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Capítulo 18.

A batida de Tom havia entortado uma parte considerável do portão da escola, que agora estava pendurada e deixava espaço para os mortos passarem. Assim que chamamos Valentino e ajudamos Tom a chegar até a sala parecida com um consultório, eu, Melissa e Hector voltamos para o pátio. Por sorte apenas alguns zumbis conseguiram entrar, mas com o portão comprometido outros também poderiam passar facilmente.

Melissa ajudou as crianças e irmã Graça, que não conseguia correr, a chegarem com calma até a cantina, trancando-os lá dentro, em segurança. Dessa vez não havia necessidade de um disfarce, por isso meu facão e canivete estavam à mão. Mesmo assustada, Alana não hesitou em se armar com uma barra de ferro que trouxera e nos ajudar a dar cabo dos poucos mortos que entraram.

— Alana, a chave do carro de Tom! — pedi, quando as coisas se acalmaram.

— Está na ignição, Rebeca — Alana gentilmente ajudava Hector a se levantar, que depois da ação estava sentado, respirando rápido.

— Melissa, Paulina, fechem o portão, agora! — mandei.

Sem querer que corrêssemos qualquer risco, pulei para dentro do carro e dei a partida assim que as meninas se moveram. Quando virei o rosto para conferir o vidro traseiro antes de dar ré, senti meu coração apertar ao ver sangue no banco de trás. A adrenalina que esquentava meu corpo lentamente se esvaía, e a agonia de perceber que eu não sabia nada sobre Samuel machucava meu peito. Sem pensar se Tom ficaria puto comigo, dei a ré na picape até forçá-la contra o portão comprometido, servindo como suporte para que ele se mantivesse em pé.

Senti uma pontada familiar nas costas quando desci do carro, percebendo que a minha ferida da semana passada ainda doía se eu fizesse muito esforço. Por fim, cerca de sete das criaturas jaziam (mais) mortas no pátio, todos estavam em segurança e a Picape de Tom ajudava o portão a fechar e impedir a entrada de outros mortos. Infelizmente era possível ver alguns ao longe, que eventualmente chegariam e começariam a gemer por entre as grades, na esperança que alguém caísse morto perto delas para que pudessem comer, mas isso era assunto para depois.

— Alana, o que houve com Samuel? — Perguntei, aproximando-me dela e de Hector. Melissa e Paulina vinham logo atrás, respirando alto pelo esforço.

Tremi quando vi a expressão de pavor em seus olhos.

— Foi um acidente, eu acho, mas tivemos que deduzir. Guilherme ouviu um barulho no andar debaixo e encontrou Samuel desmaiado no chão da cozinha, com um zumbi se aproximando. Havia sangue em sua cabeça e na quina, então acreditamos que ele tenha caído e batido a cabeça, por isso ficou desacordado.

— Como havia um zumbi dentro do condomínio? — Melissa perguntou, incrédula.

Por um curto segundo percebi as sobrancelhas de Paulina tremerem ao ouvir a palavra "condomínio", mas ela não falou nada.

— Alex precisou fazer uma limpa nos terrenos em volta porque estavam começando a aparecer zumbis, e essas porras parecem atrair mais com os grunhidos que fazem. Ele deixou o portão aberto para ter ajuda, se precisasse. Algum deve ter passado despercebido e entrado. Havia uma cadeira perto de onde Samuel estava, então talvez ele estivesse pegando algo no armário e tomou um susto quando viu um zumbi. Se Guilherme não estivesse perto, com certeza ele teria sido mordido!

— Alex deixou o portão aberto? — Questionei, sentindo o sangue ferver. — Ele é idiota? Meu Deus!

— Rebeca, para, — Alana pediu, olhando-me séria — entenda que foi um acidente, Alex se sente péssimo! Ele sempre é cuidadoso, o zumbi pode ter se esgueirado enquanto ele estava ocupado com outro.

— Então ele bateu a cabeça? É muito grave? — Hector encerrou o assunto com a própria pergunta.

— Penso que caiu e bateu na quina. Abriu um corte grande, mas o problema é ter desmaiado! Falei para Tom que eu não tinha estrutura para fazer muita coisa além de fechar o corte, então ele contou do médico que havia aqui e o trouxemos imediatamente. — Alana olhava pacientemente para cada um de nós, explicando: — preciso de um médico para ter certeza que não foi grave, embora não seja ideal que ele tenha ficado tanto tempo desacordado. Não encontrei nenhuma marca de mordida ou sugestão de que ele chegou a ser atacado, e consegui fechar o machucado na viagem, mas...

— Ele corre risco de vida? — Melissa perguntou, parecendo subitamente preocupada em ser muito direta.

— Eu não sei dizer — lamentou Alana, balançando levemente a cabeça em negação. — vamos torcer para que esteja ao alcance do médico.

— Tom deve estar... — murmurei alto demais, sem saber sequer como completar a frase.

— Péssimo. Saímos correndo poucos minutos depois e ele dirigiu a quase 150 quilômetros por hora até aqui, saindo da estrada nas partes engarrafadas. Tenho certeza que morreríamos caso ele batesse em um zumbi.

