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Capítulo 45.

Soltei o ar que não sabia que segurava. O trovão se estendeu por um segundo inteiro, fazendo tremer os vidros das janelas. Ou havia sido o estampido do revólver? Leonardo me avisou que mesmo com o cano envolto em várias camadas de toalha, o som seria alto, mas não imaginei o quanto.

O homem tinha uma pistola, mas no momento em que meu tiro atravessou seu pescoço, deixou-a cair no chão, tentando cobrir com as duas mãos o buraco de bala. Tentou falar alguma coisa, mas apenas o sangue escapou de sua boca aberta. Nossos olhares de completo pavor estavam fixos um no outro, mas permaneci imóvel, observando seus movimentos.

Pareceram horas até que ele cambaleasse para frente e tossisse, deixando a lanterna cair no chão. Ela rolou um pouco, seu feixe de luz agora iluminando apenas de relance meu inimigo baleado. Percebi que ele tinha um fuzil, mas também não teve o impulso de usá-lo.

Deu dois passos em minha direção, mas era impossível saber se queria me matar ou somente estava perdendo os sentidos. Pela quantidade de sangue que vertia de seu ferimento, confiei na segunda opção e adiantei-me para frente, bem no momento de amparar sua queda. Grunhi, tentando impedir que os prováveis oitenta ou noventa quilos fossem de encontro ao chão, sentindo o peso de seu corpo pressionar a queimadura em meu braço. Eu não tinha força suficiente para carregá-lo, e aproveitei o próprio impulso da queda a fim de direcioná-lo para fora do corredor, de forma que ficasse fora da linha de visão de quem viesse da mesma direção.

Ao fim de tudo eu estava arfando, mas ainda não havia sinal de que mais alguém o seguia. Provavelmente fora mandado para conferir se o nosso ataque se estendia à parte traseira, e Klaus perceberia que ele não voltou. Tremendo de angústia e dor, peguei a lanterna do chão e apontei para o seu corpo, sentindo cada segundo se estender como uma década.

Não queria perder tempo, mas ao mesmo tempo não poderia dispensar uma oportunidade como aquela. Arranquei a toalha enroscada no revólver e o recoloquei no coldre. A bandoleira que segurava o fuzil do homem estava apenas em um ombro, por isso foi fácil tirá-lo de seu corpo morto. Minhas mãos tremiam, a tensão de cada segundo que passava pesando uma tonelada. Conferi a munição, como Leonardo havia feito no colégio, e encontrei o que procurava.

Como me explicou, na vida real as coisas são bem diferentes dos filmes: um botijão de gás, que eram nossa arma secreta, não explodia somente com um tiro qualquer, tampouco criaria uma bola de fogo (nem o tanque de gasolina de um carro, como explicou para Guilherme quando ele questionou se o GTA estava mentindo). A única forma de conseguir, com sorte, esse efeito, seria usar um fuzil com balas adequadas. E munição traçante era o que procurávamos.

Leonardo examinou os fuzis que recuperamos no ataque à escola e constatou que dois deles foram preparados para uma missão noturna. Dessa forma, balas normais estavam intercaladas com munição traçante (sinalizada pela ponta vermelha). Esse tipo de munição tinha fósforo na base, que se incendiava no momento do disparo — exatamente o que precisávamos para criar uma explosão.

Segurei a lanterna com a boca para iluminar minhas mãos. Separei as munições do carregador da mesma forma que Leonardo havia feito, descartando as balas além das traçantes. Eram apenas 6 no total, e recoloquei-as no carregador. Seria o suficiente. Já tinha perdido tempo demais.

Coloquei a bandoleira em volta do meu pescoço e voltei a me mover, dessa vez pegando o machado enquanto subia a escadaria. Como ninguém veio após o meu tiro, pude constatar que o segundo andar estava vazio. Os trovões continuavam do lado de fora.

Assim que cheguei em frente à segunda porta do corredor, um alívio descomunal tomou conta do meu corpo. Ouvi sussurros nervosos de dentro, e as vozes femininas indicavam que não eram nossos inimigos. Conforme minhas lembranças, provavelmente apenas três haviam sobrevivido ao massacre que a nossa tentativa de fuga originou. Até então não havia visto Celso, e desconfiava que ele não estaria junto dos homens de Klaus. Esperava encontrá-lo ali, junto com Samuel.

— Mariana? — chamei pela irmã de Celso, sussurrando, quando me aproximei da porta.

O som da chuva ficou mais alto. Já havia se transformado em uma tempestade.

— Rebeca?

Segurei o impulso de gritar, mas meus joelhos quase fraquejaram pelo súbito alívio que dominou meu corpo:

— Samuel?! Samuel, você tá bem? — esforcei-me para manter o tom baixo, segurando a maçaneta da porta. Sem qualquer surpresa, estava trancada, mas na verdade eu só buscava algum apoio — Eles te machucaram? Você está inteiro? Por favor, fala comigo!

— Estou bem — respondeu, o tom surpreendentemente calmo — estou preso aqui.

— Está tudo bem, vai ficar tudo bem, estamos aqui para

Um relâmpago iluminou o céu, e soube que precisava aproveitar a oportunidade.

Um.

— Samuel, se afasta da porta! Agora! — ordenei. Ele era um garoto inteligente, e esperava que confiasse em mim o suficiente para não questionar a ordem. Dois.

Segurei o machado da forma que Leonardo me ensinou, sentindo as mãos suarem. Aquele era um machado de bombeiros para arrombamento, cuja parte atrás da lâmina era feita para quebrar trinques e portas.

O trovão veio com um estrondo, muito mais perto do que os anteriores. As janelas tremeram, e foi como se o próprio céu estivesse desabando. Em um movimento rápido e com toda a força, enfiei a parte de trás do machado na altura do vão do trinque, como eu e Leonardo havíamos treinado antes de sair da escola. Em seguida, joguei todo o meu corpo na direção do cabo, na esperança de usá-lo como uma alavanca para arrombar a porta. Na segunda tentativa ouvi os sons da madeira cedendo, e o estrondo do trovão já havia se dissipado entre o barulho da tempestade. Meu coração batia com força, cada rangido da madeira parecendo o suficiente para despertar um cemitério inteiro.

— Por favor... — implorei quando, pela terceira vez, joguei meu peso contra o cabo do machado e a fechadura de metal foi finalmente arrancada da madeira, quebrando completamente a tranca.

A porta se abriu um pouco sozinha e me apressei para empurrá-la. Minha visão já era obstruída pelas lágrimas no momento em que enxerguei Samuel, seus olhos azuis arregalados de surpresa. O impulso e alívio foram enormes e nem me atentei ao fato de que ele não se sentia muito confortável com aquela proximidade quando puxei-o para um abraço. Senti seu corpo enrijecer, mas eventualmente ele também me envolveu, timidamente, com os braços.

— Os outros... — começou.

— Todos que puderam estão aqui — apressei-me para explicar. Mesmo sob seu casaco percebi que haviam algumas marcas de unhas em seu braço, indicando que o havia coçado repetidamente graças ao nervosismo — sua mãe foi para o condomínio e seu pai se feriu, mas está bem. Precisamos ir embora logo para podermos levá-lo para o hospital.

Enquanto Samuel absorvia a notícia, tirei o walkie talkie do bolso traseiro e apertei o botão de para falar, mas fiquei muda. Havíamos combinado aquela comunicação de antemão, e seria o suficiente para Leonardo entender, sem que atrapalhasse a negociação em frente à concessionária.

Olhei em volta. Antigamente aquilo só podia ter sido um escritório, com cadeiras revestidas em couro e uma mesa imponente de madeira posicionadas em um canto. Havia uma janela grande e gradeada, de onde entrava um pouco de luz. Bruna e Darlene, duas das mulheres que foram prisioneiras de Klaus, estavam em pé, próximas a mim, com expressões chocadas no rosto.

— Você está viva! — Bruna, a garota baixinha de cabelos castanhos, comentou, aproximando-se. Ela quem havia ajudado Hector na fuga daquele dia, que culminou no momento que vivíamos

— Mariana e Celso? — perguntei, ansiosa para sair logo dali, mas no segundo seguinte outro relâmpago iluminou o aposento e as sombras em um canto se tornaram claras para mim.

Celso estava sentado no chão, segurando um corpo nos braços. Seu rosto estava seriamente ferido, com diversos hematomas e cortes. Duas linhas de pele queimada cruzavam seu rosto de um lado a outro, desde as sobrancelhas até a lateral do queixo. A aparência era a mesma do risco queimado em meu braço, e soube que haviam sido feitas com a barra de ferro quente. O resto de seu corpo não parecia melhor, com a camiseta ensopada de sangue.

