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12. Blood drops keep falling on my head


— Então, eles realmente são vampiros? — Lucas perguntou numa mistura de excitação e medo.

— Eu não os chamo assim. Parece um tanto infantil. — Ben entortou a boca. Nós estávamos na pequena mesa redonda da cozinha de Luke. — E eles não são vampiros. São humanos sem alma que se alimentam da alma de outros seres humanos através do sangue. — eu e Luke o olhamos tipo "Sério?" — Ok, eles tem uma semelhança com vampiros. — Ben cedeu, suspirando — Mas são chamados de Sujos.

— Por que Sujos? — perguntei

— Os descendentes de Caim, as Lâmias, são considerados sangue-puro. Algo que eles consideram como realeza. — explicou Ben — Os outros são criados, o que não os deixa serem considerados bons, puros. Sujos seria uma referência por eles estarem abaixo da "realeza".

— Quem os cria? Os descendentes? — perguntou Luke. Fiquei apreensiva. Será que eu seria capaz de fazer isso? Criar outro monstro?

— Não. Essa é a diferença entre os vampiros mitológicos e os Sujos. Não há veneno, não há uma transformação através de uma mordida ou por contaminação de sangue. Eles são seres humanos, normais, os quais foram retirados as suas almas.

— E por que, então, eles bebem sangue? — perguntei, levemente aliviada.

— Porque os Holt gostam de criar monstros. — eu e Lucas ficamos perdidos. — Eles são uma família.

— Uma família de Sujos?

— Uma família de bruxos. — meu queixo caiu.

— Oh, espere aí. Bruxos? — perguntou Lucas, não acreditando — Bruxos? Como Aquele-Que-Não-Pode-Ser-Nomeado?

— Não. — Ben revirou os olhos — Bruxos reais. Sem varinhas, sem vassouras, mas muita magia negra. A família Holt é muito antiga e poderosa. Eles vêm criando essas e outras coisas há milênios. Você não tem ideia do que eles são capazes de fazer. — um calafrio percorreu minha coluna.

— Então, está dizendo que Sujos são humanos sem alma criados por bruxos.

— Quando você coloca nesses termos, realmente soa algo patético. — Ben fez uma careta — Mas, sim, é basicamente isso.

— E esse Sujos, eles podem ser perigosos para nós? — perguntei

— Você pode matá-los com apenas uma de suas mãos. Digo, você ainda não. Mas depois da transformação, será como quebrar um palito ao meio. — eu dei um meio sorriso escondido dos olhos dos dois. Eu gostava da ideia de ser uma badass.

Essa palavra me lembrou de Charlie, que me lembrou de Eleanor, que me lembrou do avô de Aaron.

— Lucas! — ele pulou com o meu quase grito — Nós temos que falar com o avô de Aaron!

— Oh, certo! Droga! — Luke bateu a mão na mesa — Hoje é feriado, provavelmente Aaron está em casa.

— Provavelmente não. — retrucou Ben. Nós o olhamos com curiosidade. — Ele está em processo de transformação. Deve se manter longe de casa o dia todo. — Ben respondeu naturalmente.

— Em... processo de transformação? Ele é um Belianita? — perguntou Lucas, confuso.

— Não! Ele é uma Lâmia. — Ben respondeu obvio.

— Aaron? — quase gritei.

— Sim. — Ben riu e depois ficou sério — Vocês não sabiam?

— Até o momento, nós sabemos apenas sobre Nathalie e uma garota chamada Charlie Belle. — respondeu Luke, enquanto eu ainda estava absorta.

— Você está super desatualizada. — me acusou.

— Oh, desculpe se eu sou a pior Lâmia da história. — respondi sarcástica. Ben riu.

— Desculpe, babe. — Ben falou naturalmente, causando pânico nas borboletas. Olhei constrangida para Lucas que me olhava com as sobrancelhas erguidas e um olhar irônico. Eu provavelmente estava um tomate. — É que é difícil saber que um descendente não sabe nada sobre si mesmo.

— Ok. O que você sabe sobre os descendentes? — perguntou Lucas, ainda com um sorriso irônico.

— Eu sei sobre um, chamado Stefano Bertolini, ele morreu na metade do ano passado.

— Lâmia ou Belianita?

— Lâmia. — senti um frio no peito. — E há Aaron Baker, a francesa Charlie Belle, Kaloosh Rachmanikov e Ramona Gonçales. Nathalie é a sexta, e ainda não descobrimos quem é o sétimo.

— Você e quem mais sabem sobre isso? — perguntou Luke

— Eu e os outros seis.

— Todos vocês se comunicam? — perguntei

— Sim. Assim que descobrimos quem éramos, fomos uns atrás dos outros para nos unir.

— Por que o grupo deles tem que ser mais organizado que o seu? — Lucas me acusou, indignado.

— Talvez porque até a semana passada eu nem soubesse que eu iria me transformar em um sugador de sangue. — respondi sarcástica. Nós dois suspiramos enquanto Ben ria discretamente.

— Nós vamos à casa dos Baker, ou...? — perguntou Ben.

— Vamos, líder organizado. — disse sarcástica para Lucas. Ele me mostrou a língua.

Nós seguimos para a casa dos Baker que ficava perto do Lago Flornoy. Ben nos levou em seu Maverick vermelho, que parecia estar tão novo que nem dava para imaginar que há um mês estava todo amassado naquele barranco. Lucas foi elogiando o carro o caminho todo.

A casa era antiga, de alvenaria e de dois andares. Era comprida como uma casa de fazenda. Ben segurou minha mão assim que saímos do carro. Lucas foi à frente e bateu na porta. Ninguém atendeu. Ele bateu mais uma vez, e ninguém atendeu novamente.

— Ele está em casa. — Ben disse convicto — Acho que apenas não está em suas melhores condições para atender a porta.

— Acho que não devíamos ter vindo. — disse eu, sem paciência para ficar ali fora esperando ninguém atender a porta.

— E se nós apenas entrássemos? — sugeriu Ben. Luke arregalou os olhos.

— Que tal irmos nos apresentar a polícia agora? — sugeriu irônico. Eu revirei meus olhos.

— Eu não vou ficar plantada aqui o resto da tarde. Ou noite, porque já está escurecendo, não sei se você percebeu esse detalhe, Luke.

— Eu não vou invadir uma propriedade.

— Deixa de ser maricas! — ralhei com ele — Nós apenas temos que entrar, e chamar pelo Sr. Baker. — Lucas balançava a cabeça. — Tudo bem. — soltei a mão de Ben e fui até a porta. — Se as meninas estão com medo, eu vou. — Ben me seguiu com um olhar orgulhoso.

— Esperem. — pediu Luke, quando eu abri a primeira porta. Dei uma batida para garantir que ninguém viria novamente, e abri a porta de madeira.

A casa era bem simples por dentro. Moveis antigos na maioria. Nós três dávamos passos silenciosos e vagarosos.

— Senhor Baker? — chamei. Não houve resposta. Olhei para os garotos e eles me olhavam apreensivos. Fiz sinal para caminharmos até o final do pequeno corredor, e quando fui subir a escada, senti um puxão no meu casaco. Olhei para trás e Lucas acenava para uma saleta que havia ao lado esquerdo. O som da televisão ligada vinha de lá. Ben tomou a frente, e eu peguei em sua mão, enquanto sentia Lucas agarrar-se ao meu casaco. Quando chegamos à porta da saleta, vimos o avô de Aaron sentado em uma cadeira de balanço olhando sem entusiasmo para a tela da televisão.

— Senhor Baker? — chamou Ben com uma voz grossa e rouca. O homem nem se mexeu. — Nós viemos conversar com o senhor sobre Eleanor Prescott. — ele continuou parado. Ben olhou para os lados, depois pressionou rapidamente a minha mão e a soltou, indo em direção ao senhor. Ele parou em pé em frente ao avô de Aaron, olhando em seus olhos. A curiosidade me fez dar alguns passos para frente, seguida por Luke. Vi os olhos de Ben se tornarem extremamente azuis, pareciam ser feitos de vidro — Senhor Baker, o senhor vai acordar agora e vai responder todas as perguntas que fizermos. — o velho balançou a cabeça positivamente.

— Mas o que diabos... ? — resmungou Luke no meu ouvido.

— O senhor está bem? — perguntou Ben.

— Sim, meu jovem. — respondeu o Sr. Baker, com a voz falha e rouca. Eu e Luke ofegamos discretamente. Ben nos olhou e fez sinal para que nos aproximássemos.

— O que quiserem saber, perguntem a mim e eu perguntarei a ele. — disse Ben a mim e Lucas, enquanto chegávamos perto dos dois, ainda boquiabertos.

— Pergunte quem foi Eleanor Prescott. — disse eu.

— Frank, que foi Eleanor Prescott?

— Eu não conheço nenhuma Eleanor Prescott. — respondeu ele. Ben me olhou confuso. — Mas conheci Eleanor Blackmoore. — um calafrio percorreu minha espinha. Nós três nos olhamos confusos.

— Blackmoore? O senhor tem certeza? — perguntei. Olhei para Ben. — Pergunte se ele tem certeza.

— Eu tenho certeza. — respondeu Frank, olhando para mim.

— Acho que ele voltou ao normal. — disse Ben, endireitando-se.

— Quem foi Eleanor Blackmoore, senhor Baker? — perguntei.

— Foi o grande amor da minha vida. — respondeu com um olhar distante e sonhador. Lucas me puxou até o sofá para sentar. Fiquei no meio dos dois. — Ela era linda, como um anjo. E muito mais velha que eu, admito. Eu tinha treze anos, e ela já beirava os seus vinte. Mas não havia outra mulher que fizesse meu coração bater como ela o fazia. — Ben me olhou, com um sorriso de canto. Eu suspirei sorrindo. — Ela sempre vivera em Privy Harbor, no bairro mais chique da cidade.

— Lurkeville. — comentou Luke.

— Exatamente. Ninguém jamais era autorizado a entrar lá se não fosse um dos sete, ou amigo deles.

— Um dos sete? — perguntei

— Sim. As sete famílias que construíram Privy Harbor. Apenas elas moravam naquele bairro. Eu só pude entrar lá quando me casei com uma deles.

— Eleanor? — perguntei temerosa

— Não, não, minha criança. Quem me dera se eu tivesse me casado com Eleanor. — seu rosto agonizou — Ela não podia se casar. Mesmo tendo dito que me amava, e mesmo eu tendo dito a ela que esperaria o tempo que fosse necessário... mesmo assim, ela partiu. Disse que tinha uma missão para ser cumprida, e que provavelmente nunca mais a veria. — Ben segurou firme a minha mão. — Mas ela voltou, anos mais tarde. Estava mais linda do que antes e disse que poderíamos nos casar, se eu ainda a quisesse. Eu lhe disse "Mas é claro que eu quero, meu amor! É tudo o que eu mais quero no mundo! Acordar todos os dias e ver o seu lindo rosto." — olhei para Ben, e o vi sorrindo enquanto olhava para Frank — Mas as coisas na cidade começaram a ficar agitadas. Pessoas começaram a morrer. Mortes terríveis. E eles culpavam a minha Eleanor. Como eles puderam culpar minha doce Eleanor? — seus olhos se encheram de lagrimas — Tão doce, tão meiga, tão linda! Mas eles a culparam, de coisas horríveis. A levaram para a prisão acusando a de bruxaria. Eu fui visita-la escondido, na única noite em que ela ficou presa. — uma lágrima escorreu sob seu rosto, ele abaixou o olhar — Ela disse que me amava e que jamais me esqueceria. Que alguém como ela ama apenas uma vez. Ela me contou que fugiria e eu lhe disse que eu iria junto. "Não, Frank!" disse ela "Para onde eu vou, a forma como eu vivo... eu não quero isso para você! Você tem que ficar." Eu insisti, mas Eleanor não concordou. "Se eu ficar" lhe falei "vou esperar por você para sempre." "Não espere" disse ela "Não espere, Frank." Então ela me beijou e aquela foi a última vez que eu a vi. — ouvi Lucas fungar. Olhei para trás e ele limpava o rosto. Não era eu a garota?

— Ela lhe contou o que ela era, Frank? — perguntou Ben

— Não. Mas anos mais tarde, quando me casei com Elizabeth Woodsen, eu descobri tudo. Eleanor tentou me livrar de ter meu destino ligado à sua maldição, mas acabei me casando com outra descendente.

— Eleanor nunca mais voltou à cidade? — perguntou Ben.

— Não. Apenas sua filha. Ophelia. Mas ela não usava o mesmo sobrenome de sua mãe. Ela usava...

— Prescott. — completei sentindo-me mais perdida sobre Ophelia.

— Exatamente. — eu suspirei. Ben me olhou ansioso.

— Ophelia nunca me falou sobre essa cidade. — cochichei para ele. Ben acariciou minha mão, compreensivo, certamente sentindo minha aflição.

— O senhor sabe, então, que seu neto se tornará o que Eleanor era, certo? — Frank olhou sério para Ben.

— Meu neto foi bem ensinado, garoto. Ele sabe exatamente o que fazer.

— E onde ele está agora? — perguntou Lucas.

— Provavelmente na casa da avó dele.

— Em Lurkville? — perguntou Ben. Frank assentiu.

— Ele disse que se sente melhor lá. — Frank abaixou a cabeça, parecendo agoniado. Ben tocou em sua mão.

— Nós vamos ajudá-lo, senhor Baker. — Frank ergueu os olhos cheios de lágrimas para Ben.

— Por favor, filho. Ele é tudo o que eu tenho.

O gesto de Ben me comoveu, mas deixou-me confusa também. Aaron era um descendente de Caim, em pouco tempo se transformaria em uma Lâmia, e Ben estava disponibilizando-se a ajudá-lo? Alguma coisa não estava certa.

— Ben? — o chamei quando já estávamos fora da casa. A noite já tinha chegado. Eu o puxei levemente pela manga do casaco, enquanto Luke continuava em direção ao carro. Ben me olhava curioso — Você tem certeza do que está fazendo?

— Como assim? — perguntou confuso

— Você tem certeza disso? Quero dizer, quer mesmo ajudar Aaron?

— Eu preciso fazer isso. — me respondeu sério — Talvez haja uma forma de ele não precisar se tornar uma Lâmia, e assim eu posso ajudar você. — uma esperança lá no fundo da minha alma se acendeu.

— Há um jeito disso não acontecer? — certamente meus olhos estavam brilhando naquele momento

— Eu ainda não sei, mas talvez tenha. — nós dois sorrimos exultantes — É por isso que eu preciso ajudá-lo. Para salvar você. — sorri, respirando fundo. Ben sorriu de volta e me beijou suavemente. Foi apenas um selinho longo. E eu fiquei vermelha e desconcertada. Meu coração batia rápido, e eu me sentia um pouco mal por ter desconfiado de Ben. Ele pegou em minha mão, entrelaçando nossos dedos, e caminhamos até Luke.

— O que vamos fazer agora? Vamos atrás de Aaron? — Lucas segurava o riso, provavelmente por ter visto eu e Ben nos beijando.

— Não. Não é uma boa ideia nos encontrarmos com ele a noite. — respondeu Ben — Principalmente se eu estiver junto. Aaron sabe quem eu sou.

