— Aquela ameaça que recebi! — o Rey abaixa a cabeça e começa a chorar.

Juliette vai correndo para da um abraço nele, pois aquilo mexia muito no emocional do Rey, e de todos que presenciaram o atentado lá em Canta galo.

— Rey! Eu sei que é difícil relembrar isso, mas precisamos ter foco — fala o Vex com uma cara de choro também.

— N-Não é isso! É que se eu contasse o que-e aconteceu comigo, nada disso iria acontecer — fala o Rey soluçando.

— Não chora Rey — fala a Juliette, ainda abraçando ele.

— Eu não consigo parar — Rey dá uma pausa com a angústia no coração, e depois continua falando. —Eu preciso de espaço — ele sai do abraço de Juliette, vai correndo até aporta do quarto onde eles estavam, e sai fechando a porta muito forte.

Todos que estavam lá, ficaram tristes. Pois sabiam o que tinha acontecido em Canta Galo. O Vex estava emocionado, assim como a Raquel e a Juliette.

— Gente, eu vou ver como o Jeff está — fala o Law, que rapidamente vai caminhando para a porta.

— Espera! Eu também vou — fala a Juliette

E assim, o Law e a Juliette saíram atrás do Rey, deixando somente a Raquel, Jack e o Vex na sala.

— Complicado isso! — fala a Jack.

— Sim, EU ME ARREPENDO DE TER ESSA IDEIA DE MERDA! ODEIO  VER MEU IRMÃO CHORAR! Mas vamos ter que continuar — o Vex enxuga suas lágrimas com a mão.

— Ok, que tal a gente ir logo para esse dia? Onde você reencontrou o cara da arma? — fala a Raquel cabisbaixa.
— Pronto, então vamos lá...

Rey se assusta com a voz robótica ameaçando ele. Com medo, ele joga seu celular para longe.

O celular cai no chão, e por sorte, a capa amortiza a queda.  — O que foi isso? — Rey se pergunta olhando para o celular no chão.

Levantando da cama, o Rey pega seu celular e sai do quarto. Com tudo o que tinha acontecido com ele, ele decide contar para alguém da sua família. Cecília, Michel ou Juliette, não importava, o que importa agora no momento era contar.

Ao chegar na porta da vó Cecília, onde a Juliette e a Thaiana estavam dormindo, o Rey observa as três dormindo, fazendo assim ele desistir de contar.

Voltando para seu quarto ansioso e agitado, ele pensava o que deveria fazer nessa situação. Chegando no seu quarto, ele deita novamente e tenta dormir fechando seus olhos.

Mesmo com os olhos fechados, o Rey não conseguia parar com os pensamentos de desespero. — Quem falou aquilo? Será que estava falando sério? Por que ele colocou uma voz robótica? Será que é a Roseane? Mais ela está presa, talvez seja só uma pessoa aleatória querendo me passar medo. — Em tantos pensamentos, o Rey abre seus olhos novamente. Ele não estava conseguindo dormir, mesmo se forçasse isso.

Levantando seu tronco da cama, o Rey procura o celular. Ele queria mandar mensagem para seu melhor amigo da vida, o Tonne. Ele estava na esperança do Tonne ver a mensagem naquela hora.

Rey então envia a mensagem para Tonne. Na mensagem dizia que queria falar com ele, e que era urgente. Rey, espera ansiosamente a resposta dele, mas parecia que ele também estava dormindo, por conta da hora, pois era de madrugada.

Decepcionado, o Rey tenta fazer algo para passar a hora. Pois ele não ia conseguir dormir. Sempre quando ia dormir, ele se assustava e acordava. Passou a noite em claro.

Já era quatro da manhã, e Rey ainda estava acordado. Estava esperando alguém acordar, para contar sobre a ameaça.

Com o seu celular, o Rey se distraía jogando alguns jogos. A todo momento entrando no WhatsApp para ver se o Tonne tinha acordado. — Quatro da manhã e nada do Tonne acordar! — ele pensa.

Saindo do quarto, Rey desce as escadas e vai para sala de estar. Ele se senta e fica mexendo no seu celular, até dar o horário de todos acordarem.

As cinco e meia, vó Cecília acorda e vai para sala de estar. Ela acordava essa hora para assistir a missa, que começava as seis da manhã. Mas quando chega na sala, ela leva um grande susto. — Menino! Que susto você me deu. O que está fazendo acordado tão cedo assim? — ela pergunta desconfiada, indo para próximo do Rey.

— Não sei vó. Eu só queria passar um tempinho sozinho — Rey mente. Não sabe bem o porquê fez isso, foi algo automático. Ele sabia que deveria contar para a vó Cecília sobre a ameaça, só que ele estava desconfortável, tenso e com muito medo.

Vó Cecília percebe a mentira no olhar de Rey, que nitidamente estava pedindo socorro. Sentando próximo do Rey, ela pergunta com uma cara séria. — O que você está aprontando?

Rey olha para vó Cecília que estava do seu lado. Ela estava preocupada, tentando entender o porquê ele estava ali a essa hora da noite. Era injusto da parte dele, deixar ela preocupada. Rey deveria contar a verdade, mas o desconforto acabou ganhando. — Eu não estou aprontando nada. Eu vim pensar um pouco. Como minha vida vai mudar daqui para frente... — A todo momento, o Rey desviava o olhar.

— Ahh, entendi. A gente vai estar aqui para te ajudar nessa mudança — vó  Cecília faz carinho na cabeça do Rey e pega o controle da televisão.

Cecília tinha caído direitinho na mentira do Rey. E ela era a única pessoa que o Rey conseguia enganar.

Depois de fazer carinho na cabeça do Rey, ela liga a televisão, e coloca a transmissão na missa. Só que ainda não tinha começado. Ela acordava esse horário justamente para fazer o café. Enquanto ela fazia o café dela, a missa ia começando. — Quer que eu prepare um café para você?

Rey se ajeita no sofá, depois da mentira que ele deu. Se sentindo a pior pessoa do mundo. E com um sorriso amarelo ele fala. — Quero Sim, por favor.

Quando o Rey termina de tomar seu café da manhã,  o Tonne responde a mensagem que o Rey mandou.

E era nessa hora que ele acordava, as seis da manhã. E o Rey também acordava esse horário, com a vó Cecília puxando a cortina.

Tonne
Oi, bom dia
O que está acontecendo?

Rey
Oi
Bom dia!
Eu recebi um uma ligação de alguém me ameaçando.

Tonne
Sério?
Que doideira.
Ele falou o que?

Rey
Que ia me matar, eu estou com medo agora.
O que eu faço?

Tonne
Já contou para o seu pai?

Rey
Não quero contar.
E se for um trote? Ele ligou e desligou logo em seguida.

Tonne
Pode ser um trote sim, mas acho melhor você contar para seu pai.
Mas provavelmente seja um trote.
Muita gente cai nisso, né?
Aliás, preciso me arrumar para ir ao colégio.

Rey
Tá, tchau.

A conversa parou ali. O Tonne tinha que se arrumar, para ir ao colégio.

Se passando os minutos. O Rey pensa sobre o conselho do Tonne, olhando a missa que estava rodando na televisão. — Será que eu conto?

Depois de terminar a missa, o Michel, Juliette e a Thaiana passa pela sala de estar.

— Bom dia filho! Por que você não está na sua cama?