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Capítulo 44.

Olhei pela quarta vez nos últimos dez minutos para o relógio de pulso, incapaz de conter a ansiedade. Mas não sabia se queria que a fatídica hora finalmente chegasse ou se tinha esperança de que o tempo desistisse de passar e nunca precisássemos arriscar tudo.

16:52.

Senti as gotas frias de chuva e desejei estar mais coberta. Ao invés da minha jaqueta de couro, usava a blusa de flanelas de Alana, que podia ser o suficiente atrás das paredes do condomínio, mas era inútil para aplacar o frio daquele fim de tarde gelado. As nuvens escuras encobriram a pouca luz que restava, dando a impressão de que já anoitecera completamente. Se por um lado prejudicavam uma parte do nosso plano, por outro podiam ser um golpe de sorte com potencial de mudar tudo, como Leonardo apontou.

Observei-o, sentado atrás do volante, conferindo os detalhes finais de nossa parte do plano. Assim que nos encontramos com o resto do grupo, iniciamos a preparação: dividimos e escondemos os botijões de gás embebedados de gasolina; reorganizamo-nos (e agora somente eu e Leonardo estávamos juntos; eu para agir, ele para me cobrir, pois Guilherme não era o melhor para executar essa função); troquei minhas roupas com Alana; buscamos mais veículos funcionais e combinamos a comunicação e os horários. Agora eu e Leo estávamos posicionados em uma rua próxima aos fundos da concessionária e Paulina, Guilherme, Alana, Victória e Adão (como refém) também contavam os minutos para agir, em frente à entrada envidraçada do local.

Depois de poucos minutos, senti o walkie talkie no meu bolso vibrar e a voz de Guilherme veio alta e clara sob a chuva forte:

Prontos. Só esperar — falou e adicionou depois de alguns segundos, com uma voz que denunciava um sorriso: — Câmbio.

Sorri. Sabia que Guilherme estava ansioso para usar os walkie talkies. Depois de pegarmos o de Adão, estávamos com um total de três: um comigo, um com Leonardo e outro com o Guilherme, que não precisaria se separar do resto do grupo. Agora estavam sintonizados em um canal diferente.

— Nós também estamos prontos — respondi — por favor não falem mais por aqui, deixem para que eu possa me comunicar com o Leo — pedi, mesmo que eles já soubessem. Se alguém falasse algo enquanto eu estivesse lá dentro, estaria fodida.

E o câmbio, Rebeca?

Revirei os olhos.

— Câmbio. Desligo.

Olhei para o relógio, mordendo o lábio inferior. Mesmo não querendo demonstrar, meu coração parecia próximo de explodir de tão veloz que batia. 16:56.

— Preparada? — Leonardo chamou a minha atenção, rodeando a van para ficar ao meu lado na chuva. Estava com um dos fuzis preso ao seu corpo pela bandoleira, segurando o longo machado preto em uma das mãos e o que parecia uma toalha enrolada na outra.

Um raio iluminou o céu e contei os segundos. O trovão estourou. Cinco.

— Sim. Já vou indo — e estiquei a mão para ele.

Leonardo assentiu e me estendeu primeiro seu machado.

— Entendeu como tem que fazer, né? É para ser mais fácil do que um chute, mas precisa ser forte e preciso.

Sinalizei que sim com a cabeça enquanto encaixava-o no coldre que eu usava, sentindo seu cabo passar o meu joelho. Não era o ideal, mas ele não seria a minha arma principal.

Leonardo me estendeu a toalha enrolada e peguei o revólver pelo cabo. Estava carregada com três balas, mas provavelmente eu só conseguiria atirar uma vez com aquele silenciador improvisado, que talvez trancasse o tambor após o tiro. O garoto ex-militar quem teve aquela ideia, mostrou-me como fazer para diminuir o estampido (mas ainda explicou que o som seria considerável), o jeito certo de arrombar uma porta com o machado, além de bolar grande parte daquele plano.

Quando voltássemos para casa, eu teria muito o que aprender com Leonardo.

Olhei para o relógio de novo. 16:57. Leonardo tinha um igual no pulso, e Paulina também. Era assim que marcaríamos nossas ações.

— Obrigada por tudo, pode confiar em mim agora — assegurei, mantendo o revólver perto do corpo. Esperava que Leonardo não visse o quanto eu tremia. Ou pelo menos que achasse que era por causa do frio.

— Boa sorte, gata — senti o calor do seu corpo quando os braços fortes me envolveram, e desejei nunca precisar sair dali para lutar pela vida de ninguém.

— Eu vou trazer Samuel de volta — falei, mesmo que Leonardo sequer o conhecesse. Provavelmente falava para mim mesma — não existe a menor chance de eu voltar para casa sem ele.

Respirei fundo quando ele me soltou, afastando o cabelo molhado do rosto. Minhas queimaduras doíam como o inferno agora, mas de certa forma as agradecia pois a dor me permitia desmaiar de cansaço.

Pisei nas poças de água que se formavam sob a tempestade, rumando para a oficina, mas a voz de Leonardo me interrompeu:

— Rebeca, você nunca sente medo?

Sorri diante da insanidade daquela pergunta.

— Eu sempre estou com medo.


✘✘


Coloquei a mão sobre o vidro da janela, aproximando-me para tentar olhar o interior do local.

Esgueirei-me com cuidado até ali, usando os carros estacionados como cobertura para me mover dentro do pátio da oficina. Conforme Antônio havia me instruído enquanto desenhava aquele mapa, ignorei a porta dupla da entrada e segui até uma pequena passagem lateral espremida entre a parede da construção e os muros que a rodeavam.

Não estava com a lanterna ligada, por isso precisei de muito cuidado para atravessar os entulhos de veículos largados lá. Apesar de tudo, a baixa iluminação que as nuvens de tempestade proporcionaram era uma camuflagem a mais, pois não sabíamos se Klaus estaria esperando uma retaliação tão cedo. A surpresa era um ponto-chave daquele plano.

No final daquele corredor havia um portão alto e enferrujado. Aproveitei o entulho próximo como apoio para ajudar-me a pular. Precisava ser rápida para não arriscar a sincronia do plano, mas ao mesmo tempo cuidadosa em não fazer um barulho de denunciasse minha presença (ou pior, acabar dando de cara com algum dos homens do Klaus).

Cheguei ao pátio interno da oficina. Era um espaço pequeno e descoberto que há anos atrás, antes de tudo acabar, podia ter sido um local para os funcionários tomarem um ar. O que me interessava eram as três portas que davam em lugares diferentes do complexo: uma para a concessionária, outra diretamente para a sala da oficina onde eu havia sido torturada e a última para a parte mais afastada que o grupo de Klaus transformou em um depósito de mantimentos e cozinha.

Era difícil distinguir as coisas devido à escuridão crescente, mas não parecia haver movimento. Antônio informara que provavelmente as mulheres restantes e Celso estavam presos em um dos cômodos do andar superior, onde Samuel também deveria estar. Além deles, Klaus só contava com mais três homens, e dificilmente já haviam se organizado em um sistema de vigia.

Olhei para o relógio de novo, precisando apertar no botão lateral para fazê-lo brilhar e tornar possível a leitura dos números. Exatamente 17:00.

Esperei.

Tranquei a respiração e contei os segundos. Confiei na aposta de Antônio e não tentei conferir se a porta realmente estava destrancada. Fazia pouca diferença, se fosse necessário eu quebraria o vidro da janela sem problemas, mas...

O silêncio da noite foi violado pelo barulho de pneus rasgando o asfalto e um estrondoso estilhaçar de vidro fez os pelos do meu corpo se arrepiarem. Mesmo vindo do outro lado, na entrada envidraçada da concessionária, parecia tão alto que temi atraírem zumbis da cidade inteira.

Havia começado.

Eu sabia que em meio a tempestade, uma van aparentemente desgovernada teria se chocado em alta velocidade com a entrada da concessionária, estilhaçando a parede de vidro. Tamanha investida pegaria Klaus e seus homens de surpresa, seguida por três carros cantando pneu que cercariam o acidente. A pouca visibilidade da tempestade junto aos faróis de luz alta impediram que eles tivessem uma real noção do número de pessoas que os cercavam. Klaus e seus homens (só dois deles, Antônio supôs, um permaneceria de vigia) se dirigiriam ao repentino tumulto, pegos de surpresa com fuzis e pistolas (quantos, eles não saberiam) apontados para si.

Mas essa surpresa não seria maior do que quando Paulina e Guilherme anunciassem que Adão estava vivo e que queriam negociar uma troca de reféns. Dependendo da reação de Klaus (Antônio pensou que a menção do nome do tio seria o suficiente, mas preparamos uma segunda surpresa), arrastaram o corpo amordaçado e amarrado de Adão até a vista do sobrinho. O mais velho tentaria gritar, avisar que era uma armadilha e a mordaça abafaria seus protestos — mas provaria a Klaus que estava vivo.

Guilherme tentaria conduzir uma troca (Leonardo recebeu uma olhada feia de Paulina ao sugerir que ficariam mais intimidados falando com um homem, mas afinal acabamos concordando). Uma proposta tão ousada que pelo menos atrairia a atenção de Klaus. Então abaixaríamos nossa carta final e Alana, vestida com as minhas roupas, com gazes nos mesmos locais das minhas queimaduras e com o cabelo aparado às pressas na altura do meu, seria arrastada por Guilherme. Uma proposta de paz. A possibilidade de vingança, de fazer uma traidora pagar (apenas por curiosidade, gostaria de poder ouvir as coisas que Guilherme falaria para convencê-los disso). Antônio não se atreveu a prever o desfecho dos acontecimentos. Queríamos atordoá-los com o inesperado, mexer com os poucos sentimentos sádicos de Klaus, fazê-lo se questionar ali se era apenas uma emboscada ou estávamos dispostos a entregar a mulher que levou caos e destruição aos dois grupos. Eu estava com medo, mas Alana foi firme ao insistir que a usassem para distraí-los. Ela era a pessoa com a aparência mais próxima da minha: com alturas e corpos parecidos, cores de cabelos próximas e com a baixa iluminação, talvez conseguiria de fato enganá-los pelo tempo necessário.

Mas mesmo o olhar frio de Klaus não perceberia alguns detalhes. O fuzil de Victória não estaria apontado para nenhum de seus homens, diferente do de Paulina. Vic não tiraria os olhos por um segundo dos fundos da van, enviada de portas abertas não somente para estilhaçar a entrada e anunciar nossa chegada, mas sendo o próprio Cavalo de Tróia. Os cobertores firmados com pregos não denunciavam de imediato (talvez causassem estranheza, mas por isso apostamos em criar a situação mais surpreendente possível, para sombrear esses detalhes) os botijões de gás escondidos sob eles. Se tudo desse errado, a ofensiva seria diferente.

Se tudo desse certo, explodiriam igual. Mas sem que eu estivesse lá dentro. Cabia a mim garantir essa parte.

Confiei cegamente em Guilherme e Paulina durante todo o tempo. Que seriam capazes de enganar Klaus com suas propostas (ou pelo menos prender sua atenção). Dependendo do desenrolar da conversa, estenderiam cada vez mais exigências que o colocariam em desvantagem na negociação, exigindo que ele tentasse uma contraproposta. Prenderiam-no em uma conversa sem fim, provocando-o com o tio se debatendo sob a mira de uma pistola e com a possibilidade de pôr as mãos na mulher que iniciou aquele caos. De prosseguir com a tortura até que eu desejasse estar no inferno. Meu estômago revirou, pensando no que Klaus faria comigo, se pudesse.

Mas no fim, eu não fazia ideia do que acontecia realmente, assim como meus amigos não poderiam saber da minha situação. Só restava confiarmos uns nos outros.

17:01. Estiquei a mão até a maçaneta gelada e a puxei para baixo com cuidado, não encontrando resistência ao empurrar a porta para dentro. Desde o começo do apocalipse, não haviam motivos para trancar portas.

Um raio iluminou macabramente as prateleiras com mantimentos. Meu coração disparou e contei os segundos até o trovão. Quatro. Mais próximo, mais alto. Aproveitei para fechar a porta atrás de mim, extinguindo a mínima iluminação que entrava. Guiei-me pelas poucas informações que recebi quando o raio iluminou o local, caminhando com cuidado enquanto meus olhos não se acostumavam à escuridão. Todo o complexo parecia estar com as luzes apagadas (será que também planejavam alguma coisa?), mas felizmente eu tinha as informações de Antônio para me guiar.

Atravessei a comprida sala de mantimentos, passando pela porta aberta que a ligava com uma cozinha improvisada. Uma janela grande na parede fornecia iluminação e pude reparar manchas escuras no chão. O local fedia a ferro. Grudei as costas na parede, sabendo que ao cruzar o próximo umbral estaria na sala principal da oficina. O lugar onde Klaus atirou em Hector e enfiou minha cabeça no fogo. Não havia cogitado até então, mas o simples pensamento de entrar naquela sala fazia o ar chegar com dificuldade aos meus pulmões. Surpreendi-me com as lágrimas quentes que escorriam pelas minhas bochechas e apertei com mais força o cano do revólver, tentando controlar as emoções.

Olhei para o relógio de novo. 17:04. Havia perdido tempo avançando tão devagar e não podia confiar que meus amigos conseguiriam distrair Klaus para sempre. Engoli a sensação sufocante e usei medo como combustível, querendo me ver logo fora dali.

Coloquei a cabeça para fora. Aquela sala estava tão iluminada quanto a cozinha — o que era um pouco mais que total escuridão. Semicerrei os olhos, forçando a vista. Reconheci os móveis, a escadaria, e mesmo tentando evitar, meus olhos não deixaram de cair sobre a lareira apagada. Respirei fundo, engolindo o desespero. Com a certeza de que não havia ninguém ali, segui adiante, atravessando o hall da oficina com passos rápidos, mas cuidadosos. Conseguia ouvir vozes masculinas ao longe, mas era impossível identificar o que diziam, mesmo que gritassem. Pelo menos não tinha escutado nenhum tiro ainda.

A escadaria ficava entre duas paredes, por isso o breu em que se encontrava me pegou de surpresa. Tentei tatear os degraus antes de subir, mas me colocava em uma posição desvantajosa. Pensei rápido, virando o relógio no pulso e pressionando o botão para iluminá-lo. A diferença era mínima, mas o suficiente para me permitir subir com mais agilidade. Ouvia com uma clareza assustadora cada som do meu coturno contra o piso, cada estalo que meu corpo ansioso produzia. Temia que alguém mais prevenido se atentasse aos sons, por isso abaixei-me próximo ao final da escada, expondo o mínimo possível do meu rosto para ver pela primeira vez o segundo andar daquele complexo.

Um corredor longo se estendia com uma fileira de portas em cada um dos lados, terminando em uma janela enorme. Uma luz forte entrava por ela, e percebi que deveria ficar exatamente na frente da concessionária, onde os meus amigos estavam com os faróis dos carros acesos.

Permaneci parada por alguns segundos, espiando discretamente para me certificar de que nenhum movimento nas sombras passou despercebido. Quando finalmente apoiei-me nos braços para me erguer, ouvi o barulho inconfundível de passos pesados se aproximando pelo corredor abaixo de mim.

Fiquei imóvel, trancando o ar, mas o pulsar do meu próprio coração em meus ouvidos quase me ensurdecia. Quem quer que se aproximava o fazia em um passo médio, mas era difícil deduzir o quão próximo estava. Precisava tomar minha próxima decisão.

A escadaria foi iluminada pela luz de um relâmpago e encontrei nisso a resposta. Contei os segundos, e de alguma forma, eles pareceram se misturar com as passadas que se aproximavam.

Um.

Dois.

Levantei depressa e desci os degraus até a curva do corredor. Quem se aproximava trazia uma lanterna e por um curto instante encarei o reflexo de luz na pequena poça de água à beira da escada, que me denunciaria para olhos mais atentos. A tensão deixava meus movimentos em câmera lenta. Não podia deixar que percebessem minha presença. Três.

Com um movimento rápido, posicionei-me junto à parede da escada, expondo somente o necessário do rosto para garantir visão. Como esperado, a luz forte da lanterna machucou meus olhos, mas foi o suficiente para eu identificar a figura que se aproximava. Um homem cujo rosto não era familiar para mim. O susto o paralisou, deixando um som de surpresa escapar.

Quatro.

Sem hesitar, ergui o revólver e apertei o gatilho.


✘✘


Nota da autora:

Boa tarde amigos, tudo bom com vocês? 🥰

Sim sou uma grandessíssima filha da puta em terminar o capítulo aqui, podem fazer fila pra me encher de porrada (lalala não podem me matar pq aí não vão saber o final 🤪)

Mas eu tô feliz demais com esse capítulo 👉👈 Estive  ansiosa para escrever essa reta final do confronto desde o começo do livro. Muita tensão, muitos planos mirabolantes, reviravoltas... Mas eu ando amando os resultados e espero que vocês estejam também!

O diálogo "Você nunca sente medo? / Eu sempre estou com medo." é minha nova religião 🤧 eu tava louca para chegar o capítulo dele meu deusss.....

Espero mesmo que estejam gostando. O que acharam do plano? Será que vai dar certo? 👀

Semana que vem descobrimos. 

Então não sejam mordidos.

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