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Capítulo 9.

Não sei por quanto tempo fiquei imóvel, atordoada pela visão que profanava meu cérebro. A batida na minha barriga tornava difícil respirar e, quando percebi, havia simplesmente trancado meus pulmões.

Só quando ouvi a voz de Guilherme, percebi que ainda estava caída praticamente sobre ele:

— Você está bem?

Quem respondeu sua pergunta foi um grito que sobrepôs todos os outros sons, e reconhecê-lo como de Helena fez o desespero me sufocar.

Apenas assenti enquanto saía de cima dele e, quando tentei ajudá-lo a levantar, minhas mãos tremiam tanto que ele se ergueu sozinho. Lágrimas quentes escapavam em torrentes dos meus olhos, o controle do meu corpo já quase fugindo de mim. Tentei virar o rosto para trás, incerta se eu realmente gostaria de realmente ver que cena horrenda se passava atrás dos vidros que nos protegiam, mas fui impedida. Guilherme puxou suavemente meu rosto para o lado contrário e senti seu outro braço me envolver. Apertei com força as laterais do seu uniforme, lutando mentalmente para afastar a imagem mental daquela garota sendo devorada, mas eu sabia que ela nunca iria embora.

Por aquele momento, desliguei-me do mundo, indiferente se os outros compartilhavam de minha dor ou apenas estavam aliviados por sobreviver. Eu nem conseguia entender porque chorava tanto por uma garota que conheci naquele mesmo dia, com quem troquei apenas poucas frases.

O problema era a imagem visceral. Nem ao meu pior inimigo eu desejaria tamanha carnificina, vendo cadáveres grotescos banqueteando-se diante de tanto sangue e dor.

Será que doía até o fim, ou será que as pessoas desmaiavam logo?

— D-desculpa, gente... Eu achei que conseguiria aguentar. — Lágrimas escorriam dos olhos enevoados de Victória, que apenas se mantinha em pé graças ao suporte que Melissa dava. — Eu tenho problema de pressão, m-mas... Não queria que vocês me deixassem lá no colégio.

Depois de alguns segundos, afastei-me de Guilherme, agradecendo pela sua consideração. Vi que ele também tinha lágrimas escorrendo pelo rosto.

A princípio, ninguém respondeu e o silêncio só foi interrompido por fungadas ou respirações dificultadas pelo choro. Nenhum de nós sabia o que dizer ou estava no estado de tentar. Pela primeira vez, vi Carlos tremendo, seu rosto pálido como o de quem vira um fantasma.

Ou uma colega ainda viva tendo sua carne devorada por monstros.

Eventualmente ele gritou um palavrão e se afastou, as mãos na cabeça raspada como quem não acreditava no que acabara de acontecer, sem condições de nos ajudar de qualquer forma naquele momento. Afastei as lágrimas do rosto com as costas da mão, provavelmente sujando meu rosto de sangue no processo.

— Você tá bem agora? — perguntei, aproximando-me de Victória. Melissa, ao seu lado, estava em prantos, dividindo-se entre manter a própria força de vontade para não sucumbir completamente e se esforçando para ajudar a amiga a manter o equilíbrio. Até mesmo Ana, do outro lado, chorava sem disfarçar.

— E-eu... Eu estou muito tonta, minha pressão caiu. — Ainda que parecendo mal, a voz dela ainda era baixa e calma, quase elegante. — Eu tentei aguentar o máximo que eu pude, mas é... — Ela cambaleou novamente e Melissa precisou dobrar o esforço para ajudá-la.

— E você não achou que seria prudente nos avisar do seu problema? — Só percebi que Carlos havia voltado quando ele ergueu a voz, do meu lado. Agora, seu semblante era duro, mesmo com os olhos vermelhos e úmidos — Você poderia ter morrido lá fora! Aquela garota...

Um rosnado alto, silenciado por um baque surdo de madeira contra uma superfície dura, desviou nossa atenção. Hector, até então calado, havia golpeado uma das coisas que estavam na parte de dentro do apartamento, que até aquele momento não havíamos visto. A criatura caiu no chão, imóvel.

— Desculpa interromper, mas ainda não estamos a salvo! — Alertou, apontando para o muro de vidro, onde dezenas de cadáveres em frenesi começavam a se agrupar, tentando arranhar e morder, fazendo com que um sangue negro nojento escorresse pelo outrora imaculado vidro — Eu também não quero descobrir se eles conseguem atravessar um vidro reforçado! — Embora ele tentasse parecer forte, sua voz estava fraca e seus olhos úmidos.

— Não adianta brigar com ela, não temos tempo para isso agora — falei para Carlos, tentando ser incisiva.

Ele respirou fundo, passando a mão pelo rosto como quem se recompunha:

— Desculpa. Vamos, precisamos sair daqui — murmurou. — Melissa, qual é o seu apartamento? — Então ofereceu apoio a Victória, sustentando o seu peso e liberando Melissa.

Um novo baque do lado de dentro indicava que mais deles vinham até nós, saídos de sabe-Deus-onde.

— No quarto andar. — A loira informou. — 401.

Carlos terminou de suspender Victória em suas costas e, sem qualquer formação, seguimos para dentro do prédio enquanto Hector e Guilherme nos davam cobertura nos flancos. Senti-me envergonhada por não conseguir me recompor a tempo de ajudá-los, mas apenas segui a maioria do grupo, completamente quieta.

— Acho melhor irmos pela escada. — Hector falou. — Não sabemos como está ali dentro e não dá para arriscar ficar preso no elevador.

Melissa abriu a porta de entrada que nos levou até o hall do prédio chique, o que não era uma surpresa, visto que nos encontrávamos em um bairro nobre.

O cômodo era grande e branco, ornamentado em padrões dourados e verde-água. Dois sofás grandes de couro branco estavam sujos de sangue, assim como o piso lustrado. Ainda assim, não se via ninguém lá dentro — pelo menos, próximo a nós, já que não nos importamos de conferir o resto do térreo.

Hector, agora à frente do grupo, liberou passagem, empurrando a pesada porta que dava acesso às escadas. A luz ainda funcionava, porém a iluminação era baixa. A escadaria estava completamente vazia e somente uma pequena trilha de sangue indicava que alguém já passara por ali, mas era impossível dizer se estava tentando fugir ou voltar para casa. Nenhum barulho podia ser ouvido.

Ainda assim, conforme começamos a subir o lance de escadas, ouvir sons incomuns pelo prédio. Os rosnados sempre estavam presentes. Móveis eram arrastados e podíamos ouvir vozes humanas, além do zumbido constante do elevador. Ouvimos um grito, mas ninguém pareceu interessado em descobrir o motivo dele.

Seguimos mais devagar pelos lances de escada, todos visivelmente cansados agora que a adrenalina já começava a deixar nossos corpos. Carlos ainda carregava Victória nas costas. Todos estávamos suados e exaustos, cheios de nojentas manchas de sangue pelo corpo, mas vivos.

Antes, lá no colégio, eu não tinha noção do que teria que enfrentar. Quase me fez rir a ideia de que eu pretendia atravessar a cidade sozinha antes de anoitecer. Depois de ver o horror que enfrentamos em somente uma avenida e perceber que golpear apenas dois ou três zumbis já havia acabado com minhas energias, senti um impulso de cair de joelhos e simplesmente agradecer por estar viva — mas o calafrio de pensar se eu ainda acreditava que havia alguém para me ouvir, ou eu já me encontrava no próprio inferno, afastou aqueles pensamentos.

Assim que chegamos à porta que indicava o quarto andar, Melissa alcançou a mochila nas costas e tirou um molho de chaves prateadas unidas por um chaveiro de pompom cor-de-rosa. Até o tilintar parecia alto diante do nosso silêncio sepulcral.

— Eu falei com meus pais lá no colégio, mas acho que eles não conseguiram chegar em casa. — Percebi seu lábio tremendo enquanto falava.

— Tem problema se ficarmos aqui até as coisas acalmarem? — Carlos perguntou.

Melissa apenas negou, em silêncio.

Posicionei-me diante da porta que nos separava do corredor, fungando.

— Fiquem atentos, a gente não sabe como vai ser do outro lado da porta! — Alertei, a imagem de Helena gritando em minha cabeça, fazendo despertar instintos de sobrevivência que eu nem sabia que haviam em mim: — 1... 2... 3!

Abri a porta com força, garantindo que ela se escancarasse completamente. Com um passo para trás, preparei-me para o que quer que entrasse com os dentes arreganhados, mas nada aconteceu. Depois de alguns segundos completamente parados e respirando alto, suspiros de alívio se estenderam pelo grupo. Afinal, o corredor estava vazio e tranquilo, tanto o branco do chão quanto o das paredes imaculado.

— Será que os apartamentos estão vazios? — Ouvi Guilherme, sua voz próxima de um sussurro. — Será que os donos estão assustados lá dentro ou foram embora?

— Talvez nem conseguiram voltar para casa. — Pontuou Hector, trazendo um calafrio para minha espinha. Melissa apenas gemeu de nervosismo.

Ela assumiu a frente mais uma vez, guiando-nos até a porta do apartamento 401, onde um tapete cor de creme nos dava boas-vindas, em letras garrafais. Ela bateu na porta antes de tentar abrir, chamando pelos pais, mas alguns segundos sem resposta fizeram-na desistir da tentativa e simplesmente encaixar as chaves na fechadura. Assim que passou pela porta, deu espaço para que também entrássemos.

Em contraste com o cenário apocalíptico de onde saímos, aquele local tão elegante e limpo parecia quase fantasioso. A porta abria para um apartamento em conceito aberto, tão espaçoso que mais parecia uma casa. Os móveis tinham aparência refinada e a decoração era minimalista, em tons preto, branco e cinza. Na extremidade oposta à porta, uma gigantesca janela de vidro se estendia por quase toda a parede. Não que houvesse qualquer dúvida, mas pela primeira vez entendi o quanto a família de Melissa era rica.

A dona da casa entrou na frente, ajudando Carlos a entrar com Victória, que ainda parecia estar muito tonta e nervosa.

— Ana, pega o sal na cozinha! — Melissa pediu, enquanto jogava as várias almofadas que estavam sobre o sofá no chão, abrindo espaço para a amiga se sentar. Assim que a segundanista voltou, ofereceram o pote de vidro com detalhes prateados (por que até o saleiro era tão bonito?) para Victória, que colocou um punhado sobre a língua antes de recostar a cabeça no apoio do sofá. — Como você está se sentindo?

Fui a última a passar pela porta de entrada e girei a chave na tranca atrás de mim, indiferente ao fato de que era a primeira vez que eu entrava ali.

— Eu... Não sei. — Victória arfava e logo um copo de água foi estendido em sua direção, que a garota logo bebeu em dois goles. — Acho que vou ficar bem, só estou tonta. — Percebi que suas mãos tremiam, cruzadas sobre o colo.

Carlos parecia nervoso, um pouco afastado, olhando pela gigantesca janela com os braços cruzados e os músculos tensionados. Ele havia explodido com Victória antes e não parecia ter se acalmado completamente até então. Guilherme estava junto com as garotas, ajudando-as no que podia, enquanto Hector parecia meio acanhado, ainda na entrada da casa, mexendo no celular.

Aproximei-me de Carlos e sentei em uma das duas poltronas cinzas perto da janela — tomando cuidado para não sujar nada de sangue. Só então percebi o quanto minhas pernas doíam de tanto correr. Na verdade, o meu corpo inteiro parecia completamente exaurido. Mesmo me exercitando constantemente no handebol, tive certeza que sentiria dor nos músculos na manhã seguinte.

— Carlos? — chamei e ele virou para mim, os braços ainda cruzados, mas sua expressão era difícil de ler.

— Eu sei que eu não deveria ter gritado com ela, tá? — reclamou, mas seu tom era baixo. — É só que ela quase morreu. Eu não estou bravo porque tive que voltar pra buscar ela, mas ela quase morreu por uma besteira! E se eu não estivesse com ela, poderia ter ajudado a outra garota...

Coloquei a mão sobre seu braço, esperando demonstrar apoio de alguma maneira. Eu nunca fui uma pessoa de toques, mas até então nunca havia sido uma pessoa de bater em zumbis também, e percebi que com a vida em risco, algumas reservas mudavam depressa.

— Não tem problema. Eu entendi porque você ficou nervoso, mas no fim a gente conse... — Deixei a frase se perder no ar, tremendo ao perceber que seria uma mentira. Não havíamos conseguido. Não todos.

Ele imediatamente percebeu o erro e pareceu tentar relaxar a postura tensa.

— E-eu... — Tentou, mas não encontrou nada para falar. — O jeito que ela... Queria poder...

Nenhum de nós soube continuar, então desviamos o olhar, constrangidos. Lágrimas quentes começaram a se formar no canto dos meus olhos, mas elas nunca desceram. Será que eu finalmente havia secado completamente?

A sala mergulhou em um silêncio incômodo, somente perturbado pelo som constante da respiração de Victória, que ainda parecia estar se recuperando. Eventualmente alguma de suas amigas quebrava o silêncio com perguntas sobre como ela se sentia, mas era apenas isso. Eu sentia uma necessidade grande de falar sobre Helena, de ser consolada sobre aquela imagem horrível que se repetia em minha cabeça, mas não tive coragem de abrir a boca para isso.

Da janela de vidro, tínhamos visão do térreo, com os muros cercados por quase duas fileiras de mortos-vivos que batiam no vidro como se sentissem ódio. A ideia de simplesmente não conseguir voltar para casa apareceu pela primeira vez em minha cabeça, mas me esforcei para afastar esse pensamento.

Será que seríamos resgatados? Será que alguma força policial, afinal, estava tentando manter a situação sob controle? Eu nunca quis depositar as minhas esperanças nessa possibilidade ingênua, mas cada passo que eu dei em direção a minha casa pareceu somente afastar-me mais dela. Certamente não iríamos sair do prédio de Melissa se um milagre não fizesse aqueles monstros irem embora. Eu queria pensar, queria voltar a discutir com Carlos sobre qual o melhor caminho que poderíamos seguir, mas ao mesmo tempo, eu estava tão cansada...

— Ei, Melissa. — Hector quebrou o silêncio, hesitante. Percebi que corou um pouco conforme todos nós olhamos para ele. — Você pode ligar a televisão? Acho que deveríamos ver o que estão dizendo no jornal.

Melissa assentiu para ele e pegou um dos 3 controles que ficavam cuidadosamente posicionados na mesinha de centro para ligar a TV. Naquele momento, diante de uma coisa tão habitual, percebi o quanto meu estômago começava a doer de fome. Toda a adrenalina estava indo embora, permitindo-me realmente sentir o que acontecia com meu corpo. Eu não havia comido nada desde o café da manhã e o sol começava a pintar o céu de laranja.

— Melissa, licença — pedi. Quando me levantei, senti minhas pernas tremendo, fracas. Eu realmente ficaria uma lástima se não comesse nada em breve. — Desculpe, mas eu não como nada desde hoje de manhã. Tem alguma bolacha?

A garota loira olhou para mim e abriu um sorriso, como se eu tivesse contado uma piada. Gentilmente, respondeu que eu não precisava me desculpar e foi até a cozinha, separando alguns potes. Colocou bolachas recheadas, cream crackers, amendoins e um saco de salgadinho em cada um deles, dispondo-os na mesa de centro.

— Acho que todo mundo está com fome, então separei algumas coisas. Vou tentar falar com os meus pais, ok? Mas daqui a pouco, se vocês ainda ficarem, faço algo para jantarmos de verdade. — Entregar-se a tarefas tão habituais parecia mudar completamente o semblante apavorado que Melissa carregou o dia inteiro.

Todos começaram a comer, até Victória, que parecia voltar ao normal. Afinal, percebemos que nenhum de nós comeu praticamente nada naquele dia. A adrenalina era capaz de nos distrair de funções básicas por muito tempo.

Enquanto comíamos, Melissa colocou no canal do principal jornal. Normalmente, neste horário, estariam passando novelas, mas sem nenhuma surpresa a programação não era habitual: dois homens de terno, com aparências desesperadas, davam as notícias em um plantão.

Talvez fosse pior do que eu pensava.

Meio hesitantes, os homens estavam em frente a uma tela com o mapa do Brasil, dividido por estados. Todos eles estavam tingidos de vermelho, com algumas variações de intensidade, mas sempre vermelho. A infecção (eles a chamavam assim) havia se espalhado por todos os estados brasileiros, além de ter sido confirmada nos principais países (e, embora não houvesse confirmação pública, acreditava-se que já havia chegado em praticamente todos). A maioria dos aeroportos e portos marítimos haviam sido fechados, em tentativas de conter maiores riscos, e muitas áreas inteiras foram postas em quarentena. Ainda assim, apesar das medidas de precaução, as notícias de que várias capitais já haviam sido dominadas pelo caos, com infectados atacando em todos os lugares, não paravam de chegar.

Sabiam ainda muito pouco sobre as coisas e o vírus que carregavam, apenas que era muito perigoso. Letal. E nisso, havia a implicação de que o que voltava realmente estava morto, embora eles não tivessem usado essa palavra. O vírus parecia afetar o cérebro e, de alguma forma, inibia os receptores de dor, então quaisquer golpes naquelas criaturas não surtiam muito efeito. "Alguns relatam que um golpe forte na cabeça pode ser fatal, mas as autoridades não recomendam qualquer tentativa de combate. Ao invés disso, orientam que tentem se esconder, racionem alimentos e esperem por resgate" alertou um dos jornalistas, sem se importar com a colocação de um "golpe fatal" para algo que já estava morto.

Eu quase começava a achar tudo aquilo cômico, como se houvesse um cruel toque de ironia em cada coisa que eu ouvia. Antes que eu pudesse externalizar qualquer comentário, o que se seguiu calou a minha boca como um golpe avassalador: vieram as imagens. Grandes metrópoles dominadas pelo caos e destruição, engavetamentos quilométricos nas principais estradas do país; shoppings, pontos turísticos, ruas movimentadas, tudo engolido pelo fogo; em cada imagem, a presença contínua daqueles seres desconhecidos, assustadores e... que Deus nos protegesse... Famintos. Um circo herege e descontrolado que se estendia por todo o país. Por todo o mundo.

Em meio a tantas imagens horríveis, a pior de todas foi nossa própria cidade. Em tomadas aéreas, víamos as ruas de Florianópolis dominadas pelo desespero. Ônibus estavam capotados em acidentes terríveis (era impossível censurar tantos corpos, então eles nem tentavam), postes de luz tombados e cadáveres espalhavam-se pelas ruas tingidas de vermelho.

Vimos a ponte que unia as duas partes de nossa cidade, passando sobre quase um quilômetro de mar. Estava lotada de carros imóveis que emitiam uma sinfonia de buzinas raivosas. O motivo do caos era um bloqueio policial na parte do continente, impedindo os carros de entrar ou sair da ilha. Os apresentadores do jornal não sabiam identificar o motivo do bloqueio. Mais algumas imagens aéreas mostraram a ponte de outro ângulo, mas logo as imagens de São Paulo voltaram a aparecer.

Levei segundos para voltar à realidade, minhas mãos tremendo como se eu estivesse sob o frio polar. Ao mesmo tempo, comecei a suar, em um misto apavorado de emoções. O silêncio derramou-se sobre a sala. Nem em nossos piores pesadelos estaríamos preparados para aquela cena. Ao meu lado, meus colegas pareciam tão em pânico quanto eu, conforme finalmente entendemos a real extensão da situação.

Melissa quebrou o silêncio, trazendo um convite baixo e hesitante:

— Se vocês precisarem passar a noite aqui, não tem problema...


Nota da autora:

Se fosse eu no lugar da Melissa, meu pai ainda ia dizer "não quero saber, não pode dormir menino aqui em casa não 😡" fdklafsdjkl 

Fun fact: essa história se passa em Florianópolis. Depois da revisão, eu deixei as descrições AINDA MAIS REALISTAS, seguindo mais ou menos o mapa das ruas etc. *MAS* uma liberdade criativa que eu tomei foi a de manter só uma ponte... enquanto Florianópolis tem três. Acho mais dramático 😇

Caras, como esse capítulo me passa sensações ruins!!! Vocês já se imaginaram numa situação dessas? Tipo "a salvo", mas vendo pela televisão um caos completamente sem precedentes? Internalizando pela primeira vez que o mundo seguro que você conhece NÃO EXISTE MAIS????

Caralho eu amo apocalipse zumbiiiii

Amigos, essa semana nos despedimos por aqui! Espero que tenham gostado das seis atualizações ❤

Lembrete: amanhã temos mais uma leitura coletiva! Eu fiquei tão feliz com a última 😭 Achei divertidíssimo conversar com vocês, contar curiosidades, cuspir metade dos spoilers no processo........

Às 19h na Twitch! Todos estão convidados 🥰

Até lá, não sejam mordidos! 

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