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6. Goodbyes


O meu desespero era tanto que eu mal conseguia discar o número de Lucas. Gritei comigo mesma, dizendo que não era hora para dramas de garotas. Finalmente o nome dele apareceu na tela.

Alô? — disse ele numa voz sonolenta e incrédula.

— Lucas, por favor, eu preciso da sua ajuda! — minha voz estava tão tremula e desesperada quanto meu corpo.

Nathalie? O que aconteceu? O que houve? — ele se despertou.

— Não tem como eu explicar pelo telefone, eu só preciso que você venha até a minha casa agora! É caso de vida ou morte, Lucas, por favor! — as lágrimas explodiram quando fitei o corpo de Ben.

Ok, ok, acalme-se! Eu estou indo para aí! Fique calma!

Eu desliguei e larguei o celular em cima da mesa. Eu não sabia o que fazer. Não sabia nem por onde começar. Então pensei em pegar algo para ele não sentir frio, para manter a temperatura do corpo dele alta. Corri até o meu quarto e peguei o cobertor com o qual eu estava coberta. Desci, quase despencando nas escadas, e cobri Ben com ele. Seu corpo estava meio recostado nos armários, as pernas estiradas no chão frio da cozinha. Ele vestia apenas uma blusa branca e jaqueta de couro. Me sentei ao seu lado, e tentei encontrar algum ferimento, mas sem deixá-lo descoberto. Peguei um pano que havia ali perto, umedeci e limpei seu rosto sujo de sangue. Onde mais havia sangue era em seus lábios e queixo, como se tivesse escorrido da boca. Limpei-o, delicadamente, com medo de machucá-lo. De repente senti um medo de que talvez ele estivesse morto. Tentei fazer como os médicos fazem, colocando dois dedos no pescoço dele, mas eu não sabia como fazer e não senti merda nenhuma. Então pus a mão em seu peito, e respirei aliviada quando o senti pular. O coração dele batia, forte e calmo.

Enquanto esperava Lucas chegar, fiquei ali, com Ben, tentando segurar as lágrimas, tentando parar de tremer, e tentando acalmar o intenso calor que estava sentindo. Mesmo ali, ensanguentado, à beira da morte talvez, ele continuava sendo o garoto mais lindo que conheci. E eu não entendia se ele estava quente, ou se eu o sentia quente.

Batidas desesperadas na porta da frente me fizeram pular. Corri até a porta e avistei um Lucas desesperado.

— O que aconteceu? Você está bem? — me olhou por inteiro.

— Não foi comigo que aconteceu. Venha, entre. — senti o desespero começar a tomar conta de mim de novo. O levei até a cozinha.

— Oh meu Deus! — Lucas se abaixou rapidamente ao lado de Ben — O que você fez?

— O que? Eu... Eu não fiz nada! Ele chegou aqui assim! — respondi depois que Luke me lançou um olhar acusador.

— Ele apareceu na sua porta assim? - perguntou incrédulo

— Sim! Eu estava dormindo já, ouvi um barulho e desci. Essa porta estava escancarada, e Ben estava todo ensanguentado aí no chão! — eu já estava tremendo novamente. Lucas ergueu um pouco o cobertor.

— Santo Deus! Ele está ferido!

— Está? — minha voz saiu duas oitavas acima.

— Quer dizer... eu não sei, mas ele está todo ensanguentado. — respondeu perdido. — Vamos tirá-lo daqui. Me ajude, eu pego aqui em cima e você pega os pés dele.

— E para onde vamos levá-lo? Para o meu quarto?

— Seu quarto não fica no segundo andar? — assenti — Então nós não vamos levá-lo para o seu quarto. – respondeu num tom irônico – Tem algum outro lugar onde seja confortável? — pensei

— Há um sofá na biblioteca.

— Ótimo. Pegue-o. — ordenou Lucas acenando com a cabeça para as pernas de Ben. Percebi que ele fez um grande esforço para tirar o corpo de Ben do chão. Se apenas as pernas já eram pesadas, imagina o resto?

Dei um empurrão com o pé na porta da biblioteca, e nós o colocamos no sofá. Como ali era mais quente, antes de cobri-lo com o cobertor, decidi verificar se Ben havia se machucado. Ergui a camiseta dele e...

Isso é o paraíso! — ouvi uma voz ao fundo.

— Ou um bom pedaço dele. — comentei inconscientemente, admirando o tórax perfeito de Ben.

— Nathalie! — Lucas chamou minha atenção. Eu abaixei a blusa de Ben rapidamente. — Eu estava falando dos livros.

— Eu também. — disfarcei.

— Saia daí, sua pervertida. — ele me puxou para ficar em pé. Dei-lhe um tapa de brincadeira pela ofensa. Lucas levantou a blusa dele novamente, ficando no meu campo de visão.

— Não há ferimentos. Ele está perfeito. — disse eu entediada. Lucas se pôs em pé.

Oh, meu Deus! Ben é perfeito! — disse ele, fazendo voz de menina.

— Sabe que eu sempre achei que essa história de você ter uma namorada fosse tudo fachada? — Luke fechou a cara.

— Cubra seu namoradinho, antes que ele tenha uma hipotermia. — disse e foi em direção aos livros.

— Ele não é meu namoradinho. — Infelizmente, completei mentalmente.

— Mas bem que você queria. — Lucas ecoou meus pensamentos. Sorri para mim mesma enquanto cobria Ben.

Estávamos na sala, em silêncio, esperando que alguma explicação brotasse da mesinha de centro.

— Ok, não há sobre o que pensar. — Luke parou de repente, pensando em alguma coisa que o deixou um pouco perturbado, depois balançou a cabeça — Nós teremos que esperar Ben acordar.

— Pensou nisso sozinho? — zombei. Ele me deu um sorriso falso, e pegou o controle da televisão. Luke deixou em um canal de documentário. Esperei que ele trocasse, e quando não o fez, o fiquei encarando entediada. Lucas me olhou depois de alguns segundos.

— O que foi? Isso é cultura. — acenou para a TV.

— Lucas, são quase cinco horas da manhã, eu não vou ficar aqui assistindo sobre como leões matam coelhos. — reclamei

— São lebres, e não coelhos. — ele me corrigiu.

— A televisão é minha... — roubei o controle das mãos dele — e eu escolho o que assistir. — coloquei em meu canal preferido.

— Oh, não! Não me venha com esses seriados melosos! — Lucas fez menção de vomitar.

— Não há nada de meloso em matar demônios, geniozinho. — rebati.

— Oh, é aquele sobre demônios? — ele se interessou

— O que? Você pensou que era mais um daqueles depressivos? — Luke encolheu os ombros — Aqueles eu deixo para os meus dias de TPM. — brinquei.

Eu não consegui me concentrar no programa. Ficava tentando adivinhar o que diabos tinha acontecido. Em um determinado ponto, eu me lembrei do meu sonho. Era tudo tão parecido!

— Lucas... — o chamei, ainda olhando para o nada, com as imagens vindo rapidamente em minha cabeça — eu sonhei com isso. — nossos olhos se encontraram, mas parecia que Luke não havia entendido — Eu sonhei com isso. Com Ben ensanguentado. — suas sobrancelhas se uniram.

— Tem certeza de que não é um déjà vu?

— Déjà vu é quando você já viveu uma cena parecida, e de repente ela parece se repetir. Eu não me lembro de ter visto Ben sangrar antes de hoje. — respondi, um tanto impaciente.

— Uh, ok. O que você sonhou? — respirei fundo

— Antes de descer, eu estava sonhando que eu estava em uma floresta, e eu via Ben lá. Ele estava no chão, ensanguentado, quase morto. Exatamente como ele estava na cozinha quando o encontrei. E no sonho, ele me pediu ajuda. Foi nesse exato momento que eu acordei, ouvindo um barulho vindo aqui de baixo. — Lucas ficou em silencio.

— Você está querendo dizer que... você teve um tipo de visão, é isso?

— Eu não sei! — respondi, me apavorando um pouco. — Eu não sei. Eu só sei que eu tive esse sonho, e que agora ele está acontecendo. Tirando a parte da floresta e da terceira pessoa que eu vi... — me lembrei do vulto que vi entre as árvores.

— Eu sou a terceira pessoa? — a voz dele saiu uma mistura de afirmação com questionamento.

— Não. Eu a vi pouco, mas ela não era você. Eu tenho quase certeza de que era alguém de cabelos loiros. Eu só não sei dizer se era homem ou mulher. Foi muito rápido, e estava muito longe.

— Cara, Nathalie! Você teve uma visão. Ou sei lá como se deve chamar isso. — disse ele confuso — Isso já aconteceu antes?

— Não. Não que eu me lembre. — acrescentei. De repente ele deu um pulo no sofá.

— Uh! É como o garoto do seriado! Você tem visões, um pouco antes de elas acontecerem, com alguém que tem algo a ver com você.

— Não fale besteira, Lucas! — atirei uma almofada nele. Ele gargalhou. — É impossível ter uma conversa séria com você. — revirei os olhos. Ainda estávamos discutindo, quando Ben apareceu na porta da sala. Eu e Lucas ficamos em pé num pulo.

— Como você está? — perguntei. Ben parecia constrangido.

— Eu estou bem agora. — ele me olhou nos olhos e aquilo fez o momento se estender. O azul tinha voltado aos olhos dele, e eles me pareciam querer dizer tanta coisa. Mas ao invés disso, Ben suspirou pesado, e olhou desajeitado para Luke.

Lucas me olhou, arregalando os olhos, provavelmente querendo que eu perguntasse o que tinha acontecido. Arregalei os olhos de volta para ele, querendo dizer "espere!".

— Você está bem mesmo? — perguntei me aproximando de Ben e empurrando Lucas para trás de mim. — Não quer deitar de novo? Quer comer alguma coisa? Eu posso fazer algo quente para você tomar... — Ben sorriu, me olhando admirado.

— Eu estou bem, Nath, é sério. Mas obrigada por se preocupar comigo. — ele olhou de soslaio para Lucas. — É melhor eu ir embora, eu não quero atrapalhar nada. — Ben deu um sorriso sem graça. Eu enruguei a testa e demorei um tempo para entender do que ele estava falando.

— Oh, não! — eu e Luke falamos ao mesmo tempo.

— Ela me chamou para ajudá-la. Nathalie estava apavorada, não sabia o que fazer com você. Eu não estava passando a noite aqui, de jeito nenhum. Você sabe que eu namoro a Chelsea, e a Nathalie, ela é apaix...

— Ele veio apenas me ajudar. — interrompi Lucas, antes que ele falasse algo inapropriado. Ele estava vermelho de vergonha, e sentou-se no sofá, exausto. Eu deveria estar com o rosto da mesma cor das bochechas dele. Voltei-me para Ben novamente. Ele segurava um sorriso. — O que aconteceu? — minha voz cautelosa.

— Nada demais. — deu de ombros — Eu sou mais odiado do que eu pensava. — sorriu, ironicamente.

— Odiado por quem? — alguém disparou tiros na televisão, e eu dei um pulo. — Desliga essa coisa, Lucas. — disse com meu coração a mil.

— Não. — disse Ben — Deixe-o aí, eu preciso conversar com você. — sua voz estava num tom baixo, apenas para eu ouvi-la.

— Tudo bem. — assenti apreensiva, num quase sussurro. — Eu já volto, Luke. — ele piscou o olho para mim. Eu revirei os olhos. Fiquei surpresa quando Ben abriu a porta da frente e saiu. — Ei, onde você vai? — caminhei mais rápido para alcançá-lo. — Você disse que queria conversar. — falei, quando Ben parou do lado de fora da porta. Ele mordeu os lábios por alguns instantes, depois me olhou nos olhos, suspirando.

— Eu preciso que você entenda uma coisa. — assenti apreensiva — Eu não posso lhe contar o que aconteceu hoje, e também não posso ficar por muito tempo aqui. — minhas sobrancelhas se uniram, eu estava incrédula — Eu também não deveria pedir o que estou prestes a pedir, mas... — as feições de seu rosto eram agonizantes — Eu vou desaparecer, novamente. Talvez eu volte. Talvez não. — balbuciei algumas coisas incompreensíveis — Porque é assim que eu vivo. Esta é a minha vida. Mas eu não posso deixar de lado o fato de você ter aparecido. Nathalie... — eu pude ver a dor em seus olhos. Aquilo estava esmagando meu coração — Eu não sou forte o suficiente para pedir que você me esqueça, então, o que eu peço, é que apenas se lembre de mim como um cara esquisito que passou pela sua vida. — ele riu sem humor. Teimosamente, eu balançava minha cabeça, não acreditando nas palavras dele — Lembra-se quando eu disse que não existiam milagres? Eu estava errado. Você é o meu milagre. — Ben sorriu, o sorriso perfeito, mesmo cheio de dor, o sorriso continuava perfeito. Eu podia sentir as batidas do meu coração completamente descompassadas. Acelerando e diminuindo o ritmo a todo o instante — Alguém, lá em cima, achou que eu merecia uma segunda chance, mesmo quando nem eu sabia se merecia ou não. — lentamente ele acariciou meu rosto, e desceu até meu pescoço, me fazendo queimar por todo o trajeto de seus dedos longos — Se Ele ainda achar que eu mereço, eu verei você de novo. E eu farei de tudo para ficar, se assim você quiser. — suas palavras falharam no final da frase.

— Eu não sei do que você está falando, Ben, mas o que quer que esteja indo fazer... não faça! — peguei em sua mão que ainda estava em meu pescoço. Ben pegou minhas mãos e as deixou entre as suas, fazendo-as praticamente sumirem. Eu sentia minhas veias arderem.

— Não é uma escolha. — disse enquanto olhava nossas mãos — É apenas a droga da minha vida. — seus olhos se ergueram para os meus, e eu vi uma lágrima escorrer pelo seu rosto perfeito — Eu só quero que você saiba, que enquanto eu estiver vivo, eu sempre vou ter esperança de ver seu rosto novamente, e de sentir meu coração bater quando isso acontece. — mesmo com a fraqueza em minhas pernas, me aproximei dele, apertando suas mãos, tentando segurá-lo ali de alguma forma.

— Por favor, Ben... não vá. Fique e prove o que está dizendo. — o desafiei, com a voz fraca, sentindo o bolo em minha garganta subir até meus olhos. Ben me olhou, profundamente. Enquanto eu me perdia naquele mar azul-acinzentado, eu me esqueci de respirar. Ele se aproximou e encostou seus lábios macios em minha testa, enquanto eu inspirava seu perfume. Senti como se já o tivesse cheirado antes. Era algo como âmbar. Forte, suave, intenso. Perfeito.

Por um momento pensei que seria apenas aquilo, mas então ele voltou e encostou seus lábios nos meus delicadamente. Senti seu perfume ainda mais forte, como se ele penetrasse em minha própria pele. Ele não prolongou muito o beijo, foram apenas alguns segundos de lábios colados e então Ben se afastou mais uma vez, e, num piscar de olhos, ele não estava mais ali.

Demorei alguns longos segundos para voltar a mim e perceber onde eu estava, e que estava sozinha. Apenas sentindo uma leve dormência em meus lábios e seu perfume empreguinado em minhas narinas, corri até o portão para ver se avistava Ben, mas a rua estava deserta.

— Nathalie? — ouvi a voz de Lucas. Me virei para ele, completamente perdida, e deixei que meu corpo se apoiasse ao portão. — Onde está Ben? — Lucas olhou para os lados.

— Ele se foi. — respondi em um fio de voz. — Bem... se foi. — Luke veio até onde eu estava e olhou para os dois lados da rua assim como eu. Depois me olhou, preocupado.

— Você está bem?

Eu estava? Quero dizer, quando você não sente nada, apenas um vazio, algo oco dentro de você, o que significa? Eu sentia o portão gelado contra o meu pijama. Eu sentia o vento frio em meu rosto. Eu sentia os dedos de Lucas em meus braços. Mas por dentro, eu estava anestesiada. Tudo o que Ben havia falado estava flutuando dentro da minha cabeça, e ecoando em cada pedaço do meu corpo. Eu não fazia ideia do que significava tudo aquilo. Eu não havia entendido se ele estava se despedindo, ou dizendo um até logo. E o mais importante, e que mais me deixava tonta, era se ele realmente gostava de mim. Se o que ele disse sobre seu coração bater quando me via significava que ele estava apaixonado por mim. Mas e se Ben estava realmente apaixonado por mim, porque ele estava se despedindo? E para onde ele tinha ido? Por quê? Para que?

Voltei a mim quando vi uma caneca em minha frente e um par de olhos castanhos atrás dela. Eu estava no sofá da sala novamente, envolta em uma coberta. Foquei meus olhos em Lucas.

— ...eu realmente não sei o que é isso, mas acho que é camomila. Segundo minha mãe isso acalma e vai fazer você dormir. Então beba isso, Nathalie.

— Por que está tão furioso? — perguntei perdida

— Oh, agora você resolveu falar comigo. Obrigado. — largou a caneca em minhas mãos. Ela estava quente.

— Droga, Lucas! Isso está fervendo! — larguei a caneca em cima da mesinha da sala.

— Será que eu posso saber o que, infernos, aconteceu lá fora?

— Eu já disse a você o que aconteceu. Ben foi embora. — disse naturalmente

— E porque você não falou dessa forma, com essas palavras quando eu perguntei? Eu achei que ele tinha sido, sei lá, abduzido, sequestrado, morto... A forma como você falou: ele se foi! — Lucas andava de um lado para o outro — Isso é jeito de avisar que alguém foi embora? Pelo amor de Deus, Nathalie!

— EI! — gritei — Você está parecendo uma garotinha. Sente-se e pare de tagarelar dessa forma. Está me deixando tonta e com dor de cabeça. — nós dois suspiramos pesado. Ele se sentou na poltrona. Ficamos os dois em silêncio, enquanto eu bebia o chá extremamente devagar. Eu odiava chá. — Olhe, me desculpe pela forma que eu falei. Eu só estava confusa demais com tudo. Eu não quis assustar você, Luke.

— Mas assustou. — ele me olhou bravo — Você não sabe o trilhão de coisas que se passaram na minha cabeça, Nathalie. Eu pensei que você tinha sofrido um AVC, uma isquemia, ou sei lá que, diabo, de nome se dá ao estado em que você ficou. — eu segurei um riso — Não faça mais isso.

— Palavra, de que eu tentarei não entrar em choque nunca mais na minha vida. — ergui minha mão direita com a palma para frente.

— O que ele fez? Porque você entrou em choque? — perguntou depois de um suspiro. Eu não queria falar sobre aquilo com Lucas. Aliás, com ninguém.

— Nada. Foi só a maneira como tudo aconteceu, e a forma como ele se despediu. Ben apenas disse para eu não ficar esperando por ele, nem ficar preocupada que tudo estava bem. — não olhei nos olhos de Lucas quando disse isso. Não gostava de mentir.

— E ele falou o que aconteceu?

— Não. Disse que era melhor me deixar fora disso. — eu continuava olhando para o meu chá. Lucas pareceu acreditar em mim. Senti-me péssima por isso.

— Eu não sei como você consegue viver sozinha aqui. — comentou ele.

— Mas você também mora sozinho. — retruquei.

— Mas não em uma mansão! — revirei os olhos para a palavra "mansão" — Meu apartamento é tipo... um pouco maior que a sua sala. — disse ele olhando para as paredes.

— Ah, qual é Luke. — desdenhei

— É sério! — retrucou — Eu ainda vou te levar lá para conhecê-lo. Se você não se ofender com tamanha humildade. — ele fez um drama.

— Cala a boca, Lucas. — atirei uma almofada nele. — Vem, vamos dormir. — me levantei, chutando sua perna. Lucas arregalou os olhos para mim. — Tem outro quarto lá em cima para você, ô cabeção! — lhe dei um tapa de leve na cabeça. Ele suspirou aliviado.

Lucas me ajudou a arrumar sua cama, e depois de acomodá-lo, fui para o meu quarto. Quando recostei minha cabeça no travesseiro, aquela sensação de anestesia retornou. Fechei os olhos e vi Ben, com toda a sua agonia. Eu quis tocá-lo. Se eu tivesse sido forte o suficiente para me mover enquanto ele falava todas aquelas coisas, talvez eu o tivesse segurado ali. Eu deveria ter dito que desde que o conheci ele tem sido o dono dos meus pensamentos. Sejam eles raivosos ou apaixonados. Devia ter dito que já não conseguia olhar as pessoas da mesma forma, pois estava constantemente comparando a beleza dele à delas.

Eu não iria esquecê-lo, e de forma alguma pensaria nele apenas como um garoto estranho que passou pela minha vida. Ben tinha sido muito mais do que isso. Ele havia sido como um sol tempestuoso, ou algo muito próximo disso. Foi aquela luz que irradiou da escuridão dos meus últimos dias. Foi o desfoque da dor. Foi o despertar de algo forte dentro de mim.

Eu o veria novamente. Havia uma certeza absurda dentro de mim que gritava isso. E não importa quanto tempo se passasse, eu sempre esperaria por ele. Sempre. 

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