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Capítulo 47.

Mesmo com a cabeça latejando e a dor na panturrilha a ponto de se tornar insuportável, não consegui expressar nada além de um sorriso conforme as vozes do resto do meu grupo se aproximavam, entrando no pátio da oficina. Seus semblantes eram igualmente aliviados vendo eu e Leonardo caídos no chão — mas vivos, isso que importava.

Ele ainda estava sobre mim, tendo me protegido dos estilhaços da explosão que eu desencadeei. Sua roupa estava suja de terra e com a iluminação das chamas que engoliam aos poucos a oficina, percebi o quão grande era o corte em seu pescoço. Leonardo respirou fundo, parecendo exausto, mas se levantou devagar e esticou a mão para mim:

— Tá tudo bem?

Assenti, igualmente cansada, e aceitei a ajuda. O súbito alívio era tanto que não calculei quando fiz força para me levantar e coloquei todo o meu peso na perna baleada, o que fez minha visão embranquecer. Um grito de dor escapou antes que eu pudesse contê-lo e caí novamente no chão.

— Rebeca! — Guilherme se ajoelhou do meu lado, oferecendo-me algum apoio. Ergueu os olhos para Leonardo: — O que houve?

— Ela foi baleada enquanto fugíamos — Bruna também se aproximou — não sei nem como ficou de pé até agora.

— Baleada?! — Paulina perguntou.

Agora todos se reuniam ao meu redor, perigosamente perto das chamas. As janelas haviam estourado com a explosão e diversos cacos de vidro se espalhavam no chão, próximos de nós.

— Tirem ela de perto do fogo e tragam aqui para eu ver! — Alana deu a ordem. Mantinha-se afastada dos estilhaços e sua voz também sugeria exaustão.

— Vem cá — Leonardo me ajudou a soltar a bandoleira do fuzil e retirar o machado no coldre, então envolvi seu pescoço com um dos braços e ele me ergueu do chão com facilidade, caminhando comigo em seu colo em direção a Alana. Guilherme pegou as armas que deixamos para trás.

Senti-me subitamente mal por precisarem se preocupar comigo depois de tudo, quando todos estavam igualmente cansados.

— Não podemos ficar aqui muito tempo — avisei, olhando ao redor — essas explosões vão atrair todos os zumbis da cidade.

— Deixe eu fazer os primeiros socorros pelo menos, Rebeca — Alana abaixou a caçamba de um dos carros estacionados para que Leonardo me colocasse sentada ali, então se ajoelhou diante de mim.

Queria protestar, mas no momento em que Alana virou o resto de álcool que havia em seu cantil sobre a minha ferida, pensei que acabaria desmaiando. Mordi tão forte meu lábio inferior tentando conter um grito que senti o gosto de sangue,

— Desculpa, preciso garantir que não vai infeccionar até você chegar no hospital — então, da pochete presa em sua cintura, tirou um pedaço de gaze para enfaixar minha perna. Reparei que ela ainda usava minha jaqueta.

Havíamos trocado parte de nossas roupas antes de iniciarmos aquele plano, então Alana estava com a minha camiseta preta e jaqueta de couro, enquanto eu usava uma fina blusa branca e o casaco de flanela azul que ela sempre vestia. Era impossível estar completamente limpo naquele apocalipse, mas não deixei de sorrir ao perceber como mesmo assim as roupas de Alana pareciam impecáveis — em comparação à minha infinidade de blusas e calças imundas e rasgadas.

— Você foi muito corajosa — murmurei — ao se oferecer para tentar enganar Klaus. Poderia ter tomado um tiro ou...

— No fim você quem tomou um tiro — ela sorriu, sem erguer a cabeça. Alana parecia exausta, mas se esforçava em cuidar do meu machucado — felizmente a bala saiu, não ficou alojada, nem pegou no osso. Assim que estancar o sangue, não vai ter risco algum até vocês chegarem no hospital.

— Obrigada — suspirei, sentindo novamente o peso de todo aquele dia me acertar como um bastão na cara. Mesmo com a dor beirando o insuportável enquanto Alana pressionava gaze na minha perna, fechei os olhos e percebi como estava com sono.

Celso parecia ter tido uma outra recaída, pois ouvi as vozes de Darlene e Bruna o consolando, mas pouco tempo depois ele disse que precisava ficar sozinho e anunciou que estaria de guarda no portão do pátio. Victória conversava com Samuel, tentando se certificar de que ele estava bem e não havia sido ferido. Próximos a mim e Alana, Leonardo tentava convencer Paulina a não estourar a cabeça de Celso com o fuzil — pelo menos não ainda. Merda, pensei em meus segundos de descanso, preciso explicar para eles a situação em que Celso estava. E ainda assim teriam todo o direito de manter sua desconfiança...

— Terminei aqui, Rebeca — ouvi a voz baixa de Alana.