— Ok. Podemos ir amanhã, depois do expediente. — Luke sugeriu para mim

— Sim. Tudo bem. — respondi. — Para onde vamos agora?

— Nós temos que procurar o seu livro. Quanto antes o acharmos, melhor. — disse Luke.

— Ele está certo. O livro da sua família pode conter coisas essenciais. — Ben concordou.

— Ok. Vamos para a minha casa então.

Partimos para Lurkville. Eu disse a eles que eu não sabia onde procurar. Então nos separamos. Lucas procuraria na biblioteca — o que era obvio, sendo que foi ele quem nos designou os locais para procurar —, Ben no primeiro andar e eu nos quartos do segundo andar. Comecei procurando no meu quarto. Abri gavetas, procurando atrás e embaixo delas; atrás do guarda-roupa e dentro dele; procurei por algum suposto fundo falso ou algo estranho na parede. Não encontrei nada. Fui para o quarto de Verônica. Nada também. Ainda havia um banheiro e dois quartos. O primeiro deles eu não gostava muito de abrir e nem havia limpado ele. Era um quarto de solteiro coberto por lençóis brancos e cheio de poeira. Não havia nada lá onde se pudesse esconder algo, mas procurei do mesmo jeito. Deveria não ter procurado. Estava tudo vazio.

Fui para o último quarto, o qual eu também não havia limpado. Ele estava lotado de bugigangas, caixas e pó. Tive de abrir a janela para que eu pudesse parar de espirrar. Não estava muito contente em mexer naquelas caixas, eu morria de medo de aranhas — algo como aracnofobia — e eu tinha um mini-ataque cardíaco cada vez que abria qualquer coisa, temendo que algum inseto com patinhas peludas pulasse em mim. Ao abrir uma das caixas, senti duas mãos em minha cintura. Ben respirou em meu pescoço me fazendo arrepiar. Ele cruzou os braços ao redor do meu corpo. O calor me deixou confortável em seus braços.

— Algum sinal, garota linda? — eu sorri boba o achando um mentiroso.

— Essa pergunta foi para mim?

— Tem outra garota linda aqui? — sua voz em meus ouvidos. Eu suspirei, meio bamba.

— Não há uma garota linda aqui.

— E eu devo levá-la a um oculista. — retrucou. Eu revirei meus olhos.

— Eu já uso óculos, se você quer saber. — ele riu — E eu não achei nada ainda. Só há brinquedos velhos e bugigangas.

— Hmm. — resmungou no meu pescoço. Eu senti uma fraqueza seguida de um arrepio — Então, poderíamos dar uma pausa. O que acha? — Ben começou a beijar meu pescoço, deixando que sua língua quente encostasse levemente em minha pele. Eu gemi e tentei pensar em algo para dizer, mas o calor e seus lábios em mim me deixavam sem reação.

— Talvez. — sussurrei sem forças. Ben me virou para ele.

Talvez? — ele entortou as sobrancelhas e a boca, mas seus olhos eram vidrados em mim. — Você está com dúvidas? — uma de suas mãos subiu lentamente em minhas costas chegando até os meus cabelos. Ele aproximou seu rosto do meu, respirando em minha pele. Seu nariz reto e perfeito fez o contorno da minha mandíbula, e desceu até meu pescoço. Eu ofeguei, buscando por ar. Fechei meus olhos enquanto ele percorria a frente do meu pescoço. Seus lábios roçaram levemente em mim, e eu mordi os meus, tentando descobrir onde estava a força dos meus braços e pernas. Ben gemeu subindo até a minha orelha. Sua respiração quente e intensa me causando arrepios. Minhas pernas quase cedendo. Ben me puxou para mais perto dele, percebendo a fraqueza que causara em mim. Seu nariz percorreu minha bochecha e chegou até o meu nariz. Senti o cheiro fresco e quente do hálito dele. — Posso fazer isso mais uma vez se ainda estiver em dúvida. — a respiração de ambos estava um tanto ofegante a essa altura. Minhas mãos percorreram seus braços e eu agarrei seus cabelos.

— Eu já estou convencida. — Ben deu um sorriso malicioso de canto e me beijou ferozmente.

O calor tomava conta do meu corpo. As sensações eram melhores e mais aprimoradas do que o do primeiro beijo no apartamento de Luke mais cedo. Não havia som algum além de nossas respirações ofegantes. Meus pés mal encostavam o chão e meu pulmão já reclamava de falta de ar. Mas eu não queria parar. Não havia um só motivo bom o suficiente que me fizesse querer parar. E Ben parecia estar com o mesmo pensamento.

Mas por fim, relutantes, nos separamos por culpa do ar. Ben permaneceu com a testa colada a minha. Eu respirava o perfume perfeito de sua pele.

— Você me faz perder a cabeça. — sussurrou ele com a voz rouca e falha.

— Eu não vejo problemas nisso. — provoquei. Ben abriu os olhos e eu me vi dentro de um mar azul acinzentado.

— Você me tortura, garota. — disse com os olhos quentes. O que dizer do que ele causava em mim? Coisas demais, coisas constrangedoras para serem ditas em voz alta. Eu apenas lhe dei um sorriso contido. Ben beijou mais uma vez meus lábios, lenta e delicadamente.

— Eu preciso procurar o maldito livro, Ben. — disse sem a menor vontade de sair de seus braços e de perto dos seus lábios. Ele gemeu contrariado e se afastou de mim. Respirei fundo tentando manter meus pés firmes.

— Vamos acabar logo com isso, então. — lhe dei um sorriso e voltei-me para a caixa. Retirei alguns livros e revistas, e ao fundo dela, avistei uma pequena caixa quadrada de madeira marrom. Peguei-a e tentei abrir. Ela estava trancada. Balancei para verificar se não se tratava apenas de uma caixa vazia, mas ouvi um barulho. Olhei para Ben, e ele me olhava curioso e ansioso. Tentei abrir a caixinha novamente, mas não tive sucesso. Ben estendeu sua mão para mim e eu lhe entreguei a caixa. — Você quer que ela fique inteira? — ergui uma sobrancelha.

— Apenas abra. De qualquer forma. — dei de ombros. Ben mexeu rapidamente na caixa e eu ouvi um CLAC. A caixa estava aberta em suas mãos. Quebrada, mas aberta. — Obrigada, Clark Kent. — brinquei me aproximando dele.

— Às ordens, Lois Lane. — ele deu uma piscadela e eu sorri. Olhei para dentro da caixa e vi apenas uma chave.

— Sério? Destruímos a caixa para isso? — perguntei indignada.

— Mas por que estava trancada? Quero dizer, trancaram por causa da chave? — minha mente se iluminou

— É isso! A chave abre algo importante. Algo que foi muito bem guardado.

— Como algo de família. — Ben respondeu aos meus pensamentos. Sorrimos orgulhosos um para o outro e descemos para mostrar ao nerd.

Lucas examinou a chave antiga. Começamos a discutir sobre o que supostamente aquilo deveria abrir. Luke tentou usá-la nas gavetas, mas não servia.

— Será que não é um daqueles esconderijos secretos? — Luke me olhou com um olhar obvio. Eu ri. — Não. Eu quero dizer aquele tipo de coisa onde um livro falso na estante abre uma porta. — os dois pensaram.

— Então, voltamos a procurar a biblioteca? — perguntou Luke.

— Ou a casa inteira. Não se sabe onde pode ter algo desse tipo. — todos assentiram e voltaram a procurar.

Era quase duas horas da manhã e não havíamos encontrado nada. Minhas veias já estavam latejando na minha cabeça, e Lucas falava coisas sem nexo por conta do sono. Ben estava... normal.

— Acho melhor continuarmos amanhã. — Ben me olhou preocupado — Você precisa dormir, Nath. — eu suspirei.

— É. Nós precisamos dormir. Eu tenho aula e você tem que trabalhar. — disse Luke. — Amanhã nós continuamos. — assenti com outro suspiro.

— Quer uma carona? — Ben ofereceu a Luke

— Uh, com certeza. Está um frio do cão. — Lucas depositou um beijo em minha testa — Boa noite, Prescott.

— Até amanhã, Luke. — Ben veio até mim e me beijou.

— Tem algum problema se eu voltar aqui? — cochichou ele, fazendo as borboletas entraram em alvoroço.

— Não. — tentei fazer minha voz soar natural. Ben sorriu e me deu mais um selinho.

— Eu volto logo. — assenti e os acompanhei até a porta.

Um desespero bateu ligeiramente no meu peito assim que eles se foram. Ben voltaria dali a alguns minutos, e eu deveria estar perfeita esperando por ele. Subi, troquei de roupa uma calça moletom que eu tinha usado duas vezes em toda a minha vida e uma blusa listrada de mangas compridas e decote em V e então me lembrei de que eu ainda não tinha tomado banho. No exato momento que pensei nisso meu estomago reclamou de fome e tive de descer até a cozinha. Preparei um sanduiche e comi rapidamente por lá mesmo. Ouvi o barulho do carro de Ben e corri escada acima, aos tropeços para escovar meus dentes. Quando entrei no quarto me assustei com a sombra de Ben na janela da minha sacada. Ele entrou sem que eu precisasse abrir. Caminhei até ele desconfiada.

— Meu Deus! Você continua linda mesmo dentro de um pijama.

— Como conseguiu abrir minha janela? — Ben abriu a boca e depois mordeu o lábio fazendo uma careta.

— Não é a primeira vez que venho aqui. — respondeu, entortando a boca. Ergui minhas sobrancelhas. — Vim aqui na primeira semana em que te conheci, e estive aqui durante a madrugada anterior. — me lembrei de ter sentido o perfume dele.

— Eu senti! Pensei que talvez seu perfume tivesse ficado em minha roupa. — ele sorriu

— Não. Na verdade eu estava ali no canto quando você acordou para ver Verônica. — estreitei meus olhos para ele — Eu precisava ficar por perto. — Ben fez cara de cachorro sem dono. Revirei meus olhos. Depois tentei me lembrar do tipo de roupa que eu tinha usado para dormir enquanto Ben estava ali me assistindo. Acho que corei naquele momento. Ben se aproximou e eu dei um passo para trás. Ele me olhou sem entender.

— O que foi? Você ficou brava?

— Não. — revirei os olhos — Não estou brava. — ele se aproximou novamente, e mais uma vez eu dei um passo para trás.

— Então...?

— Eu ainda não tomei um banho e acabei de comer.

— E qual é o problema? — perguntou confuso

— Eu não vou te beijar, Ben. Não antes de eu escovar os meus dentes, pelo menos.

— Vamos ter que discutir sobre isso. — disse ele em meu ouvido. Eu nem tinha visto ele se aproximar. — Hmm — ele gemeu contra meu pescoço. Meu corpo eletrizou. — Tem certeza de que não quer? — puxou-me pela cintura, enquanto seus lábios deslizavam em minha mandíbula.

— Uh-uhn. — resmunguei negativamente. Só Deus sabe o quanto eu estava me controlando.

— Não acho que esteja falando sério. — seus lábios roçaram os meus, depois voltaram para o meu pescoço. Olhei para o teto, tentando me reencontrar, mas meus braços e mãos me traíram, o envolvendo com desejo e agarrando seus cabelos dourados. Os lábios daquele garoto eram tão macios, quentes e deliciosos em meu pescoço, que pensei realmente em qual seria o problema de beijá-lo.

— São apenas dez minutos. — disse tentando manter minha voz firme.