— Eu sinto muito, amiga — Melissa se adiantou para abraçá-la ao ver como suas mãos começaram a tremer. Alana era ótima em manter a calma quando a situação exigia, mas passada a adrenalina, seu corpo começava a sentir os efeitos da ansiedade e se rendia à tremedeira.

— E agora? — Paulina perguntou, olhando para cada um de nós. Por mais confusa que estivesse, seu rosto parecia genuinamente preocupado.

Alana limpou discretamente uma lágrima que se formava, respirando fundo.

— Esperamos. Vou oferecer ajuda ao médico, mas agora está nas mãos dele e de Samuel. Torçam para que tudo dê certo. Ou rezem, se ainda acreditam.


✘✘


No terceiro andar havia uma série de cadeiras posicionadas lado a lado no corredor. Eu não sabia se antes da pandemia eram mantidas assim ou se o grupo do colégio tinha a intenção de fazer parecer com uma sala de espera. Enquanto atravessava o piso ladrilhado, peguei-me pensando no tempo que eles levaram para fazer a limpeza de todas as salas e corredores, lembrando-me de como o meu próprio colégio era uma bagunça de pegadas ensanguentadas e carne podre no primeiro dia.

Tom estava sentado na última cadeira, ao lado da sala de Valentino. Seus cotovelos estavam apoiados nos joelhos e a cabeça escondida entre as mãos grandes. Fazia mais de duas horas que eles haviam chegado e o sol já havia se posto.

— Alguma novidade? — perguntei, tentando não ser barulhenta ao me aproximar. Mei estava com Melissa e Paulina no andar debaixo porque provavelmente tentaria pular no homem e com certeza não havia humor para isso. Tanto Hector quanto Melissa estavam sem jeito de vir conversar com Tom.

Assim que ergueu o rosto das mãos, ficava óbvio o estado de nervosismo: todo seu rosto estava um pouco inchado, os olhos avermelhados de tanto chorar e cabelos desgrenhados.

— Levamos três horas para chegar até aqui, e duas se passaram desde então. Ele está desacordado há cinco horas, não pode ser bom... — percebi como suas mãos tremiam ao falar.

— Mas Alana não saiu para falar nada?

— Ele está respirando, a pressão está estável, mas continua desmaiado — Tom esfregou as mãos no rosto mais uma vez, como se tentasse arrancar aqueles sentimentos ruins de dentro de si — ela vai me avisar quando ele acordar.

Respirei fundo, pensando no que dizer. De qualquer maneira, nem parecia que Tom queria que eu ficasse ali, mas não achei justo deixá-lo sozinho.

— Eu... Sinto muito, por tudo — respondi, olhando para o chão — por não estarmos lá para ajudar.

Era um pedido de desculpas movido pela educação, já que estávamos fora por motivos importantes, como os remédios de Guilherme e mantimentos. Pelo menos era o que eu imaginava.

— Sente? — meu coração acelerou ao ouvir um riso saindo de sua garganta. — Porque a última coisa que você e Melissa pareciam era estar sentidas.

Percebi imediatamente que seu tom podia ser tudo, menos amigável. Pensei com cuidado nas palavras, porque sabia que precisava ser delicada a partir de então. Fosse como fosse, realmente não deveríamos estar ali.

— Tom, me desculpa. Deveriamos ter avisado você, sei que não foi muito prudente, mesmo que tivéssemos motivos para...

— Motivos?! — Seu tom de voz aumentou. — Qual o motivo, Rebeca, para correr de volta pra cá? Fugir do seu grupo?

— Tom, ouça o que está falando! — argumentei, franzindo as sobrancelhas, incrédula — Não deveríamos estar aqui, mas essa acusação não faz o menor sentido!

— E o que faz, Rebeca?! Agir por baixo dos panos, tomar as decisões sozinha?! Você tenta tanto não parecer a porra de uma adolescente e quando mais interessa, se comporta como uma criança!

A essa altura sua voz estava muito mais alta do que o normal para uma conversa, e seu rosto avermelhado graças ao choro e as lágrimas o deixava um pouco assustador. Mordi o lábio inferior, sentindo meu coração descompassar, ao mesmo tempo que a raiva fervia meu sangue:

— Não ergue a voz pra mim! — gritei de volta, ignorando a hipocrisia no gesto — Não deveríamos ter feito isso, mas não te dá o direito de falar assim!

Ele soltou outro riso de escárnio e dessa vez se levantou, me olhando de cima de seus um metro e noventa. Por um curto segundo senti o medo crescer e minha respiração ficar trancada na garganta quando ele ergueu uma mão. Tom não me bateria, certo?

Mas ele apenas passou-a pelos cabelos desgrenhados, ajeitando-os para trás.

— Você é incrível mesmo, Rebeca! — disse, irônico — Está preocupada com a porra da minha voz? Por que não ficou preocupada em talvez foder com todo o seu grupo voltando aqui?

