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Capítulo 35.

Os olhos de Paulina voaram de mim para meus companheiros enquanto ela vomitava informações e eu tentava processá-las. O sentimento de urgência tornava-se cada vez mais crescente.

— E os outros?! Alguém foi baleado? Melissa e Mei?! — minhas perguntas foram pontuadas pelos baques ocos da barra de ferro de Alex, que continha os zumbis que se aproximavam.

— Melissa estava viva, mas nos separamos! Ela correu para dentro da escola quando teve uma brecha e sua cachorra a seguiu — era desesperador ver as lágrimas brilhando nos olhos de Paulina — Esses caras chegaram derrubando o portão com um dos carros, atraíram zumbis e tudo virou um caos! Gustavo que iniciou o tiroteio. Ele já estava ferido e acho que foi baleado. Um dos garotos pequenos também e Irmã Graça foi atacada por um zumbi. Ivete também tomou bala, mas conseguimos fugir.

— Meu Deus — a voz de Carol estava trêmula, mas quando Guilherme ofereceu apoio, ela negou e se aproximou de Paulina — Meu filho e meu marido, você os viu?!

— Estavam dentro do colégio, na parte onde Valentino improvisou um consultório... Acho que Melissa foi atrás deles. Eu, Elisa e Ivete estávamos na parte mais afastada do pátio. Conseguimos fugir, mas Ivete está mal. Encontrei Laura sozinha na rua abraçada em um dos cachorros, também está com a gente.

— Onde elas estão? — Perguntei, meu questionamento se sobrepondo às perguntas que meus colegas também fizeram.

— Nos escondemos em uma casa aqui perto porque Ivete não conseguia correr — então ela puxou meu braço — é melhor irmos para lá. Esses caras estão rondando as ruas, provavelmente atrás de quem fugiu, não é bom ficarmos aqui.

Com as batidas de Alex nos zumbis que se aproximavam, outros eram atraídos pelo som e logo um grupo considerável mudara seu trajeto e vinha em nossa direção. Olhei para meu grupo, buscando ler suas expressões. A testa suada de Alex estava franzida, mas quando seus olhos encontraram os meus, assentiu e entendi que concordava em seguir Paulina.

A ex-professora nos guiou até a última casa do quarteirão, uma construção humilde que parecia ter sido abandonada às pressas. O portão principal estava arrombado e entramos rápido. Ajudei Alex e Guilherme a darem conta dos zumbis mais próximos, na esperança de que não atraíssem mais e bloqueassem nossa saída — mas caso o fizessem, o muro era baixo o suficiente para pular, como tive o cuidado de observar.

Ao abrir a porta da casa logo avisei Ivete deitada no sofá. Sua pele escura estava quase acinzentada devido à palidez, o rosto escorrendo gotas de suor enquanto se esforçava para não perder a consciência. Elisa estava ajoelhada no chão, o rosto também coberto de suor enquanto mantinha uma toalha de rosto pressionada na barriga da mãe de Leonardo, tentando estancar o sangue que já manchava suas mãos e roupa.

— Com licença — para a minha surpresa, a reação de Victória foi quase imediata, ajoelhando-se ao lado de Elisa e tomando seu lugar pressionando o machucado — deixe eu ver como está.

Os olhos da mulher grávida estavam carregados de confusão, até encontrar o meu rosto. Um sorriso cansado se desenhou e adiantei-me para dar-lhe um abraço e oferecer apoio para se levantar enquanto Guilherme e Alexandre fechavam o portão de ferro e entravam na casa. O homem mais velho arfava, mas Guilherme quem parecia verdadeiramente exausto, incapaz de ocultar a expressão de dor quando colocou a mão sobre o lugar onde ficava sua cicatriz.

— Demos conta de quase todos. Um alarme disparou umas ruas para lá e o resto se dispersou, acho que estamos bem. Não vi nenhum outro humano na rua. — Alex informou, apoiando a barra de ferro na parede. Uma alça improvisada com tecidos rodeava seu ombro e mantinha o fuzil até então intocado perto do seu corpo.

Paulina foi checar Laura em uma sala separada. A menina estava encolhida em uma cadeira acolchoada com as mãos cobrindo os ouvidos e só então me dei conta de mais um membro que Paulina mencionara apenas parcialmente: Bruxa, a yorkshire de três pernas estava encolhida junto à criança, lambendo cuidadosamente uma de suas pernas.

— Como você está, meu anjinho?! — a mulher retirou as mãos da criança dos ouvidos e alcançou um copo de água que estava abandonado na mesa de centro. Seus gestos eram cuidadosos, como se lidasse com um gatinho ferido e assustado — Já quer tomar um golinho?

A criança aceitou o copo, desencolhendo um pouco o corpo para levá-lo, com os braços trêmulos, até a boca. Depois de um gole mínimo, murmurou algo tão baixo que sequer entendi e o semblante de Paulina tornou-se assustado, mas ela disfarçou e deu um abraço na criança. Com uma empatia que eu não esperava sentir, perguntei-me onde estava Celso e se já fora capaz de ver sua filhinha.

— Júlia, a outra garota, morreu. Laura contou que um zumbi a comeu bem na sua frente — Paulina me informou baixinho quando abandonou a sala, deixando a garota sozinha com Bruxa. Quando olhou para mim, vi duas trilhas de lágrimas atravessando seu rosto, a expressão dividida entre fúria e melancolia — Essa criança passou pelo inferno e estava com problemas para lidar com o trauma. Júlia, mesmo sendo só um ano mais velha, era quem estava lhe ajudando a passar por tudo... Agora ela viu esses merdas comendo a porra da melhor amiga bem na sua frente. Que inferno! — repentinamente, Paulina fechou o punho e acertou um soco no armário de madeira da sala, fazendo lascas voarem. Os olhares de todos foram atraídos, mas ela não se importou enquanto secava as lágrimas com as costas do braço e murmurava: — Que mundo de merda.

Sem saber o que dizer, envolvi o corpo de Paulina em um abraço. Era mais alta que eu por alguns centímetros, talvez com a exata altura de Melissa, e inspirei o cheiro de seus cachos quando ela retribuiu minha aproximação, deixando as lágrimas correrem livre. Sim, aquele mundo era uma merda. Lembrei-me de Hector, e não pela última vez chorei por ele.

Na velocidade em que desabou, Paulina se recompôs com um longo suspiro e terminou me consolando, lembrando que precisávamos ser fortes agora.

— Esse é seu grupo, então? — seu clássico semblante sério estava de volta quando voltamos à sala e ela examinou meus amigos. Cumprimentou Alex e Guilherme com um aceno de cabeça e observou Victória e Carol ajoelhadas diante de Ivete e Elisa, cada qual oferecendo ajuda para uma.

— O que sobrou dele.

Em seguida, cumpri a tarefa de apresentá-los pelo nome, enquanto Paulina também indicava quem era quem entre as mulheres de seu grupo. Lembrei-me de um detalhe sobre a história que ela contou e, com o coração batendo forte, questionei:

— Você falou que Gustavo quem iniciou o tiroteio... Paulina, Gustavo e Leonardo estão...

— Sim! — sua expressão adquiriu um pouco mais de vida com a excitação que repassar aquela notícia lhe trazia: — eles voltaram ontem a noite, Rebeca! Lá em Blumenau se depararam com um grupo... Provavelmente o que está aqui agora. Gustavo foi baleado em uma troca de tiros e precisaram correr para despistá-los, mas deram de cara com um segundo grupo que vivia em um hospital. Eles ajudaram Gustavo, tinham os equipamentos e a equipe necessários, conseguiram fazer uma cirurgia! Leonardo quis esperar a certeza que ele sobreviveria para voltarem juntos. Estava com medo por causa desse grupo que os atacou...

Antes que ela pudesse estender a história, a aproximação de Victória secando as mãos sujas de sangue na própria blusa interrompeu a conversa.

— Como ela está? Tem algo que você possa fazer? — perguntei.

Seus olhos escuros se focaram nos meus antes que ela negasse com a cabeça, soltando um suspiro pesado.

— Não tem buraco de saída, a bala está alojada em algum órgão. É completamente fora do que eu sei lidar... Ela precisaria de uma cirurgia — Victória teve o cuidado de falar baixo e Paulina, Guilherme e Alex precisaram se aproximar para ouvir.

— Eles têm um médico na escola, mas não sabemos... — deixei a frase se perder no ar, incerta em como concluí-la — Você acha que ela vai sobreviver?!

Victória me olhou com infelicidade e novamente negou com a cabeça. Senti uma pontada de dor no coração enquanto pensava em Leonardo recebendo aquela notícia. Ele era uma das poucas pessoas que ainda tinha alguém da família vivo.

— O que vamos fazer? — tentei engolir um novo impulso de chorar, buscando em Alex ou Paulina alguma resposta.

— Não podemos deixá-las aqui, a outra mulher está grávida e também tem a criança... — Alex murmurou, seus olhos pensativos focados no chão — Já devíamos nos dividir aqui, levá-las para o condomínio. Talvez seja mais seguro.

— Rebeca, garotos... — Carolina chamou nossa atenção, aproximando-se daquele grupo improvisado com Elisa ao seu lado. Mesmo com nenhum machucado aparente, a jovem parecia sentir dor enquanto segurava a barriga protuberante — Eu não sei de que ajuda eu seria aqui, mas posso levar essas mulheres para nosso condomínio.

Paulina assentiu.

— Por favor, se possível tire-as daqui. Não quero arriscar que algo aconteça com Elisa e Laura... Ivete não conseguiria fugir se precisasse, então é melhor levar Valentino até ela quando o encontrarmos — ela olhou para a mulher loira e alta — Você é a mãe do garoto autista, né? Não faz sentido te colocar em risco também, quem ficar aqui precisa estar ciente do perigo que corre.

— Só para ter certeza de que estamos na mesma página — murmurei — você está dizendo que vamos seguir para a escola, né? Ir atrás de quem sobrou.

Paulina ergueu a sobrancelha.

— Que outra escolha resta?


✘✘


Com um pouco de dificuldade, Alex e Paulina conseguiram levar Ivete até o carro, deitando-a no banco traseiro. Carol ofereceu apoio à Elisa, que apesar de não ter sofrido nenhum ferimento, parecia bastante debilitada pelo esforço que precisou fazer em seu último trimestre de gravidez. Guilherme nos seguia de perto, segurando um yorkshire de um lado e a mão de Laura do outro, com quem conversava baixinho. A garota não o respondeu na maior parte do tempo, mas conforme ouvia Guilherme lhe contar que iria para uma casa onde ela poderia ver filmes na televisão e comer os doces que Carol fazia, seu rosto mortificado assumiu um semblante mais leve e somente ao lado de Guilherme aceitou deixar a segurança da casa.

Entreguei a Carol a chave do HB20, o carro mais confortável para que fizessem aquela viagem e Guilherme convenceu Laura a entrar dizendo que ela poderia ir no banco da frente, mesmo que ainda não tivesse dez anos. Victória orientou Elisa sobre a maneira correta de pressionar o ferimento para estancar a hemorragia, mas foi sincera quanto à perspectiva e disse que se a dor se tornasse insuportável, poderia lhe dar aspirina — mas intensificaria o sangramento.

— Tem certeza que não é melhor você voltar com elas? — perguntei para Victória.

— É melhor que a Vic fique conosco — Alex cortou — ela atira muito bem. Como estamos lidando com pessoas armadas, ela é uma vantagem maior aqui.

— Infelizmente não tem nada que eu possa fazer, Rebeca — Victória adicionou — Para ser sincera, talvez nem Alana consiga ligar com a situação. A menos que consigamos levar o médico para o condomínio o mais rápido possível... As expectativas são bem ruins.

Surpreendi-me com a informação de que Victória era uma boa atiradora. Assenti para eles, virando-me quando senti uma das mãos de Carol sobre meu ombro. A outra segurava a mão de Alex.

— Não se preocupem conosco, a estrada é tranquila e temos bastante luz. — por mais que ela tentasse esconder, seus olhos avermelhados brilhavam — por favor... Eu não sei como pedir isso, quero que tomem todo o cuidado e não hesitem em fugir se houver necessidade, mas por favor... Samuel... Tentem encontrar meu filho e meu marido. Eu imploro para vocês!

— Carol — coloquei a minha mão sobre a sua, apertando-a de leve — não importa o que eu vou ter que arriscar, vou atrás deles — meus próprios olhos ameaçavam deixar as lágrimas transbordarem. Não quis dar espaço para a culpa, focando-me somente nas palavras de Guilherme. Ou seus erros te matam, ou você vive para remediá-los.

Ela abraçou a mim e Alex com força enquanto ele lhe assegurava que também estava disposto a se arriscar para encontrá-los. Havia algo que mexia com todos quando se tratava da família Rosa: uma inveja inegável da felicidade de terem a família unida; e um medo latente de ver aquele resquício de esperança se despedaçar.

Alex a apressou para que seguisse viagem, então a despedida ocorreu às pressas. Carol entrou no carro e o manobrou pela rua apertada, voltando pelo mesmo caminho pelo qual viemos. Somente quando o veículo desapareceu pela curva que a levaria para a estrada principal, vi o peso dos ombros de Paulina ceder um pouco. Sabia de como era próxima de Elisa, sempre por perto da mulher para lhe oferecer ajuda ou segurança. Talvez aquele fosse o alívio que eu sentiria quando finalmente encontrasse Melissa e Mei.

Ouvi alguém fungar atrás de mim e olhei para Guilherme, que tentava disfarçar o choro. Enquanto Paulina, Alex e Victória discutiam sobre a situação no colégio, afastei-me na direção dele.

— Vamos conseguir voltar para casa — arrisquei, envolvendo sua mão com a minha. Era difícil ter certeza do motivo pelo qual cada um chorava naquele mundo.

— Não estou preocupado com isso — ele respirou fundo, secando as lágrimas — Samuel... Fui eu quem encontrei ele caído. Rebeca, se as coisas estão como essa mulher falou, tenho medo de não...

Entendi o que ele dizia sem a necessidade de concluir a fala. Samuel e Guilherme se aproximaram muito durante o apocalipse e não raramente passavam o dia inteiro juntos. Samuel se dispunha frequentemente a sair da zona de conforto para trocar palavras com todo mundo, mas somente com Guilherme havia firmado uma amizade realmente forte.

Antes que eu pudesse encontrar as palavras para garantir que tudo ficaria bem ou eu morreria tentando, um barulho infelizmente familiar trovejou no silêncio da manhã. Então um grito estridente cortou meu coração.

Vi o rosto de todos se transformar em uma careta de pavor, mas procurei por um em especial, que poderia confirmar meu temor. Quando os olhos de Victória chegaram em mim, seus lábios se mexeram ao mesmo tempo que os meus.

— Melissa!

Quando me dei conta, já estava correndo naquela direção. 


✘✘


Nota da autora:

Sim Guilherme segurando um yorkshire em uma mão e uma criança na outra é a minha nova religião, como descobriu? 👉👈

Meu Deus eu não consigo nem encontrar o que dizer, só não estou conseguindo conter minha ansiedade para o próximo capítulo. Prometo que vai surpreender vocês. 

Alguém se arrisca a fazer apostas de quem não vai chegar ao final do livro?!

Ah, e uma coisa legal: Em Decomposição ganhou o prêmio LiTi do @Wattdadepressão na categoria Terror! É um prêmio de voto popular e foram vocês que indicaram meu livro para concorrer, eu só fui avisada que ele passou para a segunda fase 🤧 Só quero dizer que vocês são incríveis de verdade e o motivo que eu luto tanto é para um dia conseguir retribuir esse carinho 💖💖

Quero dizer que estou trabalhando para finalmente levar Em Decomposição para a amazon e quem sabe dar um passinho para um dia viver da minha escrita (ou seja escrever 10h/dia e lançar um livro por trimestre 🤩 quem acredita respira)

Amo muito vocês e amo escrever essa história. Vamos longe, eu prometo.

Não sejam mordidos, porque ainda resta caminho a percorrer. 

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