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Capítulo 41.

Prendi a respiração por reflexo, sentindo um súbito peso esmagar meu corpo e impedir meus pulmões de funcionarem. A princípio sequer percebi Leonardo nos braços daquele brutamontes, a mira do fuzil me encarando como a própria presença da morte.

Adão estava parado no centro do pátio, a cerca de nove ou dez metros de mim, mas seu rosto compenetrado não mostrava qualquer hesitação. Estava completamente cercado, mas tive a certeza de que ele poderia facilmente acertar um tiro em qualquer um de nós. Ou ter a frieza para matar o garoto em seus braços com a mesma facilidade com a qual respirava.

Leonardo estava com o rosto completamente sujo do sangue que não parava de sair de um corte em seu supercílio. Haviam outros machucados que indicavam um possível espancamento por toda a sua face. Ele tentava se debater na esperança de se desvencilhar da chave de pescoço, mas parecia sentir dor demais para obter qualquer sucesso.

Obriguei-me a inspirar, pois não sabia há quanto tempo estava com a respiração presa. Era como se a minha pressão tivesse baixado subitamente, as palmas das mãos suando frio enquanto aqueles olhos pequenos e franzidos me encaravam. Adão só os tirava de mim pelos curtos segundos em que os usava para varrer o pátio, estudando sua situação, mas era tão rápido que mesmo se eu tivesse capacidade, provavelmente seria muito arriscado reagir.

Antônio estava ferido em um dos cantos do pátio, e eu não via Alex ou Alana em lugar nenhum. Victória e Paulina estavam juntas próximo à van que tombou o portão e Guilherme se posicionava à direita do homem que mantinha Leonardo refém. Apertei com mais força a minha pistola, percebendo que Victória também estava com a dela, mas igualmente sem a coragem para erguê-la — dessa vez era impossível agir antes que ele estourasse a minha cabeça ou a de Léo. Mesmo que não estivéssemos em posição para atirar, era provável que Adão já tivesse ciência de que não conseguiria escapar ileso, por isso não movia um músculo, pensando cuidadosamente em seus passos. Sua única vantagem é que não estávamos dispostos a perder mais um dos nossos.

O choque da situação atrasou meu raciocínio, e só me dei conta de que Guilherme era o único que eu havia visto da dupla de resgate à Mei quando finalmente encontrei a minha cachorra, escondida entre arbustos que cercavam o pátio. Estava ao lado de Melissa, que segurava com força a sua coleira, bem atrás de Adão, em seu ponto cego. Além disso, estavam tão emaranhadas entre os arbustos que a princípio não as havia notado, a maior parte do corpo de Melissa estava coberto pelas folhas, enquanto Mei tentava desesperadamente puxar a coleira na minha direção.

Como todos nós, minha cachorra também havia mudado muito desde o começo do apocalipse. Mei nunca foi desobediente, mas claro, ainda era um cachorro: não gostava de outros animais, costumava latir bastante e tentar brincar de bola a qualquer oportunidade. Também foi exigido dela uma adaptação para que continuasse viva, e naquele mundo decomposto onde vivíamos, Mei se tornou outro animal: muito mais silênciosa, praticamente não latia fora dos condomínios e nos avisava da presença de zumbis com um sutil rosnado; também estava sempre atenta, pois como Pastor, foi treinada para me proteger. Essas mudanças provavelmente eram os únicos motivos de Mei ainda estar viva, e ela e Melissa conseguirem permanecer escondidas.

Eu também havia me tornado uma garota completamente diferente de alguns meses atrás, quando aquele pesadelo começou. Fria, talvez. Pois aquela era a única explicação para o plano que eu estava pensando.

— Eu vi Klaus indo embora. Você está sozinho.

Falei a primeira coisa que cruzou minha mente, sem qualquer noção de onde eu iria chegar. Só precisava manter Adão com os olhos presos aos meus enquanto maquinava uma solução. Guilherme também estava com a atenção em mim, e pelo seu rosto, eu sabia que também tentava pensar em um plano.

A posição de Adão, o braço erguido apontado em minha direção, seu tamanho, tudo era extremamente... Adequado. Veja bem, Mei era principalmente um cão de companhia, treinada por mim com uma extensa carga de vídeos no youtube, quando o mundo era mundo. Mas com a ajuda de um colega da minha avó que trabalhou na polícia, ela atendia a comandos de guarda e proteção. Era amigável com todos que eu autorizava a ser, mas para proteger a mim e minha avó em um bairro relativamente perigoso, ela fora treinada também para proteção. Por isso seu comportamento: com os dentes à mostra, fazia tanta força contra a coleira que Melissa segurava que quase arrastava minha amiga. Eu estava sob ameaça e ela sabia, também sabia que era diferente dos zumbis, dos quais fugíamos, criaturas tão horrorosas que até ela mantinha distância... Aquele era um humano. Um humano igual aos quais ela já havia entrado em guarda para me proteger antes.