— O que está dizendo, Tomas? — um pouco mais tranquila ao perceber que seu gesto não era uma ameaça, tentei não parecer abalada, apesar de já sentir minhas mãos tremendo. Era irreal pensar na Rebeca do começo do ano gritando daquela forma com um homem adulto. — Você veio junto da primeira vez! Sabíamos que esse grupo não oferecia risco!

— Sim Rebeca, quando viemos em três pessoas! — ele falou ainda mais alto — Você trouxe Hector e sua cachorra, e a única maneira disso não ter gerado problema é porque você contou que tinha outro grupo!

Senti meu rosto esquentar, a raiva fazendo minha voz aumentar cada vez mais.

— Eu contei, Tom, e olha só o enorme problema que deu: viramos amigos! Ajudamos o grupo um pouco mais e reunimos mantimentos para levar pra casa! Para de tentar me dar sermão quando não estou errada!

— E você não pensou se algo desse errado? Se falassem algo que não fosse bem interpretado, se eles entendessem isso como se estivessem sendo enganados da primeira vez? — Tom estava com os punhos fechados e se aproximou ainda mais — E se acontecesse algo com vocês? E se estragassem tudo o que construímos? O que eu faria se meu filho estivesse machucado e Valentino se recusasse a atendê-lo?

— Você está criando cenários na sua cabeça e ficando puto comigo por causa deles! — retruquei.

— Estou ficando puto porque você mentiu! Porque você tomou uma decisão que poderia acarretar em algo muito mais sério pensar em falar comigo! Se quer tanto ser tratada como uma pessoa madura, deveria pelo menos se comportar como uma!

— Pare de ser babaca! Eu tinha meus motivos para vir até aqui, Melissa também! Erramos em não contar, mas você não pode agir como se uma catástrofe tivesse acontecido por isso!

— E quais são esses motivos?!

Mordi a língua antes de gritar, repensando o que iria falar. Que estava ali para buscar remédios tarja-preta para Guilherme, sem auxílio psiquiátrico? Que Melissa havia voltado porque queria ficar com Paulina? Ou Hector, que preferia ficar um pouco afastado de Alex? Eu não tinha problema em admitir que não havia sido correto, mas não achava que merecia aqueles gritos.

— Escuta, Tom, eu pedi desculpas por não te contar que vinha para cá. Sei que não é justo, mas ao mesmo tempo tinha ciência que nada tão ruim poderia acontecer — diminui meu tom de voz, e isso pareceu pegá-lo de surpresa. Apesar de estar furiosa, não era justo gritar com um homem que havia carregado o filho desacordado até ali.

— Eu estou tentando dizer — apesar de ter começado alto, seu tom de voz foi diminuindo enquanto continuava a sentença. Apesar disso Tom não parecia particularmente mais calmo, apenas querendo ser minimamente respeitoso: — que o que vocês fizeram é ser descuidado. Eu sei que você não é burra, e por isso não faz sentido expor todos a riscos desnecessários.

Abri a boca para responder, mas um som muito mais importante dominou o ambiente. Da porta aberta, uma Alana caminhou calmamente para fora. Usava luvas e o cabelo castanho estava preso em um coque alto.

Sua expressão era evidentemente envergonhada, provavelmente porque ela e Valentino conseguiram ouvir a nossa discussão. Pensei que ela somente decidiu intervir, até falar baixinho:

— Desculpa interromper, mas Samuel acordou.


✘✘


Nota da autora:

Mano, queria falar uma coisa aqui que não tem nada a ver com esse capítulo específico, mas por algum motivo acabei lendo bastante essa semana. Eu não sei o quanto vocês sabem que ler que "ah seu livro salva minhas segundas" é tipo o melhor elogio que eu poderia receber???

Quando eu comecei a escrever Em Decomposição e pensei em um dia fixo para atualizar, eu lembrei como a ansiedade de esperar por um  episódio de série ou anime às vezes é o suficiente para realmente resignificar aquele dia para mim e passar a semana inteira feliz e esperando por ele. Aí eu escolhi segunda-feira porque normalmente é um dia merda que a rotina volta à correria, e pensava que talvez pudesse trazer alguma alegria às pessoas....... 🥺🥺🥺 eu fico tão bobinha mesmo quando leio que isso funciona e que as pessoas esperam pelas segundas por causa do meu livro meu Deus é tão bom.

Enfim, é isso... Eu acabei lendo isso várias vezes nessa semana e lembrei o quanto eu preciso agradecer vocês por serem os melhores, mais compreensivos e carinhosos leitores do mundo. Muito obrigada mesmo por acompanharem Em Decomposição/Em Desespero. 

Um avisinho rápido, essa semana eu voltei a fazer a auto-escola (que comecei em fevereiro...) porque finalmente o serviço voltou ao normal. Acabou ficando um pouco corrido e não tive tempo de responder os comentários ainda, mas saibam que leio todos com todo o carinho e logo logo vou responder todo mundo, prometo 💕

Um beijo gente, até segunda-feira que vem! 

Não sejam mordidos até lá...

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