— Conte o que é. Eu estou curioso — fala o Rey olhando para a cama de Juliette que ficava ao lado da cama dele. Ela estava dormindo ainda.

— Na verdade tem duas novidades, vou contar a menos impactante — fala o Vex. Deixando o Rey mais nervoso.

— Fale logo o que é! Para de ficar enrolando — ele fala sussurrando para não acordar a prima.

— Tá, preparado? — ele brinca com o Rey.

— Vai logo oras! — O Rey fala um pouco mais alto, e olha novamente para o lado.

— Tá. Sabe, com a separação dos meus pais, eu saí da escola particular, pois quem pagava era meu padrasto todo mês. Minha mãe ia pagar para eu continuar lá no colégio, mas eu não quis, falei a ela que queria ir para uma escola pública, e ela aceitou... — ao ouvir isso, o Rey já tinha ideia de o que poderia ser, e se fosse o que ele estava pensando, seria ótimo ter seu irmão estudando na escola a onde ele estudava. — Resumindo tudo. Irei estudar com você lá na sua escola. Estou muito feliz de ir para seu colégio.

E era o que o Rey tinha imaginado. Ele não podia pular ou gritar de alegria agora, pois a Juliette se encontrava desmaiada na cama dela. Com uma leve excitação na voz ele fala. — Que bom Vex. eu gostei dessa notícia! Vamos se ver muito mais vezes por agora, né?

— Sim! O problema é que estou entrando no meio do ano, e vai ser difícil recuperar o meu semestre, mas nada que um esfocinho a mais não resolva.

Isso era verdade, eles já estavam no meio do ano, no mês de junho exatamente, e já estava na entrada da terceira unidade escolar. — Cara, não tinha pensado nisso, mas se precisar de ajuda estarei aqui.

— Obrigado, espero que dê tudo certo lá. Nunca estudei em escola pública.

Rey transfere o celular de um lado para o outro, e fala. — Lá é tranquilo, as pessoas são legais. Você vai gostar, eu aposto. Mas mudando de assunto, e a segunda novidade?

— Quase ia me esquecendo. Vou contar, mas por favor. Não surta — coloca pressão o Vex.

— Ah, começou de novo você com isso! Pare de falar desse jeito. Eu fico ansioso — fala o Rey esperando a resposta, mas o que ele ouvi no outro lado da ligação era sons de gargalhadas do Vex. — Você está brincando comigo? — ele sorrir.

— Desculpa. Eu não aguentei. — Vex dá uma pausa para se recuperar. — Tá. Sabe a rifa que a gente fez? — o Vex espera a resposta.

— Sim. Eu lembro, aliás não sei nem como anda essa rifa, e aposto que a irmã Sibele vai ser despejada nessa semana. Vou pedir para meu pai ajudar ela. — Rey fala. Ele estava querendo ajudar a Sibele ainda, mesmo contudo o que tinha acontecido com ele. Aliás ele só entrou nisso por conta dela.

— Não precisamos disso! Sabe quanto a gente ganhou na vaquinha?! — ele faz novamente a pausa de suspense.

— Fala logo!! — Rey grita sussurrando para não acordar a Juliette.

— CENTO E CINQUENTA MIL REAIS!! REY. A GENTE ESTÁ RICO — Vibra o Vex.

— O QUÊ! NÃO ACREDITO! — Rey não segura o grito. E dessa vez acorda a Juliette no quarto.

Ela acorda assustada olhando para o lado, e ver o Rey no celular, em ligação com alguma pessoa. Ela ver que o horário ainda era tarde, por que o sol ainda não tinha batido na janela. — Rey. Você acordado uma hora dessa?

Rey tenta esconder o celular, mas não tinha jeito. Ela já tinha visto isso. — Oi... Bom, eu posso explicar.

— Explique se então — ela senta na beirada da cama.

— Estou conversando com o Vex... E ele contou algo muito surpreendente, e acabei dando um grito por não acreditar, aliás ele ainda está na ligação.

— O Vex está conversando com você agora? — ela pergunta curiosa
— Sim, quer conversar com ele? — pergunta o Rey.

— De querer, eu quero. Mas não esse horário, não deu nem seis da manhã Rey. Mas me diga que algo surpreendente ele te contou.

— Ele falou sobre a vaquinha da irmã Sibele. Lembra? — a Juliette responde com um balançar de cabeça. — Ele disse que deu certo. E que a gente tá rico, acho que ele falou... Cem mil e alguma coisa.

A boca de Juliette abre automaticamente com a surpresa — Como assim?

Nessa hora o Rey se perguntava a mesma coisa, daí ele lembrou da ligação que ainda estava ligada. — Ah... A ligação. Vou por ele no viva voz para a gente saber como foi que aconteceu isso — Juliette sai da cama dela e vai rapidamente para a cama do Rey. Colocando no viva voz, e centralizando o celular no meio da cama, para os dois ouvir.

— Gente? — foi a primeira coisa que os dois ouviram do Vex.

— Oi. A Juliette agora está na ligação com a gente.

— Olá — responde a Juliette para o Vex.

— Oi Ju, tudo bem?

— Tudo sim... E você? — pergunta ela com um sorriso no rosto, que foi facilmente percebido por Rey.

— Quase morri, mas estou bem — Fala o Vex com uma voz contagiante.

Juliette rir. E a conversa é rapidamente cortada pelo Rey. — Tá. Vamos parar de gracinha, e ir no que realmente importa — Rey estava com um pouco de ciúmes da Juliette e do Vex, mas o que realmente importava naquela ligação era a doação suspeita. — Como conseguiu tanto dinheiro assim?

— Sabe... Eu também não sei. Um homem anônimo mandou a maior parte da doação. Só que eu apaguei automaticamente a vaquinha nossa no site. Só que tirei foto da nossa conversa. Eu agradecendo e ele mandando um ok. Posso enviar o print para você mais tarde — Vex resume tudo o que tinha acontecido.



— Lembra do print que te mandei? Ou nem sei se mandei, mas agora posso mostrar a vocês todos, o nome do anônimo que enviou a grana — Vex mostra a todos o celular.

E lá estava a mensagem do maldito anônimo. Na mensagem está escrito: ( Obrigado por ajudar a gente com esse valor, você está ajudando bastante a gente. Gratidão imensamente viu!...) Tinha um texto imenso de agradecimento do Vex, e no final daquilo tudo o anônimo manda somente um legal para aquele texto todo.

— Muito estranho isso! — fala a Jack olhando atentamente o celular de Vex.

— Sim, mas o importante não é isso, e sim o nome dele. Olha! — Vex aponta com o dedo no user dele.

— Alex68 — fala a Juliette preocupada. — Será que a teoria do Vex estava certa? — ela se perguntava olhando para aquela tela de celular.

— Isso tá muito estranho. — fala o Law, assim cortando o clima pesado do grupo.

— Pessoas, que tal a gente tentar procurar esse perfil no aplicativo da vaquinha? — propõe a Raquel. Ela era a mais inteligente dali. Como sempre, salvando nos momentos mais caóticos.

— Boa Raquel! Eu te amo! — fala o Vex sorrindo para ela. Ao olhar para o lado, ele ver o rosto de Juliette, que não gostou nada de ouvir isso. Dava para ver isso com a expressão facial dela.

— Obrigado! Aliás eu posso ficar responsável por essa parte — fala a Raquel.

— Perfeito Raquel. Vou só anotar isso aí! Acho interessante — fala Jack. Aquela conversa com certeza estava levando a algum lugar.

Vex ver que o Rey está calado sem falar nada, e tenta colocar ele dentro da roda de conversa. Enquanto a Raquel baixava o app e a Jack escrevia tudo o que estava acontecendo na prancheta. — Rey, você está bem?

— Estou sim, só estava pensando mais um pouco, por que não pode ser somente uma pessoa, eu acho que tem duas. Por que assim... O Alex pode ser um, mas a pessoa da arma não é o Alex. Uma pessoa que quer matar a gente não ia dar dinheiro a toa. Aliás vocês lembram da ligação e da ameaça que recebi? Depois da gente sair daquele hospital onde ficamos em cárcere privado.

— Isso! Talvez  sejam duas pessoas! — fala o Vex sorridente. — Anota isso também Jack.

A Jack só escuta, e balança a cabeça, ela já estava escrevendo nessa hora.

— Gente. A segunda pessoa começa com P. Eu lembro ainda o que a Raquel falou sobre o administrador da organização, acho que é essa pessoa que estamos procurando, e não o Alex. — fala o Law, fazendo assim todos pensar.



— Medo. Eu não sei se devemos aceitar esse dinheiro — fala o Rey olhando para a Juliette, que também não sabia o que falar.

— Gente! É uma doação! Já tô imaginando o que a gente pode fazer com tanto dinheiro viu — fala o Vex no outro lado da linha.

— Tá, mas tem a irmã Sibele, não se esqueça disso. Aliás vou contar para meu pai sobre isso aí, depois de tudo o que aconteceu com a gente, eu não quero passar por isso de novo — fala o Rey.

— Perfeito, irei contar para minha mãe também — fala o Vex.

— Eu acho isso uma ótima ideia, não quero ver vocês em confusão de novo. Prometam que nunca mais vão fazer isso! — fala a Juliette.

— Mas é claro! Não quero perder minha vida — fala o Vex. E ele continua. — Gente, preciso sair agora, tchau...

— Tchau Vex, até depois! — fala Juliette.

— Ah, só mais uma coisa, me coloquem no grupo da vaquinha também  — fala o Vex animado para dar a notícia.

— Eu também quero entrar nesse grupo Rey, me coloque aí por favor — fala a Juliette.

— Ok, vou por os dois — o Rey fala pegando o celular no centro da cama.

— Tá. Deixa eu ir... — o Vex desliga a ligação. E só fica o Rey e a Juliette no quarto.

— Vou me arrumar para ir ao colégio logo. Ah sim... Michel falou para você ficar em casa por um tempo, até você se recuperar para ir ao colégio — ela fala enquanto levantava da cama de Rey.

— Ok, vou tá colocando você agora no grupo — fala o Rey indo direto para o grupo da vaquinha.

— Ok, vou ir tomar banho agora — fala a Juliette pegando sua farda do colégio no armário e saindo pela porta. Nesse horário já era seis horas.

Rey hoje não conseguiu dormir bem. Por conta do horário de dormir ontem. Foram poucas horas de sono. Depois de colocar os dois no grupo, ele deita de novo para dormir.