Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 57.

Quando ela se moveu, fechei os olhos por reflexo, esperando pelo golpe do bastão. Então, uma sensação muito pior do que a dor me atingiu quando ouvi os ganidos de Mei. Abri os olhos e amaldiçoei o vinho que tomei por ter prejudicado meu raciocínio a ponto de não me lembrar de trazer um facão. Ainda assim, preparei-me para lutar com Pantera como possível pela vida da minha cachorra.

Então, encontrei ela aos seus pés, lambendo a mão que tentava afastar seu focinho enquanto abanava o rabo sem parar, parecendo genuinamente feliz por ver a líder. A mulher tentava conter a alegria do Pastor, encarando a mim e Samuel com uma expressão definitivamente assustadora — mas um pouco prejudicada pelo fato de estar usando um roupão felpudo.

— E de qual de vocês dois foi essa ideia genial? — ela perguntou, os olhos de águia indo de mim até Samuel, então permaneceram nele. — Quer saber? Acho que eu não preciso de resposta.

Engoli em seco, nervosa com que tipo de consequência aquilo poderia ter para o meu amigo. Samuel, ao contrário, apenas cruzou os braços, parecendo quase desinteressado.

— Como você soube? — perguntou, como se não estivesse diante de uma mulher pronta para acertá-lo com um bastão.

Pantera ergueu uma sobrancelha e apontou para uma estante de madeira em uma das paredes do quarto, repleta de livros e decorações antigas que já estavam pegando poeira. Franzi as sobrancelhas, demorando a entender o que havia ali, até identificar um aparelho branco que eu só sabia dizer o que era por ter visto em filmes.

A babá eletrônica era um modelo antiquado que apenas transmitia som, mas foi o suficiente para nos denunciar à Pantera.

— Você deixou uma babá eletrônica aqui? — Samuel perguntou, confuso. Enquanto a simples presença daquela mulher (e do seu bastão) me fazia tremer de medo, meu amigo agia como se aquele confronto fosse só mais um dia corriqueiro.

— Sim, eu não posso levar Mei para dentro por causa do Lobo — justificou, colocando as mãos em punho na cintura. Seu roupão era largo e felpudo, com o mesmo tom de branco das tatuagens que enfeitavam seu rosto. — Botei aqui para saber se ela ficaria bem, mas foi melhor do que eu esperava conseguindo flagrar vocês dois. — Ela deu uma risada, então segurou o bastão com as duas mãos. — Eu pretendia usar isso se encontrasse alguém tentando me sabotar... então, vamos lá, me deem um bom motivo para não fazer isso.

— O acordo era que Rebeca poderia ver a Mei aos finais de semana, mas ela está praticamente presa naquele condomínio. — Samuel não perdeu tempo.

— Ela poderia ver a cachorra se colaborasse e Ana não acha que a atitude dela está digna desse direito.

Então, furiosa, falei sem pensar:

— Ana quer me fazer pagar por ter tomado uma surra minha na sua frente — respondi e aquelas palavras arrancaram um sorrisinho de Pantera. Então, desejei que Ana nunca soubesse sobre aquilo. — E... por ter quebrado o nariz de Igor.

— Já parou para pensar que eu concordo com a forma dela de lidar com as coisas? — Ela ergueu uma sobrancelha para mim, sem tirar aquele sorriso babaca do rosto.

Fechei as mãos em punho, desejando mais do que tudo poder acertá-la. Então dei um passo para frente e Samuel também se moveu, provavelmente querendo impedir que eu iniciasse uma briga, mas a minha intenção era apenas encará-la de perto.

— Então por que você não para com esse teatrinho de que só estou trabalhando para você e assume logo que sou uma refém, e você não tem qualquer intenção de me deixar ir embora?

Não sabia dizer se era o álcool que fazia meu sangue ferver e prejudicava o raciocínio, ou simplesmente atitude desinteressada de Samuel em frente à Pantera que me dava alguma segurança para erguer a voz com ela.

Em um movimento rápido que não me deu tempo para reagir, Pantera agarrou a gola da minha camiseta, puxando-me com tanta força que ouvi o barulho dela sendo esgaçada. Agora seus olhos escuros estavam ainda próximos, fuzilando-me:

— Você tá me fazendo repensar seriamente a minha decisão de te deixar sair dessa sala viva. — Algo na minha expressão deve ter evidenciado minha confusão, e Pantera chegou ainda mais perto pra praticamente rosnar: — É isso mesmo, depois dessa merda toda, eu ainda não vou te empalar com esse bastão. Então que tal baixar a porra da sua bola?

Ela me empurrou para trás e dei alguns passos até recuperar o equilíbrio. Estava começando a sentir a cabeça latejar por causa do álcool e da ansiedade.

— Você morta é mais problema para mim do que viva — explicou, mesmo que eu não tivesse perguntado, e seus olhos caíram sobre Samuel. — E você é igual a sua mãe. Sabe que tem privilégios e vai abusar deles até onde for possível, não é?

Aquilo foi rosnado em tom de ameaça, ao qual Samuel pareceu não dar muita importância quando deu de ombros. Eu ainda estava suando frio.

— O que vai acontecer é o seguinte: vocês dois vão sumir daqui e absolutamente ninguém, nem mesmo a Ana, vai saber o que aconteceu, entenderam? — Apesar de fingir falar pra nós dois, seus olhos estavam em mim. — Porque eu juro por Deus que arranco os olhos da sua cachorra.

Tranquei o ar, assistindo Pantera falar aquilo e logo depois esticar uma mão para acariciar a cabeça de Mei. Queria mandá-la largar a minha cachorra, mas aquilo com certeza não ajudaria em nada.

Perguntei-me qual era o seu interesse em demonstrar piedade. Se era cruel como acreditavam ou não, tudo que Pantera fazia tinha um motivo por trás. Então, compreendi quando finalmente percebi a maneira quase insegura que ela olhava para Samuel.

Ela tinha falado abertamente que ele possuía privilégios e, como agora eu sabia que ela e Carol estavam juntas, era fácil deduzir que o motivo era a mãe dele. Me matar seria um problema, pois mesmo que Carol não se importasse o suficiente para brigar por mim, eu confiava que Samuel faria aquela cidade ir abaixo — nada menos do que o que eu faria por ele.

Se nos matar não era opção, a segunda coisa que pensei foi em tortura. Pantera gostava de reforçar a crença de que ela era cruel e impiedosa e aquele seria um momento perfeito... se não implicasse em também revelar o motivo pelo qual nos torturou no meio da noite. E ela com certeza não gostaria que o resto do grupo soubesse que nós dois conseguimos invadir seu escritório sem sermos vistos.

Então, ao invés de permitir o fervor no sangue de tomar conta, esforcei-me para ser racional e manter o tom de voz sob controle:

— Ninguém vai saber de nada — garanti. — Mas, Pantera, eu quero ir embora. Você nunca me deu um tempo ou uma condição para...

Ela deixou um riso estridente escapar.

— E eu, Rebeca, quero a porra de um shopping center. — Apesar do deboche, Pantera finalmente pareceu relaxar o suficiente para largar aquele bastão em cima da escrivaninha. Pelo menos eu não precisava continuar esperando um golpe aleatório. — Quando você puder me arranjar um, a gente conversa. Até lá, deveria ser grata por você e sua cachorra continuarem vivas e bem tratadas.

Ela pareceu achar tanta graça do que disse que deixou mais um riso escapar, mas não entendi ao certo o que havia de tão engraçado. Olhei para Samuel, em busca de qualquer ajuda em sua expressão, mas ele estava apenas, encarando a líder daquele grupo.

— Você está falando sério? Sobre o shopping?

O sorriso desapareceu do rosto de Pantera, mas ela não respondeu. Samuel insistiu:

— Se resolvermos a questão do shopping, você deixa a Rebeca ir?

— Que questão do shopping? — perguntei.

— Um destacamento do grupo de busca se separou do resto do pessoal em uma parte movimentada da cidade, há mais ou menos um mês — Samuel quem explicou, enquanto Pantera permanecia em silêncio. Sua expressão era difícil de decifrar. — Foram cercados por zumbis e acabaram se refugiando no shopping. O problema é que, durante a fuga, precisaram atirar em alguns zumbis, o que só atraiu mais até que tudo fugisse de controle.

— E como sequer sabem que eles estão vivos?

Pantera finalmente se pronunciou:

— Eles conseguiram chegar até o shopping, mas perderam quase tudo... mochilas, armas, aparelho de comunicação. — Ela suspirou. — Nos "comunicamos" com eles com cartazes e binóculos. Estão bem e têm suprimentos lá dentro, mas todo o estacionamento em volta do shopping está dominado por zumbis. Eles não conseguem sair e não conseguimos entrar.

— E as duas últimas tentativas de resgate foram falhas. Pessoas morreram. — Samuel falou e Pantera o fuzilou com o olhar de novo, como se não quisesse que ele continuasse. — Agora o grupo está na berlinda... arriscar outra operação com ainda menos gente ou, bom, deixá-los para morrer.

