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4. You apologize too much




Acordei com um barulho de batida de carro. Abri os olhos assustada para constatar que o barulho viera do filme na televisão. Eu ainda estava na poltrona, o dia já tinha clareado, e muitas facas estavam entrando em minhas costas. Olhei rapidamente para o relógio na parede. Graças a Deus ainda era cedo.

Levantei-me cambaleando, e subi as escadas me arrastando. Tomei uma ducha para ver se a dor no corpo passava. Melhorou um pouco apenas. Desci, tomei meu café e fui para a loja.

Me surpreendi ao ver Lucas lá, abrindo a porta.

— Ei, está matando aula? Vou ligar para a sua mãe. — zombei. Ele riu um pouco.

— Não sou rebelde como você. — rebateu irônico — As aulas foram suspensas na escola hoje. Uma professora morreu.

— O que aconteceu?

— Ela sumiu por uns dias, e foi achada no porto essa madrugada. Dizem que ela estava cheia de marcas de mordidas de animais.

— E você dizendo que essa era a cidade mais segura do mundo. — zombei, escondendo o medo que senti.

— E normalmente é. Esse tipo de coisa — nós entramos — não acontece sempre por aqui.

— Já estão sabendo do ataque, pelo visto. — Jamie saiu de dentro da sua saleta. — Eu não lhe disse que vampiros existem, garota americana? — Lucas me olhou com cara de tédio e revirou os olhos. Eu apenas ri para Jamie.

Na verdade, eu não havia ficado preocupada com quem tinha feito o ataque, mas com quem havia sumido também. Só que, eu não tinha como saber nada sobre Ben. A não ser que... perguntasse a quem morasse há algum tempo em Privy Harbor.

Já estávamos no meio da tarde, e eu estava adiando cada vez mais as minhas perguntas a Lucas. Às vezes eu era muito impulsiva, do tipo que age na hora, seja por raiva ou não. No entanto, outras vezes, eu simplesmente pensava durante horas e horas em alguma coisa. Culpe meu ascendente em touro. Como agora, por exemplo. Eu já estava há horas repetindo as perguntas em minha mente, mas cada vez que ia perguntar, meus lábios se trancavam, e elas não saiam. Tentava me convencer das razões de saber sobre Ben, e me convenci de que, talvez, ele pudesse estar em perigo, e que dependia das minhas perguntas a sua salvação.

Eu sei, pensamento auto-suficiente-idiota, mas foi desse jeito que a coragem surgiu.

— Lucas?

— Hm? — disse ele, do balcão. Eu estava mexendo nos discos que ficavam no meio da loja

— O que você sabe sobre Ben Manfrey? — Lucas ergueu os olhos rapidamente, deixando uma sobrancelha erguida.

— Ben Manfrey? — verificou. Eu assenti com a cabeça. — Você está há menos de uma semana em Privy Harbor e já conhece Ben Manfrey? — eu não tive o que responder, mas minha reação dizia que eu não estava entendendo onde ele queria chegar. Lucas endireitou as feições do rosto — Ben Manfrey, ou qualquer um deles, não são daqui. — ergui minhas sobrancelhas, surpresa — Digo, eles já moraram aqui por anos, mas não moram mais. Ben é o único que vem a cidade, mas apenas quando Bianca precisa de alguma coisa.

— Quem é Bianca? — ele me olhou suspeito

— É a irmã mais nova dele. Ela estuda em Saint Davis. Ben mora em Londres, há uns dois anos já. Ele estudou em Saint Davis na mesma época que eu.

— Você estudou em Saint Davis? — perguntei me aproximando do balcão — Pensei que não gostasse.

— Foi apenas no inicio do ensino médio. Minha mãe me prometeu que eu apenas ficaria se eu gostasse. E, bem, você já sabe o final da história. — ele encolheu os ombros.

— O que aconteceu com Ben?

— Como conheceu Ben?

Nós dois perguntamos ao mesmo tempo e rimos.

— Eu o conheci por causa do acidente. Eu estava lá na hora em que aconteceu. Me arrisco até a dizer que fui eu quem causou. — Luke me olhou perdido — Eu estava distraída, com fones de ouvido, e devo ter feito alguma coisa enquanto atravessava a rua.

— Por que diz isso?

— Eu não sei. — menti — Apenas acho que o acidente aconteceu porque Ben, ou o outro cara tentaram desviar de mim ou algo assim. — Lucas bufou.

— Não pense assim, Nathalie. Se fosse com qualquer outra pessoa, eu até aceitaria o que você disse. Mas sempre quando o Manfrey vem à cidade, ele causa algum tipo de confusão. — disse Luke, mostrando claramente sua desafeição para com Ben.

— O que quer dizer com isso? Que ele é do tipo encrenqueiro? — investiguei, disfarçando minha curiosidade com ironia.

— Estou querendo dizer que não gosto quando ele vem a Privy Harbor. — o tom de Lucas ainda era ríspido — Esse garoto, ele é... Ele não é normal.

— Nossa. Você realmente não gosta dele. — comentei, sarcástica. Lucas balançou a cabeça.

— Não é que eu não goste dele. É só que... eu não sei quem ele é. — disse Luke, perdido — Ele é estranho. Fiquei longe dele. — me alertou.

Fiquei surpresa com aquela atitude de Lucas, mas uma parte de mim me dizia que talvez ele estivesse certo. Afinal, assim como Ben surgiu na minha vida, ele simplesmente desapareceu. Agora eu tinha mais um motivo para não ir a Londres no fim de semana.

Depois que Lucas me pareceu estar mais calmo, perguntei se ele tinha algum lugar onde eu pudesse me distrair a noite. Ele me falou sobre um bar, do outro lado da praça, que "tocava uma música maneira", nas palavras dele. Combinamos de irmos lá à noite, ele me pegaria em casa as oito.

O bar estava lotado de adolescentes barulhentos. Senti falta de estar no meio da bagunça. Às vezes, nos vários lugares que moramos, eu conseguia fazer algumas amizades e sair à noite. Mas nada nunca durava muito tempo. Lucas e eu fizemos nossos pedidos e fomos sentar no banco da praça. Apesar do frio, eu não estava a fim de voltar cedo para casa.

— Então, é isso o que as pessoas fazem aqui para se divertir? — perguntei irônica

— Não. Nós também temos as nossas festas. Por falar nisso, vai haver um tipo de show no porto no próximo fim de semana. É uma banda cover de rock, mas dizem que os caras são bons.

— Está me convidando?

— Não, estou avisando para que você não apareça. — rebateu, sarcástico.

— Ah, okay. — brinquei

— Não pense que estou marcando um encontro com você. Eu sou um homem comprometido. — o olhei surpresa. — Chelsea. — Luke sorriu, seus olhos brilharam — Ela estuda em Saint Davis.

— É o seu sonho de consumo, ou o que?

— Ei! — me deu uma leve cotovelada — Ela é minha namorada. Estamos a dois anos juntos. — eu ri

— E porque você nunca falou dela?

— Porque nunca conversamos sobre vida amorosa. — deu de ombros. Eu ri de novo. De repente, me dei conta dos fatos.

— Espera! — ele me olhou curioso — Lucas. Namorado da Chelsea. Por acaso ela é chefe do blog em Saint Davis?

— Sim, por quê? — perguntou desconfiado.

— Sua namorada é colega de quarto da minha irmã. — anunciei, como se fosse uma grande noticia.

— Sua irmã é a colega de quarto da Chelsea? — perguntou incrédulo. — Verônica? — assenti, desconfiada — Oh.

— Como sabe o nome da minha irmã?

— Todos já sabem quem é sua irmã. Aliás, todos já sabem quem são as irmãs Prescott. — deixei minhas mãos caírem em minhas pernas

— Como é?

— Verônica deu uma entrevista para o blog da escola, contando as aventuras de vocês pelo mundo. Você está famosa, garota americana! — disse ele imitando o sotaque de Jamie. Eu fiquei o olhando sem acreditar.

— Eu não acredito que aquela pirralha fez isso! — minha voz saiu com alguns tons acima. Lucas me olhou assustado — Quem ela pensa que é para fazer uma coisa dessas? Falar sobre mim? Sobre a nossa família?

— Ei, calma aí, é só uma entrevista em um blog de merda. — Luke tentou me acalmar

— Não! Você não entende Lucas! Não é apenas uma entrevista. Não é apenas... Grrr! Quando essa garota vier para a cidade... Hunf! — grunhi de raiva.

