CAPÍTULO VII
1 DE JANEIRO DE 1994
O som das ondas quebrando na areia era o despertador mais incrível que poderia existir, foi o primeiro pensamento coerente que se infiltrou em sua mente ainda enevoada pelo sono quando Manuela abriu os olhos cansados vendo o sol se insinuar pela ampla janela de seu quarto, as cortinas brancas de Voil balançando ao sabor da brisa marinha que entrava por uma fresta da janela.
Por um estranho segundo pensou ver a silhueta de um homem alto de pé no fim de sua cama, sentou-se de chofre fazendo as cobertas deslizarem até a altura da cintura, expondo a camisola de cetim dourado com detalhes em renda que vestia, piscou confusa ao ver apenas o lugar vazio onde antes pensara ter visto uma pessoa.
Levantou-se cautelosa olhando cada canto do pequeno quarto que ocupava, verificando sob a cama, no minúsculo guarda roupas mesmo sabendo que um homem tão grande não caberia dentro dele e por fim o banheiro, não encontrando nada.
Suspirou, dividida entre o alívio e a decepção, por um louco instante acreditou que Leon teria ido a sua procura e entrado sorrateiro em seu quarto olhando-a dormir, riu diante de sua loucura, com certeza um homem com todo o seu carisma e poder não perderia tempo com uma mulher interiorana, cheia de pudores, pensou despindo-se e marchando nua até o diminuto banheiro.
Ligou o chuveiro sentindo os últimos resquícios de sono iriem embora sob o impacto do jato de água fria, deslizou o sabonete pelo corpo enquanto o absurdo de imaginar um homem como Leon Roberts se dando o trabalho de rastrear o ônibus da excursão na qual estava para descobrir onde ela se hospedara lhe arrancava um sorriso sem humor.
Nunca ninguém havia feito algo assim, nem mesmo quando estava na adolescência, no auge da juventude com colágeno saindo pelos poros, imagine agora, se recriminou mentalmente por sua estupidez momentânea, tinha que reconhecer que o encontro inesperado entre eles e aqueles beijos incendiários havia virado seus pensamentos e sentimentos de ponta cabeça e ficara com um gostinho de quero mais.
Sabia que não era feia, os golpes em seu ego ao longo da vida não destruíram sua alta estima tanto assim, mas com tantas meninas de vinte anos dispostas a uma aventura, por que ele perderia tempo com uma mulher de trinta e seis que entendia menos de sexo do que uma adolescente e que segundo seu ex-marido era um fracasso na cama?
Apoiou a testa nos azulejos frios do banheiro deixando a água escorrer por suas costas e relaxar os músculos repentinamente tensos, lá estava de novo o maldito do seu ex se insinuando em seus pensamentos e a fazendo ser consumida por aquele terrível sentimento de inferioridade, pensou aumentando a pressão da água e passando a lavar raivosamente os cabelos, quando se deu por satisfeita desligou o chuveiro, completou sua higiene matinal escovando os dentes, se enrolou em uma toalha e voltou para o quarto.
Pegou sua mala depositando-a sobre a cama enquanto cogitava o absurdo de imaginar um homem tão incrível deixando a comodidade do Copacabana Palace para procura-la em uma pequena pousada em Arraial do Cabo a quase duzentos quilômetros do Rio de Janeiro, balançou a cabeça de um lado para o outro diante de tamanho disparate.
Estava ficando louca, certamente era isso, concluiu vestindo um biquíni vermelho com detalhes dourados e por cima um camisão vermelho marsala em estilo indiano com padrões também dourados que chegava até o meio de suas coxas, achava-se calçando suas sandálias rasteiras de delicadas tiras rosé que cruzavam sobre o dorso de seus pés formando um gracioso padrão, quando ouviu uma batida em sua porta, se ergueu da cama para atender quem estava procurando-a, tirando os longos cabelos loiros ainda molhados do rosto no caminho até a porta.
- Bom dia bonequinha. - Saudou seu pai, sorrindo ao abraça-la.
- Bom dia pai. - Respondeu ficando na ponta dos pés para beija-lo na bochecha. - Dormiu bem?
- Quase consegui, mas os roncos da sua mãe não deixaram. - Brincou. - Querida o ônibus da excursão vai sair daqui meia hora. - Avisou tocando-a na ponta do nariz com o indicador. - Se apresse em ir tomar o café da manhã.
- E nós vamos também? - Perguntou surpresa. - Pensei que ficaríamos aqui na praia.
Encontravam-se hospedados em uma pousada a menos de cem metros da praia dos anjos, uma paradisíaca praia de areias brancas e um mar de águas de um azul intenso cuja beleza estava ansiosa por explorar.
- Vamos ao Cristo redentor agora pela manhã. - Esclareceu rindo ao vê-la franzir o cenho contrariada. - À tarde exploramos por aqui, ainda temos tempo. - Sentenciou segurando-a pelo queixo e sacudindo suavemente.
- Vamos embora amanhã seu Damião. - Lembrou Manuela tentando esconder o aborrecimento por ter seus planos frustrados. - E ainda quero pegar um bronzeado.
- Vai pegar. - Garantiu, ao receber um olhar desconfiado da filha completou. - Prometo.
- Seu Damião... - Falou em tom de aviso.
- Vai filha. - Pediu carinhoso. - Sua mãe quer tanto conhecer o Cristo, não podemos fazer essa desfeita com ela.
Assim já era covardia, sua família era e sempre seria seu ponto fraco, não havia o que discutir nesse caso.
- Tudo bem pai. - Suspirou reconhecendo a derrota, jamais atrapalharia a realização de um sonho de sua mãe, preferiria mil vezes deixar os seus próprios de lado. - Vou pentear meus cabelos e encontro vocês no ônibus.
- Isso aí bonequinha! - Riu feliz agarrando-a em um abraço rápido. - Não demore, você tem que comer alguma coisa antes de sairmos.
- Sim senhor! - Fingiu bater continência, caindo na risada junto com seu pai.
Ainda rindo Damião deixou a filha na porta do quarto e voltou pelo corredor, sumindo no interior dos aposentos que dividia com a esposa. Um sorriso suave distendia os lábios de Manuela quando trancou a porta do quarto, mas sumiu de seu rosto ao ser prensada de encontro à madeira da porta e os seus lábios cobertos por uma mão grande de pele macia.
Seus olhos arregalados demoraram em registrar a imagem do homem forte de cabelos castanhos dourados que a mantinha como prisioneira de seu agarre como o sedutor de lábios macios da noite anterior, gemeu assustada ao se ver cara a cara com Leon, seus olhos cor de avelã mergulhados nos dela com tal intensidade que a fez estremecer.
- Vou tirar a mão da sua boca. - Sussurrou ele encarando-a sério. - Não grite, senão serei obrigado a amordaça-la, você entendeu?
Manuela assentiu com um movimento de cabeça completamente confusa, o que ele estava fazendo em seu quarto? Ele havia acabado de entrar ou estava lá desde antes de ela acordar como imaginou quando achou ter visto sua silhueta? Aquilo estava realmente acontecendo ou sua mente fértil estava lhe pregando uma peça? Questionou-se ao sentir a mão deixar seus lábios e ele dar um passo atrás lhe dando alguns centímetros de espaço.
- O que... - Começou com voz embargada, pigarreando para clarear a voz. - O que você está fazendo aqui? Como entrou no meu quarto?
Leon sorriu, seus olhos cintilando de evidente prazer ao fita-la.
-Disse a você que fosse me procurar. - Pegou uma mecha molhada dos cabelos loiros levando-a até o nariz, inalando com prazer o cheiro de seu shampoo. - Fiquei esperando, como não apareceu vim procura-la.
- Você é louco? - Questionou assustada com o absurdo da situação. - Deixei bem claro que não iria. - O encarou com a expressão fechada. - Como me achou?
- Isso não foi difícil. - Falou distraído contemplando-a. - Você é ainda mais bonita do que consegui perceber ontem à noite com tão pouca luz.
- Obrigada. - Sussurrou desconcertada com o comentário inexperado. - Mas você não respondeu minhas perguntas, como me achou e como conseguiu entrar no meu quarto? - Insistiu sentindo a apreensão domina-la.
Vê-lo a luz do dia com o sol da manhã entrando pela janela era ainda mais perturbador do que na praia sob a luz difusa que vinha dos pontos de luz espalhados pela faixa de areia, agora conseguia ver com clareza o quanto era alto, atlético, forte e incrivelmente bonito, aquele sorriso predatório estava lá, enfeitando seus lábios enquanto ele a devorava despudoradamente com seus olhos famintos.
- Disse a você que não haveria lugar no mundo onde pudesse se esconder de mim, Lembra? - Perguntou suavemente contemplando-a com atenção.
- O que você quer? - Perguntou nervosa ao se ver prisioneira de seu escrutínio, se arrependendo logo em seguida ao vê-lo erguer a sobrancelha em uma expressão maliciosa.
- Você. - Respondeu ele sem nenhum pudor. - Achei que tivesse deixado isso claro ontem. - Murmurou puxando-a delicadamente para o circulo de seus braços fortes.
- Há um sério problema de comunicação aqui. - Proferiu com voz falha, sentindo o coração disparar diante da proximidade entre os dois. - Porque também deixei claro que não estou interessada.
