Chapter 17
-- Que cheiro gostoso é esse? -- Patrícia perguntou assim que adentrou a cozinha de sua casa. Brunna usava um avental branco por cima da roupa que estava vestindo.
-- Acordei com vontade de fazer bolo. -- Brunna disse sorrindo amplamente.
-- Você só faz bolo quando está muito feliz. -- Patrícia disse, afinal conhecia Brunna havia muito tempo.
-- E, de fato, estou. Hoje Ludmilla sai do hospital. -- Ela disse animada. -- Pode olhar o bolo para mim?
-- Você sempre faz isso. -- Patrícia zombou, rindo. -- Claro que eu olho, afinal você vai sair mesmo.
-- É que não vai dar tempo de...
-- Já sei. É o mesmo de sempre: Você prepara o bolo e eu que como. -- Patrícia disse rindo.
-- Desculpe. -- Brunna disse entortando o canto da boca.
-- Você está brincando? Eu adoro isso. -- Patrícia alegou. -- E essa cesta de chocolate aqui? Ganhou de quem? -- Perguntou enquanto Brunna levava as mãos até as costas para desamarrar o avental.
-- Não ganhei. Eu comprei. -- Afirmou, desatando o laço do avental e removendo o mesmo de seu corpo.
-- Ludmilla não era apenas uma amiga? -- Patrícia perguntou com um olhar sugestivo e sua sobrancelha alçada.
-- E é, oras. -- Brunna afirmou.
-- Sabe que esse monte de coraçãozinho aqui, esse ursinho de pelúcia e chocolates em formato de coração demonstram outra coisa, não é? -- Patrícia perguntou rindo e Brunna bufou.
-- Quem disse que são para a Ludmilla? -- Camila perguntou.
-- Você disse no hospital que compraria chocolates para ela. -- Patrícia disse. -- Vai dizer que não são?
-- Ok. São, mas ela tem a mente de uma criança, por Deus, pare de dizer estupidezes. -- Se exaltou.
-- Brunna, eu não estou te repreendendo. -- Patrícia disse calmamente. -- Mas você deveria assumir que ela mexe com você, é visível. -- Brunna suspirou e se sentou, entortando o canto da boca.
-- É tão óbvio assim?
-- Você está tão arrumada assim por quê? Você tem noção de que você está com maquiagem? Você odiava maquiagem. -- Brunna riu, porém enrubesceu.
-- É apenas lápis de olho, Patrícia. Ainda odeio maquiagem. -- Brunna disse. -- Devo desistir de dar esses chocolates a ela então? -- Perguntou confusa.
-- O quê? Não. Totalmente não!
-- Então o que eu faço?
-- Prossiga com o que está fazendo. -- Brunna arqueou uma sobrancelha.
-- Acha que devo? A mãe dela vai perceber algo. Céus, onde eu estava com a cab...
-- Walz! -- Patrícia gritou um dos apelidos que ela havia dado à Brunna. -- Calma! -- Patrícia pediu assim que a menina lhe olhou.
-- Patrícia, eu sempre, sempre mesmo, faço tudo errado. -- Ela disse, largando seus braços sobre a mesa. -- Simplesmente não sei o que fazer. Eu não deveria pensar nela dessa forma, mas ela é tão pura e...
-- Eu não quis te assustar dizendo isso de parecer ser romântico, eu só quis dizer que não deveria mentir para mim e, sobretudo, para si mesma. -- Patrícia disse, levando uma mão ao ombro de Brunna e acariciando a região. -- Você é paciente, Bru, então só siga seu coração que tudo ficará bem.
-- Você acha? -- Brunna perguntou.
-- Acho, agora vaza daqui porque aquele bolo é meu. -- Patrícia disse sorrindo, vendo Brunna rir e se jogar em seus braços, em um abraço apertado.
-- Eu te amo, mas por favor, tranque a maldita porta, porque definitivamente não é normal eu saber de cor como é o corpo da sua namorada sem roupa. -- Brunna disse rindo.
-- Vou trancar. -- Patrícia disse.
-- Perfeito, nos vemos. -- Ela disse, dando um beijo no rosto de Patrícia. Pegou rapidamente a cesta de chocolate, sua bolsa e saiu.
[...]
-- Foi aqui que encomendaram chocolates e caramelos? -- Brunna perguntou entrando no quarto. Estranhou por Silvana não estar ali, mas nada disse.
-- Siiiiim. -- Ludmilla disse com ênfase. -- Bu, eu já vou para a casa.
-- Eu sei, sua mãe me chamou para ir com vocês. -- Ela disse se aproximando da cama.
-- E você vai? -- Ludmilla perguntou esperançosa.
-- Sim, mas não vou ficar muito. Tenho que vir para o hospital depois.
-- E eu vou vir com você?
-- Não, Lud. Nossos dias são nas terças e quintas. -- Explicou, colocando a cesta sobre o colo de Ludmilla e sua bolsa sobre a cadeira.
-- Isso tudo... -- Ludmilla começou, colocando seu rosto contra o plástico transparente da cesta. -- É para mim?
-- Sim. -- Brunna respondeu com um sorriso nos lábios.
-- Tem um ursinho, Bu. Que lindo! -- Ludmilla disse boquiaberta.
-- Sim, eu estava passando por uma loja e o vi na vitrine. Achei que ele combina com você. -- Disse, olhando para o ursinho branco, de focinho preto, que tinha em suas mãos um coração vermelho.
-- Ele tem nome? -- Ludmilla perguntou e Brunna negou, ajudando Ludmilla a soltar o laço para ter acesso ao ursinho e aos chocolates e caramelos.
-- Não. Eu conto com você para escolher um. -- Brunna disse, vendo Ludmilla piscar confusa.
-- Eu preciso escolher agora?
-- Não, Lud. Pode escolher quando quiser. -- Ela disse, vendo Ludmilla cheirar o bichinho antes de o abraçar.
-- Bu, você poderia emprestar um pouquinho do seu perfume para ele?
-- Por quê? Ele está fedido? -- Brunna perguntou arqueando uma sobrancelha.
-- Não. É porque eu vou dormir com ele. -- Ludmilla disse, fazendo Brunna sorrir bobamente. -- E eu já falei que gosto do seu cheiro. Acho que ele também vai gostar.
-- Bem, outro dia eu faço isso então. -- Brunna disse se debruçando na cama.
-- A mamãe disse que esta tarde eu começo a ter aulas. -- Ludmilla informou enquanto acariciava o ursinho.
-- Eu fico muito feliz com a novidade, princesa. -- Brunna disse.
-- Isso significa que estou ficando crescida, não é? -- Perguntou, fazendo Brunna rir alto. -- Você disse que queria que eu ficasse grandinha logo.
-- Eu realmente quero, mas não quero que apresse as coisas. -- Brunna disse, acariciando o braço da garota. -- Estudar é um grande avanço e estou muito orgulhosa de você.
-- Obrigada. -- Ela disse. -- Bu... Todos os chocolates de coração são para mim também? -- Ela perguntou assim que reparou na cesta.
-- Todos.
-- E eu posso dividir com alguém?
-- Com quem você quiser. -- A garota respondeu sorrindo.
-- Então eu quero dividir com você. -- Ela disse, olhando para Brunna. -- Obrigada pelos presentes.
-- De nada. -- Respondeu com um sorriso gentil.
-- Bu, você pode me ajudar com algo super importante? -- Perguntou com seriedade.
-- Claro. É só dizer.
-- A minha amiga vai para a minha casa comigo. Você poderia levá-la para mim? -- Perguntou, apontando para a flor, que se mantinha com vida no vaso.
-- Claro quer sim, anjo. -- Brunna respondeu.
-- Obrigada. -- Ludmilla disse. -- Por que você fica cada vez mais bonita cada vez que eu te vejo? -- Perguntou com inocência, fazendo Brunna suspirar.
-- Eu me pergunto o mesmo sobre você. -- Brunna disse, vendo Ludmilla sorrir.
-- Hoje eu estou mais arrumada porque a mamãe me ajudou. Gostou do meu laço? -- Perguntou. Brunna sorriu e se permitiu voltar a analisar Ludmilla. Ela usava um vestido branco e um laço vermelho nos cabelos. Estava pronta para ir, só esperava sua mãe.
-- Eu adorei. Sempre gostei de laços. -- Brunna respondeu com sinceridade.
-- Vamos, meu am... Oh, Brunna, já chegou. Perfeito! -- Silvana disse entrando no quarto. -- O táxi já está nos esperando.
-- Eu vou atrás com a Bu. -- Ludmilla disse sorrindo. -- E com o nosso filho. -- Silvana arqueou uma sobrancelha e Brunna abriu a boca para dizer algo, no entanto, nada saiu.
-- Filho? -- Silvana perguntou confusa.
-- Sim. O Leo. -- Disse apontando para o ursinho de pelúcia. Silvana assentiu rindo e Brunna, apesar de enrubescida, sorriu, afinal Ludmilla havia escolhido um nome para o filho delas, como a mesma havia chamado.
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