— Qual é grande problema afinal? — perguntou Luke, sem entender. Minha respiração estava irregular por causa da raiva que eu estava sentindo.

— O grande problema é que a nossa vida não é uma história em quadrinhos para ser contada assim, para esses adolescentes. O que essa garota tem na cabeça? — falei em um tom mais alto de novo.

— Ow, Nathalie, se acalme! Amanhã você liga para ela e descobre o que foi que aconteceu, ok? Eu só estou dizendo o que a Chelsea me contou, e às vezes ela exagera nas coisas. Vai ver não foi nada demais. — respirei fundo, tentando conter a raiva. — Talvez você deva ir para a sua casa, se acalmar. — sugeriu ele.

— Não. — respondi rápido — Vamos caminhar um pouco, eu preciso me distrair.

Ele concordou, certamente com medo de que eu surtasse ali, na frente de todos. Quando nos colocamos em pé, uma sombra surgiu em minha frente.

Ergui meus olhos para ver Ben. Ele vestia um sobretudo preto, que ia até os joelhos. Graças a Deus ele estava vivo!

Mas mesmo assim, mesmo estando grata por sua saúde visível, ainda estava chateada por seu sumiço. Ele trocava olhares entre mim e Lucas.

— Manfrey? — disse Lucas parecendo surpreso.

— Olá, Crown. — respondeu Ben, não muito educado, mas não rude. Voltou os olhos para mim. — Posso conversar com você por um momento?

— O que você quer? — perguntou Lucas. Ben nem o olhou. Ergui uma sobrancelha para ele.

— O que você quer? — repeti a pergunta de Luke, irritada

— Quero conversar com você. — repetiu, calmamente

— Fale. — mantive a mesma postura. Sobrancelhas erguidas, braços cruzados, peito inflado. Ben olhou de soslaio para Lucas.

— Talvez essa não seja uma boa hora. Podemos conversar amanhã?

— Oh, sim, quem sabe... depois do meu expediente, talvez? — disse irônica. Ele assentiu, entendendo exatamente o que eu queria dizer.

— Ok. Acho que não é mesmo uma boa hora. — ele olhou para Lucas. — Até mais, Crown. — pousou os olhos em mim. — Nathalie. — suspirou, e me olhou de um jeito como se estivesse decidindo entre ficar ali ou me deixar ir. Como se fosse uma decisão difícil. Por alguns segundos pensei em ceder, em lhe deixar falar o que quisesse falar, nem que fosse apenas para perguntar como tinha sido o meu dia. Mas Ben virou as costas, com a cabeça baixa, e desapareceu em uma rua escura que havia ali perto.

Havia uma confusão tão grande dentro de mim. Eu estava aliviada por ele estar são e salvo, por não ter tido o mesmo destino da tal professora de Luke. Mas... não tinha gostado nem um pouco do sumiço. Por onde ele havia andado, então? Se não estava sendo atacado por algum animal ou psicopata.

— O que foi aquilo? — Lucas me tirou dos meus devaneios. — Você não havia mencionado o fato de vocês se conhecerem.

— Nós não... A gente não se conhece. — expliquei — É algo complicado.

— Temos o caminho todo até a sua casa. — ele insistiu.

Eu suspirei profundamente.

— Apenas não seja um idiota comigo, Lucas. — ele estendeu o braço para que eu me apoiasse nele.

— Não serei, se você também não for comigo, Nathalie. — nos olhamos por alguns segundos, e então seguimos o caminho até a minha casa. Lucas não fez comentário nenhum enquanto eu lhe contava o que tinha acontecido entre mim e Ben. — Eu não sei o que ele quer com você, mas se quiser que eu lhe arrebente o traseiro, é só me avisar. — disse Lucas, me fazendo rir.

— É como você disse, Luke. Ele é apenas estranho. É meio complicado de saber quem ele é ou o que quer.

— É. — resmungou Lucas. — Alguma coisa deve ter acontecido. Ben não era assim quando o conheci. — disse Luke, pensativo. Nós havíamos chegado a minha casa — Quando eu entrei em Saint Davis, Ben era o tipo de cara que todo o garoto quer ser. — ele deu um riso curto — Era capitão e cestinha do time de basquete do colégio, era popular, tinha a garota que quisesse. Era como se ele fosse o líder da escola toda.