Leon a puxou ainda mais de encontro ao corpo, uma mão segurando com firmeza os quadris femininos e com a outra a nuca delicada enquanto sustentava seu olhar com uma firmeza arrepiante.
- Lábios tão bonitos não deveriam ser manchados com mentiras. - Comentou severo, a mão que repousava nos quadris roliços, deslizando pelas costas firmes, os dedos traçando os músculos como se estivessem em contato direto com a pele, causando arrepios traiçoeiros em Manuela.
- Já disse a você que não quero. - Disse ofegante.
- Então me deixe fazer algo. - Pediu mordiscando os lábios rosados delicadamente. - E se de fato você não corresponder prometo ir embora para não voltar. - Garantiu erguendo-a nos braços e levando-a direto para cama onde a deitou suavemente.
- Leon eu não...
-Shhhh! Apenas sinta pedacinho de céu. - Comandou se curvando sobre ela e colando seus lábios aos dela em um beijo cinematográfico.
Sua boca sondava a dela, a língua máscula pincelando os lábios rosados, indo da fenda que os separavam até a parte mais suculenta do lábio inferior, mordicando-o para em seguida dar o mesmo tratamento ao lábio superior, seduzindo, conquistando, apresentando os prazeres que era capaz de proporcionar, até que sem perceber Manuela entreabriu os lábios e sem perda de tempo ele apossou-se do interior da boca feminina.
Suas mãos deslizavam pelo corpo curvilíneo redesenhando cada curva e reentrância que encontrava, uma mão percorria as coxas bem torneadas saboreando a firmeza e a maciez da pele dourada, enquanto a outra dedilhava a lateral do corpo delicado erguendo o camisão até acima dos seios redondos e firmes cobertos pelo sutiã do biquíni, revelando-os para o deleite e exploração de seus dedos .
Ele desprendeu seus lábios do aconchego da boca saborosa de Manuela para percorrê-los pelo pescoço tenro, clavícula, colo, parando sua trajetória descendente ao alcançar os seios macios, ergueu o sutiã do biquíni expondo os montes suculentos à apreciação de seus olhos cobiçosos, Manuela tentou se cobrir com as mãos, mas ele a impediu segurando-as com uma única mão e posicionando-as acima da cabeça dela.
- Não. - Murmurou ele fitando-a com os olhos queimando de desejo.
- Isso não é certo. - Manuela tentou protestar assustada com o desenrolar das coisas.
- Não existe nada mais certo. - Contrariou deslizando o dorso da mão de um seio ao outro, seus olhos vidrados no movimento, com o polegar e o indicador prendeu um dos mamilos dourados entre eles apertando-o suavemente, arrancando dela um gemido estrangulado. - Você foi feita pra mim pedacinho de céu. - Declarou com voz rouca.
Sem esperar consentimento abocanhou um mamilo ereto, sugando com tal voracidade e maestria que Manuela se arqueou da cama em um espasmo de prazer, um gemido longo escapando de seus lábios entreabertos, a língua dele rolava a ponta eriçada do mamilo enquanto os lábios sugavam uma parte maior da carne suculenta, fazendo-a se contorcer, o desejo incendiando o corpo feminino.
A mão máscula desceu pelo abdômen definido, passando pela lateral da cintura de violão e indo parar na lateral da calcinha da roupa de banho, arrancando-a com um movimento tão ágil que Manuela só notou que estava nua quando sentiu os dedos longos deslizarem pelo monte de Vênus e escorregarem sorrateiros pelas dobras úmidas.
Ela tentou libertar as mãos para cobrir-se, mas ele não permitiu, liberou o seio que sugava para dar igual atenção ao outro, enquanto usava os dedos para massagear o clitóris excitado.
- Leon... - Gemeu indefesa. - Por favor, não. - Pediu envergonhada por sentir seus sucos molhando os dedos dele abundantemente.
Leon ergueu a cabeça, abandonando o seio saboroso a contragosto e a encarou, sua expressão carinhosa ao tentar tranquiliza-la.
-Está tudo bem minha sereia. - Sussurrou beijando-lhe novamente os lábios.
- Não está. - Contradisse insegura. - Eu mal conheço você...
- E o que isso importa? - Indagou ele com voz apaixonada.
- Eu não sou esse tipo de mulher....
- Eu sei. - Garantiu tranquilo. - É por isso que te quero ainda mais. - Soltou as mãos dela e se posicionou sobre o corpo feminino que ambicionava provar, usando os antebraços para apoiar o peso de seu tronco musculoso evitando assim sufoca-la. - Eu quero você Manuela. - Confessou beijando-lhe todo o rosto até parar acima dos lábios dela, a apenas alguns centímetros de toca-los e suplicou. - Me deixe te dar prazer...Só me deixe te dar prazer, por favor.
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