— Muito tempo.

— Cinco e meio. — seus dedos afundaram um pouco em minha cintura e ele deu uma pequena mordidinha em meu pescoço. — Você é muito teimoso, Manfrey. — disse entre um suspiro pesado, quando senti a textura da língua dele em minha orelha.

— E você, por acaso, não é? — disse ele depois de rir. Eu me deixei rir, inconscientemente.

— Me deixe fazer as coisas direito. Não há pressa aqui.

— Diga isso por você.

Apesar de todo meu corpo estar em chamas, minhas pernas estarem bambas e eu querer inegavelmente beijá-lo, eu puxei a respiração e tomei o controle da situação.

— Ok. Já chega. — fiquei ereta, como uma estátua. — Já disse que não vou beijar você enquanto não fizer todo o processo de higiene. Não vai adiantar você insistir, Manfrey. — tentei colocar todo o tom de autoridade em minha voz. Acho que funcionou, porque ele suspirou frustrado, e me soltou.

— Então que isso seja rápido. — disse Ben, fazendo beiço.

— Prometo que não demoro. — respondi, segurando o beiço que ele fez com meus dedos. Peguei minhas coisas — uma roupa descente principalmente — corri até o banheiro, tomei banho e escovei meus dentes. Coloquei a mesma roupa que havia separado antes. Quando saí do banheiro, olhei para a minha cama. Ben estava deitado sobre ela, completamente relaxado, os pés cruzados, a cabeça sob o travesseiro e lendo meu livro.

— Fique à vontade. — brinquei. Ele riu.

— Não sabia que gostava de Shakespeare. — balançou o livro. Eu já havia terminado Lembre-se de Mim, e estava relendo meu clássico preferido de Shakespeare, Sonho de uma noite de verão.

— Você não gosta? — caminhei em direção à cama, enquanto Ben se arrastava mais para o meio para que eu pudesse ter espaço.

— Até gosto. Mas às vezes ele é um tanto dramático.

— Todo mundo é dramático às vezes.

— Mas não tanto quanto Shakespeare. — retrucou. Eu revirei meus olhos. — Mas tenho que confessar que é um dos meus clássicos favoritos.

— Hmm. — comentei irônica. Meus olhos já estavam pesados e ardiam um pouco.

— Não devia ter deixado você procurar aquele livro idiota até tão tarde. — culpou-se

— Foi escolha minha. — disse massageando minha fronte, que latejava. — E você também não tem que dormir?

— Não. — respondeu naturalmente. O olhei curiosa.

— Não?

— Se eu estiver bem alimentado, não sinto necessidades humanas. — disse ele enquanto me ajudava a me arrumar em baixo das cobertas. Ben se acomodou em cima do cobertor e estendeu o braço para que eu recostasse minha cabeça por cima dele.

— Não me diga que não sente frio também. — ele fez uma careta.

— Até sinto. Mas não quero deixar você desconfortável. — bufei

— Você por acaso pensou nisso quando beijou e mordiscou todo o meu pescoço? — Ben pensou um pouco.

— Não é a mesma coisa.

— Diga isso por você. — para mim qualquer movimento que ele fizesse era como ser tentada por um semideus.

Ben me olhou por alguns segundos, e então se levantou, deitando-se novamente, só que desta vez por baixo das cobertas. Aconchegamo-nos um no outro. Aquela cama nunca tinha estado tão quente, cheirosa e macia como naquele momento. Ben beijou o topo de minha cabeça, e eu ergui meu rosto.

— Agora você pode ter o que deseja. — ele sorriu, erguendo meu queixo com seus longos dedos e me beijando delicadamente. Ben capturou meu olhar e ficamos nos olhando por longos segundos. — Você vai ficar a noite inteira? — perguntei para o desespero das borboletas.

— Vou ficar até o fim da minha vida. — eu sorri, lhe dando mais um beijo. Então me acomodei em seu peito e adormeci. 

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