Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 23.

Não consegui controlar a respiração quando Klaus se virou. A visão do atiçador de brasa em uma de suas mãos fazendo minhas pernas enfraquecerem e todo o meu corpo suar frio.

Nem eu ou Hector demos um pio, tampouco o homem se moveu, casualmente apoiado na parede do lado da lareira. Fumaça saía do pedaço de ferro em sua mão, mesmo que tivesse ficado tão pouco tempo lá dentro. Imaginar o quão quente estaria em contato com a minha pele era o suficiente para me causar vertigem.

Parecia que havia algo entalado em minha garganta, como se estivesse em um pesadelo onde não conseguia gritar. Por um segundo imaginei que se tornaria insuportável e eu acordaria, mas não tive tanta sorte.

Ficou difícil pensar, o pavor em ver aquele atiçador nas mãos de um homem psicopata. Era impossível saber se seria uma ameaça real ou blefe, mas o que quer que fosse tampouco pareceu incomodar qualquer um dos outros homens presentes, ou as mulheres que saíram dali. Eu mal aguentava pensar no que faria se ele aproximasse aquele ferro quente em mim, e tive certeza que não conseguiria manter a mentira.

Ao mesmo tempo, dizer a localização de qualquer um dos locais, a escola ou o condomínio, para aquele bando de nazistas, fazia meu sangue congelar nas veias. Pensei em Samuel internado, em Melissa e Guilherme, em Mei...

Um barulho alto de rádio cortou o silêncio da sala, assustando-me a ponto de fazer soltar o ar que eu não sabia que segurava. A essa altura toda a minha roupa já estava suada e mal conseguia conter o tremor de minhas mãos.

— O que foi? João, repete — a voz de Celso se seguiu ao barulho. Segurava algo próximo a boca, e pela antena grossa e comprida, imaginei ser um comunicador. Era estranho ver aquilo fora de filmes.

Não sabia dizer se era o choque dificultando o meu raciocínio, mas não entendi nada além de mais barulhos estourados e chiados. Celso colocou o comunicador perto do ouvido, ignorando o olhar mortal que recebeu de Klaus.

— Emboscada? Agora?! — O homem gritou para o aparelho — Vou avisar o Klaus! Estarão a caminho. Desligo. — Celso abaixou o comunicador, seus olhos pequenos arregalados ao máximo quando olhou para o homem: — Era João, os filhos da puta do hospital cruzaram a nossa área. Ele e Nicolas estão presos em uma casa perto da avenida principal e não sabem onde Rubens está!

— Filhos da puta! — pela primeira vez vi a expressão de Klaus mudar de sua contemplação pouco impressionada para um nervosismo real. Sua pálpebra inferior tremeu ao jogar o atiçador de brasa de volta — Vamos pra lá, depois resolvo com esses dois!

Os sete homens presentes começaram a se mover. Celso e o cara mais velho recolheram as armas dispostas na mesa de centro e pude contar duas pistolas e um fuzil (porém sabia que Adão e Enrico tinham suas próprias armas, além da primeira dupla com quem nos encontramos naquele dia). O garoto mais novo recolheu algumas armas brancas espalhadas e as trouxe para Adão, que ladrou para que ele as levasse para o carro. O outro homem foi até a porta onde as mulheres haviam entrado anteriormente e gritou algumas coisas, que em meio à correria foram difíceis de discernir.

Ouvi a porta de metal abrindo atrás de mim e o vento frio invadiu o local, iniciando em mim uma tremedeira. Troquei olhares com Hector, que parecia igualmente assustado e confuso.

Klaus começou a se dirigir para fora, mas parou ao passar por nós, como se finalmente lembrasse de nossa existência.

— Que inferno! Escuta, Enrico, você fica. Avisa o pessoal daqui o que houve, deixa esses moleques trancados e se prepara caso eu chame — ladrou, apontando para o interior com o fuzil que Natan lhe dera.

— Mas Klaus e se — Enrico tentou, mas foi cortado.

— Não, porra, não discute! Tem que ter gente aqui. Celso vai sair amanhã, então você precisa ficar. Natan, fica também, vá chamar o Marcelo para ajudar a botar ordem! Fiquem com o rádio perto, acordem todo mundo e mantenham esses dois trancados, ouviram?

— Cacete — rosnou Enrico — beleza, eu fico. Pega uma pistola pra mim, Natan!

O garoto que tentava parecer confiante não conseguia mais esconder a expressão nervosa. Obedecia imediatamente cada ordem.

— Não quero nenhum filho da puta tocando na garota, ouviram? Se forem deles, quero ter os dois como refém! Vou fazer ela falar. Agora anda e põe eles para dentro!

Klaus deu a ordem final e correu para fora, com o tal Elias, Adão e o homem mais velho completamente armados ao seu encalço. O céu já estava escuro e eles foram obrigados a ligar lanternas. Antes que eu pudesse ver mais alguma coisa, Enrico puxou a porta de metal, que se fechou com um estrondo.

— Cacete — ele suspirou, esfregando o rosto como quem tenta ordenar os pensamentos. Destravou a pistola que o garoto mais novo lhe trouxe, apontando na nossa direção. — Fiquem parados, não tentem fazer nada! — Em seguida, gritou: — Mariana, Joana, venham aqui!

Percebi que Natan já havia saído correndo escadaria acima e Celso, que se dirigia para uma das portas, deu mais uma olhada para trás antes de sumir. Vi seus lábios se mexerem, mas não consegui identificar o que falava.

Duas mulheres vieram ao chamado. Tinham aparências jovens, não deveriam ter mais de trinta anos e novamente me questionei o que faziam com aqueles malucos.

— O que houve?! — a primeira gritou, o nervosismo evidente na voz. O cabelo castanho estava preso em um coque bagunçado e parecia ter largado o que quer que fazia às pressas ao ser chamada.

— João e Nicolas estão presos em algum lugar, não sabemos se o outro grupo pegou eles.

— Celso foi?! — a voz dela subiu uma oitava, olhando para o redor sem ver mais ninguém além de nós.

— Não, Mariana! Ele tá aqui! Agora avisa as outras mulheres. Vamos deixar esses dois presos, eu não quero ninguém fazendo merda, entendeu?! Agora anda!

A morena assentiu, parecendo significativamente mais calma ao descobrir que Celso permanecera ali. Não sabia dizer se tinham qualquer relação, toda a situação se desenrolando com uma rapidez agoniante, que em conjunto ao pavor que crescia dentro de mim, dificultava minha compreensão.

— Joana, — Enrico chamou, e nessa hora Natan entrou correndo de novo na sala — pega a faca no meu cinto. Tu vai pegar essa menina e levar ela até o banheiro do corredor, amarrada. Joga lá dentro e tranca, não precisa soltar ela. — seu tom de voz aumentou, e entendi que ele falava comigo: — Piranha! Se tu tentar alguma coisa, eu digo qualquer merda, se a Joana falar alto eu apareço lá e meto três balas em ti, entendeu?

Senti outro calafrio passando pela minha espinha, mas não havia qualquer coisa para fazer além de assentir. Estava tão assustada, sentindo-me tão perdida que não havia força dentro de mim que ousasse desobedecer. O rosto machucado de Hector, sua expressão um reflexo de desesperança, não me diziam que ele pensava o contrário. Havíamos nos enfiado em algo muito maior do que poderíamos lidar e ele também sabia.

O homem agarrou a gola do meu casaco, puxando-me para cima e me obrigando a levantar. No primeiro instante senti uma vertigem tão forte que quase caí de novo, minhas pernas estavam fraca e não paravam de tremer. O empurrão que recebi teria me feito ir ao chão, se Joana não se adiantasse para me dar suporte. Ela olhou feio para Enrico, mas não falou nada.

— Caminhe — Apesar de tudo sua ordem foi fria, afastando-me no momento em que consegui me sustentar. Não ligava se ela também fosse uma filha da puta, só preferia que não tentasse fingir o contrário.

— Se ela tentar qualquer coisa, grita, entendeu?

A mulher chegou perto de Enrico, tirando a faca presa no coldre em seu cinto e apontando para mim. Era a minha faca. Aquele merda.

Ela me encarou com o rosto sério, mas a mão armada não parecia completamente estável. Apontou com a cabeça a direção para onde ir e segui, sem maiores opções. Antes de sair da sala, olhei para Hector, esperando que em meu olhar pudesse lhe passar alguma esperança, mas seria impossível. Só podia torcer para que ele ficasse bem.

— Segue em frente. Direita — com uma voz relativamente firme ela me indicou a direção.

Passamos por toda a sala de entrada e tive a liberdade de observar tudo. O espaço de onde as mulheres saíram era outra sala ampla de piso e parede de concreto sem tinta. No canto havia uma espécie de cozinha improvisada, e pelo máximo que minha linha de visão permitia, vi que de lá também saía outro corredor. Duas mulheres estavam de costas para mim: aquela com os cabelos presos em um coque e uma com cabelos loiros. Cochichavam algo, olhando para os lados cautelosamente. Uma hora seus olhos pousaram em mim, mas logo desviaram.

Antes da escadaria havia o umbral de um corredor, pelo qual entramos. Dessa vez as paredes e pisos eram ladrilhados e imaginei que em outra vida aquela seria a parte comercial da oficina. Começamos a seguir pelo corredor sem iluminação que logo virou um breu, obrigando a mulher atrás de mim a ligar uma lanterna e frustrar imediatamente qualquer plano de fuga que eu poderia bolar. De qualquer maneira, estava com as mãos atadas, então esses devaneios eram inúteis.

Meu pensamento imediato era em como aquela oficina era grande.

Ao que parecia entramos pelos fundos, porque havia toda uma parte comercial. Talvez fosse até a parte de trás de uma concessionária.

O corredor ladrilhado era extenso, mas logo paramos em frente à uma porta fechada. A mulher Joana sinalizou para que eu parasse com um toque no ombro.

— Aqui — obedeci sua ordem, virando-me para ela. Era difícil ler sua expressão, mesmo que eu fosse boa nisso. Havia me impedido de cair no chão, o que por um segundo me pareceu gentileza, mas suas ordens e expressão eram duras, seus olhos nunca sustentavam os meus. Não queria falar nada ou confrontá-la, tremendo que fosse exatamente como os homens.

Ela se esticou para abrir a porta, e pensei que poderia lhe acertar um chute, mas lembrei de Enrico. Das palavras que me dissera no carro, a ameaça nem um pouco ambígua de me estuprar. Não sabia se faziam aquilo com aquela mulher, se ela sequer sabia ou se era conivente. Não sabia nada sobre ninguém, nem com o que estava metida.

Ela apontou a lanterna para escuridão e vi que atrás da porta havia um banheiro pequeno e retangular, com uma pia e espelho, um vaso sanitário e o espaço de um box sem chuveiro. Os ladrilhos amarelos pareciam ter décadas. Uma janelinha pequena estava aberta no topo da parede, mas mesmo se eu conseguisse me esgueirar por lá, era gradeada. Não havia mais nada.

— Fica parada. — ela sussurrou e foi para trás de mim. Senti um toque delicado no braço e uma dor no pulso onde a corda apertou mais. Sibilei. — Desculpa — ainda baixinho, e então percebi que a pressão vinha de sua tentativa de cortar as amarras, mesmo tendo sido instruída ao contrário.

Aquele tinha de ser um sinal que apenas cumpria ordens. A escuridão no corredor tornava difícil saber se estávamos sozinha, o quão próximos outros homens podiam estar. Antes que eu pensasse no que poderia dizer, senti sua respiração no meu ouvido:

— Escuta garota, vou te dar um conselho: faça o que Klaus mandar. Conte o que tem para contar, de onde veio e com que intenção. Ele não blefa, as ameaças são reais.

Todo o meu corpo tremia ao ouvir aquelas palavras. Não sabia se podia confiar naquela mulher, mas ela não tinha qualquer motivo para me dizer aquilo. Além de tudo, pela seriedade parecia um conselho sincero.

— Se eu contar, as pessoas envolvidas vão correr perigo? — Perguntei, sentindo meus pulsos finalmente livres — Não vim dessa cidade, vim de longe. Isso é verdade.

Fiquei sem resposta por vários segundos, a esta altura imaginando que ela não falaria mais nada, mas para a minha surpresa ergueu o braço do meu lado e subiu a manga da blusa de lã, expondo três linhas horizontais que contratavam com sua pele bronzeada. Eram marcas extremamente avermelhadas, já cicatrizadas, mas não há muito tempo. Demorei a entender que foram queimaduras.

— Só não quero que você sofra por algo que não vai conseguir guardar. — ela respondeu, ignorando minha pergunta — Agora entre, preciso voltar.

Engolindo em seco, adiantei-me para o banheiro, passando as mãos em volta das marcas de corda no meu pulso, como se pudesse esfregá-las até irem embora. Ouvi a chave sendo retirada do lado de dentro e o rangido da porta fechando, acabando pouco a pouco com a luz. Em um impulso, virei-me com uma última pergunta:

— Vocês estão aqui porque querem? As outras mulheres...

Agora só conseguia ver seu rosto pela fresta da porta. Ela olhou para os lados com cautela e voltou a me fitar. Balançou rápido e sutilmente a cabeça em sinal de "não" antes de fechar a porta.

Deixando-me sozinha e perdida no escuro. 


✘✘


Nota da autora:

Oi amigos! 

Que delícia conseguir atualizar mais cedo 🙏 

Gente só queria compartilhar com vocês a minha felicidade de estar escrevendo esse livro. Eu estava bem nervosa quando comecei a colocar essa história no papel: nem toda a trama estava concluída, ficava receosa que o ritmo inicial afastasse os leitores, e mesmo que eu já pretendesse continuar a história, tinha medo que as pessoas pensassem que fosse uma continuação desnecessária para estender a história. Continuações ou são aclamadas ou completamente detestadas, raramente existe meio termo.

Dito isso, hoje eu me sinto muito aliviada! Finalmente liguei todos os pontos que faltavam, eu estou AMANDO escrever essa trajetória da Rebeca, super ansiosa para umas cenas que estão por vir. Cada comentário expressando angústia, medo, desespero, meu deus, me enche de alegria por ter conseguido alcançar aquilo que eu buscava. Eu amo tanto essa história e estou muito feliz por considerar que estar dando certo 💕

Desculpem a quebra no desespero do livro com esse desabafinho, mas queria muito compartilhar isso. Muito obrigada, como sempre, a todos que continuam me acompanhando e acompanhando a Rebeca.

Essa é uma história sobre desespero, mas também é sobre luta. E se há luta, há esperança.

Não sejam mordidos, porque a luta está longe de acabar.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro