Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 57.

— Vocês dois aí, acordem! — a voz de Paulina, baixa mas incisiva, chegou até nós por trás das batidas na porta — Já passou da hora de ir.

Abri os olhos, encarando um conjunto de armários de madeira escura que não eram familiares. Você nunca pensa nisso no mundo de antes, mas abrir os olhos e se deparar com um cenário completamente desconhecido incontáveis vezes nunca é exatamente agradável. Pode ser o instinto de sobrevivência desenvolvido por aquele mundo, mas a minha primeira reação é sempre um salto do coração, tentando entender como vim parar ali.

O que você pensa no mundo de antes, é que a sensação de acordar ao lado de alguém aquecendo a cama é sempre interessante. Mesmo que a dor de cabeça do vinho da noite anterior seja o detalhe que embaça o conto de fadas.

— Bom dia — murmurei, espreguiçando-me e colando as costas no peito de Leonardo, propositalmente ou não. Minha voz estava rouca e o cansaço ainda se fazia presente.

— Será que a Paulina deduziu — Leonardo bocejou — ou a gente fez barulho ontem e denunciou?

— Pode ser pelo fato de você ter ido só de cueca avisar que eu e você fizemos guarda juntos — sugeri.

Ele apenas riu e aproveitei mais alguns segundos o calor dos seus braços antes de afastar as cobertas, sentindo a manhã gélida arrepiar meu corpo exposto. Havíamos nos entregado à inconsequência na noite passada, mas aquele era um novo dia e realmente precisávamos seguir viagem.

— Acordou arrependida? — perguntou, sorrindo e me olhando da cama, com os braços dobrados e as mãos sob a nuca.

— Insegurança ou prepotência? — farpei-o, mas era apenas no tom de brincadeira que já estávamos acostumados, e Leonardo riu — Fica tranquilo. Te falei que sei tomar minhas próprias decisões.

A minha resposta era muito mais madura do que o turbilhão de sentimentos que sacudia meu corpo enquanto eu me vestia e limpava meu rosto. Não ruim — nem eu conseguiria sentir algo negativo após a noite anterior... —, mas confuso, e toda a confusão vinha acompanhada com o ultraje por me atrever a me importar com algo além dos mortos-vivos que rosnava do lado de fora.

Mas nisso tomei a decisão de me ater ao proveito da noite anterior, mas não fomentar aquela... Usar a palavra 'dúvida' me deixava desconfortável. Aquele impasse, quando chegasse ao condomínio. Independente de não ter nada sério com nenhum dos dois (nem pretender esconder isso de ninguém), realmente precisava focar minha cabeça em coisas mais sérias e evitar distrações, então não me relacionaria com nenhum deles enquanto estivéssemos lá.

— Como foi a guarda? — Paulina perguntou, despretensiosamente, quando saímos juntos do quarto. Já estava arrumada e seu café da manhã era a sopa requentada da noite anterior.

— Tranquila — Leonardo respondeu — você viu quando acordou, mas praticamente sem zumbis novos além dos que já estavam se amontoando no portão que entramos.

Eu não sabia se aquela resposta estava correta, porque sinceramente eu e Leonardo ficamos conversando na cama até quase 4h da manhã, quando trocamos de turno com Paulina. Realmente nada havia acontecido (após o incidente do abajur...), mas me impressionei por um lado em como Leonardo esteve atento... Por outro, fiquei um pouco envergonhada.

— Eu pergunto sobre o barulho de vidro? — murmurou a mulher, sem erguer os olhos da revista de decoração de interiores que estava lendo.

Senti o rosto esquentar.

— Você não vai acreditar, mas um zumbi jogou um abajur na nossa janela! — Leonardo brincou, porque aquela resposta provavelmente já servia de informação o suficiente. Até Paulina trancou o riso, revirando os olhos em seguida.

— Engraçadão. Tomem logo o café, quero sair o mais rápido possível. — então ergueu os olhos e sorriu pra mim: — Você finalmente vai poder voltar pra casa.

E eu mal podia esperar.


✘✘


Fomos recepcionados por uma briga de cachorros.