Reconheci os cabelos escuros de Mariana, sua irmã, no momento em que olhei para a mulher de aparência pálida em seus braços. Celso pressionava uma toalha encharcada de sangue em um ferimento na altura de seu estômago, mas ela jazia imóvel.

Ele demorou vários segundos para erguer os olhos até mim, como se estivesse preso em um transe.

— Quando Enrico e Nicolas não voltaram, Klaus soube que Celso estava te ajudando — a outra mulher, mais alta e de cabelos crespos, sussurrou — torturaram-no até que ele confessasse. Então Klaus atirou em Mariana.

— Ela estava consciente há algumas horas, mas desde então... — Bruna completou, mas em seguida voltou a olhar para mim: — como você...? O que foi aquele barulho? Estamos a salvo?

— Mais ou menos, mas precisamos ir. Tenho apoio lá fora — expliquei.

— Celso — Bruna se aproximou, colocando a mão no ombro do homem. Ele não conseguia abrir um dos olhos, mas do outro vertiam lágrimas — Rebeca voltou. Precisamos ir...

O homem só tremeu, balbuciando coisas que não compreendi. Meu coração apertou quando virei a lanterna naquela direção e só de ver os olhos sem vida de Mariana, foi fácil constatar que já estava morta. Ele havia feito tudo ao seu alcance para me dar a oportunidade de fugir... E aquele era o resultado.

Mas não podia me martirizar. Não agora. Dizer para mim mesma que aquela era a única forma de consertar meus erros foi o que me impediu de enlouquecer pela culpa.

Corri até ele, ajoelhando-me ao seu lado:

— Celso, escute: sua filha está viva! Laura está segura em um lugar protegido! Eu sinto muito por tudo, mas precisamos ir agora. Você precisa viver para proteger sua filha!

Àquela altura não me importei com meu tom de voz, sentindo o peso do tempo. Talvez nem um minuto inteiro houvesse se passado desde que entrei naquela sala, mas sabia que eventualmente Klaus daria falta do seu homem. Só precisávamos sair dali o mais rápido possível, mas ainda não parecia justo deixar Celso para trás. Ele quem permitira que eu vivesse para tentar salvar a todos, afinal.

Imaginei que aquilo não seria o suficiente quando senti seu corpo tremendo, iniciando uma outra onda de choro. Mal podia imaginar a dor que ele sentia, tendo aguentado tudo para proteger a filha e a irmã.

Surpreendi-me com seus atos seguintes, quando abaixou-se para dar um beijo na testa da familiar morta e afastou com delicadeza seu corpo até colocá-lo no chão. Suas mãos tremiam tanto quanto as minhas.

— Você tinha dito que ela já... — perguntou, olhando para Bruna. A morena assentiu, pesarosa. Ele limpou o rosto com as costas do braço — queria poder enterrá-la.

— Eu vou voltar — murmurei, sem saber até então que o faria. Mas era verdade. — voltarei para buscar Hector. Levarei ela até nosso condomínio também, eu prometo.

A aparência de Celso era péssima, e assim como eu, parecia ter dificuldade até para se manter em pé. Ele me agradeceu.

— Agora precisamos-

Comecei, mas fui interrompida. A princípio pensei que estivesse louca, pois só aquilo explicaria o som impossível e a luz vermelha que entrou pela janela do escritório. Lembrei imediatamente de muitos meses atrás, antes de sairmos de Florianópolis. Logo no primeiro dia ouvi aquele mesmo som, mas de muitos quilômetros de distância.

O som da ponte explodindo. Mas muito, muito mais perto. Tão perto que dessa vez o vidro da janela realmente quebrou e todo o prédio pareceu tremer.

Victória havia atirado e iniciado a explosão, o que significava que algo havia dado errado em nosso plano. E pelos sons de tiro, temia que Klaus e o resto dos homens estivessem vindo até nós. 

Seríamos encurralados se não agíssemos imediatamente.


✘✘


Nota da autora:

Boa noite, amigos ❤

Sei que vão querer o meu sangue pelo capítulo tenso terminando assim, mas prometo que é por um bom motivo (o motivo: quero escrever as próximas cenas com todos os detalhes possíveis).

O próximo capítulo encerrará esse último confronto. Eu não sou de colocar hype (mentira, sou sim) mas asseguro uma coisa: vai pegar fogo 🔥

Por favor, deixem a estrelinha se estiverem gostando e comentem o que estão achando 👉👈 eu demoro um pouco para responder mas leio tudinho, e significa demais para mim. 

Até segunda-feira que vem.

Não sejam mordidos! 

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