Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 19.

Acordei com um salto, puxando o ar como quem luta contra o afogamento. A realização de que eu desmaiei em um momento tão terrível me acertou com um soco, deixando Melissa sozinha com sua amiga, que a qualquer instante poderia voltar como um zumbi.

Fiz esforço para sentar e ignorei a dor que me dava boas-vindas enquanto olhava ao redor, buscando por Melissa.

Encontrei-a sentada na ponta do cais, abraçada em suas próprias pernas. Estava de costas para mim e só pude observar as ondas loiras, que agora não pareciam mais hidratadas, somente úmidas e oleosas. Melissa estava quietinha, talvez olhando para a água, talvez chorando, porém completamente sozinha. Não encontrei Ana em lugar algum, mas a prova de que nada daquilo foi um pesadelo era o sangue seco que se espalhava por grande parte do cais. A outra coisa que chamou a minha atenção foi a fogueira acesa na areia da praia.

Quando tentei falar, minha garganta ardeu tanto que comecei a tossir. Melissa imediatamente ergueu a cabeça e olhou para trás, seu rosto vermelho e inchado por causa do choro.

Só então percebi que havia uma garrafa de água ao meu lado e, enquanto entornava o conteúdo garganta abaixo, também notei que Melissa havia usado um casaco para me cobrir e deixado sua mochila sob o meu rosto. Quanto tempo eu havia ficado apagada?

Melissa continuou me olhando de longe enquanto eu bebia metade da garrafa antes de afastá-la dos lábios e limpar o rosto com as costas da mão.

— Melissa! — Falei, agora sem o gosto de água do mar na garganta. — O que aconteceu, cadê ela?

Surpreendi-me com a calma em seus olhos. Melissa se levantou e veio até mim e só falou depois de se sentar ao meu lado:

— Como você está se sentindo? Está tonta ou com dor? Desculpa por não ter conseguido te ajudar. Não percebi como você estava cansada...

Olhando para ela, meu rosto devia ter refletido minha incredulidade. Fora a dor nos músculos e a garganta seca, eu estava bem. Não conseguia compreender como meu estado era mais importante do que a possibilidade de um zumbi próximo. Como se tivesse entendido, Melissa continuou:

— Eu fiz o melhor que eu pude... Tentei limpar as feridas com um pouco de álcool e estancar o sangue, mas simplesmente não parava de sair. Os machucados estavam horríveis, acho que mesmo com Alana aqui, teria sido inútil. — Melissa puxou a manga do casaco que me cobria e delicadamente limpou minha testa, sujando o tecido de sangue. — Ela não aguentou muito mais depois que você desmaiou, no máximo alguns minutos. Também não falou mais nada, só chorou até o fim. — Uma lágrima solitária escorreu pela bochecha rosada da garota.

— E onde ela está?! — perguntei, com tanto desespero que quase gritei. O primeiro pensamento que invadiu a minha mente quando abri os olhos foi o receio de Melissa não ser forte o suficiente para se separar da amiga caso ela voltasse como um monstro.

Melissa demorou para me responder, olhando para trás de mim. Em dúvida, acompanhei seu olhar e percebi que uma trilha de sangue se estendia por alguns metros. No fim dela, meu bastão repousava, completamente coberto de sangue. Virei os olhos para Melissa.

— Quando ela morreu mesmo, eu decidi que seria melhor afastá-la de você, para te manter a salvo. Aí arrastei ela para longe e esperei... Eu não iria conseguir apenas jogá-la no mar, sabe? Não sem ter certeza... — Melissa ficou alguns segundos em silêncio. — Então ela abriu os olhos e veio o rosnado. Durante todo esse tempo eu tive medo de não conseguir lidar sozinha, mas não queria te acordar, então quando ela levantou eu fiz o que o Hector nos falou para fazer: bater na cabeça. Até parar. — Percebi que seu corpo começou a tremer e as lágrimas voltaram aos seus olhos enquanto ela falava. Acolhi suas mãos com as minhas, para mostrar que estava tudo bem agora. — Foi horrível, mas eu tinha que fazer, sabe? Só tinha eu...

— Eu entendo, Melissa. Eu queria poder te livrar dessa dor... Sinto muito por você ter que fazer isso — murmurei.

Ela assentiu.

— Foi ruim, sabe? Mas eu achei que seria pior. Quando ela voltou, mesmo que parecida com a Ana, eu meio que sabia que não era ela. Eu esperei alguns segundos para ter certeza, mas quando ela colocou os olhos em mim eu vi... Fome. — Melissa ficou em silêncio por alguns segundos, olhando para mim. — E eu fiquei com raiva, Rebeca. Fiquei com raiva porque eu sabia que não estava olhando para a Ana. Eu estava com raiva do que quer que tenha substituído seus olhos por aquelas coisas famintas. E quando eu bati, bati com toda a força... Vai que eu conseguisse expulsar aquele monstro do corpo da minha amiga. — Ela riu fraquinho, mas não achava graça.

Imediatamente puxei-a para um abraço e a senti pousar o rosto na curva do meu pescoço. Ela não chorou, mas me apertou com força.

— Você foi muito corajosa. Talvez mais do que eu mesma conseguiria ser... Obrigada por me proteger, Melissa.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, enquanto eu enrolava uma mecha de suas ondas douradas na ponta do meu dedo. Eu não era uma pessoa que gostava muito de abraços, mas recentemente eles haviam se tornado algo mais confortável. Quando finalmente senti um pouco de paz, uma realização repentina tomou conta da minha cabeça. Afastei-me de Melissa, arregalando os olhos:

— Onde está Carlos?! — perguntei, minhas palavras saindo mais altas do que eu pretendia. Olhei em volta em uma tentativa inútil, porém não encontrei sinal dele. Ao invés disso, enxerguei dois cadáveres na praia, próximos à fogueira. — Meu Deus Melissa, quem são aqueles?!

Ela acompanhou o meu olhar, os próprios olhos arregalados diante do meu desespero. Em seguida, agarrou-me pelos braços, fazendo com que eu olhasse para ela.

— Calma, Rebeca! Aqueles são só dois zumbis que chegaram perto, acho que ouviram os gritos. Eu consegui dar conta deles! O Carlos... Ele ainda não chegou... Está atrasado...

— Por quanto tempo eu fiquei desacordada, Melissa?! — insisti.

Ela não me respondeu, virando a cabeça para o lado. Seu lábio inferior tremeu.

POR QUANTO TEMPO?!

— Uma hora. Mais ou menos... Um pouco mais. — Finalmente falou, seu tom de voz lentamente diminuindo conforme as palavras saiam.

— Meu Deus...

Milhares de pensamento invadiram a minha cabeça. Seria possível que não tivessem conseguido completar a viagem? Parecia impossível, com o mar calmo daquele jeito. Se algo os impediu de voltar, pode ter acontecido depois de chegar ao outro lado...

Um pensamento terrível assolou-me a mente.

— Você não acha que eles continuaram sem a gente, né? — perguntei para Melissa,

Seus olhos encontraram os meus carregando uma expressão de horror, mas não porque concordava comigo. Senti seu apertão se intensificar, conforme ela me dava um chacoalhão.

— Meu Deus, Rebeca! Olha o que você está dizendo! É óbvio que não. Alguma coisa aconteceu para que eles se atrasassem, mas só isso. Devem ter parado para procurar um lugar seguro. Eu tenho certeza absoluta que Carlos vai voltar, e você também deveria ter.

Senti minhas bochechas esquentando. Após presenciar uma garota que precisou encontrar toda a sua coragem para me proteger da melhor amiga que acabara de morrer em seus braços, eu ainda questionava a palavra do meu grupo. Murmurei um pedido de desculpas, sem conseguir encará-la.

— Não tem problema, você está cansada. Fica calma e descansa, se quiser. Eu estou de olho. Quando Carlos chegar, eu te aviso. — Ela me abraçou forte e, em seguida, foi para a ponta do cais, onde voltou a olhar para o horizonte. Dessa vez, com as pernas cuidadosamente dobradas sob o corpo.

Tentei me recompor depois que Melissa se afastou, mas meu coração ainda batia com força. Recuperei o meu bastão, que a esta altura estava completamente ensopado de sangue, enquanto observava os dois cadáveres na praia. Não que eu me sentisse nessa posição de superioridade, mas de certa forma, estava orgulhosa dela.

Limpei no mar o sangue do bastão, com o cuidado de olhar bem ao meu redor. Era surpreendente que a criatura tivesse emergido da água do mais completo nada, sem que qualquer um de nós estivesse esperando. Ela veio andando até nós, sob a água? Essas criaturas não precisavam de ar?

Eventualmente, aproximei-me de Melissa, acompanhando-a em sua espera. Não havia dúvidas em seu rosto, mas mesmo se não tivessem nos abandonado... E se algo aconteceu daquele lado? Algo horrendo o suficiente para impedir que eles voltassem?

Quis conversar com Melissa, mas tinha medo que meu coração nervoso só conseguisse refletir as minhas dúvidas. Então percebi que traía meu próprio plano de ocultar meus medos para não deixar que o receio se espalhasse. No fim, permaneci em silêncio, mantendo-me somente ciente das dores e pedidos de descanso do meu corpo.

Esperamos por quase meia hora, antes que a confiança cega de Melissa se mostrasse correta: aos poucos, na escuridão, uma silhueta se tornava mais clara. Um barquinho com um único marinheiro aproximava-se tranquilo, como se não houvesse um apocalipse do qual correr.

Logo a silhueta fez-se distinguível, conforme a figura de Carlos ficou clara. Ele vinha em nossa direção, 20 ou 30 metros distante do curso. Àquela altura altura, a fogueira já havia diminuído muito de tamanho, então eu e Melissa jogamos a garrafa embebedada de álcool nela, criando uma pequena explosão, que atirou chamas ao céu. Para o nosso alívio, o curso do barquinho foi corrigido após a nossa sinalização desesperada.