Não... Merda! — a voz de Guilherme que me trouxe de volta à realidade, obrigando-me a abrir os olhos. Ele estava a somente alguns passos de distância, e encarava, mortificado, a caçamba de um dos caminhões.

— Tsc — Leonardo passou por mim, indo em direção a ele — na confusão eu... Achei melhor não avisar. Já temos muita coisa...

— O que houve? — perguntei, e no momento em que Alana terminou de amarrar a gaze, coloquei o pé direito no chão, apoiando-me no carro.

Guilherme avisou que revistaria os carros estacionados no pátio da concessionária para conferir se algum estava com a chave na ignição (todos pareciam em bom estado, então desconfiávamos que fossem os que Klaus e seus homens usavam). Havia uma caçamba abandonada, onde a iluminação do fogo chegava com dificuldade, e o rosto de Guilherme estava oculto por uma sombra.

Então Leonardo se aproximou e colocou o braço em volta dos ombros de Guilherme, em um sinal de apoio. Percebi que seu corpo tremia.

O que é?! — perguntei de novo e ignorei Alana, que tentava me impedir. Manquei em direção aos meninos, tentando esquecer a dor que parecia queimar minha perna.

Meu coração batia com força porque eu já imaginava o que encontraria. Por um segundo, meus olhos desviaram para Celso, que respirava fundo e fechava as mãos em punho. O que estava acontecendo?

— Rebeca, não — Leonardo também tentou me parar, mas empurrei seu braço para longe, aproximando-me da caçamba.

De certa maneira, agradeci pela pouca iluminação. Senti como se um ferro em brasa estivesse descendo pela minha garganta e tive dificuldade para respirar.

As sombras do fogo dificultavam a visão e por alguns segundos uma infinidade de possibilidades para justificar aqueles formatos despejados dominou meu cérebro, mas logo os contornos e cores se tornaram evidentes. No topo daquela pilha de corpos feminino, um maior, com roupas que me eram familiares se não fosse aquela absurda mancha de sangue na altura da barriga. O rosto de Hector estava virado para o lado e uma sombra tornava impossível para mim ver a sua face com clareza, mas sabia que ela era maculada por um grotesco buraco de tiro.

Senti o corpo pesado conforme meus olhos pareciam esquentar. As lágrimas que escorriam pelo meu rosto tinham um gosto terrível.

Não... — ouvi o lamentar de Alana, seguido de um choro. Todos sabiam do destino de Hector, mas mesmo eu, que acompanhara aquela terrível cena de sua cabeça estourando em sangue quando Klaus apertou o gatilho, não esperava rever seu corpo. Seu corpo que fora descartado de qualquer maneira por aqueles animais.

Eventualmente os braços de Alana me envolveram, mas eu não sabia se me oferecia ou buscava consolo. Victória e Guilherme também choravam, mas de todos nós, eu e Alana éramos muito mais próximos dele.

— Escuta, eu não quero ser uma insensível de merda — depois de alguns segundos ouvi a voz de Paulina. Abri os olhos (que eu sequer sabia quando havia fechado) e olhei para onde ela apontava com o polegar. Consegui ver Celso do lado de fora do portão, golpeando com um pedaço de madeira um zumbi. Ouvi as vozes de Bruna e Darlene trocando informações sobre quantos se aproximavam — mas a gente realmente tem que ir. Tá começando a vir...

— Eu sei como vocês se sentem, mas não podemos fazer nada agora — Leonardo falou, suavemente.

Limpei as lágrimas com as costas do braço, segurando o choro. Sentia-me ridícula ao ouvir aquelas palavras vindas dos dois, pois naquele mesmo dia eles continuaram combatendo mesmo com metade do seu grupo morto. Pelo amor de Deus, Leonardo havia vindo conosco mesmo sabendo do estado de sua mãe. Realmente não podíamos nos dar àquele luxo agora.

Respirei fundo, ignorando diversos tipos de dor diferente:

— Precisamos ir. Voltarei para buscar o corpo dele e o de Mariana, eu prometo — tentei parecer decidida, mas temia que minha voz sequer sustentasse aquela impressão. Àquela altura os grunhidos de zumbis pareciam realmente mais próximos.

— Vamos para onde? — Guilherme quem perguntou, também tentando se recompor. Agora Alana estava abraçada com Victória, parecendo extremamente pálida.

Todos os olhos se voltaram para Leonardo, o único de nós que até então já havia ido para o hospital. Ainda haviam pessoas feridas no condomínio e na escola (na verdade, provavelmente precisaríamos pensar em como chegar até a escola, que àquela altura já devia estar tomada de zumbis. Melissa se trancou do lado de dentro e ficou para proteger os feridos e os cães).

— Rebeca, o quanto você confia nessas pessoas? — ouvi ele sussurrar e se aproximar de mim. Celso, Bruna e Darlene se ocupavam em matar os errantes que se acumulavam, provavelmente sem jeito para se aproximar.

— Eu... Não nos devem nada, mas acho que confio o suficiente. Celso provavelmente vai querer voltar para o condomínio, já que sua filha está lá.

Paulina soltou um grunhido, incomodada com o rumo daquela conversa. Eu sabia o que estava pensando: provavelmente o mesmo que eu pensei ao encontrá-lo junto do grupo de Klaus, ou o mesmo ódio que eu sentia de Antônio — mesmo que sua ajuda tivesse sido essencial para conseguirmos matar aqueles homens.

— Paulina — chamei, e tentei explicar o mais rápido que podia sobre a situação em que Celso e aquelas mulheres se encontravam. Independente de suas escolhas, eram tão reféns daquele louco quanto eu fui.

— Eu não ligo para os motivos dele! Ele e aquele outro bosta... Se estavam fechados com aqueles nazistas, para mim são iguais! Valentino, Irmã Graça, as crianças... Todos morreram por culpa deles! Se aquele bosta não tivesse uma filha viva, eu juro que já teria...

— Paulina — Leonardo se adiantou em sua direção — vamos deixar isso para resolver depois, porque eu também quero pegar aquele cara de porrada. Mas precisamos tentar salvar os que restam... Inclusive minha mãe.

A menção a Ivete pareceu pegar Paulina, que instantaneamente abandonou o semblante indignado e entendeu a gravidade da situação. Apenas de pensar em tudo que ainda precisaríamos resolver, minha cabeça latejava. Samuel ainda nem sabia de toda a extensão da situação de Tom, apesar de Victória já lhe ter revelado que ele estava ferido...

— Se a vontade de rever a filha for o suficiente para que ele se mantenha do nosso lado, que assim seja. Precisamos voltar para a escola, reunir os feridos e... Bom, chegar até o lugar onde vocês vivem — Leonardo começou a divagar, passando a mão sobre o corte no pescoço. Já havia parado de verter sangue — o melhor é que eu vá primeiro para o hospital. Tentar fazer Jim ver alguma razão em nos ajudar. Rebeca provavelmente é quem mais precisa...

— Estou bem — afirmei, tentando me manter ereta. Se precisassem que eu continuasse agindo para ajudar os outros feridos, estaria disposta a...

— Ah, pelo amor de Deus — Paulina revirou os olhos — leva essa encrenca para lá, por favor, e pede para eles te remendar também. Eu, Victória e as duas mulheres vamos para a escola; Celso, Guilherme e Alana voltam para o condomínio e trazem Ivete.

Pensei em protestar, mas o olhar de repreensão de Paulina foi o suficiente. Tudo bem, agora que o perigo não era mais iminente, talvez pudesse deixar que eles cuidassem dos detalhes.

— Pode ser, vamos logo então — Guilherme anunciou, e percebi, pelo crepitar do fogo, como marcas de lágrimas desciam por seu rosto — Ahn, Leonardo, você sabe dirigir moto?

— Claro — o garoto mais velho deu de ombros.

— Tá, tem uma moto com a chave na ignição. Você pode ir direto com a Rebeca... Tem outro carro pronto para irmos, mas de resto só os caminhões estão com as chaves...

— Eu dirijo — Paulina deu de ombros, atraindo a atenção — que foi? Eu tenho carteira de ônibus.

— Certo — Guilherme assentiu, contendo o semblante de surpresa — podemos ir então. Leonardo, nos passe exatamente a localização do hospital e...

— Gente, desculpa, mas eu não vou poder ir.

A voz fraca chamou a nossa atenção. A voz que eu conhecia tão bem e pronunciava aquele absurdo. Virei-me para trás, tentando entender o que acontecia.

Alana tinha um sorriso pessimista no rosto pálido enquanto erguia a barra da calça até a canela e desenrolava a gaze improvisada, que não havia chamado qualquer atenção até então porque em variados graus, todos estávamos machucados. Então como um soco no estômago, sua movimentação letárgica e aparência cansada finalmente fizeram sentido.

Um pouco acima de seu tornozelo uma ferida com sangue seco maculava a pele clara, de onde veias escurecidas se destacavam. Queria pensar que era uma ilusão ou que eu estava imaginando o pior, mas quando ela passou a bandagem suja para limpar o sangue, nenhuma mentira pode ocultar aquela mordida. 


✘✘


Nota da autora:

Boa noite, amigos :(

Por essa alguém esperava? 

Porque tinha gente falando que até esqueceu que era um livro de apocalipse zumbi 👀 permitam então que eu vos relembrem então.

Gente, antes de me matarem, quero dizer que amanhã finalmente apresento o meu TCC 🥰 estou super nervosa, mas sei que tudo vai dar certo, porém estou aceitando qualquer energia positiva que quiserem me desejar 🙏

Dito isso, começarei a correr imediatamente pois sei que vocês virão com tochas e tridentes.

Até segunda que vem

e não sejam mordidos ☠

(mas a Alana foi)

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