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9. One little part of this whole nightmare


Procuramos por quase toda a biblioteca enquanto Ronnie estava desaparecida – e Charlie desacordada no sofá da minha sala – mas não encontramos nada que falasse sobre vampiros. A não ser alguns romances que haviam por ali. Nós ouvimos um barulho na porta da frente. Pensei ser Verônica, mas ninguém pareceu "entrar" na casa. Eu e Lucas fomos até o hall. A porta estava fechada.

— Uh, parece que sua companheira de vampirismo se mandou. — comentou Lucas olhando a sala. Eu fui até a porta e notei o vazio da mesma.

— Merda! Ela levou a minha garrafa de vodka! — reclamei. Lucas gargalhou.


Lucas foi embora ao fim da tarde, alegando que sua mãe ficaria chateada por ele não estar com ela. Eu voltei à biblioteca, a procura do livro, e fiquei pensando sobre minha discussão com Ronnie mais cedo. Eu não deveria agir assim com ela, ainda mais depois de todas essas coisas que eu ouvi sobre um irmão matar o outro. Não que eu fosse fazer qualquer coisa contra Ron, mas eu deveria me distanciar o máximo de qualquer contenda. Não só por medo, mas porque ela só tinha a mim agora. Eu era sua única família, seu único sangue. Por mais que tratássemos Sandy e Teddy como se fossem do mesmo sangue, entre eu e Verônica as coisas eram mais fortes. Ela precisava de mim. Eu não podia simplesmente descarregar minha raiva em cima dela apenas por Ron ser mais nova.

Quando ela finalmente voltou para casa, já era noite. Eu estava na sala, assistindo televisão, tentando distrair a minha mente. Ron subiu direto para o quarto dela, sem trocar uma palavra comigo. Eu sabia que eu teria de correr atrás. Minha irmã costumava ser orgulhosa, talvez tanto quanto eu era, e ela definitivamente ficava pior quando sabia que estava com a razão. Eu sempre fui do tipo que não gosto de ficar de mal com as pessoas, principalmente quando tenho de conviver com elas. Dei um tempo, e subi até seu quarto. Ela estava no banho. Sentei-me na cama, esperando. Ron saiu do banheiro, assustando-se um pouco com a minha presença, e me olhou com a cara fechada. Eu não falei nada, então ela seguiu até o guarda-roupa.

— Nós podemos conversar? — perguntei cautelosa. Ron não se virou para mim quando respondeu

— Você pode fazer o que você quiser. A casa não é sua? — senti o ácido em suas palavras. Eu suspirei.

— Ron, me desculpe. — ela continuou mexendo nas roupas. Suspirei pesado. — Olhe, eu sei que fui uma idiota, cretina, vadia e tudo mais. — Ron voltou-se para mim, com os braços cruzados no peito — Me desculpe. Muitas coisas estão acontecendo, a minha vida está realmente muito confusa ultimamente. Eu sei que isso não é desculpa para o modo como tratei você mais cedo, e eu sinto muito por ter despejado toda a minha frustração e raiva em cima de você. Eu não quero que isso se repita. Eu quero dizer... você é a única família que eu tenho, Ron. — ela deixou que seus ombros caíssem, liberando a tensão que ela estava — Eu não quero mais agir como eu agi hoje.

— Você realmente agiu como uma vadia. — respondeu, ainda se negando a baixar a guarda.

— Sim. Uma completa vadia. — ela assentiu com a cabeça. — Você me perdoa? — fiz a melhor cara de vítima que eu tinha. Ron ponderou por alguns segundos, e depois revirou os olhos.

— Perdoo né. Vou fazer o que? — eu sorri faceira, e corri até ela, abraçando-a. — Você também é tudo o que eu tenho, Nathalie. Então não seja uma vadia comigo. — apertei um pouco mais o abraço.

— Prometo que não vou ser.

— Ok, ok, já chega. — disse ela batendo levemente em minhas costas e me empurrando para longe. Eu ri.

— Por onde você andou o dia todo?

— Eu encontrei Lucas no caminho e ele disse que eu poderia ir até a casa dele.

— Aquele cretino! — o xinguei — Ele não me falou nada.

— Eu pedi a ele que não falasse. Eu disse que precisava ficar sozinha e que não queria que a vaca da minha irmã soubesse onde eu estava. — sorriu sarcástica

— Ah, ok. Ele realmente fez o que você pediu. — disse um pouco emburrada. Afinal, ele era amigo de quem?

— Mas eu não fiquei sozinha. A mãe dele estava lá, e graças a Deus, ela era legal pelo menos. Eu me distraí. Quando Lucas chegou, nós fomos até a praça darmos uma volta.

— Hm. — comentei apenas. — Está com fome?

— Morrendo. — ela fez uma careta. Nós descemos e preparamos alguma coisa para comer.

Eu tive pesadelos a noite toda. Não o mesmo, com a mulher de cabelos longos e pretos, mas coisas esquisitas, sombrias. Senti como se tivesse fugido de alguém a noite toda. Quando acordei na manhã seguinte, o rosto de Ben veio nitidamente em minha mente. Senti um frio no peito e uma vontade enorme de ver seus olhos. Eles pareciam algo distante agora. Era possível que eu já estivesse me esquecendo dele, de como ele era? Mas bastou vasculhar um pouco mais, e lá estavam as minhas memórias dele. Os dois olhos sedutores, o sorriso maroto, e seu olhar angustiado da última noite. Seria eu uma tola por esperar que ele voltasse? E se ele estivesse apenas inventando uma história boba para se livrar de mim? Então pensei no que aconteceu aquela noite, em como o encontrei, ensanguentado no chão da minha cozinha. Não. Definitivamente ele não estava inventando algo. Alguma coisa tinha acontecido, havia algo de errado com ele.

Suspirei pesado, sem vontade de sair da cama.

Não quis contar nada a Verônica sobre o que tinha acontecido nos últimos dias. Não queria que ela levasse preocupação para a escola. Ela era apenas uma criança. Não era justo. E talvez — eu ainda tinha essa esperança, por menor que fosse — tudo era apenas fruto da imaginação de uma garota drogada.

Haveria uma festa no porto, para o Dia de São Patrício. Haveria fogos de artifício em uma balsa no mar, uma banda contratada para fazer um show, desfiles de carros alegóricos, comida e bebida feita pelos moradores. Eu combinei de me encontrar com Lucas na praça, em frente à loja de Jamie. Assim que cheguei lá, acompanhada de Verônica, avistei Lucas e uma mulher miúda de cabelos crespos e escuros iguais aos de Lucas, só que numa versão mais longa e com mais cachos. Ela mexia na gola de sua camisa branca. Nós nos aproximamos. Luke me olhou e sorriu.

— Ei, Prescott, achei que não viria mais. — revirei os olhos

— O dia só acaba a meia-noite, Luke. — retribui a ironia. Ele vestia uma calça jeans, tênis, camisa branca e um casaco longo. Olhei para a sua mãe. Ela vestia calça jeans também, com as pernas enfiadas dentro de botas de cano longo, uma blusa clara de gola alta e boba, e um casaco vermelho.

— Essa é a minha mãe, Clarisse. — ela sorriu para mim

— Olá, querida! Você deve ser a Nathalie.

— Eu mesma. — sorri sem graça.

— Desde que eu cheguei em Privy Harbor só me falam de você. — ergui minhas sobrancelhas — Primeiro Lucas, e depois sua irmã. — sorriu acenando para Ron.

— Minha irmã falou sobre mim, é? — olhei para Verônica, estreitando os olhos.

— Você me irritou. — ela se defendeu. Todos riram, inclusive eu. Decidimos não nos prolongar mais por ali, e fomos para o porto.

— Sua mãe é realmente muito bonita. — comentei com Luke, no caminho para o porto. Clarisse e Ron andavam na frente, tagarelando sobre não sei o que. — Você deve ter puxado ao seu pai. — brinquei. Ele riu um pouco, mas parecia incomodado.

— Acho que nunca vou saber sobre isso. — pensei em tocar no assunto, mas me contive. Nós estávamos em um momento de comemoração, não queria tocar nas feridas de Lucas agora.

Avistei Aaron quando chegamos. Parecia mais bonito e robusto desde a última vez que eu o vi. Ele conversava com uma garota, que devia ter a minha idade. Ela estava se derretendo para ele. Eu não sei o que aconteceu, mas assim que Aaron me viu, simplesmente se despediu da garota, e veio em nossa direção. Eu fingi que não o tinha visto. E a garota me olhou como se eu fosse um lixo, um pouco antes de juntar-se a uma turma de garotas que me olharam estranho também. Eu não sei porque, mas meu estômago parecia que iria sair voando junto com as borboletas todas dentro dele, enquanto eu observava Aaron vindo em nossa direção.

— Ei, Crown! — ele e Lucas se cumprimentaram — Tudo bem, Nathalie? — eu sorri para ele.

— Tudo ótimo, e com você?

— Melhor agora que vou ter companhia mais descente. — fingi que ele havia falado aquilo para eu e Lucas, mesmo que seus olhos tenham permanecido apenas em mim quando falou. — Parece que a cidade se encheu de garotas de 15 anos. — Lucas riu.

— É o que os feriados e Saint Davis nos trazem. — os dois riram. — Onde encontro isso que está tomando?

— Oh, é logo ali, naquela tenda.

— Vai querer também, Nath? — perguntou-me Luke.

— Eu vou com você. — respondi rapidamente. Eu não me sentia muito bem em ficar sozinha com Aaron. Não que ele fosse um mau garoto, mas é como se eu ficasse pensando besteiras sobre ele o tempo todo. A presença dele me deixava, sei lá, nervosa, inquieta.

— Não seja idiota, eu trago para você. — suspirei.

— Me traga o que for tomar. — dei de ombros. Ele saiu. Dei um sorriso fechado e sem graça para Aaron. Eu estava achando-o realmente muito bonito naquela noite. E ele me olhava de uma forma como se estivesse pensando a mesma coisa. Eu não sabia o que estava havendo comigo, será que eu estava tão carente a ponto de me apaixonar por cada garoto que conversasse comigo?

E garota?, um pensamento me surpreendeu ao lembrar de Charlie.

— Então, como estão as coisas para você em Privy Harbor? – Aaron puxou assunto, me tirando dos meus devaneios loucos.

— Estão ótimas. Trabalhar com Jamie é muito bom.

— Eu soube que você não estuda mais.

— É, eu já terminei.

— Mas você só tem dezessete anos. — protestou ele, como Lucas havia feito.

— Eu tive de adiantar um ano uma vez. — expliquei, simplificando. Era difícil explicar o lance todo de estudar em casa e o porquê.

— Você deve ter muitas histórias para contar.

— Sobre o que? — perguntei perdida

— Sobre os lugares por onde você andou. Você não é um tipo de nômade ou coisa assim? — eu ri sem graça — Desculpe. Cidade pequena, as notícias correm rápido.

O engraçado da cidade pequena, é que as pessoas comentavam sobre mim, mas ninguém falava comigo. O que, depois de muitas experiências em morar em cidades pequenas ao longo dos anos, era muito estranho. Normalmente as pessoas procuram exaltar a garota nova. Em Privy Harbor era diferente. Sentia que todos, exceto Lucas, Jamie e agora Aaron, tentavam me ignorar, como se não merecesse a atenção deles por um segundo sequer. Ophelia teria amado viver aqui.

— Ahn, não, sem problemas. — respondi sem jeito a Aaron. Ele ficou esperando alguma resposta minha, então comecei a contar algumas aventuras minhas, tentando não pensar que ele ficava mais bonito a cada minuto. Lucas chegou, um tempo depois, com uma cerveja apenas. — Nós vamos dividr? – perguntei perdida.

— Ah, desculpe! Eu esqueci de te trazer uma... — disse ele, dando um sorriso sem jeito.

— Tá tudo bem. — falei rindo, e enfim encontrei uma oportunidade para sair de perto de Aaron — Eu busco lá.

— Quer que eu pegue para você? — ofereceu Aaron.

— Ahn, não, obrigada. Eu estou afim de caminhar um pouco? — ri sem jeito — Já volto. – disse saindo.

— Ok, então. — respondeu ele, encolhendo os ombros.

— Nós vamos estar um tanto mais a frente, onde há aquele espaço que tem aquelas mesas de madeira, sabe? — assenti.

— Eu encontro vocês lá. — saí de perto deles.

Quando encontrei a tenda, avistei uma fila enorme. Por que sempre tem de haver filas na vida de pessoas com pouca paciência para esperar?

Parei atrás de um garoto com uma jaqueta azul, quase fluorescente. Cruzei os braços, suspirando, já sentindo minha perna começar a chacoalhar.

— Vai perder seu tempo aqui. — meu coração disparou ao som daquela voz. Virei me para trás e perdi o ar ao ver Ben, sorrindo, com seu cabelo balançando ao vento. Minha boca se abriu, enquanto meu estômago se enchia de borboletas — Eles não vendem cerveja para menores. — sorri, pateticamente, ao ver o seu sorriso de canto.

— Ben... — consegui dizer por fim — Você voltou! — disse sob o fôlego

— Eu disse que voltaria. — eu quis me jogar em seus braços, eu quis abraçá-lo, eu quis dolorosamente beijá-lo. Mas me forcei a me conter. — Eu disse que veria seu rosto novamente. — suspirei.

— É, você disse. — Ben se aproximou, mas olhou por cima dos meus ombros e distanciou-se novamente. Eu não entendi, até que ouvi a voz de Aaron me chamar. Me virei para trás, contra minha vontade, e o olhei de cara fechada.

— Ahn, eu vim ver se você tinha encontrado a tenda. — ele olhou de soslaio para Ben.

— Encontrei, mas parece que aqui não vendem cerveja para menores, então... — olhei para trás para ter certeza de que Ben ainda estava ali. Tive de puxar o ar ao constatar que sim. — Ben vai comprar uma pra mim.

— Hmm. Ok, então. Estarei com Lucas. — assenti com a cabeça. Aaron sumiu na multidão. Me voltei para Ben, que segurava um riso.

— Desculpe ter envolvido você nisso.

— Não, está tudo bem. Eu não o deixaria levá-la para longe de mim de qualquer jeito. — senti minhas pernas fraquejarem enquanto Ben sorria satisfeito com o meu rubor.

— Isso é bom. Já que eu realmente não iria a lugar algum com ele. — arranquei um sorriso satisfeito de seus lábios.

— Eu tenho umas cervejas logo ali, será que eu posso raptar você? — Ben ergueu uma de suas sobrancelhas perfeitas. Eu o olhei desconfiada e com certeza havia receio em meus olhos ao ouvir aquela frase. – Ok, isso soou meio estranho. – ele riu nervos, e eu também – Eu só quero conversar com você em outro lugar, e como eu tinha esperança que viesse preparei algo pra nós.

— Ok, vou ignorar o fato de que essa proposta está ficando indecente a cada segundo. — disse irônica, mas havia um fundo de verdade nisso. Ele sorriu sem jeito, e me estendeu sua mão. Meu coração saltou. Olhei no intenso azul de seus olhos, e peguei em sua mão.

O calor que senti foi muito forte. Foi como se algo extremamente quente subisse da minha mão para todo o meu braço. Minhas veias pareciam estar em chamas. Olhei assustada para o meu braço, sentindo meu sangue quente. Ardia, beirando a dor. Ergui meus olhos para Ben e ele fazia o mesmo. Ele também estava sentindo aquilo? Angustiada, ergui a manga do meu casado e não pude acreditar no que vi. Era como se minhas veias fossem feitas de luz. Eu podia ver nitidamente todo o caminho do meu sangue, pulsando em uma luz vermelha e forte. Olhei para Ben, assustada, sem entender o que estava acontecendo. Ele puxou seu casaco para cima também, e seu braço estava igual ao meu. A luz vermelha percorrendo todo o caminho de suas veias.

— O que é isso? — perguntei ofegante em um fio de voz. Ben me olhou nos olhos.

— Quem é você? — perguntou num misto de surpresa e admiração.

— Hã?

— Vem. — ele sorriu me arrastando em direção as árvores ali perto. Ben não parou quando chegamos nelas, mas embrenhou-se pelo meio do mato.

— Onde estamos indo? — perguntei, praticamente sem enxergar nada a minha frente e tentando não tropeçar nas raízes que sobressaiam na terra.

— A um lugar distante dos olhos e ouvidos humanos. — respondeu, enquanto continuava a se embrenhar pela mata. Meu coração acelerou. Será mesmo que ele não estava pensando em fazer alguma coisa ruim comigo? Pensei que nunca mais sairíamos daquela floresta, quando, finalmente, o caminho se abriu. Ouvi o barulho do mar e da areia sob meus pés. Era um tipo de praia. Havia uma parede rochosa muito, muito alta a minha esquerda, areia a minha frente e mar a minha direita. Meu braço ainda queimava, mas não queria soltar a mão de Ben. E ele também não fez menção de largar a minha. O calor não era tão ruim assim. A dor estava suportável.

— Que lugar é este? Por que me trouxe aqui? — perguntei não me aguentando de curiosidade. Ben parou, ainda segurando minha mão. Me olhou nos olhos, contendo um sorriso.

— Bom, enquanto eu estava fora, eu decidi que se a visse de novo, lhe contaria tudo. Na verdade eu meio que prometi que faria isso. — disse ele, olhando para as nossas mãos e mordendo seu lábio inferior.

— Prometeu a quem?

— A mim. A Deus. A quem estivesse me ouvindo. — deu de ombros. Ergueu os olhos novamente para mim — Eu quero que você saiba quem eu sou. Por que, não importa o que aconteça, não importa se isso pode me prejudicar, o que você me faz sentir... Bom, acho que esse é o preço a pagar.

— Eu não... entendo o que você diz. — suspirei perdida. Ben riu, depois beijou minha mão. Meu coração parou por alguns segundos.

— Vem comigo.

— Ainda vamos a outro lugar? — ele riu de novo.

— Não vai querer ficar em pé a noite inteira. — piscou para mim. Sorri, gostando da ideia de passar a noite inteira com ele. De repente senti o chão sumir debaixo dos meus pés. Ben me pegou no colo, dando uma risada — Assim nós chegaremos mais rápido. — tão rapidamente me tirou do chão, ele me colocou em suas costas — Segure-se.

Ben começou a correr em direção ao... nada. Havia apenas mais um grande pedaço de ilha ali. Ele corria, não como um humano normal corre. Era muito rápido, eu mal podia ver qualquer coisa passar por mim. E o vento era a melhor parte, apesar de ser gelado, parecia quando eu colocava minha cabeça para fora da janela do carro do meu avô quando eu era pequena. Só que no caso, era como se o carro estivesse andando a uma velocidade de um jato. Minhas mãos estavam agarradas ao peito de Ben, e minhas pernas cruzavam sua cintura. O calor havia se espalhado por todo o corpo agora, e talvez tenha sido por isso que eu não congelei. Ben entrou novamente em uma floresta. Eu não quis fechar os olhos, até mesmo quando era necessário piscar. Eu não queria perder nada daquilo. Parecia tão surreal, que eu tinha a impressão de que se eu fechasse meus olhos, eu acordaria em minha cama. Eu queria apenas prolongar aquele suposto sonho real. Ben continuou correndo, até que começou a diminuir o ritmo. Eu comecei a ficar com calor assim que o vento diminuía.

A floresta abriu-se novamente, e eu pude contemplar tenda de madeira, simples, com telhado de palha. Havia luzes por toda a volta dela, lâmpadas amareladas que a luz da lua deixava tudo ainda mais lindo. Em frente a casinha, havia uma manta estendida na areia, que observei assim que nos aproximamos mais. Em cima do pano havia cervejas, batata frita e hambúrgueres.

Ben me ajudou a descer de suas costas, e me segurou quando eu quase caí por conta da fraqueza nas pernas.

— Você está bem? — perguntou preocupado. Eu soltei o ar, tentando me atualizar.

— Podemos fazer isso de novo? — perguntei entusiasmada. Ben riu.

— Quantas vezes você quiser. — eu sorri, tentando controlar as borboletas. Ben pegou em minha mão novamente, e o já esperado calor apareceu. Ele sorriu e começou a me conduzir pelo areia.

— Que lugar é esse?

— É onde eu me escondo, onde descanso depois de um dia, ou um mês difícil. – falou ponderando.

— Você fica aqui sozinho? – perguntei enquanto olhava encantada para a tenda.

— Sim, só tenho companhia quando Bianca tem uma folga de Saint Davis, mas não é sempre, porque nossa mãe prefere que ela vá a Londres e passe o fim de semana com eles. – disse enquanto chegava do outro lado da manta estendida. Fez um gesto para que eu me sentasse. – Senhorita...

— Obrigada! – falei, respondendo ao gesto dele, como reverência, e me sentando no pano macio. Ben sentou logo depois, com as pernas dobradas e os pés tocando a manta, virados para o mar. – E você não passa um tempo com eles?

— Não muito... – disse depois de um suspiro. – Só quando as coisas estão calmas por um bom tempo. Não gosto de levar a batalha até eles. Me mataria se algum deles se machucassem. – continuou, ainda olhando o mar. Eu fiquei em silêncio, esperando que qualquer coisa fizesse sentido na minha cabeça. Ben me olhou, dando um sorriso de lado – Você não faz ideia do que eu estou falando, não é? – apertei a boca em um sorriso sem jeito, e neguei com a cabeça. Ele suspirou novamente. – Está tudo bem, eu vou te contar. Mas antes preciso que você tome alguns goles de cerveja e coma sua comida preferida. – ele sorriu maroto. Eu o olhei surpresa.

— Como você sabe que é minha comida preferida? – ele mordeu o lábio, parecia tentar encontrar as palavras certas. Por Deus, ele não fazia ideia do quanto ele ficava gostoso fazendo isso.

— Digamos que eu tenho uma certa habilidade de saber o que as pessoas gostam.

— Você lê mentes? – perguntei divertida, porém com medo da resposta. Se ele lia mentes, eu estaria completamente enrascada agora. Ben gargalhou.

— Eu não leio mentes! Eu não sou Edward Cullen! – disse depois de recuperar o fôlego. Depois sorriu, doce e sedutoramente. Eu senti minhas bochechas arderem. – É um outro tipo de habilidade. E como eu disse – continuou enquanto abria uma cerveja e entregando para mim – eu vou te contar tudo.

Tomei um gole da cerveja e peguei umas batatas. Cruzei minhas pernas, deixando meu corpo de frente para ele.

— Estou pronta, pode começar! – disse sorrindo e comendo as fritas. Ele sorriu, mas no fundo eu podia ver uma angústia em seus olhos.

— Bem... pra você entender bem, eu vou ter que te contar uma história antes. – ele me olhou esperando meu consentimento.

— Ok! – respondi comendo mais umas batatas e bebendo mais um gole de cerveja.

— Ahn... eu realmente não sei como começar isto. — disse ele, sem jeito — Você é a primeira pessoa para quem eu estou contando. — ergui minhas sobrancelhas, surpresa — E eu realmente não contaria nada se você não me fizesse sentir tudo isso, e se eu não tivesse prometido que contaria. E também se eu mesmo não quisesse entender tudo isso de uma vez por todas.

— Como assim? – ele suspirou mais uma vez.

— Me deixe começar pelo começo, e então, talvez, no final você mesma saiba como me ajudar. – ele me olhou perdido e esperançoso ao mesmo tempo. Eu apenas assenti com a cabeça. — Você alguma vez já pensou se lendas ou histórias que você lê em livros de ficção pudessem se tornar reais?

— Uh, já. — disse impulsivamente. Ben riu.

— Bem, foi exatamente isso que aconteceu comigo. — assenti, esperando que ele continuasse — Há muitos anos, muitos anos mesmo, houve um tipo de revolta no céu. Um anjo, chamado Lúcifer, ele quis tomar o lugar de Deus. Quis sentar-se em seu trono e ser coroado o rei. Aquilo foi considerado o maior ultraje e rebeldia, e Deus baniu Lúcifer do céu, juntamente com todos aqueles que se juntaram à sua gangue, digamos assim. Quando todos esses anjos chegaram a terra, eles perderam sua glória, e suas dádivas foram transformadas em pecados. Depois que Adão e Eva foram expulsos do jardim... Você conhece a história de Adão e Eva, certo? — averiguou. Assenti erguendo uma sobrancelha — Ok. Quando Adão e Eva foram expulsos do Jardim do Éden, Lúcifer ainda queria destruir os humanos. Pois ele não conseguia entender para que propósito eles haviam sido criados, e o porquê de Deus os amar tanto. Ele sabia que os humanos eram fracos, já havia provado disso com Eva e o tal fruto. Então, quando os primeiros filhos do casal nasceram, Lúcifer enviou um de seus servos, Abadom, para que tentasse corrompê-los.

O clima naquele momento parecia perfeito para aquela história. O barulho das ondas batendo na costa, o vento nas árvores. O frescor que vinha do mar, apesar de eu estar super agasalhada, fazia meu corpo arrepiar de tempos em tempos. Claro que a cerveja gelada completava a sensação de frio, mas não poderia pedir por melhor bebida e melhor companhia para aquela paisagem maravilhosa. Notei até uma música tocando baixinho dentro da cabana. Era um folk muito gostoso de ouvir. Ben continuou, me tirando daquele momento de deslumbre.

— Caim era o filho mais velho, e Abadom se concentrou nele, já que Abel parecia ser mais fiel a Deus e puro de coração. Abadom possuiu os pensamentos de Caim por anos, até que a escuridão assumiu seu coração por completo, e Caim matou seu próprio irmão. — eu demorei alguns segundos para entender a história que ele estava contando. Quando finalmente me dei por conta, senti um leve arrepio na espinha. Um arrepio diferente do que eu estava sentindo com o frio. — Caim foi amaldiçoado por sua atitude. — Ben continuou — Foi condenado a andar como fugitivo pela terra, e foi posto sobre ele uma marca. Todos pensam que a tal marca fora uma mancha em sua testa ou feridas pelo corpo, mas a marca foi feita em sua alma. Foi lhe retirado qualquer resquício humano, e ele foi transformado em um Lâmia.

— Lâmia?

— Sim. – ele ponderou por alguns segundos – Uma espécie de demônio, parecido com um vampiro. – outro arrepio – Os Lâmias, na verdade, são considerados, por muitos, como os primeiros vampiros que habitaram a terra.

Meu coração parou por alguns segundos. Aquilo me lembrava do que Charlie havia tagarelado no outro dia bêbada no meu sofá. Seria possível? Seria realmente possível que tudo isso fosse real? E como, de repente, Ben sabia sobre isso? Por que estava me contando?

— O Lâmia deseja tudo o que a alma humana possui. Todos os desejos e tudo o que faz do ser humano um ser fraco. A alma em si, com todos os seus defeitos. – Ben prosseguiu, sem nem perceber o pavor tomando conta do meu corpo. – Só há uma maneira de se chegar até a alma de uma pessoa: o sangue. E você pode imaginar o quão tentador é para um simples vampiro da mitologia, multiplique isso por, não sei, um milhão de vezes mais forte para um Lâmia. Caim deveria se controlar pelo resto de sua vida a não cair na tentação de beber sangue humano, pois esse era o único alimento que sua alma calejada desejava. E ele conseguiu... por um tempo... manter-se firme, pois em alguma parte dentro de si estava arrependido do que fizera. Ele sabia que a maldição não havia caído somente sobre ele, mas sob Abel, que mesmo depois de morto seu sangue clamou por vingança.

Lucas estava certo então. Os descendentes de Abel realmente foram despertados por vingança. Mas, então, porque eu tinha sonhos com aquela mulher pedindo para que eu me vingasse? Tudo parecia tão confuso e assustador a cada palavra que Ben pronunciava.

— E também sobre toda a sua descendência. — continuou — Sempre haveria a tentação da inveja, do ciúme, pairando sobre cada geração. Caim distanciou-se de sua família, com medo de que a maldição tocasse seu primogênito. Diz a lenda que ele estava há dias vagando, sedento e faminto, quando começou a sentir um cheiro delicioso vindo de uma aldeia. Quando chegou lá, Caim constatou que a cidade havia sido devastada por uma batalha, e que praticamente toda a população estava morta. Restavam apenas alguns que ainda agonizavam. Foi quando ele se deu conta de onde vinha o cheiro que o atraiu. Era o sangue, daqueles que ainda estavam em seus últimos suspiros. A fraqueza dos últimos dias não deixou que Caim se controlasse e ele se entregou aos seus desejos. No momento em que o sangue humano entrou em sua corrente sanguínea, a transformação de Caim estava completa. Sua alma foi tomada pela escuridão, e ele nunca mais voltaria a ser um humano novamente.

Se mantenha firme quando a escuridão vier, lembre-se de quem você é.

As palavras da carta de Ophelia saltaram à minha memória, e por um breve momento eu queria que Ben apenas parasse de falar. Mas ele continuou.

— Naquele momento, o filho mais velho de Abel, apareceu. Ele também havia sofrido a transformação, mas no seu caso, ele se tornou um vingador, um Belianita. Ele também já não era mais um humano. Havia adquirido força, habilidade, velocidade, e tudo para enfrentar Caim, aquele que havia assassinado o seu pai. Na mesma hora em que os olhos de Caim se encontraram com os olhos do filho de Abel, não houve outro sentimento presente a não ser a raiva e o desejo de vingança. Caim continuou odiando a Abel, mesmo depois de morto. Ele acusava Abel, através de seu filho, dizendo que ele só havia se transformado em tal monstro por culpa de seu pai. Os dois se enfrentaram em uma batalha, até que um deles morreu.

— Quem? — perguntei quase desesperada.

— Não se sabe quem foi o vencedor da primeira batalha. Mas a partir daquele momento, o futuro de seus descendentes estava decretado. Assim como Caim havia deixado que Abadom tocasse em sua alma, seus descendentes seriam tocados sete vezes mais por mais sete demônios. E os descendentes de Abel, seriam despertados sete vezes mais para combater o inimigo que iniciou toda a maldição. Caim havia sentido apenas o desejo doentio pela alma humana. Mas os seus sete descendentes são tocados, não por simples demônios, mas pelos demônios que originaram os Sete Pecados.

— Como... Como assim? Pelos demônios que originaram os Sete Pecados?

— Cada descendente sente algum pecado mais forte. Como o orgulho, ou a raiva, por exemplo. Pelo que eu ouvi em todas as minhas... andanças por aí – senti que ele mudou a palavra no último momento – é que quando o descendente está próximo da transformação, sente o seu pecado original sobressair a sua própria personalidade.

— Como se alguém que sempre foi tranquilo, de repente sente tanta raiva a ponto de quase explodir? — perguntei, lembrando-me dos ataques que tive recentemente, principalmente com Verônica.

— Sim, exatamente. – engoli seco – Assim como alguém com o pecado da lascívia se torna extremamente sedutor, cada dia mais, para, basicamente, qualquer ser vivo que esteja por perto.

Aquilo me lembrou Aaron. Enruguei a testa lembrando de quando o conheci pela primeira vez, ele era apenas um garoto bonito, mas agora a cada vez que o via ele estava mais lindo, e despertando desejos insanos em mim. Será que ele também era um descendente?

E Ben? Era um Lâmia também?

— Como sabe sobre tudo isso? – perguntei, enfim, não aguentando mais o desespero de saber o mistério por trás disso tudo.

— Porque eu sou um desses descendentes. — disse me olhando apreensivo.

Minhas suspeitas estavam certas! Ele era um descendente. E se eu também era, ele era como eu. Eu estava quase sorrindo quando Ben continuou.

— Sou um Belianita. — meu corpo perdeu completamente todos os sentidos. Senti o sangue sumir do meu rosto enquanto tentava me lembrar como se respirava. — Fui criado para matar alguém, que talvez nem saiba o porquê foi amaldiçoado. — Ben continuou. Sua voz parecia longe.

Aquilo... não podia estar acontecendo! Eu não podia estar vivendo aquele momento. Não era real. Ben estava apenas sendo sarcástico. Não estava?

No fundo, eu sabia a resposta.

Ele continuou falando coisas as quais eu não ouvi. Eu não conseguia ouvir mais nada. Meu coração estava quase parando e minha mente estava absorta sob um mar cinzento. Parecia que eu havia mergulhado no oceano ao meu lado, e estava me afogando.

—... Nathalie? — ouvi a voz de Ben ao fundo. Mal podia focar seu rosto — O que aconteceu? Porque está chorando? — sua voz era desesperada, mas lenta e grossa, como se ele estivesse falando em câmera lenta. Senti meu rosto ficar molhado. — Nathalie! — Ben se inclinou sobre a bebida e a comida e segurou meus braços, foi quando voltei a mim, puxando o ar. Um medo me invadiu de repente. Um pavor. Ben sabia o que ele era, então certamente sabia em quem eu me tornaria. Talvez tudo não tivesse passado de uma armadilha. Ele me trouxera até sua "casa" — se é que era realmente a casa dele — para que eu não conseguisse escapar. Tudo havia sido planejado calculadamente. E eu nem teria chance de me defender.

O calor das mãos dele em mim doíam. Eu estava queimando.

— Eu preciso ir embora. — minha voz saiu sem vida

— O que?

— Me deixe ir embora! — gritei com uma voz aguda, pondo-me em pé — Eu quero ir embora agora! — Ben levantou-se assustado com a minha reação

— Mas... O que...? Ok, tudo bem eu te levo de volta. — minha respiração estava ofegante, eu sentia meu coração na minha garganta.

— Não. — disse por entre os dentes. Ben me olhou confuso e perdido — Eu vou sozinha.

— Nathalie, nós estamos há quilômetros de distância da parte mais próxima da cidade! Se eu não levar você, levará dias para encontrar o caminho. – disse ele quase suplicando.

— Eu não me importo. – disse dando um passo para trás quando ele fez menção de se aproximar.

— Mas eu me importo! – ele retrucou. Um riso irônico saiu dos meus lábios involuntariamente.

Vi os olhos de Ben se enxerem de decepção e raiva, e então, sem nem perceber, eu já estava grudada as costas dele, enquanto ele corria pela floresta.

— PARA ONDE VOCÊ ESTÁ ME LEVANDO? – gritei desesperada.

Ele não respondeu.

Eu tentei desvencilhar meus braços do corpo dele, mas suas mãos estavam me segurando com tanta força que eu mal conseguia me mexer.

Os pensamentos que invadiam minha mente enquanto ele fazia aquele caminho, e enquanto aquele calor queimava meu corpo, eram insanos. Provavelmente ele estava me levando para os outros descendentes, os Belianitas, e eu alguns minutos eu estaria morta.

Eu ainda estava pensando nisso quando ele saiu da floresta, chegando na primeira praia que me levou. Ben parou, me desceu de suas costas, virando-se de frente para mim. Eu não soube o que fazer. Sentindo minhas pernas fracas, apenas fiquei olhando para ele, esperando que alguma coisa terrível fosse acontecer.

Mas nada aconteceu.

Ben me olhou, parecendo querer dizer alguma coisa, mas ao invés disso apenas suspirou, abaixando o olhar. Seus lábios apertados. Eu não entendia porque ele estava agindo como se realmente estivesse sofrendo. Como se tivesse uma dor visceral dentro dele. Olhei para suas mãos e elas estavam apertadas nos punhos, as veias saltando por consequência da força que ele fazia.

Não havia um motivo para ele sofrer. Era eu quem iria morrer. Ou ele não havia planejado nada? Eu já não sabia mais do que exatamente eu estava com medo. Não sabia mais o que pensar sobre ele. Meu coração estava acelerado e eu me sentia gelada. Ben havia sido criado para me matar e ele poderia fazer aquilo ali mesmo, num piscar de olhos. E eu nem saberia como eu morri. Todas aquelas imagens de sangue, luta, demônios, aquilo tudo estava como uma bola de neve em minha cabeça. Crescendo cada vez mais e mais e mais.

Aquele silêncio todo só me deixou com mais raiva de tudo. E eu sentia mais raiva por saber a origem da minha raiva. Eu queria socar algo!

Olhei para Ben, respirando fundo, e criando coragem para me mexer. Quando fui dar o primeiro passo, inesperadamente, senti a mão de Ben segurar a minha. Não consegui sentir nada além de conforto e segurança, e não tive forças para fazer com que ele a soltasse. Talvez aquele fosse o nosso último toque, a última vez que sentiria seus longos dedos macios nos meus, o calor subindo por minhas veias. Meu coração se aqueceu, e não havia mais nada em minha mente. Apenas o desejo de que aquele momento se prolongasse por toda a minha vida.

Eu quis dizer isso a ele. Quis poder lhe explicar que eu nunca desejei ser essa coisa, que eu nem sabia de nada disso até a semana passada. Eu quis prometer-lhe que jamais lhe faria mal algum, ou que nunca tentaria matá-lo. Mas eu conseguiria cumprir? Eu não fazia ideia do que iria acontecer comigo. Eu ainda nem sabia quem eu era. Se eu realmente fosse uma descendente, o único desejo que teria em relação a Ben seria o de matá-lo. E ele a mim.

Exatamente nesse momento de indecisão, os fogos do Dia de São Patrício foram acesos. Olhei para cima, e presenciei a cena mais linda de toda a minha vida. Milhares de fagulhas coloridas no céu cercavam por trás o contorno de Ben. Seu rosto iluminado com todas as cores do mundo.

Aquilo fez eu me desviar um pouco do medo, mas não da dor. Lá estava eu, caindo em mais um abismo. Ben havia significado tanto para mim, eu havia sonhado e ansiado por seu retorno. E agora tudo estava acabado, mesmo antes de começar. Pensei em qualquer possibilidade de fazer isto dar certo.

Não havia nenhuma.

Então soltei sua mão. A paz se foi tão rápido eu deixei de tocá-lo.

Sem olhar para ele novamente, segui firme em direção a cidade. Antes de entrar definitivamente na pequena floresta que dava para o porto, virei-me para trás, só para constatar que ele já não estava ali.

Não havia mais nada ali.

Nem em mim. 


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Oi, meus amores! Desculpa pela demora, e por esse cap longoooooooo hehe ele já tava pronto, mas refiz todinho ele porque não tava mais gostando da versão anterior, espero que vocês gostem!


Agora uma pergunta:

Minha noiva O-D-E-I-A a Nathalie, alguém mais compartilha desse sentimento? hehehe

Não esqueçam de comentar!

beijos da nalu

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