— Me desculpe, mas ele não me parece esse tipo de garoto. — comentei. Ben era quieto demais, na minha visão.

— Como eu disse, era. — repetiu ele — Eu ainda estava estudando lá quando ele surtou. Eu não sei o que aconteceu, ele apenas começou a ficar louco. Insano. Estava constantemente discutindo ou brigando com alguém, sempre estressado. Diziam que ele ficava dias sem dormir, e que era por isso que estava tão louco. Então, um dia, as coisas saíram completamente do controle. Houve uma pequena discussão no refeitório, e ele nem estava no meio dela. Era apenas uma conversa idiota entre dois adolescentes imbecis. Então, Ben atravessou o refeitório, pegou um dos garotos pela gola do uniforme, e o jogou contra a parede, como se ele fosse um simples boneco. O outro garoto tentou segurá-lo, e Ben lhe socou o rosto, fazendo... — Lucas parou de repente, assustado com as lembranças — Ele quebrou a mandíbula do garoto! — disse ele incrédulo — Bianca chegou perto, tentando acalmá-lo, e na raiva, ou por distração, ele a empurrou, fazendo a cair no chão. Depois daquilo, eles não voltaram mais a Saint Davis.

— Mas você disse que Bianca estuda lá. — lembrei-lhe, absorta na história.

— Ela voltou esse ano. Mas apenas ela. Eu nem sei ao certo se Ben se formou ou se apenas largou tudo. — Lucas parecia absorto nas lembranças também. Deveria ter sido esse o motivo de não querer ficar em Saint Davis. Como um lugar como esse poderia ser seguro? Como Verônica estaria segura lá? — É por isso que, quando você me perguntou se eu não gostava dele, eu lhe respondi que não era isso, que eu apenas não o conhecia. E de fato, agora, eu não sei quem é Ben Manfrey. Eu conheci o passado dele. Minha mãe lecionou em Saint Davis pela primeira vez quando eu era criança, e eu me lembro de brincar às vezes com ele no porto, mas são meras lembranças, pois Clarisse voltou para a America para cursar outra faculdade. Ele era um garoto legal. E talvez ainda seja. Eu só não sei quem exatamente ele é. E isso me deixa incomodado. – assenti, sem ter muito o que dizer.

Não demorei muito para entrar, pois estava muito frio. Jamie não abria a loja aos sábados, e Lucas disse que me pegaria as 8:30 da noite para irmos ao show no porto.

Nos despedimos, e eu entrei.

Não deu cinco minutos, e ouvi batidas na porta. Eu poderia jurar que era Luke, querendo alguma coisa. Mas ao abrir a porta, me deparei com algo muito mais belo que meu mais recente amigo.

Ben estava parado, encolhido, sob a neve. Esperei que o ar estivesse regular em meus pulmões e falei.

— O que faz aqui, Ben?

— Me desculpe...

— Você se desculpa demais. — retruquei, rude.

— Eu sei. — deu um sorriso amargo — Eu gostaria que você entendesse que... Eu não posso estar aqui. — ergui minhas sobrancelhas.

— Então o que diabos faz aqui? – disse irritada.

— Eu precisava ver você. Eu precisava... — suspirou pesado — Pode me dar mais uma chance? Para me retratar pelo meu desaparecimento. Por favor? — pediu ele, enquanto eu pensava calada.

— O que quer? — perguntei em um tom mais ameno

— Você vai ao show, não vai?

— Como sabe sobre isso? — ele encolheu os ombros

— Defeitos de uma cidade pequena. — desconversou — Vai ir, não vai? — assenti — Me encontre no terceiro píer as 9:30. Eu estarei lá. Apenas... vá. — pediu ele, com um sorriso nos lábios.

— Ok, eu estarei lá. — cedi. Ele sorriu mais abertamente.

— Obrigado. — olhei para o seu corpo, tremendo na neve. — Eu... vou deixar você em paz agora. Boa noite, Nath. — meu coração palpitou ao ouvi-lo dizer meu nome.

— Boa noite, Ben. — lhe dei um sorriso tímido, e fechei a porta.

Eu não sabia se estava sendo uma tola, mas não conseguia ser forte por um tempo suficiente perto dele. Agora, era esperar pelo sábado à noite.

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