-- Eu já te disse que ela só te acompanhou por controle. -- Sandy disse, caminhando até seu sofá e se sentando. -- Mulher tem disso: Te dá asas só para ver até onde você pode voar, mas se ela ver que você voou demais ela corta suas penas.

-- Não. A Brunna não! -- Ludmilla repetiu pela terceira vez, sentindo seus olhos começarem a piscar mais rápido do que o normal, algo que não acontecia por raiva havia muito tempo.

-- Vejo que se estressou. -- Sandy disse surpresa, colocando uma almofada em suas pernas. -- Como vai a recuperação, falando nisso? -- Ela perguntou, se inclinando para pegar e acender o beck que deixara sobre a mesa de centro de sua casa.

-- Bem. -- Ludmilla disse, a olhando receosa. -- Onde estão os livros? -- Perguntou olhando em volta.

-- Primeiro experimente isso. -- Sandy disse, puxando a fumaça antes de soltá-la no ar e esticar a mão para Ludmilla. -- Vai acalmar você como nada.

-- Não, obrigada. -- Ludmilla disse e Sandy riu.

-- Brunna não deixaria, não é? -- Ludmilla apenas a olhou seriamente sem dizer nada. -- Vamos, prove! Você vai gostar e isso ainda dá um tesão imenso. Você vai querer correr para sua namorada após isso e ela vai amar o resultado, confie em mim.

Ludmilla olhou para a mão de Sandy confusa. Deveria?

[...]

-- Bru, você não vai acreditar... -- Rodrigo disse animado assim que viu Beunna chegar em casa. -- Arrumei um serviço na minha área que vai pagar o dobro do que eu deveria ganhar. -- Brunna o olhou e sorriu, vendo o garoto correr e abraçá-la.

-- Parabéns, cabeça de vento. Estou orgulhosa. -- Brunna disse e Rodrigo se separou do abraço, a olhando confuso.

-- O que houve? -- Ele perguntou franzindo o cenho.

-- Nada. -- O olhar dele a fez suspirar. -- Só pensei que passaria o dia com a Ludmilla. -- Brunna confessou. -- Passei a manhã inteira em uma livraria. Comprei a saga de livros preferida dela e ia fazer uma surpresa, mas ela tinha compromisso. -- Rodrigo suspirou e Brunna sorriu fraco. -- Sou uma mimada, eu sei.

-- Talvez um pouquinho. -- Ele disse rindo.

-- A garota ainda é apelidada por Ludmilla de Sandy. -- Brunna disse fazendo uma careta. -- Já viu falar naquela antiga dupla brasileira? Sandy e Junior. -- Brunna disse. -- Ludmilla com uma e eu com o outro. Seria cômico se não fosse trágico. -- Brunna soltou um gritinho agudo quando sentiu seu corpo ser levantado por Rodrigo e ser jogado em suas costas.

-- Adoro ser forte. -- Ele disse rindo.

-- Me solta! -- Brunna gritou rindo e ele negou. -- Não. Vamos até a cozinha conversar lá.

-- Te odeio! -- Brunna disse, dando alguns tapas nas costas dele.

-- Não tem tamanho para odiar ninguém. -- Ele zombou.

-- Falou "pinto pequeno". -- Brunna debochou e Rodrigo caiu na risada.

-- Olha aqui, piveta... mais respeito com ele. Ele tem sentimentos. -- Rodrigo disse, colocando Brunna sobre a bancada e passando os braços ao redor da cintura dela. -- Agora me escute...

-- Não! -- Brunna disse tapando os ouvidos. O olhar sério dele a fez deixar seus ombros caírem e finalmente o ouvir.

-- Ela te ama. Não fez por mal. -- Rodrigo disse e Brunna assentiu.

-- Eu sei. -- Brunna disse sorrindo fraco.

-- Estou orgulhoso de você, sabia? Namorando, formada, sensata, três dias sem levar um tombo. -- Brunna riu e negou com a cabeça.

-- Dois. -- Ela disse e ele a fitou. -- Escorregão no banheiro. -- Ele riu e assentiu.

-- Você sabe que posso ser idiota 98% das vezes, mas eu nunca vou me esquecer o que fez por mim. -- Ele disse. -- Você me colocou aqui dentro sem nem me conhecer direito e ainda não me cobrava o aluguel, tirando do seu bolso, porque sabia que as coisas estavam difíceis para mim.

-- Valeu a pena. Olha só esse emprego que conseguiu. -- Brunna disse e Rodrigo riu. -- Quando você ficar rico pode me devolver com juros.

-- Sei que está brincando para se distrair de sua tristeza. -- Ele disse.

-- Bebe uma cerveja comigo? -- Brunna pediu.

-- Não. Não vou te deixar beber assim, te conheço o suficiente para saber que vai chorar se beber. -- Rodrigo disse Brunna suspirou. -- Tenho algo melhor para te distrair.

-- O quê? -- Rodrigo sorriu diabolicamente e Brunna riu, sabendo do que se tratava.

[...]

-- Filha da mãe! -- Rodrigo disse quando Brunna ganhou dele no vídeo-game.

-- Obrigada senhoras e senhores. -- Brunna zombou.

-- Hey, ficou sabendo que o Diego está ficando com a Chloe desde a semana passada? -- Brunna o olhou surpresa e ele riu.

-- Você está bem com isso? -- Ela perguntou.

-- Sim. Na verdade, eu sempre achei que fosse você que ficaria com ela. -- Rodrigo disse. -- Sabe, pelo que ela sente e tal...

-- Não. Ela é realmente muito bonita e tem um bom coração, mas eu não a vejo com esses olhos. Nunca vi.

-- Ainda mais agora com a Oliveira na área. -- Ele disse e um sorriso terno e genuíno nasceu nos lábios de Brunna.

-- Eu a amo. -- Brunna confessou, corando ao ver a cara que Rodrigo havia feito.

-- Me diz uma novidade. -- Ele disse rindo.

-- Estou procurando um apartamento. -- O garoto arregalou os olhos e a fitou incrédulo.

-- Como?

-- Você pediu para eu te dizer uma novidade. -- Brunna disse rindo.

-- Vai nos abandonar? -- Ele perguntou e Brunna negou com a cabeça.

-- Não, seu bobo. Vocês são doidos, porém são minha família. -- Brunna disse. -- Eu só preciso da minha privacidade, sabe?

-- Tchuneves mais Kennedy? -- Rodrigo perguntou e Brunna deu um tapa em seu braço rindo.

-- Outro nome?

-- Eu e Diego aumentamos. Eu falo: Tchuneves e ele fala: Mais Kennedy, aí eu falo: I loves two you e ele fala: Forever's tonight.

-- Sabe que essas palavras não tem nexo, não é? -- Brunna perguntou rindo e Rodrigo assentiu.

-- Enfim, vou sentir sua falta.

-- Awnn, ele sabe ser fofo. -- Brunna disse rindo, sendo interrompida pelo barulho da campainha. -- Está esperando alguém? -- Ela perguntou.

-- Não. Deve ser Diego que esqueceu a chave de novo. -- Rodrigo disse e Brunna assentiu, se levantando e indo até a porta na ponta dos pés, afinal o chão estava frio.

-- Ludmilla? -- Brunna perguntou ao ver a garota parada do lado de fora, com um sorriso fraco nos lábios.