O rapaz moreno, que tinha por volta de seus quinze anos de idade, estava em seu quarto. Ele tinha diversos aparelhos de som e mixagem ligadas a um adaptador de energia.
Em suas mãos havia um microfone onde ele fazia algumas rimas bem trabalhadas, não era tão rápidas e nem tão lentas. Seu vocal afinado era perfeito para aquilo, contudo, seus pais não apoiavam nem um pouco essa forma de arte.
Diversas vezes, seu pai autoritário brigava com o moreno pelo mesmo apreciar a música. Isso deixava o rapaz muito chateado. Sua mãe constantemente insistia que ele se formasse na carreira de modelo como ela, ver que o mesmo não desejava isso a deixava triste.
Mesmo com todas essas dificuldades familiares, havia uma pessoa que estava sempre ao lado do moreno o fazendo sorrir.
Depois de uma de suas discussões diárias com seus pais, o moreno foi até a casa da namorada, Somi. A jovem tinha cabelos ondulados em coloração castanha, eles cintilavam com as luzes do céu sobre ele. Ela possuía um rosto pálido e uma estatura razoável, ela observa o rosto cabisbaixo do moreno na frente de sua porta em silêncio.

- Aconteceu de novo, não foi? - Ele deixa sua mochila cair no chão da casa e abraça a garota, ele precisava daquilo. A menina acaricia a nuca do rapaz que derramava algumas poucas lágrimas no ombro da mesma.

Não havia sido a primeira vez que o moreno foi buscar refúgio na casa da namorada, a menina era emancipada dos seus pais então não havia problema. Mas dessa vez, Somi sentia que Youngjo permaneceria lá por mais de uma noite.
Ela já nem mesmo perguntava os motivos do moreno, pois já os conhecia muito bem. O pai de Youngjo simplesmente não aceitava que "rap" também é uma arte musical, segundo ele, isso seriam apenas para pessoas do gueto.
Por causa desse pensamento fechado, ele constantemente falava mal de Youngjo para seus colegas e amigos. E como se não fosse suficiente, ele também estava sempre xingando o rapaz, dizendo que ele nunca teria sucesso e que ele sempre seria um incompetente. Youngjo naquela época já estava fazendo tratamento psicológico depois de muitas semanas insistindo a sua mãe, e por causa disso, muita vezes o moreno chutava o balde e respondia ao pai.
Os resultados nuncam era bons, Somi diversas vezes encontrou o moreno repleto de hematomas e feridas avermelhadas com seu sangue. A jovem estava fazendo curso de enfermagem, e por namorar Youngjo sempre estava pondo em prática o que aprendia.
O moreno estava no quarto da garota, ela havia tirado a camisa do mesmo para checar os últimos machucados feitos. Felizmente, dessa vez não havia muitos. Eles estavam em silêncio, o rapaz apenas observava os movimentos delicados da amado limparem o corpo do mesmo.

- Como foi seu dia? - Ele sempre perguntava isso a garota, sabia que os dias dela eram sempre melhores que o dele. A menina dá um leve sorriso admirando a beleza do seu amado.

- Ótimo, eu conheci um garoto novo hoje. - Ela dizia um pouco animada, estava tentando contagiar o namorado. - Ele era muito bonito, acho que nome dele era... Baekhyun. - O moreno estava forçando um sorriso, mas ao ouvir a forma como Somi elogiava o rapaz seu sorriso sumiu. Ele se levanta devagar, e a atitude surpreende a jovem. - O que foi?

- Mais bonito que eu? - Ele pergunta, seu tom estava sombrio e ciumento como sempre. Somi dá uma leve risada e abraça o namorado.

- Você é tão fofo! - O moreno retribui o abraço ainda esperando uma resposta. - Eu posso dizer que ele era mais bonito sim, mas tem algo que você tem que ele não tem.

- O que? - Ele pergunta olhando o rosto da jovem que morde o canto inferior do seu lábio de forma sensual.

- O meu amor. - Ela beija suavemente o moreno que retribui sentindo o leve gosto de cereja do gloss que ela usava. Naquele momento, não havia mais ferida, problemas... Apenas um jovem casal apaixonado que desfrutava um do outro.

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