Não uma briga de verdade, porque com Mei e Massacre, provavelmente uma briga de verdade acabaria em tragédia, mas minha Pastor Alemão veio correndo para o portão no momento em que estacionamos o carro — Guilherme me contou que ela sempre vinha, desesperada, quando ouvia algum barulho, esperando que daquela vez fosse eu — e Massacre veio atrás, por curiosidade. O que fez Mei lembrar da presença dele e rosnar, dando uma mordida no ar como alerta, que foi respondida com uma série de latidos com dentes à mostra do buldogue. A terceira cachorrinha, Bruxa, estava nos braços da filha de Celso, provavelmente tremendo diante do embate entre titãs.

Apesar da recepção, o simples fato de Mei estar solta no mesmo terreno que outros dois cachorros já era uma mudança interessante para a minha cadela meio anti social. A autora daquela obra de adestramento vinha logo atrás, repreendendo os dois de maneira firme, os cabelos loiros presos em um rabo-de-cavalo bonito.

— Você tem que começar a me pagar pensão pra cuidar da sua filha, Rebeca.

Melissa debochou, puxando o portão gradeado para o lado e liberando espaço para que Mei pudesse fazer sua típica vergonheira, atirando-se sem qualquer pudor sobre mim. Pelo menos dessa vez não teve xixi. Não era o comportamento mais refinado para um cachorro, mas sinceramente? Era um apocalipse zumbi, dane-se o refinamento, cada vez que eu revia minha fiel companheira era sim um motivo para ser celebrado.

— Meu amor, me desculpa por ter ficado longe por tanto tempo — ajoelhei-me, ignorando a onda de dor que atravessou meu corpo quando Mei esbarrou com força nas cicatrizes de queimadura do meu braço enquanto se debatia de excitação. Meu coração estava apertado vendo a forma como ela chorava, sem saber como expressar a alegria em me ver. Eu entendia o sentimento. — Não vou mais embora, entendeu? Vamos ficar grudadinhas a partir de agora, eu prometo! Jogar bolinha todos os dias, passear pelo descampado, tudo o que você quiser...

Só depois de minutos de afagos, Mei permitiu que eu me levantasse para cumprimentar o resto dos moradores, que se aproximavam do portão de entrada. Era um pouco chocante ver tantas pessoas, tantos rostos diferentes... Enquanto alguns familiares não estavam presentes. Mas não me atrevi a pensar nisso agora. Os presentes haviam sobrevivido a um embate cruel e havia sim o que comemorar.

— Obrigada por cuidar dela, Melissa — joguei os braços em volta da minha amiga, apertando-a com força enquanto enfiava meu rosto em seu cabelo — eu senti tanta saudades, tenho tanta coisa pra te contar...

Até ela se surpreendeu com meu gesto, já que entre nós, ela quem era muito mais adepta a toques e abraços, mas retribuiu com gosto meu abraço.

— E você não imagina como as fofocas daqui aumentaram com mais gente — sussurrou, com um sorriso malicioso, então rimos juntas — como foi no hospital? E seus machucados? Todo mundo já me contou de todos os ângulos possíveis sobre o confronto na oficina, então nem tente falar desse dia.

— Foi tranquilo, passamos essa última semana reunindo o... Pagamento. Adiantado, né, pois Tom ainda está lá.

— Sim, Carol quer visitá-lo essa semana... Já está há quase um mês sem vê-lo. Acho que o Gui vai junto, tem uma fisioterapeuta lá, né?

— Uma equipe de médicos inteira — contei, quase como contaria que ganhamos na loteria — eles cuidaram das minhas queimaduras e machucados... Falaram que eu provavelmente teria morrido de infecção ou desidratação se demorássemos mais.

— Tá, assunto pra depois. Agora: — Melissa deu dois passos para trás, olhando-me de cima abaixo como quem examina uma modelo — e esse cabelo?

Não pude deixar de sorrir, pois a leveza que eu sentia estando com Melissa sempre era incrível. Passei as mãos pelos meus cabelos, jogando-os para o lado e expondo a parte raspada.

— Gostou? Leonardo e Paulina que fizeram.

— Ficou incrível, amiga. Se eu fosse um zumbi, deixava você esmagar minha cabeça!

Só depois de gargalharmos mais um pouco, nos afastamos para que pudéssemos cumprimentar as outras pessoas. Percebi que Guilherme já havia chegado e o puxei para um abraço, enquanto Melissa ia conversar com Paulina e Leonardo. De canto de olho, percebi a hesitação da minha amiga ao trocar algumas palavras com a mulher mais velha, que também parecia pouco à vontade.

— Caraca, seu cabelo — a voz de Guilherme me distraiu — ficou bem diferente — ele esticou a mão para mexer nos meus fios, então arregalou os olhos, como se tivesse esquecido de algo importante — mas ficou irado!

— Óbvio que ficou, a ideia foi minha — Leonardo se meteu, cumprimentando Guilherme com um soquinho — aliás, tive outra ideia foda, depois preciso falar com você.

— Ei, Rebeca — ouvi uma voz masculina familiar e já estava sorrindo antes de virar para abraçar Alex. Ele grunhiu de dor, mas mesmo assim envolveu-me com os braços. Depois, afastou-me para me observar — tu ficou destruída, ein?

— Você tinha que ver os outros caras — brinquei e ele me puxou para outro abraço, rindo. Sua aparência estava normal, mas imaginei que por baixo da camiseta vermelha, ainda devia estar com um curativo na altura do peito.

— Vocês devem estar exaustos — Guilherme comentou — vamos entrar, depois a gente coloca o carro pra dentro. Tem gente querendo te ver, Rebeca.

Sabia de quem Guilherme falava e contive o sorriso, obedecendo e me dirigindo ao pátio do condomínio. Percebi que Melissa se aproximou dele, cochichando algo em seu ouvido e recebendo uma cotovelada em seguida, como se tivesse contado uma fofoca fora de hora. Em um flashback nostálgico, lembrei que quando ainda éramos alunos indo ao colégio, aqueles dois eram bons amigos.

Apesar de magoada no início, Melissa aceitou as desculpa de Guilherme pela forma como a tratou na noite em que Carlos morreu. Ela não o odiava, apenas haviam se afastado pelas circunstâncias (e pelo fato de estarmos brigados e ela se importar em ser uma boa amiga). Vê-los juntos era uma novidade bem-vinda.

Respirei fundo, sentindo o ar frio (mas não tão frio quanto nas cidades em que estivemos) entrar por minhas narinas. A primeira grande mudança era a quantidade de carros parados no estacionamento do condomínio. Antes de tudo acontecer, tínhamos apenas cinco carros, mas agora a necessidade de ir e voltar do hospital, enquanto grupos de busca continuavam precisando buscar mantimentos, provavelmente os obrigou a arranjar mais veículos. Lembrei também que Celso era mecânico, o que provavelmente evitaria a necessidade de largarmos alguns apenas por problemas bobos (mas que não sabíamos consertar).

A segunda foi que era evidente como o condomínio já estava mais habitado. Antes de decidirmos ir até a escola, vivíamos muito bem em dez pessoas divididas nas três casas finalizadas que haviam no condomínio. Havia uma quarta, completamente erguida, mas sem portas e janelas e sem mobília, que era onde eu passava a maior parte do tempo em minha academia e quartinho improvisados. Dos oito lotes restantes, um terreno estava em início de construção, com a fundação erguida, e noutro estavam despejados diversos materiais de construção. Tom, Carol e Samuel ficavam na casa que já era sua antes do apocalipse; eu, Guilherme, Melissa, Victória, Hector e Alana dividíamos a casa maior e Alex morava sozinho na terceira casa habitável.