Adão não respondeu, mas as veias de seu braço musculoso denunciavam o quão tenso estava, provavelmente próximo de começar a sufocar Leonardo, que tentou lutar contra o aperto até perceber que eu também estava na mira do fuzil.

— Vamos resolver de outro jeito, você pode sair disso vivo — para minha surpresa, Guilherme, que até então não havia tirado os olhos de mim, quem falou, de maneira suave: — qual o motivo de virem para cá? É porque falta comida? Pode levar a nossa, mas abaixe a arma.

Por um segundo questionei a sanidade de Guilherme, mas a rápida troca de olhares que tivemos me fez perceber que havia algo por trás de suas intenções. Guilherme atraiu a atenção do homem porque queria me ajudar a ganhar tempo. Ele sabia que eu não me colocaria gratuitamente na situação de conduzir um diálogo tão delicado quanto aquele, principalmente com uma figura que me perturbava em um nível tão particular quanto Adão.

— Pode enfiar sua comida no cu — respondeu, e agora apontava o fuzil para Guilherme. Independente da resposta, sua atenção agora estava dividida, e o simples fato de Guilherme estar se pronunciando o deixava mais tenso.

Olhei mais uma vez para Mei e Melissa, ouvindo as batidas do meu coração nos meus próprios ouvidos. A cada segundo Tom perdia mais sangue, cada instante significava mais quilômetros entre Samuel, e enquanto Guilherme fingia tentar chegar a um acordo com Adão, a tensão do momento tornava aquela linha de estabilidade mais tênue.

Eu tinha que arriscar tudo. Alguém precisaria fazê-lo.

Temi que se hesitasse por mais um segundo, poderia mudar de ideia. Se pudesse compensar meus erros anteriores, além da minha vida, arriscaria a coisa que mais me importava naquele mundo destruído, porque da maneira mais distorcida, eu só conseguia pensar que qualquer risco era válido para que o máximo de nós conseguisse sair com vida. Era inevitável, as decisões difíceis sempre voltariam para exigir que alguém as tomasse.

Aproveitei enquanto Guilherme distraía Adão, insistindo que poderíamos chegar a um acordo, que esqueceríamos tudo se ele acabasse com aquilo agora. Mas Adão não era um homem idiota, e logo saberia que independente da eloquência de Guilherme, aquela proposta não tinha qualquer sentido. Mantive meus olhos em Melissa, esperando que ela conseguisse compreender o que eu diria para ela, mesmo tão distantes em lados completamente opostos daquele pátio. Aquela altura Mei já estava completamente exposta, com Melissa segurando com força a guia para impedir que ela corresse até nós. A nossa sorte era que Adão precisaria virar completamente para trás se quisesse encontrá-las, e eu sabia que ele não viraria as costas para mim.

Por favor, Melissa.

— SOLTA! — gritei e mantive os olhos em Melissa por mais um segundo, até começar a caminhar para a frente e erguer a pistola na direção de Adão — Solta a sua arma! — emendei.

Não sabia se a mensagem seria entendida, mas a minha movimentação foi o suficiente para deixar o homem no meio do pátio em alerta, voltando a apontar a arma para mim. Em outra situação, poderia ter achado cômico o choque no rosto de Adão, que o deixou sem palavras por longos segundos. A minha ordem não fazia o menor sentido para ele, tampouco aquela ousadia descabida. Esperava que tivesse alguma credibilidade com meu próprio grupo para que eles não achassem que eu havia simplesmente enlouquecido.

— Rebeca, para! — Leonardo suplicou. Percebi que só estava com uma mão em volta do aperto de Adão, sem parecer capaz de colocar a outra, e percebi que estava ferido.

— Se você der outro passo eu mato você e esse neguinho! — e por um segundo a raiva que senti foi tamanha que quase não me importei mais com meu próprio plano, avançando mais do que o necessário.

Dessa vez, mantive meu melhor olhar fulminante na direção de Adão, que apertava ainda mais o pescoço de Leonardo. A sua dificuldade para respirar tornou-se evidente pela tentativa mais fervorosa de fugir do aperto. Eu sabia que ele estava ferido, e que se continuasse sendo sufocado, poderia acabar desmaiando. Ou pior.

Mas para o meu choque, quem entendeu a mensagem foi Guilherme. Não queria desviar os olhos do rosto franzido de Adão para não causar qualquer desconfiança (se ele seguisse meu olhar e encontrasse Melissa, tudo estaria acabado) mas percebi como Guilherme aproveitou que a atenção de Adão estava em mim para gesticular na direção de nossa amiga.

Tranquei a respiração, sem dar atenção ao que quer que o nazista de merda à minha frente gritava. Repeti minha ordem inicial, que pareceu quase lhe dar tranquilidade ao abrir um sorriso irônico.

— Pode soltar!

Novamente, não era com Adão que eu estava falando.

Por trás de sua expressão nojenta, vi a movimentação de Melissa, caindo no chão ao soltar aquilo que segurava como se pudesse salvar sua própria vida. Mei disparou no mesmo instante, os dentes completamente expostos enquanto atravessava o pátio como um relâmpago.

Tudo o que se seguiu pareceu acontecer no mesmo segundo. O som da corrida do meu Pastor atraiu a atenção de Adão, que por um momento abandonou a cautela para tentar olhar para trás. Mei ainda estava longe demais.

No momento que viu o movimento de Adão, que atiraria em Mei no segundo que a visse, Guilherme se adiantou em sua direção, em uma tentativa desesperada de desviar a atenção do homem.

E funcionou, pois antes de perceber o que corria em sua direção, Adão moveu o corpo rapidamente para mirar o fuzil no garoto.

MEI, ATACA! 

Um tiro estourou no momento em que o pastor de 45 quilos saltou para cima do homem, abocanhando a parte exposta do braço que sustentava a arma. Mei se prendeu a ele em uma mordida visceral que arrancou sangue, Guilherme caiu de joelhos e Adão foi arrastado para o chão pelo peso da minha cadela, libertando o aperto de Leonardo e deixando seu fuzil cair.

Ouvi um grito feminino atrás de mim, mas não sabia dizer se algo havia acontecido ou fora o choque diante da cena que se desenrolava. Com a minha cachorra em risco, nem mesmo o pavor que corroía minhas veias foi capaz de me prender, e antes que eu pudesse perceber, já corria na direção de Adão. Leonardo ainda não havia se levantado, recuperando o ar, enquanto o tio de Klaus tentava a todo o custo abrir a mordida de ferro da minha cachorra. Gritos de agonia escapavam de sua boca enquanto sangue começava a verter em torrentes dos buracos de dentes. Mesmo quando ele fechou a mão em um punho e deu no rosto do meu cachorro, Mei não soltou, sufocando um ganido.

Senti meu corpo pegando fogo vendo a forma como o homem começou a acertá-la com socos na lateral do corpo, mas a mordida tampouco cedeu. Mei havia sido treinada para aquilo, e eu sabia que só morta soltaria alguém que podia ameaçar minha vida.

Cobri o caminho até Adão em segundos, e no momento em que seu braço esquerdo tentou alcançar a faca no coldre da bermuda, alcancei-o e chutei seu rosto com toda a minha força.

— Larga, Mei! — dei a ordem, mas Mei não cumpriu. Não sabia se estava ferida de alguma forma, mas seus rosnados não cessaram. Uma mistura de baba com sangue escorria da mordida enquanto Mei sacudia a cabeça, quase como se quisesse arrancar aquele braço fora. Seus olhos furioso causaram um calafrio até mesmo em mim, mas gritei de novo: — Mei, larga, agora!

Mesmo atordoado, com sangue escorrendo de seu nariz e boca, Adão fez um movimento que congelou meu sangue, o sol de fim de tarde refletindo momentaneamente na lâmina que tentava alcançar meu cachorro.

No último segundo, Leonardo agarrou seu braço esquerdo, torcendo os dedos de forma que o obrigasse a soltar a arma. Mei finalmente obedeceu ao comando, soltando o braço e afastando-se do homem que se encontrava caído de joelhos.

Encarei aqueles olhos frios, as pálpebras pesadas enquanto ele se recuperava do chute. Adão segurou o braço seriamente ferido com a esquerda, e quando abriu a boca para falar alguma coisa, repeti meu movimento anterior, acertando-lhe outro chute tão forte que fez uma onda de choque subir pela minha perna, arrancando-me um grunhido de agonia.

Ouvi o som de algo se partindo conforme seu rosto foi atirado violentamente para o lado. Seus joelhos cederam e no segundo seguinte aquele brutamontes de dois metros caiu desacordado no chão.

Franzi o cenho ao apoiar o pé no chão, a força do chute tendo com certeza me machucado, mas não permiti que aquilo me atrasasse enquanto ia até Mei, segurando seu rosto entre as mãos para garantir que estava bem. A boca estava completamente avermelhada de sangue e o cheiro de ferro chegou ao meu nariz, mas apesar de parecer exausta, abanou o rabo e tentou pular em cima de mim, completamente alheia ao cenário de guerra em que nos encontrávamos.

Leonardo estava logo ao seu lado, erguendo-se com calma. Parecia bem, apesar do rosto ter perdido um pouco de cor durante o estrangulamento, mas aos poucos conseguia retornar a respiração ao normal. Estiquei a mão para ajudá-lo a levantar e, no momento seguinte, a outra realização me atingiu.

O tiro. Guilherme estava no chão.

Voltei-me para a sua direção, em desespero, mas encontrei Victória ao seu lado, puxando delicadamente sua jaqueta de couro para baixo. Meu coração bateu tanto que senti vertigem ao ver sangue escorrendo de uma ferida. No segundo seguinte já estava ao seu lado.

— Ai, cacete — ele gemeu com a movimentação de Victória — eu to bem, Vic. Acho que foi de raspão...

— Guilherme — arfei, ajoelhando-me ao seu lado. Seu braço esquerdo (o bom) estava ferido, por isso agarrei a mão direita, tendo o cuidado de não puxá-la demais.

Mais zumbis entravam no terreno a cada segundo. Na verdade, em momento nenhum eles haviam parado, mas eu supunha que Paulina estava conseguindo contê-los, afastada do nosso confronto com Adão. Antes de vir em nossa direção, Melissa se juntou à professora para lidar com alguns errantes e finalmente encontrei Alana, sendo escoltada por elas. Ainda não sabia onde Alex estava.

— Meu Deus — Victória expirou, aliviada — Foi de raspão! Graças a Deus.

— Tudo bem, cara? — Leonardo também se aproximou, uma das mãos esfregando o pescoço. Na verdade, sua aparência não era muito melhor do que a de Guilherme, o rosto coberto por hematomas.

— Se pá melhor do que você — Guilherme tentou brincar, mas sibilou quando Victória tirou um cantil de álcool do bolso da calça e virou um pouco sobre o machucado.

— No terceiro você pede música no Fantástico — Leonardo se agachou quando Victória pediu que ele se aproximasse para ela cuidar dos machucados. Mei rondava os três, tentando atrair a atenção da garota que não via há dias.

— Eu não acredito que você me fez fazer isso! — a voz de Melissa chamou, e assim que me levantei e seu corpo veio de encontro ao meu em um abraço apertado. Seu rosto estava completamente inchado e vermelho, marcado por lágrimas — Eu fiquei tão preocupada! Foi incrível, Rebeca. Você e a Mei! Mas nunca mais faça uma coisa dessas!

— Obrigada por confiar em mim — apertei-a por mais um segundo, mas no momento seguinte fui obrigada a colocar a cabeça no lugar. Por mais que estivesse aliviada, Tom e Valentino ainda estavam feridos no andar de cima.

Assim que soltei Melissa, corri na direção de Alana, que estava com o rosto um pouco franzido enquanto segurava o braço direito, mas apesar disso não parecia mal, aproximando-se junto de de Paulina.

— Alana, preciso que suba! Tom e Valentino estão na sala do consultório. Foram baleados! — depois virei-me para o grupo atrás de nós, sentindo o corpo voltar a ferver ao precisar entregar aquela notícia: — Samuel foi levado por eles.

Apesar do alívio momentâneo, o desespero ainda pairava sobre nós.


✘✘

Nota da autora:

Só posso dizer que estou tremendo de alegria com esse capítulo. 

Acho que essa foi uma das primeiras cenas que eu pensei para esse livro, da Rebeca mandando soltarem a Mei para ela atacar alguém que não esperava um Pastor Alemão de 45kg voando no braço dele 🤧🤧

Quem sentiu o coração parar com o tiro no Gui? 🙋‍♀️

E onde diabos está o Alex?! Será que Tom e Valentino ainda estão vivos?

Mais motivos para o coração parar estão por vir.

Espero que tenham gostado do capítulo, assim como estejam gostando da história 💖

Um beijo para vocês e até semana que vem!

Não sejam mordidos até lá.

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