— Eles não ficarão lá para morrer! — Pantera ergueu a voz, mas quase imediatamente pareceu se arrepender. Então voltou ao seu habitual sibilo: — Vamos resolver isso com outra operação, mas como você pode muito bem perceber enquanto bisbilhota por aí: as pessoas estão passando fome e essa é a nossa prioridade!

Diante daquilo, não fui capaz de controlar qualquer impulso:

— Eu posso resolver. — Adiantei-me um passo para frente, mas dessa vez não queria criar mais confusão. — Posso resgatá-los. Já lidei com hordas de zumbis diversas outras vezes.

A forma como Pantera me encarou, sem qualquer fé no que eu dizia, me fez tropeçar nas palavras.

— E você pretende fazer isso sozinha? — sussurrou, ameaçadora. — Porque, como eu disse, temos outras prioridades.

— Não pretendo apenas resgatar as pessoas presas, mas também limpar completamente. Vocês terão acesso a tudo que tem lá. — Insisti, numa mistura de euforia e nervosismo. Eu nem sabia se era capaz de entregar tudo o que eu prometia, mas só queria aquela possibilidade, mesmo que ínfima, de ir embora dali e finalmente continuar a buscar pelos meus amigos desaparecidos. — Seria um grupo pequeno para executar, eu e Samuel...

— Você deve estar sonhando que acha que Carol vai deixar o filho dela sair numa missão suicida dessas.

— Isso é um problema meu e da minha mãe. — Meu amigo interrompeu.

— É? Você que acha. — Ela deu um sorriso irônico para ele.

Dei mais um passo em direção a Pantera, voltando para tão perto quanto eu estava enquanto ela segurava a gola da minha camiseta. Mei estava deitada perto de nós, mas ergueu as orelhas com a minha movimentação. Eu só queria recuperar a atenção da líder.

— E se eu fizer isso? Se eu conseguir resgatar aquelas pessoas e conquistar o shopping para você, eu posso ir embora?

A mulher ergueu uma sobrancelha, mas afinal cruzou os braços e me encarou de cima abaixo. Seu olhar não parecia muito impressionado, mas não era com ela que eu precisaria lidar, e sim com uma horda de zumbis.

— Já parou para pensar no que acontece se você não conseguir?

Lutei contra a vontade de morder o lábio inferior e olhar para Mei. Blefei, sabendo que era apenas graças ao álcool que me desinibia:

— Aí você tem um problema e uma boca para alimentar a menos. — Tentei transparecer confiança. Então, Mei se ergueu para se espreguiçar e sua movimentação chamou a minha atenção. Voltei os olhos para Pantera. — E ganha um cachorro novo.

Com aquilo, consegui pelo menos arrancar uma risada pouco impressionada dela. Mesmo que ela não estivesse mais me ameaçando com um bastão, a tensão no ambiente ficava palpável toda a vez que Pantera estava presente e temi que estivesse apenas testando sua paciência, até que ela finalmente me respondeu:

— Você é completamente lunática, mas como pretende encontrar outros também dispostos a jogarem a vida fora com você?

— Isso vai ser meu problema — respondi, mas imediatamente quis retirar aquelas palavras. Ela franziu as sobrancelhas, provavelmente incomodada com a minha petulância. — Estou te garantindo que você vai ter um shopping center até o final da semana que vem.

Pantera me encarou por longos segundos, então virou o rosto para observar também Samuel. Sua expressão ficou fechada por todo aquele tempo e, quando finalmente se abriu, foi para deixar escapar aquela risada de escárnio.

— Temos um acordo. — A mulher estendeu a mão calejada na minha direção. Tudo parecia tão irreal que até tive tempo de reparar em uma cicatriz no seu dedo indicador. — Se você convencer Ana ou Igor a te acompanharem, com um destacamento escolhido por eles. Então, vai ser uma honra ver você tentar não morrer com essa maluquice.

Quis franzir as sobrancelhas com aquela condição, mas não podia me dar ao luxo, agora que, pela primeira vez, tinha uma chance de realmente ir embora. Sustentei o olhar dela e estiquei meu próprio braço para aceitar o aperto de mão.

— Vai ser uma honra provar que você está me subestimando. 


✘✘✘


Nota da autora:

Boa noite, amigos 🖤

Um capítulo mais curtinho porque a mulher que voz fala acordou com uma virose e mal conseguiu sair da cama (apenas, claro, para concluir o capítulo). Daqui, vou direto descansar.

Espero que tenham gostado e a cada dia fico com mais medo do quão grande esse livro vai ficar...

Não sejam mordidos, pois ainda precisamos de mais tempo para descobrir✨

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro