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Capítulo 30.

Ao acordar e sentir o calor da mão de Melissa em contato com a minha, demorei alguns segundos para lembrar o motivo pelo qual a menina de cabelos loiros tinha dividido a cama comigo naquela noite.

Conforme fui vencendo o torpor do sono, lembranças das conversas que compartilhamos na noite anterior invadiram a minha mente. Era confortável saber que ainda era possível me sentir uma adolescente normal, com borboletas no estômago e amigas com quem compartilhar fofocas, em meio a uma eterna luta pela sobrevivência.

A lembrança que naquele dia voltaríamos para a incerteza das ruas, trouxe-me uma careta de desânimo.

Tentei acordar Melissa com cuidado, mas ao menor movimento, Mei ergueu as orelhas e abriu os olhos. No segundo seguinte, estava na cama, pulando sobre nós e espalhando lambidas meladas de baba. Melissa teve que afundar o rosto nos pelos de Mei para segurar um riso alto.

Senti a brisa da manhã invadir o quarto, com a certeza de que, independente do frio que fazia, próximo ao meio dia estaríamos quase em 30 graus. Eu havia deixado a janela aberta para arejar, agora que o ar-condicionado não funcionava mais, mas a ideia de que alguma criatura poderia se esgueirar no meio da madrugada fez um calafrio passar pelo meu corpo. Eu ainda cometia tantos erros ingênuos que era uma surpresa estar viva até agora.

Olhei pela janela e algo captou a minha atenção, despertando-me o desespero. Atirei o lençol para o lado, levantando-me da cama e Mei parou com as brincadeiras, erguendo as orelhas e me acompanhando com a cabeça.

Apoiados nas grades de ferro do meu portão, duas criaturas esticavam seus braços nojentos por entre as barras, como se quisessem alcançar algo dentro do terreno. Para a minha surpresa, aquela visão foi capaz de me fazer sentir somente ódio daqueles monstros. Eu não fazia ideia do que chamara sua atenção na parte de dentro, com todo o cuidado que tomávamos para não sermos notados e, ainda assim, lá estavam eles, aquele lembrete eterno de que a morte estava sempre a espreita.

— Ainda bem que estamos de saída hoje — Melissa murmurou, da cama, observando as minhas reações. Tentei sorrir em resposta, mas sem sucesso. — É melhor irmos nos arrumar logo.

Assenti para ela e começamos a nos vestir com as roupas que usaríamos pelos próximos dias. Por mais estranho que pudesse parecer, planejamos em grupo até o que vestiríamos. Ninguém tinha certeza sobre o quão efetivo seria, mas a nossa experiência até então nos levou a crer que aquelas criaturas, por mais que insensíveis à dor e ao cansaço, ainda mantinham a maioria das características físicas de um humano. O que significava que, por mais mortais que fossem, seus dentes e unhas eram como os de um humano não-transformado. Imaginamos que o melhor a se fazer era cobrir ao máximo o corpo com peças que oferecessem resistência.

Nenhum de nós pretendia levar uma mordida, mas qualquer coisa que nos desse um pingo a mais de segurança tornava válido o investimento.

Dessa forma, mesmo com o calor iminente, vesti minha jaqueta de couro. Durante os nossos saques recentes, também buscamos por algumas peças de roupas, dispondo agora de uma variedade um pouco maior, mas que nem metade poderia seguir caminho conosco. De qualquer forma, todos tínhamos jeans para usar, tênis mais adequados (ou, no meu caso e de Carlos, coturnos) e jaquetas de couro, ou pelo menos outras minimamente grossas para oferecer proteção.

Infelizmente, Mei odiava usar roupas ou acessórios, então redobraria a minha atenção para mantê-la longe de perigo. Eu tinha plena confiança no seu treinamento. Sabia que, apesar de brincalhona e carinhosa, ela era um cachorro inteligente. Na verdade, imaginava que os animais já tinham uma noção do perigo que aquelas criaturas poderiam significar, tendo instintos tão mais aguçados do que nós humanos. Ainda assim, uma sensação de desconforto me atingiu ao imaginar um cachorro correndo na direção de seu dono transformado em morto-vivo, ainda com plena confiança nele. Durante todo o nosso trajeto, não vimos cães ou gatos, coisa muito comum antes. Alguns pássaros ainda cantavam e, de noite, ouvíamos grilos, mas a própria natureza parecia estar estranhamente quieta.

Quando eu e Melissa saímos do quarto, meus olhos encontraram-se com os de Guilherme e senti as bochechas esquentando. Dei um sorriso para ele, que retribuiu com uma piscada. Melissa, cujos olhos atentos captaram aquilo, apertou a minha cintura, com malícia.

Os demais não pareciam particularmente entretidos com o pequeno mundo em que eu e Guilherme nos perdíamos, quase cabisbaixos. Mas como eu poderia julgar? Estávamos voltando a arriscar as nossas vidas nas ruas.

O nosso plano para o primeiro dia era simples: sequer sairíamos do meu bairro. Eu poderia me questionar se a pouca movimentação era realmente sem motivo, ou se na verdade era uma maneira de nos reacostumar com aquilo, mas não achava que encontraria nenhuma resposta que me agradasse. Seguiríamos pelas ruas paralelas algumas quadras para cima, até chegarmos na altura onde ficava uma farmácia e um posto de gasolina. Ainda que fosse uma rua um pouco mais movimentada do que a minha, estávamos afastados do centro — e eu só podia rezar para que isso fosse o suficiente.

Comemos em silêncio a pouca comida que restava, que mal serviria para encher nossos estômagos até o meio-dia. Mesmo saindo quase que diariamente em busca de suprimentos, parecia impossível manter um bom estoque de comida para que 7 pessoas e um cachorro comessem bem, principalmente considerando que somente alimentos não-perecíveis que nos interessavam, uma vez que as carnes e legumes há muito já haviam apodrecido. Felizmente, para Mei, havia muita ração sobrando no mundo agora.

Selecionar as coisas que levaríamos conosco não se mostrou uma tarefa nem um pouco fácil. Era complicado colocar tudo que você precisaria para talvez viver o resto da sua vida dentro de uma mochila. Algumas coisas logo tornaram-se descartáveis, como muitas peças de roupas, pois agora somente poucas mudas nos bastavam e muito raramente tínhamos oportunidade de trocá-las (ou lavá-las); objetos com valor emocional não tardaram em virar somente quinquilharia, e talvez a única coisa com qualquer valor que eu levava comigo era uma foto velha onde eu posava com Mei e minha avó em um dia em que passeávamos no parque. Enquanto isso, outras coisas tornava-se de extrema necessidade: vasculhamos todos os armários da minha casa atrás de medicamentos, mas achamos pouca coisa (o que era grande parte do motivo para que a nossa primeira parada fosse uma farmácia); a pouca comida que sobrara, em sua maioria leve e não perecível, seria levada conosco; cada um de nós tinha um cobertor enrolado preso na mochila; encontramos também uma lanterna velha e empoeirada na minha casa que, por sorte, ainda funcionava.

Tomei o cuidado de deixar as minhas coisas prontas antes dos outros. Enquanto todos ainda estavam reunidos na sala, verificando as últimas coisas a levar, como se estivéssemos prestes a fazer um passeio do colégio, afastei-me e Mei me seguiu.

Resolvi aproveitar os meus últimos instantes em minha casa sozinha, aproveitando a nostalgia que só o lar pode nos proporcionar. Cada parede, cada pedaço de rodapé comido por mofo, cada parte do piso era um reflexo diferente da minha vida. Fechei os olhos e tomei o cuidado de inspirar profundamente, tentando guardar para mim o cheiro que despertava lembranças. Ela estava diferente do que sempre fora: os móveis mudados de lugar, os quartos bagunçados, muitos pertences que não eram meus, mas lá no fundo, ela sempre seria a minha casa.

O último quarto que deixei para visitar era o de minha avó. Nenhuma outra pessoa viva nesse mundo além de mim saberia quantas noites eu já havia passado nesse quarto, depois de acordar em prantos de pesadelos nascidos dos filmes que a minha avó repetia que eu não deveria ver, mas que eu mesmo assim desobedecia e ela fingia que não sabia. Era um cheiro típico de perfume floral, produtos de limpeza e, lá no fundo, um pouquinho de mofo. Um quarto velho, aconchegante... Fechei os olhos com força, segurando os pelos da Mei e guardando para sempre aquele momento em meu coração, assim como guardaria aquela foto. Ter passado todos os dias que se seguiram no quarto da minha avó havia contribuído para que a dor da despedida se amenizasse, mas ela jamais seria inexistente.

Àquela altura, eu sabia que todos estavam prontos, educadamente esperando que eu e meus devaneios permitissem a nossa partida. Uma última vez olhei para dentro do armário da minha avó, uma última vez peguei os porta-retratos sobre a sua cômoda, cobertos por uma fina camada de poeira (e acabei levando mais uma foto, dessa vez somente minha e da minha avó, que coloquei dobrada no bolso da calça), e uma última vez respirei fundo, esperando levar comigo aquela fragrância floral. Quando eu e Mei voltamos para a sala, todos estavam nos esperando.

— A Mei vai sem coleira mesmo? — perguntou Melissa.

— Eu confio mais nela solta caso algo aconteça, para não haver nada restringindo seus movimentos. E, de qualquer forma, a coleira e a guia dela não estão mais aqui. Acho que a minha avó tentou levá-la, mas resolveu soltá-la quando... sabe Deus o que aconteceu — justifiquei.

Quando colocamos os nossos pés na varanda de madeira, procurei por costume as chaves da casa no meu bolso de trás, mas eu sequer as tinha pego. Não havia motivo para trancar a porta, de qualquer forma.

Assim que entramos na linha de visão dos mortos em frente ao meu portão, nossas imagens impossíveis de não serem vistas sob a luz fraca do sol, eles se agitaram e seus rosnados aumentaram. Mei imediatamente mostrou-se um pouco ansiosa e me abaixei, para que pudesse fazer carinho em suas orelhas.

O procedimento de como limparíamos o caminho já havia sido decidido antes, embora não tivéssemos testado. Carlos foi quem pegou um facão e se aproximou do portão, criando um pequeno alvoroço entre os mortos. Guilherme se afastou alguns passos e começou a fazer barulho para atrair a atenção deles.

Eram somente quatro, mas qualquer erro poderia ser fatal. Mantendo-se calmo e em silêncio, Carlos esperou até que dois deles seguissem Guilherme. Aproveitando a oportunidade, em um movimento rápido e seco, colocou a mão por entre as grades e puxou um pela gola puída e nojenta da camiseta até que a sua cabeça batesse contra o portão. Antes que a criatura pudesse erguer as mãos em direção ao agarrão, Carlos passou a lâmina da faca pelas grades, fincando-a lentamente no globo ocular da criatura, até penetrá-lo completamente, deixando um líquido aquoso misturado com sangue escorrer. Percebi seus músculos tensionando enquanto ele enfiava a lâmina até quase o final, transformando aquela criatura mortal em algo inerte.

Eu não sentia saudades da sensação de ânsia de vômito que dominou meu corpo. Melissa se contorceu, parecendo que iria vomitar, mas conseguiu se controlar no último segundo. Para falar a verdade, até Carlos parecia completamente enojado.

Quando a cabeça do zumbi, agora verdadeiramente morto, pendeu para o lado, ele precisou fazer um grande esforço para mantê-lo próximo e recuperar a lâmina. Agora que as pernas não seguravam mais o próprio peso, o corpo do zumbi tornara-se somente uma massa de carne de quase 80 quilos. De maneira quase desesperada, Carlos conseguiu puxar a faca para fora momentos antes de ser agarrado pelo segundo zumbi. O movimento repentino o desequilibrou um pouco e ele estava respirando alto.

— Tudo bem? — Victória perguntou. Por mais que houvesse sido uma tensão assustadora, tudo aconteceu em segundos. Guilherme continuava mantendo a atenção das outras duas criaturas nele.

— Tirar a faca é muito difícil — Carlos disse, estalando o pulso. A lâmina do facão estava completamente suja de sangue. Uma gota escorria pelo cabo até a sua mão. — Tem que ser rápido, se não a coisa vai cair e levar ela junto.

Antes que qualquer um de nós conseguisse falar alguma coisa, com outro movimento preciso e veloz, Carlos agarrou o pulso do mais um morto, puxando-o também pelas grades. O que um dia fora um homem de aproximadamente 30 anos agora era somente um cadáver com marcas de mordida pelos braços. Com ainda mais força e velocidade, Carlos cravou a faca na testa do monstro, fazendo o sangue espirrar.

Logo seu rosto se contorceu em uma careta de esforço, conforme o peso da criatura caía para trás. Carlos foi obrigado a soltar o cabo da faca conforme a cabeça começava a pender e todo o resto acompanhava. Ele estalou a língua, olhando para o corpo inerte que agora jazia no chão. A faca cravada na testa deixava grossos filetes de sangue escorrerem.

— Merda. — Colocou uma das mãos sobre o pulso.

— Você está bem? — Alana se adiantou na direção do garoto, que dispensou a ajuda.

— Tô. Mas é uma merda fazer isso. E agora estou sem a faca.

— Tudo bem, dá para recuperar. — Guilherme quem disse, retirando o próprio facão de um coldre improvisado que fizemos, acoplando tecidos em um cinto. Ele olhou para os dois cadáveres à sua frente, perigosamente próximos um do outro, diferente dos que Carlos eliminou. — Rebeca, você pode me ajudar aqui? — Seus olhos verdes pousaram em mim. Senti meu coração bater um pouco mais forte e me xinguei por isso. Era um sentimento idiota para se sentir agora que as nossas vidas voltavam a entrar em jogo, mas eu não sabia o que fazer para impedir que aquilo me atrapalhasse.

Retirei do meu "coldre" o facão, que na verdade era a própria faca que usávamos na cozinha de casa, precariamente afiada. Conforme eu me afastava, Mei tentou me seguir, porém dei o comando para que ficasse e ela obedeceu.

Assim que me posicionei em frente ao portão, ao lado de Guilherme, assenti para ele. Em um movimento conjunto, trouxemos as duas criaturas para perto, da mesma forma que Carlos. Agarrei o decote da camiseta do que outrora fora uma mulher de 20 anos, trazendo-a para perto de mim. O som da blusa se esticando fez meu coração acelerar, imaginando que ela fosse se rasgar, mas a mesma permaneceu firme e serviu de apoio. Tentei ser precisa como Carlos em seu primeiro golpe, mirando no glóbulo ocular da criatura, porém errei por centímetros, precisando forçar ainda mais para que pudesse penetrar seu crânio. A sensação do metal perfurando o osso não foi agradável, e o peso que se deu logo depois foi completamente desconcertante. A mulher caiu em minha direção, forçando-me para trás e batendo com o corpo nas grades que nos dividiam. O peso repentino que me obrigou a soltar o cabo da faca, machucando um pouco a minha mão, mas afinal a coisa caiu imóvel no chão.

Quando prestei atenção em Guilherme, vi que ele parecia ter um pouco menos de dificuldade, conseguindo dar um golpe mais limpo e recuperar a faca. Ainda assim, o esforço necessário foi evidente. Ainda era surpreendente a disparidade entre fazer esse tipo de coisa na vida real e nos filmes que um dia assistimos.

Até encarar de frente o primeiro zumbi, eu me achava uma pessoa corajosa. Há.

De qualquer maneira, quatro zumbis jaziam imóveis no chão, dois com facas meio tortas cravadas em suas cabeças. Para mim, pareciam ter se passado horas, porém havíamos feito tudo aquilo em menos de um minuto.

Porém, chamamos atenção.

A rua pela qual passamos há mais de uma semana agora encontrava-se muito mais movimentada. Somente o que eu conseguia ver, por trás dos muros da minha casa, fazia-me acreditar que havia por volta de sete ou oito, além dos quatro que foram mortos. Alguns vinham vagarosamente, outros com mais vontade, mas todos tinham a nós como alvos.

— A gente tem que começar a fazer isso rápido, para evitar que eles se juntem. Abre e deixa eles entrarem, a gente consegue lidar com eles. — Ordenou Carlos, apontando para Hector, que estava ao lado do portão.

Hector acatou a ordem, envolvendo as grades do portão de ferro com as mãos e começando a arrastá-las para o lado.

Melissa aproveitou a deixa e correu até um dos corpos mortos, envolvendo o cabo da faca com a mão enquanto pressionava a cabeça com a sola do tênis. Com um puxão, conseguiu desencravar a faca. Antes que conseguisse ir para o outro corpo, percebeu que as criaturas já estavam muito próximas e foi obrigada a recuar.

Conforme o portão se abria, virei o rosto para ver como Mei estava, ainda em pé e com as orelhas erguidas em expectativa, mas permanecia obediente sob o comando para que ficasse para trás — ou quase, pois a cada instante, movia as patas inconscientemente um passo mais para frente.

Sem minha faca nas mãos, alcancei meu bastão, que Alana estava oferecia. Carlos pegou de volta a sua barra de metal e Melissa embainhou a faca no coldre falso de seu cinto, agarrando um dos pedaços de madeira com pregos que ainda trazíamos conosco, oferecendo o outro a Hector. Guilherme mudou a posição que segurava a faca para algo mais defensivo.

O primeiro entrou com velocidade, quase uma corrida, mas que àquela altura não nos oferecia qualquer perigo. Hector amparou sua aproximação com um golpe forte com o pedaço de madeira, fazendo lascas voarem. Quando a criatura caiu no chão, certificou-se de dar um segundo golpe, desfigurando seu rosto e fazendo sangue jorrar.

Os outros três entraram praticamente juntos, e o problema era que estavam muito próximos. Guilherme, que somente estava armado com uma faca, preferiu afastar-se e deu espaço para que eu e Melissa cuidássemos desses, enquanto Carlos os contornava e acertava um por trás, forte o suficiente para derrubá-lo no chão.

Melissa respirou fundo e acertou outro, fazendo com que só o último ficasse para mim. Forcei mais os meus dedos em volta da madeira, por um lado, encontrando conforto naquele ato; por outro, ficando completamente insegura enquanto me perguntava se ainda era capaz disso?

Quando a madeira entrou em contato com a pele pútrida da criatura, uma onda de choque subiu pelos meus braços, fazendo-me lembrar da sensação ruim que senti por um dia inteiro e que precedeu a dor mortal que me debilitou por uma semana. Não havia se tornado mais fácil com alguns dias de falta de prática, mas somente com algumas lascas de madeira a menos, consegui atirá-lo para o chão, já inerte. Guilherme certificou-se de cravar a faca em sua cabeça uma última vez, mesmo que ele já tivesse parado de se mover.

Vi enquanto Guilherme acompanhava os passos de um outro zumbi que andava preguiçosamente em sua direção. Assim que o monstro pegou impulso para atirar-se sobre meu colega, Guilherme aproveitou a brecha para, de baixo para cima, destruir seu cérebro com o fio da faca. Victória e Alana também eram alvo de uma das criaturas, esta um pouco mais rápida, o que quase fez o meu coração perder o ritmo. Tive uma agradável surpresa ao ver Victória lidar com a situação dando uma forte rasteira no monstro e o derrubando no chão. As meninas deram espaço e Carlos finalizou com um golpe limpo. Tudo se acontecia perigosamente perto de Mei, que obedeceu o meu comando para se afastar.

Conduzimos a situação com calma e precisão, rapidamente exterminando aqueles que conseguiram alcançar o jardim da minha casa. Foram somente mais 5 zumbis e, no fim, 9 corpos estavam estirados no chão com feridas mortais em suas cabeças.

Mesmo que o resultado tivesse parecido impecável, nossa exaustão física era evidente. Um golpe forte o suficiente para atordoar ou matar essas criaturas exigia uma força enorme, que resultava em cansaço e braços doloridos. A própria tensão do momento, a forma como tínhamos que obrigar os nossos corpos duros a obedecer comandos que pareciam suicidas, já era exaustiva. Podia parecer fácil e podíamos parecer mais experientes, mas ainda era igualmente horrível, perigoso e nos consumia por completo.

Enquanto eu apoiava as mãos nos joelhos para descansar, chamei Mei. Era entender o que a minha cachorra sentia, mas ela parecia ter lidado bem com a proximidade das criaturas. Imaginei que, quando saíra com a minha avó em direção à casa de Marta, já havia visto esse tipo de cena. Ainda assim, parecia um pouco ansiosa e eu tinha certeza que encontraria seu coraçãozinho disparado, caso eu colocasse a mão em seu peito peludo. Era tudo muito novo para ela, mas no geral, minha cachorra lidou bem, permanecendo fiel ao treinamento e confiante em mim.

— Tudo bem? — Senti algo encostando no meu ombro e ergui a cabeça para encontrar Guilherme me encarando, preocupado. Embora eu estivesse feliz, meu corpo teve a decência de se comportar e disfarçar suas emoções.

Assenti com a cabeça, respirando fundo. Guilherme estava com os cabelos desgrenhados e as mãos sujas de sangue. Quando viu que eu estava bem, sorriu para mim, visivelmente mais tranquilo. Antes que eu pudesse formular uma resposta, a voz de Hector exigiu nossa atenção:

— Anda, gente, têm mais deles vindo! — Ele falou, enquanto colocava a mochila nas costas. — Vamos sair daqui antes que fiquemos cercados!

Claro, não havia mais tempo para isso.

Agora as nossas vidas voltavam para o jogo.


Nota da autora:

Há muito tempo atrás, quando comecei a postar esse livro, nem acreditava quando finalmente tinha chegado no capítulo 30. Mias uma vez, ainda parece que eu comecei ontem 🖤

Muito obrigada a todos que me acompanham desde aquela época, e a todos que chegaram agora! 

Espero que estejam gostando da história!

Suposições do que vai acontecer? 👀

Amanhã volto para contar.

Não sejam mordidos (e torçam para que nossos sobreviventes também não!)

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