Agora, Caio e Laura, as duas crianças de respectivamente 11 e 7 anos, estavam juntas, jogando uma bolinha de borracha para a Yorkshire de três patas. Quando conheci a filha de Celso, o trauma em seu semblante era evidente, mas para a minha surpresa, parecia quase mais relaxada, mesmo que só tivesse passado por mais momentos ruins. Elisa, com a barriga de gestante ainda mais protuberante, apoiava uma mão na cintura enquanto acenava para a gente, ao lado de uma bacia com roupas lavadas que pendurava em um conjunto de varais improvisados. Não vi Carol em lugar nenhum, e Celso estava recolhendo as goiabas da goiabeira da casa dos Rosa. Só depois de um tempo encontrei Samuel, saindo da casa principal com outra bacia de roupas lavadas para levar à Elisa. Quando me viu, abriu um sorriso e apressou o passo para finalizar sua tarefa antes de me cumprimentar.

— Como estão as coisas aqui? — Perguntei para Melissa, olhando ao redor. — Onde estão as meninas? Antônio? Como ficou a divisão de casas?

— Sério, Rebeca? Você acabou de chegar, dá um tempo! — Melissa bateu com a mão no ar, como se estivesse afastando o assunto — Estamos nos virando. Entra pra tomar um café, cumprimentar todo mundo primeiro e aí te conto tudo. As garotas estão fora com Antônio, buscando comida.

Alguns segundos depois, Samuel se aproximou junto com Elisa. Celso acenou para mim de longe, provavelmente querendo evitar se unir à pequena multidão. Elisa me abraçou, perguntou como eu estava e pareceu aliviada pela primeira vez poder agradecer a mim por toda a ajuda (mesmo que no fundo ainda me sentia responsável por parte do problema).

Já Samuel preferiu não me abraçar, cumprimentando-me com um aceno de cabeça. Seus cabelos também haviam crescido um pouco, embora ainda estivesse com o corte em dia e a barba feita. Há algum tempo atrás Samuel saía pouco de casa, passando a maior parte de seu tempo desenhando ou lendo, então era uma mudança positiva vê-lo ali. Esperava que não estivesse desconfortável.

— Que bom que você voltou — sua voz era baixa — meu pai me contou que você voltou para me ajudar. Queria te agradecer por isso.

— Não foi nada, Samuel — sorri, e ele fez contato visual comigo por alguns segundos para retribuir o gesto — você já está melhor? Como está sua cabeça?

— Melhor, mas ainda fico tonto se faço muito esforço ou leio por muito tempo. E seus machucados? Essa cicatriz no seu rosto ficou grande.

— As cicatrizes vão ficar, mas as queimaduras já foram tratadas. Estou 100%... Ou noventa — antecipei, antes que Samuel me corrigisse.

— Ei, tomamos café há pouco tempo, vamos entrar e conversar lá dentro para sair do frio — Guilherme sugeriu — aí separamos os cachorros, porque parece que eles vão se matar...

Então finalmente percebi que Mei e Massacre se encaravam com o rosto contorcido de ódio. Uma das patas traseiras do buldogue estava enfaixada e tive a impressão de conhecer bem a autora aquilo.

Concordei com a ideia de Guilherme e nossa pequena comitiva de recepção seguiu conosco para dentro da casa dos Rosa, onde Carol se preparava para tirar a mesa de café da manhã; Já eram quase 10 horas, mas a mulher parecia tão cansada que apenas me cumprimentou com um aceno rápido de cabeça.

Eventualmente alguns de nós sentamos para tomar o resto do café, enquanto Melissa me contava tudo o que aconteceu enquanto estive fora. Apesar do clima conturbado e do fato do condomínio parecer muito diferente de quando saímos dele pela última vez... Era incrível estar de volta. E eu tinha certeza que me acostumaria com as novas pessoas. 


✘✘


Nota da autora:

Boa noite, amigos!

Um capítulo mais calminho de recepção (para apagar a fogueira que o anterior deixou).

Quem mais estava com saudades de ver o grupo em segurança, de preferência atrás de muros de dois metros que mantenham longe zumbis e grupos malucos? 

Espero que tenham gostado e perdoem pela notinha pequena! Estou com uma torcicolo horrível e estou atualizando correndo para poder ir deitar 😅

Um beijo enorme para vocês, até segunda-feira que vem

 e não sejam mordidos! 

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro