — aponta para os irmãos que ficaram para trás.

— Você quer recusar? Tudo bem se quiser, deve estar cansada e suas férias mal começaram. Às vezes minha vó não tem noção das coisas — falo enquanto caminhamos pela calçada.

— Na verdade, não. Eu até gostaria de ir se estiver tudo pra você. Ainda tem seu jogo, né? Sua vó falou que seria bom para que eu te ajudasse, imagino que tenha falado com ela.

— Maria, sério, você acha mesmo que ela te convidou pra me ajudar com o roteiro? — Quem gargalha abertamente dessa vez sou eu. — Você é realmente muito ingênua.

— O quê? Não entendi. — Sua testa franzida me mostra o quanto ela realmente não entendeu a tramoia de Madalena Carvalhal... — Todo mundo sabe que sua vó é um amor de pessoa na mesma proporção que é um furacão mirim. — Ela diz isso com um grande sorriso, e não podia concordar mais. — Mas não entendi o que quis dizer com isso.

— Loirinha, pense, o que minha vó mais quer nessa vida referente a mim? — jogo uma isca.

— Ué, que você aceite a Jesus. Ela acha que vou te evangelizar? Bom...

— Não. — Eu a interrompo, porque esqueço que isso é realmente o que ela mais quer. — A segunda maior coisa.

— Segunda maior? Não sei, ela fala muito isso sobre você aceitar Jesus e sobre esperar que Ele te aprume e te arranje um bom casamento. — A loirinha ri, até parecer se dar conta do que ela mesma falou. — Ah...

Suas bochechas ficam incrivelmente rosadas e percebo o momento exato em que ela se deu conta do plano da vovó. Maria pressiona sua Bíblia contra o peito e sussurra um "misericórdia", o que apenas me faz rir ainda mais de toda a situação. Agora sim ela entendeu o que dona Madalena tanto quer ao nos fazer ficar mais tempos juntos.

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