Quando Carlos se aproximou o suficiente para que eu visse sua fisionomia, percebi que buscava algo ao nosso redor. Então a falta que Ana fazia se fez presente como um aperto em meu coração. Ele continuou remando de maneira consistente até que estivesse próximo o suficiente para que ouvíssemos a sua voz.

— Desculpem pela demora — falou e olhou para mim. — Onde está Ana?

Travei meu maxilar, percebendo o quão difícil era ter que entregar aquela notícia. Quem respondeu foi Melissa, com lágrimas voltando aos seus olhos:

— Estávamos esperando nós três quando... um deles veio da água. Simplesmente saltou do mar e puxou a Ana para baixo da água. — Ela limpou uma lágrima com as costas do braço. — Rebeca foi atrás dela, conseguiu matar a coisa, mas não adiantou... ela...

A frase morreu no ar enquanto Melissa apontava para o mar, ao lado do cais ensanguentado. Senti o coração disparar quando Carlos apertou com tanta força o cabo do remo que os nós dos dedos embranqueceram. Será que nos culparia por aquilo?

— Andem logo, então. Vamos embora de uma vez. — Cuspiu as palavras, sem nos olhar nos olhos.

Estava visivelmente abalado, mas evitou demonstrar enquanto alinhava o barco com o cais. Mesmo com o coração pesado, não questionei sobre sua demora enquanto colocávamos nossas mochilas e subíamos à bordo. Eventualmente, ele mesmo quem começou a falar:

— Demorei porque tivemos que mudar a rota. Estávamos indo em direção à marina, mas... Estava um caos, como Renan previu: cheio de zumbis, corpos e... Pessoas. Vivas. Lutando, desesperadas, ou sendo comidas. Algumas empurravam as outras no mar enquanto disputavam lugar em barcos lotados. — Ele se perdia nas palavras, com dificuldade de prosseguir. — Ficamos com medo de nos aproximar, e quando ouvimos os tiros, mudamos de direção. Nos afastamos uns 600 metros até chegar numa faixa de areia que mal dava para chamar de praia, mas que estava vazia.

— E estão todos bem?! — perguntei, um pouco alto demais, nervosa com aquele suspense.

— Estão todos vivos... Onde paramos também havia zumbis e tivemos que enfrentar alguns. Dava para ouvir bastante barulho vindo da avenida, e como já estávamos atrasados, aproveitamos uma espécie de barraco ali perto, um depósito de barcos, para nos esconder. Estava vazio e as janelas quebradas, mas parecia seguro. Hector se machucou enquanto corríamos para lá. — Eu e Melissa adiantamos nossos corpos para frente, nervosas com a notícia. — Calma, ele não foi mordido! Literalmente caiu e se machucou, Guilherme precisou ajudar ele. Acho que torceu o tornozelo. Felizmente estamos com a Alana... Enfim, eu só consegui voltar quando tive certeza de que estávamos seguros por lá.

Consegui relaxar um pouco o corpo quando ele terminou de contar a história (infelizmente, a dor não deu qualquer sinal de trégua). Mesmo que tenhamos enfrentado um pesadelo, era um pouco reconfortante saber que todos estavam bem do outro lado.

Melissa envolveu a minha mão de maneira amigável, dando um sorriso cansado para mim, como se para reforçar que havia acabado. Dois caminhos úmidos de lágrimas brilhavam em seu rosto. Eu não imaginava que ela conseguiria se manter tão firme.

Nos afastamos do cais e consegui enxergar os pontos de luz do outro lado da costa. Não sabia mensurar o quanto se afastaram, mas provavelmente a viagem seria mais longa que o esperado. Então observei Carlos, que tinha a aparência exausta, mas ainda assim não protestou enquanto pegava um dos remos e iniciava o trajeto de volta.

Ele mostrou um temperamento difícil em outras ocasiões, mas agradeci por termos alguém tão forte conosco. Tentei me oferecer para ajudar a remar mas, novamente para minha surpresa, Melissa foi mais rápida.

Ela recontou com mais detalhes as nossas últimas horas enquanto eu deitei em um dos assentos do barquinho, observando a imensidão negra do mar da noite. Depois que a tensão se esvaiu do meu corpo, restou somente a dor, a exaustão... e uma melancolia sufocante. Da primeira vez que me dei conta de que o mundo que conhecíamos havia acabado, na cobertura do colégio, senti apenas desespero. Agora, uma nova realização pesava sobre meu peito.

Pela primeira vez percebi que, além de assustador, aquele mundo também era muito triste.


Nota da autora:

Olá, amigos!

Por favor, sem agressões!! 

Eu posso explicar o motivo de não ter  tido atualização ontem... foi porque eu esqueci kkk eu estava completamente absorta escrevendo o capítulo da semana de Em Fúria (só fui terminar 2h30 da manhã) que só percebi que não atualizei quando já tinha passado da meia noite.

Enfim, peço desculpas por isso! Mas não se preocupem, porque vou compensar hoje postando 3 capítulos 💜 

Então tratem de não serem mordidos!

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro