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10. Bloodstream

#### AVISO DE GATILHO ####

Esse capítulo contém insinuação a suicídio.

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Continuei seguindo sem rumo quando cheguei a cidade, todos estavam observando os fogos de artifício, ninguém notou enquanto eu passava, me chocando com algumas pessoas. Caminhei, caminhei, e caminhei mais um pouco, quando notei que já estava em Lurkville. Havia tantos pensamentos circulando minha mente, que eu mal conseguia organizá-los. Naquele momento eu só queria chegar em casa e desabar, sozinha, em qualquer canto daquela casa.

Percorri mais alguns metros e finalmente estava em frente a porta principal. Fiquei parada ali, sem reação. Minha mente ordenava que minha mão se erguesse e abrisse a porta, mas meu corpo não obedecia. Ao fundo ainda ouvia os fogos de artificio e a gritaria dos locais. Certamente Ron e Lucas estavam lá, alegres, se divertindo. Ainda bem, pensei, aquela dor cabia só a mim.

Finalmente consegui erguer as mãos e girei a maçaneta da porta. Entrei e a fechei atrás de mim, mas não me mexi. Meu corpo involuntariamente, talvez pelo cansaço mental que meu cérebro mandava para todas as minhas células, se chocou de costas contra a porta, e eu fui escorregando até desabar no chão. E de repente eu senti. Senti tudo. A raiva, o desespero, a dor, a angústia, a tristeza. Só notei que estava chorando quando senti meu pescoço ficando molhado. Ergui uma de minhas mãos e levei ao rosto, sentindo as lágrimas. Retirei. Observei. As mãos molhadas. E então, como se algo dentro de mim tivesse despertado eu solucei e desabei a chorar alto.

Me encolhi, com os joelhos dobrados e os braços ao redor dele. Soluçava enquanto minhas lágrimas molhavam o jeans da calça. Eu queria gritar, eu queria que toda aquela dor desaparecesse. Toda a minha esperança havia ido embora. Como aquilo podia ter acontecido? Quando foi que minha vida se tornou um inferno? Ou ela sempre foi um inferno, e eu apenas não sabia?

Eu senti a necessidade de me esconder, precisava de um lugar para poder gritar e socar a parede. Lembrei-me, então, do porão da casa e ele me parecia um ótimo refúgio. Arrastei-me de joelhos até a porta dele, e a abri. Estava tudo escuro. Senti uma certa nostalgia ao pensar que a escuridão era um ótimo lugar. Desci as escadas aos trancos e barrancos, fechando a porta atrás de mim. Havia uma luz fraca lá embaixo, provavelmente vinda do basculante. No último degrau eu escorreguei e choquei-me contra um armário. A raiva explodiu dentro de mim e eu o derrubei ao chão. O estrondo foi grande, mas não maior que o grito que eu dei.

— Por que você fez isso comigo? — gritei e derrubei outro armário, usando um pouco mais de força — Você deveria ter sido aquela que me protege! Você não deveria ter escondido isso de mim! GRRR! — joguei algumas coisas contra a parede — Como você vai me proteger agora, hã? — eu gritava pateticamente para o nada, como se alguém, como se Ophelia pudesse me responder. — Como vai me manter segura em seu mundo perfeito? Você... Você me privou da minha própria vida. — minha voz saiu fraca e eu caí de joelhos no chão. Gritei de dor quando senti alguns cacos de vidro entrando em minha pele. — Droga, droga, droga! — tentei gritar, mas não havia mais forças dentro de mim. Me joguei para trás no chão, deixando que as lágrimas molhassem o meu rosto e cabelos. — Você arruinou a minha vida, vovó. — disse em um fio de voz. — Eu nem sei mais quem eu sou.

De repente um pensamento insano invadiu minha mente.

Se eu acabasse com tudo agora, não haveria sofrimentos. Não haveria danos. Talvez eu não precisaria me tornar aquilo. Me sentei, com aquele pensamento fixo em mente. Tirei o casaco que ainda estava vestindo e peguei um pedaço médio de vidro, vendo meu sangue nele. Ele tremeu em minhas mãos. Virei um dos meus pulsos para cima, enquanto as lágrimas desciam mais e mais pelo meu rosto. Ergui a manga da blusa, segurando firme o pedaço de vidro, e passei-o sob meu pulso. Não aconteceu nada, nem dor eu senti. Passei novamente, com mais força, mas fez apenas um pequeno arranhão. Foi então, que no impulso da raiva, eu cravei o vidro em meu pulso. A dor foi horrível, excruciante! Minha mão tremia mais ainda quando eu retirei o objeto. O sangue jorrava no chão me causando náuseas e tontura. Para o meu completo desespero e perplexidade, ao invés de sair mais sangue, ele começou a parar, e inacreditavelmente o buraco aberto em meu pulso começou a se fechar.

Olhei embasbacada para o ferimento que se transformou em uma linha fina, e depois simplesmente sumiu.

Meu corpo gelou e minha respiração ficou ofegante.

— Mas... O que? — passei a mão sobre o meu pulso, antes ferido, agora intacto novamente. Pensei então que talvez eu apenas tivesse me imaginado fazendo aquilo, quando na verdade não havia feito nada. Então tentei novamente, cravei o vidro em meu pulso e o arrastei por alguns centímetros, sentindo a dor insuportável de minha pele sendo rasgada. Eu gritei de dor novamente. Quando retirei o vidro, a mesma coisa aconteceu. Eu grunhi de raiva. — O que, diabos, estava acontecendo?

Atirei o vidro longe e me joguei novamente para trás, sentindo o único fio de esperança também ir embora. Eu só conseguia pensar no quão sortuda eu era. Nem para tirar minha própria vida eu tinha permissão.

Fiquei ali, eu acho, por horas, não sei. Ouvi um movimento lá em cima na casa, mas não me mexi. Permaneci parada, imóvel. Se fosse Verônica ela nunca desceria aqui, morria de medo do escuro. Então eu teria tempo de me recuperar, poderia até passar a noite aqui, e inventar uma desculpa pela manhã. Pularia o basculante e entraria pela porta da frente como se nada tivesse acontecido e eu apenas tivesse passado a noite na farra.

Porém, a porta do porão se abriu, fazendo uma luz fraca entrar.

Nathalie? — era a voz de Lucas.

Mas que inferno! pensei eu, Como ele me descobriu tão rápido?

Nathalie? — vi ele descendo as escadas — M-mas... o que diabos aconteceu aqui?

— Eu não consigo me matar. — sussurrei olhando para o teto. Lucas pulou por cima do armário derrubado.

— O que? — ele chegou até mim, ajoelhando-se ao meu lado.

— Eu não consigo me matar. — sussurrei novamente, sem vida, olhando para o teto.

— E por que você iria querer fazer isso? — perguntou sarcástico.

— Porque essa seria a única saída. O único modo de isso tudo acabar.

— Eu não faço a mínima ideia do que você está falando. O que aconteceu? Onde você estava? — Luke olhou para os cacos de vidro no chão.

— Ben voltou. — sussurrei, enquanto Lucas se ajoelhava ao meu lado

— É, eu sei. Aaron me disse. Foi por isso que não fui atrás de você quando ele quis.

— Luke... — o olhei — Ele é um Belianita.

— O que? — perguntou perdido, unindo as sobrancelhas.

— Ben é um Belianita. Ele é o descendente de Abel. — eu vi o pavor tomar conta dos olhos de Lucas.

— C-como é?! — perguntou com maior entonação.

— Ele me contou toda a história. A lenda. Me contou tudo sobre ele e os outros seis. — Lucas deixou as mãos caírem ao lado de seu corpo.

— Ele te contou tudo? V-você disse algo a ele? — balancei a cabeça negativamente

— Eu surtei. Não consegui me controlar. Surtei e vim embora.

— Você fez bem. Fez bem. — apoiou-me. Eu comecei a chorar, sentindo o desespero de novo.

— Eu não quero ser essa coisa, Luke. Por favor, me ajude! Eu não quero ser essa coisa.

— Ei, shh! — Lucas se abaixou mais ainda ao meu lado, acariciando meus cabelos com uma mão e segurando minha mão com a outra. — Não fique assim, eu vou ajudar você. Vou fazer o que for preciso para que você se livre disso, está bem? — assenti, ainda chorando. — Agora, você tem que se levantar, Ronnie vai chegar a qualquer momento. — eu me sentei, com a ajuda de Luke.

— Onde ela está? — passei as mãos no meu rosto, tentando secá-lo, mas senti como se estivesse o molhando mais.

— Eu pedi a minha mãe que a distraísse um pouco lá na festa. Por que as suas mãos estão ensanguentadas?

— Por que você não a trouxe junto? — perguntamos ao mesmo tempo. — Minhas mãos estão ensanguentadas? — tentei enxergar à luz fraca vinda da janela.

— Porque, pelo jeito como Ben estava, eu pressenti que era algo que Ron não deveria saber. — meu coração falhou ao ouvir seu nome

— O modo como Ben estava? Do que você está falando Lucas?

— Nathalie, porque você está sangrando? — perguntou apavorado — Você se machucou? Ben machucou você?

— Não, Lucas! Isso foi... — suspirei, já sabendo que ele iria me dar uma bronca — Eu tentei me cortar, ok? Eu tentei... acabar com tudo. — os olhos dele arregalaram-se.

— Você realmente tentou se matar? — sua voz saiu uma oitava acima. Eu revirei os olhos, disfarçando.

— Eu tentei, mas não deu certo! — falei rápido quando ele bufou, enraivecido

— Você tem ideia do tamanho da idiotice que tentou fazer? Tem ideia de que isso não tem mais volta, sua idiota?

— Eu sei! Eu sei! Mas não deu em nada, não há porque fazer um escândalo. — me defendi

— Como assim não deu em nada?

— Eu não sei o que aconteceu. Eu simplesmente não consegui.

— Ah, pelo menos você teve um pouco de discernimento.

— Não, Luke. Não foi como se eu não tivesse conseguido me cortar porque tenho amor à vida. Eu me cortei. Realmente. Profundamente. É só você olhar para o chão. — Lucas olhou, e ele estava justamente em cima de uma poça de sangue meu. Ele fez uma careta de nojo. — Só que não funcionou. O corte se fechou e o sangue estancou. — Lucas me olhou confuso — Eu tentei duas vezes, fiz um corte mais profundo do que o outro, e nas duas vezes o corte se fechou.

— Está dizendo que você não pode morrer? — ergui minhas sobrancelhas surpresa por não ter pensado naquilo — Ou...

— Ou? — perguntei ansiosa quando ele não finalizou.

— Você não pode ser morta por alguém que não seja um Belianita. — meus ombros caíram — Talvez apenas ele possa matá-la. Assim como, talvez, apenas você possa matá-lo. — fiquei sem reação, pensando sobre aquilo.

— Como você consegue pensar tão rapidamente nessas coisas? — perguntei meio besta.

— Eu sou inteligente. — zombou — Agora venha, vamos subir. Você precisa se recompor e limpar essa bagunça. Ou pelo menos trancar a porta do porão. E eu preciso dar um jeito nas minhas calças ou Clarisse terá um ataque.

Luke me ajudou a levantar. Quando entrei no banheiro para lavar as mãos ensanguentadas, olhei no espelho e levei um susto ao ver meu rosto também ensanguentado. Provavelmente foi na tentativa de limpar minhas lágrimas. Eu parecia Carrie, a estranha. Lavei várias vezes até que o cheiro tivesse evaporado e meu estomago tivesse parado de embrulhar.

Quando saí do banheiro, Luke segurava um balde e um pano nas mãos, e estava descendo para o porão.

— O que está fazendo?

— O que você acha? — perguntou sarcástico — Vou limpar a sujeira que você fez.

— Luke, não! — fui atrás dele — Eu vou limpar depois!

— Nathalie... — ele virou-se para mim na escada — Aprenda uma coisa. Um virginiano nunca deixa a limpeza para outra pessoa. — ergui minhas sobrancelhas para ele. Lucas desceu e não me deixou tocar em nada, enquanto limpava. Me sentei na escada, entediada.

— O que você quis dizer com "o modo que Ben estava"?

— Bem, foi Ben quem me contou que você estava aqui.

— Como ele sabia que eu estava aqui? — perguntei incrédula

— Isso eu não sei. Ele me encontrou no porto e disse que você estava no porão precisando da minha ajuda. — fiquei surpresa. Ben havia sumido assim que virei as costas para ele, como poderia saber que eu estava em casa?

— Ele te falou como ele sabia que eu estava aqui no porão?

— Não. Ben me deixou desesperado só por ter chegado sozinho lá. E quando ele falou que você precisava de ajuda, eu simplesmente vim correndo para cá. — explicou, enquanto esfregava o chão com a vassoura.

— Acha que ele desconfiou de alguma coisa? — Lucas parou com a vassoura na mão e me olhou pensativo.

Você acha isso?

— Ele me pareceu bem confuso e perdido enquanto eu estava tendo um ataque. — encolhi os ombros.

— Então talvez ele só tenha ficado preocupado.

— Hm. — assenti, não sentindo muita confiança nisso.

Lucas terminou de limpar e nós subimos. Minha cabeça parecia que ia explodir. Luke me fez subir e disse que iria preparar um saco de gelo para eu colocar em minha cabeça. Meus olhos ardiam por causa do choro, e eu acabei adormecendo antes mesmo de Lucas voltar.

Eu acordei no meio da noite, com a sensação de exaustão. Fui até o quarto de Ronnie para averiguar se ela já havia voltado, e lá estava ela, dormindo. Desci até a cozinha para pegar um copo d'água e subi. Quando entrei em meu quarto senti o perfume de Ben. Meu coração parou. Olhei atentamente para todos os lados, mas não vi nada. Eu tinha trocado de roupa, então o cheiro não poderia estar vindo de mim, se caso o perfume tivesse impregnado em minhas roupas. Suspirei me sentindo patética por pensar que ele estaria ali, e voltei para a cama.

Levei Ronnie e suas coisas até a praça no outro dia, para ela embarcar de volta para Saint Davis. Ela me perguntou se eu já estava me sentindo melhor, e eu não entendi. Então ela me explicou que Lucas havia dito que eu tinha passado mal na noite anterior, e por isso não fiquei na festa. Agradeci imensamente a Luke por ser o melhor amigo da face da terra. Eu disse a Ronnie que já estava melhor, que foi a bebida. Ela acreditou.

Nos despedimos desajeitadamente, e minha irmã partiu de volta para o internato. No mesmo momento que o ônibus de Saint Davis partiu, meu celular tocou.

Então? Pronta para saber mais sobre sua família? — Lucas estava empolgado do outro lado da linha.

— Do que está falando?

Eu descobri algumas coisas sobre a lenda. Venha até a minha casa.

— Eu não sei onde você mora, Luke.

Oh, é mesmo. Eu vou aí buscar você.

— Eu estou na praça. Acabei de embarcar Verônica para Saint Davis.

Bem, isso é melhor ainda. Me espere aí, chego em menos de cinco minutos.

— Ok. — desliguei o telefone. Imaginei para qual lugar em Privy Harbor era necessário mais do que cinco minutos.

Sentei em um dos bancos a espera de Lucas. Enquanto tentava me distrair – pois esperar não era uma das coisas que eu apreciava – notei uma senhora me olhando ao longe. Ela tinha os cabelos brancos e ondulados, e assim que percebeu que eu estava olhando para ela, disfarçou, continuando seu caminho. Observei, até que ela entrou em uma casa na parte oeste da rua. Ela me olhou uma última vez, de uma forma estranha, e entrou na casa. Achei aquilo esquisito. O modo como ela me olhou, parecia que estava com medo, como se eu fosse atacá-la. Lucas surgiu na esquina caminhando rapidamente com as mãos no bolso. Me movimentei, preparando-me para ir ao encontro dele. Quando me levantei, choquei-me em alguém. A pessoa virou-se para trás e pude ver o rosto assustado de Aaron.

— Ei. — o cumprimentei. Aaron me olhou, os olhos selvagens. Então simplesmente virou as costas para mim e seguiu seu caminho. Não pude deixar de pensar que pudesse ser por causa da noite anterior. Ouvi Lucas me chamar e eu fui até ele. — O que houve com Aaron?

— Por quê? — perguntou perdido

— Ele estava estranho. Nem me cumprimentou.

— Aaron muda de humor como muda de roupa. — Lucas revirou os olhos. Resmunguei apenas um "hm".

Seguimos na direção norte da cidade. Duas quadras de distância da praça. O edifício onde Luke morava era bem normal e cinza. Subimos a estreita escada até o terceiro andar. O apartamento era pequeno. Havia uma sala com um sofá e uma televisão, uma cozinha com um fogão, uma pia, um conjunto de armários e um micro-ondas, e um quarto com um banheiro. O quarto de Lucas foi a parte do apartamento que eu mais amei. Ele não tinha cama, apenas um colchão no chão, um pequeno guarda-roupa, uma mesinha onde havia um notebook, CDs e DVDs empilhados no chão. E muitos livros.

— Luke, seu apartamento é perfeito!

— Fala sério, Nathalie. Você também? — ele riu, não acreditando no meu comentário.

— Como assim, eu também? — ele fez um gesto para eu esquecer — Não, é sério! — insisti — Você tem tudo o que uma pessoa precisa. Eu quero dizer, se eu morasse aqui eu me sentiria no paraíso.

— Arrã. — zombou ele.

— É sério, Lucas! — insisti, estupidamente tentando fazê-lo acreditar em mim.

— Ok. Deixe eu te mostrar o que eu descobri. — Lucas colocou uma garrafa de cerveja na minha frente. Eu abri e tomei um gole. — OK. Primeiro, leia isso. — Lucas pôs um livro grosso no meu colo. Eu li o título.

— Demônios? — o olhei sem entender.

— Leia. — ordenou. Eu suspirei. — Em voz alta. — eu suspirei de novo.

— "Em muitas culturas, inclusive as mais antigas, acredita-se em seres perversos mandados diretamente do inferno para atormentar vidas. Estes são chamados de demônios". — olhei para ele — Lucas, eu sei o que são demônios. Supernatural é a minha série favorita. — Luke revirou os olhos

— Continue lendo, Prescott. — respirei fundo, rindo um pouco.

— "Existem várias categorias para eles, assim como os anjos são divididos em anjos, arcanjos, querubins e serafins, os demônios também têm denominações específicas".

— Leia aqui. — Lucas me interrompeu, apontando com o dedo onde eu deveria ler.

— Os Dibbuks... é isso? — ele assentiu. — Ok. "Os Dibbuks são os demônios mais perigosos que existem. Não são os mais fortes, mas são os que mais enganam. Eles podem possuir um humano por anos e ninguém desconfiar. Vivem socialmente, desde que não estejam em grupos ou sem uma missão. Só podem ser expulsos do corpo no qual estão através de um exorcismo. O exorcismo pode"...

— Tá, não precisa ler isso. — ele me interrompeu de novo. — Leia aqui. — cutucou com o dedo. Suspirei.

— "Para saber que uma pessoa está possuída por um Dibbuk é preciso ficar atento aos olhos. Normalmente quando um deles está pronto para agir, ou até mesmo na ação, seus olhos ficam completamente... " — eu perdi minha voz. Um arrepio se apoderou da minha nuca. — negros.

— Isso te lembra de alguma coisa?

— Meus sonhos. — balbuciei. As imagens daquela mulher de branco com os olhos negros encheram minha mente.

— Exatamente.

— Mas... O que isso quer dizer? — olhei assustada para Lucas — Ela é um demônio? Acha que um demônio matou a minha avó e agora eu estou sonhando com isso?

— Não, Nathalie. Abra os olhos, expanda a sua mente! — Lucas abriu os braços, falando como um hippie.

— Eu não estou entendendo, Lucas. — falei sem paciência, fechando o livro. Ele suspirou.

— Leia isso. — ele colocou um notebook no meu colo.

Na tela, um site de algum jornal britânico. A notícia era de alguns dias atrás.


"Ataque de bárbaros em Plymouth, Devon – 10/03/17

Ontem, sexta-feira, 10 de março, houve um ataque de vândalos a um restaurante no centro da cidade de Plymouth, Devon. Clientes e moradores das proximidades que estavam próximos ao local disseram que um grupo de jovens chegou em Jeep com sons altos, bebidas e cigarros, e entraram no restaurante quebrando as mesas e atacando pessoas. "Eles portavam armas e facas", relatou um senhor que ficou com medo de se identificar "e apontavam para as nossas cabeças, rindo como se estivessem em um parque de diversões. Eu tenho pena deles. Provavelmente estavam drogados." Alguns outros clientes disseram que os jovens usavam lentes pretas por todo o olho.

Duas das vítimas que eles levaram ainda não foram encontradas. As outras três foram encontradas sem vida em uma clareira a alguns quilômetros da cidade.

"Ainda não sabemos exatamente o que aconteceu" disse o sargento Williamson "Alguns órgãos foram retirados e o sangue deles foi drenado. Estamos investigando a hipótese de ser trafico clandestino de órgãos."

Nenhum dos jovens vândalos foi encontrado."


— Oh. Meu. Deus. — disse pausadamente.

— Agora faça a ligação. — olhei para Luke esperando que ele fizesse a ligação por mim — Olhos negros, sangue drenado, vandalismo. Isso não é coisa de demônio. Isso é coisa de vampiro.

— Mas, e quanto a essa coisa do seu livro?

— Livros às vezes dizem a verdade, Nath, mas de uma forma errada. Eles descrevem um vampiro, mas o chamam de demônio.

— Ok. — tentei digerir tudo — E o que isso tem a ver com a minha família?

— Bem, eu realmente não acredito que vampiros existam. Então essas... pessoas que fizeram isso em Plymouth, devem ser os outros descendentes.

— Mas por que eles fariam isso? Pelo que entendi até agora nós somos obrigados a viver na clandestinidade. E não me parece que eles estavam tentando se esconder. — disse confusa.

— É. Pois é. É isso que não está se encaixando. — Lucas coçou a cabeça, perdido.

Não está se encaixando porque eles não são descendentes. — ergui meus olhos não acreditando no que eu estava vendo. Eu ofeguei.

Ben estava parado na porta do apartamento de Lucas, com as mãos nos bolsos e me olhando apreensivo. Minha boca se abriu, mas nenhum som saiu dela. 


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Olaaaaa meus amores, prometi que seriam 3 caps postados, mas como eu edito e reescrevo muita coisa antes de postar, acabei postando só um ontem. Espero que gostem desse!

Aos poucos agora as coisas vão se revelando!

Não esqueçam de votar e comentar! 

beijos da nalu

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