🎼•P R Ó L O G O•🎼
"Sem revisão profissional"
Kim Taehyung
Sempre acreditei que se você se esforça e trabalha duro, tudo o que você deseja se realiza como fruto dos seus esforços.
Mas...
O som de pratos caindo no chão quebrou o silêncio, espalhando cacos em todas as direções e chamando a atenção dos clientes do restaurante de sopa tradicional. Rapidamente comecei a pegar os cacos, temendo que a velha senhora Mei viesse me dar um sermão.
A realidade é outra...
— Ai... Aí, ai — resmunguei, levando meu dedo cortado ao caco de vidro à boca para estancar o sangue.
O som dos saltos de madeira me fez sentir um frio na espinha. Virei-me devagar, vendo o longo vestido florido da senhora Mei, que estava com as mãos na cintura, pronta para brigar comigo.
— Senhora Mei, como vai? — tentei sorrir bajulador enquanto recolhia mais rápido os cacos de vidro. Precisava desse emprego se ainda quisesse ter um teto para dormir à noite.
— Sabe quanto custa um prato bom? Claro que não sabe, se soubesse não teria quebrado! Vou descontar do seu salário! — Ela passou por mim pisando duro com os saltos de madeira, fazendo os cacos ficarem ainda menores. — Limpe logo isso e vá retirar o lixo da cozinha e do restaurante. Pare de ficar sonhando acordado em ser um compositor e trabalhe, senão vou te colocar no olho da rua.
Levantei-me com os cacos de vidro em um pano de prato que estava em meu ombro. Joguei os cacos no lixo, descartei-os corretamente, joguei o pano de prato na máquina de lavar e peguei o carrinho de limpeza para limpar o local onde os pratos quebraram. Podia haver restos de cacos de vidro no local. Se alguém se machucar, vou ser demitido na certa.
Depois de limpar o chão e recolher o lixo, sentei com a caixa de primeiros socorros para fazer um curativo no meu dedo cortado e tirar um tempo para descansar. Estava trabalhando desde as seis da manhã e agora, às nove da noite, ainda não tinha tido tempo para descansar.
— Preciso de um tempo desse trabalho, na verdade... — suspirei olhando para o céu. — Preciso de tempo de tudo isso.
Desde que me lembro, sempre quis fazer música. Lutei para entrar em uma boa escola de música, trabalhei meio período para pagar as mensalidades. Estudei mais do que os outros, ao ponto de ter calos nos dedos de tanto praticar no piano e violão que pegava emprestado na escola.
Aprendi sozinho a tocar outros instrumentos, estudei técnicas vocais para entender melhor como cada uma funcionava, sempre buscando ir além do que o professor passava em sala de aula.
Lutei durante tanto tempo para me tornar um compositor, mas até agora tudo que consegui foi cantar em um barzinho e ouvir vários "não" em gravadoras. Agora, me restava fazer música para comerciais de produtos de limpeza.
— Acho que vou ter que aprender a rimar palavras com sabão e água sanitária ou viver sendo escravizado neste restaurante. — Aquilo me deixava ainda mais melancólico. — Queria fumar agora, mas fumar é muito caro para mim. Até cigarros de péssima qualidade estão fora do meu orçamento...
Terminei o curativo no meu ferimento quando o vento jogou um panfleto em minha direção. Peguei-o já pronto para jogar no lixo, já sabendo o gênio horrível que tinha minha chefe e que qualquer coisa a irritava e fazia reduzir meu salário.
A dona do restaurante se irritava fácil e era muito dura com os funcionários. Ela odiava que ao redor do restaurante tivesse qualquer tipo de sujeira. Não importava se era cliente que jogava lixo no chão ou se o vento trazia; ela iria culpar todos os funcionários igualmente. Olhei de relance para o conteúdo do panfleto e, ao ver o que estava escrito no papel colorido, meus olhos se arregalaram.
— Não acredito! — sorri animado com minha sorte.
Era um panfleto de anúncio de uma competição de compositores para ver quem era merecedor de fazer toda a trilha sonora do filme de um renomado cineasta que iria se aposentar. Peguei todas as informações que tinha no papel para me inscrever no reality.
— Vou mostrar todo meu trabalho!
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