Battle Scars - Rachel Roth
“...
Não deveria ter acontecido mas você deixou
Agora você está no chão gritando por ajuda
E a única coisa que vem é o stress pós-traumático
...
Eu queria não sentir, eu queria não amar
Eu queria poder parar pois isso dói muito
E eu sou o único tentando nos manter juntos
Quando todos os sinais dizem para eu esquecê-lo
Eu queria que você não fosse a melhor, melhor coisa que eu já tive
Eu queria que as coisas boas fossem maiores que as ruins
Pois isso nunca vai terminar, até você me dizer que acabou.”
Battle Scars — Guy Sebastian e Lupe Fiasco.
Estava rindo horrores com Rachel, que havia acabado de quase por fogo na cozinha, mostrando que cozinhando era uma ótima heroína.
— Puta merda. Essa mulher é linda. — reclamou com ele mesmo ao se virar e a ver girando pela cozinha, entretida com a música que tocava.
A música Battle Scars tocava no alto falante de Richard que a observava carinhoso dançando pela cozinha, agora que ele havia se colocado à cozinhar, pois sua auxiliar não conseguia fazer nada. E honestamente se sentia mais seguro a vendo dançando e rindo, algo diferente do que mostrava desde que chegou na vida dele. Rachel estava leve, quase como se um grande fardo tivesse saído de seus ombros. E aquilo fazia Grayson sentir-se feliz.
— Para tudo! Maria me mandou uma música! Deixa eu escutar, Richard! — avisando para o telefone dele e põe o seu no alto falante.
Sorrindo divertida, Rachel mudou sua expressão divertida para pensativa enquanto o cantor entoava a canção que era mais que romântica. Além de basicamente dizer tudo que havia passado na cabeça dele um dia, mesmo que nunca assumisse aquilo para a empata em questão.
Deixando o que fazia de lado, foi até a mulher, a tirou para dançar e a sensação de tê-la em seus braços só não foi mais incrível porque a fumaça denunciou que estava já queimada a refeição que seria deles.
— Me passa essa depois! — pediu a mulher que gargalhava, ciente que ele havia se esquecido do resto.
Cozinhando o resto do café da manhã, em porções para que todos pudessem comer, ainda assistiu Rachel mexendo em seu telefone, para colocar as músicas que queria, mastigando um pedaço de bacon que roubou enquanto Grayson prestava a atenção na panqueca que fazia.
O céu era o limite. Ter Rae de volta era como receber um pedaço de si que havia deixado pelo caminho. E mesmo quando todos desceram sonolentos, irritados pelos dois terem ligado a aquela altura as caixas de som pela casa e colocado a nova música favorita de Rachel para tocar, Battle Scars ignorou veemente os protestos enquanto ria abobalhado, a vendo dançar pela casa, tirando ciborg para a acompanhar na dança, indo para Jason, depois Roy que se esquivou e mandou a garota ir se fuder, parando por fim na frente de Kory.
— Sai de perto de mim com essa felicidade. Vocês dois são uns filhos da puta! Ninguém além dos dois foram dormir cedo, tão lembrados? — a alienígena acusando aos dois recebe olhares confusos de todos.
— Tivessem chego mais cedo. Quero todos prontos em quinze minutos para o treinamento! — Dick avisa puxando uma cadeira para que Rachel se sentasse do seu lado.
Gesto que ela logo entendeu e atende depressa, indo para o lado de Richard que sentiu-se mais tranquilo em vê-la tão mais a vontade.
— Vocês precisam se divertir mais. Estresse faz mal para saúde... Kory, passa o café? Tô faminta. — Rae comenta tentando alcançar as panquecas que Dick depressa pegou e a trouxe até ela.
A ruiva por sua vez pegou o café, olhou para Rachel e após uns segundos colocou na caneca dela, que agradeceu tranquila.
— Para sermos uma boa equipe pelo menos duas horas de treino por dia é necessária. Acordar cedo é um bom começo, não importa se tivemos emergências de madrugada... — começou a anunciar antes de Rachel gritar e largar o copo que tomava.
Quebrando a caneca dela no chão e por muito pouco não pegando nos pés descalços de Grayson, que ela protegeu com sua energia preta.
— Isso tá muito quente! — resmungando irritada, se levanta depressa pisando nos cacos e no café.
O que a levou a gritar mais um pouco, xingando palavrões que ele não tinha ideia de onde tinha aprendido.
— Quer uma ajuda? — Roy perguntou preocupado, fazendo Richard Grayson também olhar na direção da sua amiga.
Antes que alguém pudesse se aproximar, Rachel apenas engoliu sua raiva, notável pelos seus olhos negros, juntou os cacos e jogou na lixeira, sumindo para a lavanderia, onde haviam roupas suas e um kit médico.
— Por que você esquentou o café Kory? — disse a mulher que apenas riu.
Pelo tempo que segurou a cafeteira com toda certeza havia usado o fogo que saía de suas mãos para deixar o café escaldante. Uma retaliação a Rae que não tinha ideia do porquê.
— Foi um acidente! Achei que Rachel gostasse dele quente...
— Escuta, Rachel tem você como uma irmã mais velha. Pode agir de acordo? Não quero que isso se repita. — Richard a advertindo recebe olhares constrangidos de todos os outros.
— Primeiro comigo, agora que ela cresceu com ela. Como é que isso funciona Richard? Para mulheres entrarem na equipe precisam passar pela sua cama primeiro? — Kory o acusa em tom de deboche.
Certo, ela passou pelos limites.
— Eu e Rachel somos amigos! E você sempre soube como eu lido com as mulheres que eu fodo, não sou príncipe encantado de ninguém. — disse sem pensar duas vezes.
— Escuta, vamos tentar ter um café... — Victor intervindo na situação recebe um olhar furioso dos dois.
Optando por encher a boca de torradas e bacon, comendo apressado.
— Sinto muito Kory, não sou de dar anel ou pedir exclusividade a qualquer uma... Mas não se preocupe que quando eu precisar de você na minha cama eu aviso, afinal de contas, de esquentar cama você também entende não é? — alfinetando a ruiva recebe um olhar mortal dela, que volta a atenção para um canto nas costas dele.
Rachel já arrumada tinha acabado de chegar no lugar, alheia ao clima na mesa.
— Tudo bem? — ela questionou a todos recebendo um sim dos caras e um não alto de Kory.
— Perdi meu apetite. — ela disse com pirraça, saindo do lugar sem dizer mais nada.
Embora tivesse o olhando, como quem pergunta se poderia ir perguntar o que aconteceu, Rachel não fez objeção alguma após Dick fazer um sinal de não com a cabeça, deixando claro que ir perguntar qualquer coisa a Kory era fora dos limites para a moça.
Rachel Roth / Ravena / Rae
Richard havia sido um idiota com Kory e era sua culpa. Havia a provocado com o comentário sobre estresse, mas não pensou que Kory fosse ser tão cruel a ponto de tentar matá-la com aquele caldo quente de cafeína.
— Tudo bem, Rae? Quer que eu dê uma olhada nisso? — Ciborg se oferece em tom gentil.
Se não fosse por suas habilidades de cura, teria facilmente ficado sem língua pelo resto da vida. Havia aprendido sua lição. Não falaria com a ruiva pela manhã.
Não havia porque Dick tratá-la mal, contudo não podia dr intrometer na briga deles, pois Richard já tinha encerrado o assunto com seu olhar, ao vê-la encarando o lugar por onde a alienígena saiu.
— Estou ótima. Vou cicatrizar em alguns minutos... Victor, né? Visual legal. — tenta quebrar o silêncio da mesa assim como o rapaz que concordou.
— Sei que o Richard era seu irmãozão, mas eu virei o irmão mais velho de todos os caras quando cheguei...
— Richard nunca foi como um irmão para mim — Rachel devolvendo depressa atrai a atenção de todos.
Havia falado demais! Por que não deixou o assunto morrer? Qual era seu problema afinal de contas?
— Como assim? — Roy questionou confuso a espera de uma boa resposta.
Na real, nem ela tinha respostas pra aquela sua resposta anterior. Algo dentro de Rae odiou a ideia de Richard ser seu irmão e negou veemente, com tanta convicção que ela acabou externalizando.
Felizmente a moça optou por usar seus neurônios depressa e logo se explicar:
— Ele sempre foi um grande amigo. Um homem bom, disposto a me ajudar. A função de meu irmão mais velho está vaga. Querendo se candidatar fique a vontade...
Enchendo sua boca de comida, Rachel continuou de cabeça baixa, ocupada com seu prato, enquanto pensava em qual era seu problema.
— Faz sentido. Imagino que vá treinar também...? — Ciborg comentando solene recebe um olhar sério dos rapazes.
— Deveria? — Rae pergunta depressa olhando para todos.
Dizendo que era melhor deixar seu pé em repouso, Richard a vetou do treinamento, deixando Rachel para trás ao sair com todos para se arrumar. Poderia até tê-lo dito que estava já completamente recuperada, contudo, ciente que devia explicações a Mutano, já que seu colega havia a deixado ciente que era bem vinda no apartamento dele, retornou a casa do rapaz que ainda dormia.
Optando por usar a Internet para se atualizar enquanto ele não acordava. Política, religião, economia mundial, tudo que era necessário saber andou lendo, já quando estava prestes a desistir de falar com Gar e ir dormir, o escuta chamá-la baixo, fazendo um som de assobio.
— Hey. Madrugou ou é só impressão minha? — questionando divertido recebe um aceno dela.
Que guardou seu telefone e o deu atenção.
— Madruguei. Eu queria agradecer pela sua gentileza em me deixar ficar aqui, mas...
— Vai embora de novo? — sugeriu Garfield em tom desanimado.
Negando depressa, Rachel encerrou o assunto com uma rpaidaa explicação do porquê optar por ficar com Dick. Uma vez que de qualquer forma Gar tinha sua vida e não queria ser mais uma sanguessuga. Tampouco atrapalhar o relacionamento dele.
—... Ciborg também deve ficar por lá, então está tudo bem. — acalma o rapaz que a fitava irritado.
Escutando em silêncio o sermão sobre estar sendo usada por Richard mais uma vez, Rae precisou se conter para não revirar os olhos, até que ele finalmente calou a boca.
— De qualquer forma, acho que já sou adulta e perfeitamente capaz de lidar com os surtos de Grayson. Não se preocupe... — fazendo pouco caso, Rae de põe de pé já com sua bolsa em mãos.
Antes que a briga ficasse pior, ela apenas desapareceu e retornou a casa de Dick, que estava provavelmente treinando ainda.
— Rae? — Ciborg, que saia sorridente da cozinha, dizendo surpreso a faz arquear uma sobrancelha em resposta.
O que é que estava a acontecer ali?
— Eu disse que... — Jason começando a falar se cala ao vê-la.
Deixando Rachel mais desconfiada ainda. Alguma coisa estava a acontecer e ninguém queria a dizer. Só precisava descobrir onde e ir saber.
— Vim colocar as minhas coisas no meu quarto. — disse olhando para os dois a espera de uma resposta.
Encarando um ao outro, Ciborg acabou ganhando a discussão, rindo baixo antes de pegar a bolsa dela dizendo:
— Porque não nos conhecemos melhor e esse imbecil leva suas coisas? — sugeriu em tom doce.
Só dando a moça certeza que algo estava muito errado no segundo andar. Talvez Richard tivesse se ferido? Precisava vê-lo depressa.
— Não há necessidade, me transporto para lá e desço num mesmo segundo... — gesticulou antes de fazer o que pretendia, pegando de volta sua mochila, usando sua habilidade de manipular as sombras para sair do seu quarto sem ser vista.
Uma técnica que Rachel precisou dominar para transitar entre os lugares de Azarath longe de monges a cercando e dando ordens.
Saindo do quarto de Richard sorridente, uma ruiva passava seu batom e arrumava seu cabelo molhado, sendo observada por ele que brilhava na cor que Rae já havia visto antes, coberto por uma toalha.
— Tão gentil da sua parte me levar até a porta... — a ruiva observa com malícia evidente.
Incapaz de sair de onde estava, Rachel apenas se encostou na parede e os viu passar sem falar, apenas observando a situação e o que ela representava.
— Na próxima te dou café da manhã, Babs! — ele brincou com a mulher que pulou sobre ele o dando beijos no rosto e sabe-se lá onde, descendo a escada.
Dick não era cara de uma só mulher. E Rae continuava sendo estúpida, o deixando se aproximar quando era óbvio que não havia nada além do desejo sexual da parte dele. Sentia-se mal por si e sua inocência. Como pode ser tão burra a pensar que com ela, Grayson seria diferente?
— Como eu sou estúpida... — xingou a si, voltando para seu quarto.
Era apenas mais uma na lista de futuras conquistas. E o mais doentio na situação é que mesmo com tudo tão explícito, ainda se agarrava a possibilidade de que Dick a explicaria tudo e então e entenderia, acreditaria e continuaria lá, parada, o esperando dar migalhas de afeto e quaisquer outras coisas que ela pudesse usar para fortificar seus sonhos de que poderiam dar certo juntos.
Como se tivesse sido invocado com o pensamento dela, Rachel se sobressalta com batidas na porta, a fazendo terminar de pregar seus documentos e algum dinheiro que escondeu no fundo de uma gaveta.
— Rae? Terminou de arrumar suas coisas? — Richard pergunta acima das batidas madeira que estava entre eles.
A porta havia acabado de começar a ser aberta quando ela mergulhou nas sombras e partiu, deixando nem mesmo um bilhete para avisar onde teria ido. Além de seu celular, para que ninguém pudesse a rastrear.
Precisava diminuir a dor em seu peito, caso contrário não seria de grande ajuda.
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