Capítulo 5 - O maior pedaço de carne é o meu!
29° Lugar
Banda: Troá
Música: Cê Sabe Que Tem Alguém feat. Letrux
Rey e Tonne se olham, e depois olham o desespero do garoto. E mesmo sendo um choro de mentira deu pena do menino.
O Vexor era um baita ator, pois ele sabia enganar direitinho as pessoas.
— Você fugiu de casa? — Rey e Tonne Perguntaram curiosos.
— Sim, me desculpem envolver vocês, o pior é que não sei qual ônibus eu devo pegar, e também não tenho nem dinheiro para pagar o ônibus... Mas podem ir, eu fico aqui sozinho, eu sei me virar. — o Vex fala com a voz baixa, e com muito esforço continua jorrando lágrimas em seus olhos.
Os dois garotos não tiveram opção, levaram o Vexor, pois não ia deixar uma pessoa desaparecida no ponto de ônibus. E não tinha ninguém lá para o ajudar, ele iria ficar mais perdido sem saber qual ônibus pegar.
Rey decide levar ele para a casa dele, para tentar ajudar ele de alguma forma, mas antes de chamar o Rey pensa. — Você vai fazer mesmo isso? Ele enganou vocês dizendo ser detetive, e está na cara que ele não é. E desconfio até do nome dele, será que o nome dele é Vexor mesmo?
O que o Rey mais odiava nas pessoas era a mentira, ele odiava tanto mentira que quando ele mentia as pessoas sabiam que ele estava mentindo, ele gostava de seguir a vida sem mentiras, fala a verdade a cima de tudo era seu lema.
Encarando o Tonne, o Rey falava pelo olhar. — Devemos ajudar — o Tonne entende balança a cabeça em sinal de confirmação.
Rey olha de novo o Vex que estava lá fazendo seu drama e fala. — Vem com a gente, vamos ligar para seu responsável ou alguém da sua família, já está ficando tarde, e aposto que você está com fome.
O Vex fica surpreso e dar um sorriso e enxuga suas lágrimas. Essa era uma oportunidade de comer, era tudo que ele queria. — Eu vou sim. Obrigado.
— De nada — o Rey fala.
— Rey, sua vó não vai brigar com você por conta da hora? É melhor a gente ir andando — fala o Tonne preocupado com o horário, ambos estariam encrencados se demorasse mais um pouquinho.
— Realmente. Sobe na garupa logo — Rey manda o Vex subir. Nessa hora, o Rey já sabia que estava encrencado, conhecia a vó Cecília.
Vex já sabia onde era a garupa dessa vez. Saindo do banco do ponto, e indo em direção ao Rey, o mesmo entrega novamente o violão para ele. Vex ajeita o violão nas costas a onde estava sua mochila também. Depois disso ele senta na garupa da bicicleta. — Vai demorar muito? — pergunta o Vex agoniado olhando de um lado para o outro, enquanto o Rey se ajeitava para pedalar.
Tonne e Rey estranharam a reação dele, pois ele estava chorando agora pouco e já estava mandando nos outros. — Nós já estamos indo — fala Rey, com uma cara de questionamento, como se o rosto dissesse: será que eu estou fazendo a coisa certa?
Ao perceber que deu uma má impressão na atitude dele, o Vex da mais uma enxugada no rosto com suas mãos e fala. — É que eu preciso ligar para minha mãe.
— Sim, eu sei — o Rey fala vendo o Tonne pedalar primeiro, então ele começa a pedalar também.
Eles chegaram a casa faltando trinta e cinco minutos para às duas horas. A Juliette esperava eles sentada no batente da casa de Cecília. — Rey, você está encrencado! Minha vó ficou muito preocupada com você... Aliás, quem é esse menino? — ela pergunta olhando o Vex sair da garupa do Rey.
— É um colega meu — diz o Rey se despedindo do Tonne, que também estava encrencado naquele momento, o Tonne saiu e deixou Rey com Vexor e a Juliette.
— Olá! Meu nome é Vex — o detetive vai na direção da Juliette e levanta a mão para cumprimentar ela.
— Que legal — ela ignora a mão do Vex e levanta do batente. Entrando em casa, ela deixa o Vex no vácuo. Enquanto o Rey pega a chave no tronco da árvore para guardar sua bicicleta.
O Vex fica envergonhado com a situação e vira para trás para ver se o Rey viu isso. Contudo, viu ele tirar a chave do tronco e ir do lado da sua casa para guardar sua bicicleta.
Indo novamente para a árvore, o Rey coloca a chave no mesmo lugar. Chegando próximo do Vex, Rey manda ele entrar.
Os dois entram rapidamente e vão falar com a Vó Cecília, que estava assistindo sua novela da tarde.
Vó Cecília era um amor de pessoa, adorava conversar com seus netos e gostava muito de tecnologia. Mesmo na terceira idade ela era muito avançada para a idade dela, mexia no celular melhor que muitos jovens, jogava até jogo de tiro online. O único problema dela é ser muito protetora e ciumenta com seus netos.
— Vó! Eu cheguei — Rey fala, com medo no que ela iria falar.
Ela vira seu rosto e os seus ombros lentamente, vendo seu neto ela começa o discurso. — Onde você estava menino? Você não tem responsabilidade? A gente aqui morrendo de preocupação e você aí na rua, seu pai saiu para procurar você lá em Sibele, bom, fui eu que mandei, pois você não é de chegar tarde em casa. Olha as horas, uma hora já, quase duas. O que passou na sua cabeça? — depois disso, ela percebe que o Rey tinha companhia, ela para de reclamar e fala. — E quem é esse daí? Nunca vi andando com você.
— Desculpa vó, eu demorei porque esse menino estava perdido na rua, e eu trouxe ele comigo para ele ligar para mãe dele. Acredito que ele está com fome também, não é? — Rey olha para o Vex confirmar.
— Sim. Estou faminto! — Após falar isso, a barriga do Vex ronca.
— Oh céus! — diz Cecília espantada ao ouvir o ronco da barriga de Vex. — Veremos o que posso fazer por você garotinho — a vó Cecília levanta da cadeira de balanço.
Nessa hora o Vex ficou meio chateado. Cecília estava chamando ele de garotinho, e ele não era uma criança. Mesmo indignado, ele balança a cabeça em confirmação.
Cecília vai depressa para a cozinha, e atrás dela os dois o seguia. Deixando eles na mesa, Cecília vai para a geladeira ver o que tinha.
A cozinha fica um silêncio perturbador enquanto a vó Cecília procura a comida, o Vex e o Rey somente se olhavam, ambos não se conheciam totalmente para bater um papo.
Depois de alguns minutos a vó Cecília traz os pratos para cada um, a comida hoje era feijão com arroz, carne e batata.
Comendo a comida o Vex sente um alívio. Ao finalizar, ele ficou satisfeito, e a barriga parou de roncar, fora isso a comida era maravilhosa e gostosa, parecia uma chefe de cozinha que fez.
A sobremesa veio logo em seguida, sorvete de manga, que a vó Cecília fazia para seus netinhos. Devorando a sobremesa deliciosa feita com leite condensado, o Vex olha a vó Cecília de forma diferente, ela era legal, mesmo chamando ele de criança.
Após o almoço, vó Cecília chama o Vex para ligar pra a mãe dele, mas ele não podia ir para casa de jeito nem um.
O Vex mente novamente, com seus dedos ligeiros ele digita um número aleatório no celular de Cecilia, fazendo assim com que a chamada caísse toda hora na caixa postal de alguma pessoa. Por várias tentativas falhas, eles desistiram de tentar ligar para a mãe do Vex.
— Vou ter que esperar seu pai, para ver o que vamos fazer com ele. Por enquanto vai brincando com ele — Cecília continua tratando o Vex como criança.
— Ok vó. Vamos fica lá no meu quarto — fala o Rey olhando para o Vex.
— Ok, vamos lá então — Vex dá um sorriso, na maior cara de pau após enganar os dois.
Ele sobe com o Rey para seu quarto. O impressionante de Vex é que ele em nem um momento tirou a mochila das costas, a não ser quando foi comer, pois, a vó Cecília insistiu. E por conta disso, o Rey ficava muito curioso.
Enquanto ele e o Rey estavam juntos no quarto, o Rey decide fazer um interrogatório com ele. — Ei, você mentiu... Tu não é detetive, não é? E nem tem dezoito anos pelo visto.
Vex sorrir e abaixa a cabeça.
— Me responde! — Rey aumenta o tom da voz.
— Por que eu ia te responder? — Vex faz um rosto de deboche.
— Porque você está aqui em casa, é o mínimo que você deveria fazer. Se eu soubesse que você era tão ingrato assim, eu nem te ajudava — o Rey se levanta e guarda seu violão debaixo da sua cama, junto com seu cavaquinho.
Vex abaixa a cabeça novamente dando um sorriso, foi quando o celular de Rey dá uma notificação, era os TigerStar no grupo da vaquinha.
O celular estava perto do Vex, que olha automaticamente para a foto da tela inicial do celular, que era um tigre com o nome da banda embaixo. — TigerStar... Que coisa é isso aqui?
— Não interessa para você. Seu mentiroso — Rey chega perto dele e pega o celular para ele não ver.
— Ah! É, não vai contar? Então... Não conto nada a você também! — o Vex responde com raiva.
— Tá! Se é para você contar o que você estava fazendo fugindo da polícia, eu conto — Antes de começar a falar, o Rey pensa como ele começaria a explicar. — Tenho uma banda chamada TigerStar.
— Espera, TigerStar? — Vex dá um sorriso, antes de gargalhar.
— Sim, algum problema?
— Que nome feio! Tirou isso da onde? — Vex gargalha zombando do Rey que estava agora com raiva no momento.
— Não vem falar do nome da minha banda! E seu nome é pior, Vexor... Que nome ridículo!
Depois do Rey completar a frase, o Vexor dá um grito. — ME RESPEITA!
O Rey rir com o grito do Vex, mas ele continua falando exaltado. — Esse nome é homenagem a um personagem de desenho muito famoso na época da minha mãe, aliás o desenho é muito legal, então não ouse falar do meu nome de novo. Entendeu?
— Ah! Eu lembro do desenho — dando risada o Rey continua. — É de criancinha!
Essa tarde foi muito longa, e a discussão demorou uma eternidade. Dá para imaginar como foi, pareciam que eles eram irmãos brigando para ver quem ficava com o maior pedaço de carne, mas o Rey deu o ponto final na conversa, pois a Raquel estava fazendo videochamada no grupo do Zap.
Rey atende e desliga sua câmera para falar. — Oi, como vocês estão?
— Eu estou bem — diz o Diego, parecia está mais calmo pela videochamada. — E desculpa pelo que falei naquela hora, é que perdi o controle com aquele tal detetive.
O Vexor só escutava atentamente, vendo o Diego falando dele.
— Eh... tá tudo bem Diego — O Rey respondeu olhando para o Vex.
— Mas continuando o assunto... Como vamos ajudar a Irmã Sibele? — o Rey muda de assunto.
— Já criei o site da vaquinha online, só falta divulgar o site, mas não tenho a menor ideia de como começar a divulgar isso — diz o Tonne, o único que sabia que o Vexor estava na casa do Rey. E pela câmera dava para ver que o quarto do Tonne era o mais bagunçado dos quatro integrantes da banda.
— Eu sei! — diz o Vexor.
— Quem falou isso? — pergunta o Diego curioso, pois não viu ninguém abrir a boca na videochamada.
— Cala a boca — sussurrou o Rey para o Vex.
— Eu também escutei — fala a Raquel.
— Também não sei quem é — Rey fala olhando para o Vex com um semblante de raiva.
— Então… O que vamos fazer para ajudar a Irmã Sibele? — pergunta a Jeniffer.
— Eu não sei — o Rey pensa alto.
Nessa hora o pai de Rey chegou em casa, e já era de noite. Aquela discussão com o Vexor durou tanto que perderam até a noção do tempo.
O Michel demorou na rua por que estava matando a saudade dos velhos amigos dele, ele estava despreocupado por que quando foi procurar o filho lá na casa de Irmã Sibele, ele ligou de volta para Cecília, que explicou a situação para ele.
— Gente, tenho que desligar, o meu pai chegou!
A banda toda se despede do Rey, e ele desliga o telefone.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro