- Nós vamos conversar na porta Hana? – pergunto e mesmo com lágrimas escorrendo no rosto dela, a mesma me deu passagem para entrar no apartamento.

O apartamento dela era pintado com cores frias em diferentes tons de azul e cinza, o que devo admitir combinava com a personalidade dela. Hana sempre foi uma pessoa fria, profissional e moderna, e seu apartamento refletia isso.

- Quero uma explicação – digo ao me sentar em uma poltrona, ficando frente a frente com ela.

- Não sei o que te dizer Jin – ela fala olhando para as próprias mãos que se encontravam em cima de sua perna.

- Tente – digo.

- Primeira coisa que eu tenho que te dizer Kim Seokjin é que eu Amo Você, isso não mudou e acredito que nunca irá mudar. Mais, eu simplesmente não sei como isso aconteceu, eu poderia mentir dizendo que estava bêbada mais não vou fazer isso.

- Então você quis Hana? – pergunto mesmo sabendo que meu coração já em pedaços irá ser pisoteado.

- Sim Jin, eu queria. Não queria te trair ou ser desleal para com você, eu queria viver aquele momento sabe, queria me sentir viva, desejada, amada.

- Então você nunca se sentiu assim comigo? – pergunto sentindo meu coração se deteriorar.

- Não é isso meu amor, é só que você viaja tanto, está sempre ausente e eu sinto falta de carinho, atenção, e o Jackson me deu isso naquele momento, eu me deixe levar pela carência e não por falta de amor.

- Por que você não me disse como se sentia? - pergunto.

- Não é fácil para uma mulher dizer ao homem que ama que está sentindo sua falta, você sabe como sempre fui independente e quero continuar sendo e admitir isso seria um tapa em mim mesma.

- Então você prefere a sua consciência de independência do que conversar com o homem que ama? – falo indignado.

- Vendo dessa forma parece ridículo eu sei, mais sabe como é difícil conversar com você Jin – diz Hana.

- Eu pensei que você me amava e como consequência eu acreditei que poderíamos conversar sobre tudo – digo.

- Seokjin – ela começa a dizer mais peço com a mão para que ela me deixe terminar.

- Em uma relação Hana existe algo chamado diálogo, para que a relação comece e continue é necessário que haja sinceridade. Talvez nós dois juntos poderíamos chegar a um meio termo sobre isso, mais você preferiu agir sozinha em nome da sua independência, e ante aos últimos acontecimentos vejo que você ama mais o seu orgulho do que a mim, o que não me dá outra alternativa - digo.

- Kim Seokjin, por favor, não fale o que eu acho que você está para me falar, eu te imploro – Hana fala desesperada.

- Não posso Hana, porque se isso não acabar agora eu vou passar o resto da minha vida duvidando de você. Estamos terminando neste momento - afirmo.

Hana se levantou do sofá e se jogou aos meus pés, suas lágrimas eram intensas e marcavam toda a sua face. Não nego que também estava chorando, o meu coração já em pedaços estava virando pó.

- Eu te prometo Jin que vamos conversar sobre tudo a partir de agora, mais por favor não fale isso – Hana diz desesperada.

- Hana, quantas vezes você me falou que iria mudar o seu comportamento e isso nunca aconteceu. Eu mudei por você Hana, por você eu deixei de ir em festas, me tornei uma pessoa mais caseira, passei a pensar em construir uma família, ver a felicidade do meu irmão e sua esposa me fez mudar a forma na qual eu via um relacionamento a dois, só que você continua a mesma menina que eu conheci, você não mudou, você não cresceu.

- Me perdoa? – Hana implora em meio as lágrimas.

- Sim Hana, mais perdoar e esquecer são duas coisas diferentes, de certa forma a culpa também é minha Hana, eu mudei, não quero mais uma menina ao meu lado. Eu quero uma mulher.

Ao dizer isso eu me levanto daquela poltrona e saio do apartamento ainda ouvindo o choro e os gritos de Hana, eu havia quebrado ela, assim como ela havia feito comigo.

É nítido em seus olhos que os seus sentimentos por mim são reais, só que diante dessa traição os meus se partiram, só me restando as lembranças.

Saio do prédio e vou rumo a casa do meu irmão e durante o trajeto não deixo de pensar sobre a mulher perfeita, aquela que também precisará conversar comigo sobre o que quer, será que demorarei muito a encontra-la?

- Família cheguei – digo assim que entro dentro de casa.

- TIO JINNNN – grita a pequena princesinha.

Mel é como um furação, sempre ativa e correndo, derruba tudo e a todos e somente para quando finalmente perde suas forças e dorme.

- Fala minha princesa – digo ao jogar a mesma para cima – nossa você está pesada em, como você cresceu – digo ao colocar ela de volta ao chão.

- Claro né tio Jin, eu já vou fazer 3 aninhos – ela fala mostrando os três dedinhos da mão.

- Oi Jin.

Viro e vejo meu irmão no topo da escada, não demora muito até eu estar abraçando o mesmo.

- Vamos sentar, temos muito o que conversar – fala meu irmão.

Sentamos nós dois no sofá enquanto a minha sobrinha Mel estava sentado no tapeta da sala com vários brinquedos ao redor.

- Pode ir falando, sou todo ouvidos.

Ao ouvir aquilo do meu irmão eu automaticamente sorrio e conto a ele tudo, a traição da Hana, as minhas reações e finalmente o término.

- Eu nunca gostei dela, sempre te disse isso – fala ele.

- Eu sei, mais isso não muda o fato de que eu amo muito ela – respondo.

- Será mesmo que ama Jin? – perguntou meu irmão e olho para ele confuso.

- Como assim? – pergunto.

- Jin você mesmo acabou de dizer que sentiu como se ela não fosse mais aquilo tudo quando a viu hoje, então me pergunto, você realmente amava a Hana ou amava o que sua imaginação desenhou dela? – pergunta ele.

Paro e reflito um pouco sobre o que meu irmão me disse, será que realmente nunca amei a Hana?

- Você acreditou mesmo nessa história de orgulho? – ele me pergunta após um tempo de silêncio.

- Isso agora é indiferente meu irmão, afinal, acabou – digo.

- Nem toda mulher é uma S/n né papai – fala a pequena Mel que mesmo com quase 03 anos já prestava atenção nas conversas dos adultos.

- Verdade meu amor, nem toda mulher é uma S/n – responde ele sorrindo para a filha.

- Quem é S/n? – pergunto sem entender.

- S/n é a professora de inglês da Mel – fala meu irmão como se aquilo fosse óbvio.

- Ainda não entendi – digo.

- É que a Professora S/n é perfeita tio Jin, eu amo ela – fala o minha sobrinha.

- Como assim perfeita? – pergunto já com um calor no coração, será possível? será ela?

- A Jin não tem como explicar, só conhecendo para entender – fala meu irmão me deixando ainda mais curioso e intrigado.

- O que é perfeita para você Mel? – pergunto.

- É a S/n tio Jin, ela é muito amorosa, nunca briga comigo e com os meu amigos, ela está sempre sorrindo também e sabe tio Jin, a professora S/n têm o abraço mais gostoso de todo esse mundo inteirinho – fala a minha sobrinha.

- É um frasco do mais cheiroso perfume também, o mulher cheirosa – fala meu irmão.

Um aperto surge em meu peito por conta do comentário dele, será que eu fiquei com ciúmes?

 Como posso sentir ciúmes de uma pessoa que nunca vi, não sei quem é, cujo o nome escuto pela primeira vez em toda a minha vida, hoje.

Dizer que não fiquei curioso é mentira, mais devo me precaver, preciso ter certeza do que meu irmão e Mel, falam é verdade, uma pessoa facilmente pode colocar uma mascará e sair para a sociedade.

Nem sempre a pessoa que para você é maravilhosa, é maravilhosa para outro alguém.

Ao sair da casa do casal e ir até a minha fico pensando em S/n e no que eles me disseram. Como será que ela é? O que gosta de fazer? Será que vale a pena conhece-la?

Não vou perder nada se descobrir quem ela é afinal.

Ao me entrar no meu quarto vou direto abrir a segunda gaveta da minha escrivaninha e pego a minha agenda com o número de telefone de Kily, o melhor detetive de toda a Coréia.

Contratei Kily a alguns anos para descobrir quem era o hacker que estava invadindo os meus computadores e roubando as informações do BTS e depois soltando as mesmas na impressa, hoje é claro o hacker se encontra preso, Kily fez um ótimo trabalho.

- Alô, aqui é o Kily – falam do outro lado da linha telefônica.

- Oi Kily, aqui é o Kim Seokjin– digo.

- Senhor Kim, quanto tempo – diz ele.

- Sim, já faz um tempinho, Kily eu estou precisando dos seus serviços – digo de forma direta.

- É sobre a vida da senhorita Hana? – pergunta.

- Não, é sobre outra pessoa, o nome dela é S/n – digo.

Passo ao detetive tudo que sei sobre ela, bem como onde pode encontra-la, peço a ele um relatório detalhado sobre ela.

- Tudo bem Senhor Kim, entrarei em contato assim que concluir a investigação – ele fala e após desliga.

Ao desligar a chamada sou dominado por uma onda de esperança, porque era isso que ao ouvir o nome de S/n me despertou.

Que seja ela.

Uma semana se passou desde então, eu e os meninos havíamos feito uma coletiva de impressa informando oficialmente o fim do meu noivado com a Hana.

Não foi uma coletiva fácil de ser dada admito, foram tantas perguntas, tantas piadinhas, se não fosse pelos meninos me dando apoio a todo momento eu teria quebrado a cara de alguns jornalistas, eu entendo que esse é o trabalho deles, mais uma coisa é trabalhar outra é rir da desgraça alheia.

Era enfim oficial, Kim Seokjin e Lee Hana haviam terminado.

Quando foi sexta feira a noite eu recebi um e-mail de Kily, era o dossiê com todas as informações sobre S/n.

Ao ver aquele e-mail na minha caixa de entrada não consegui conter a felicidade, as informações ali contidas poderiam definir o meu futuro.

Depois de ler e reler aquele e-mail umas dez vezes percebo que a S/n não é perfeita como imaginei, ela é exigente e também teimosa, porém acredito que eu posso lidar com isso.

A foto da S/n mostrava uma mulher linda, sua beleza era simples, porém, de tirar o fôlego, seu rosto demonstrava uma suavidade e também uma força inexplicável.

S/n é magnifica.

E mediante de todos aqueles dados em conluio com aquela foto, eu finalmente tomo uma decisão, decisão está que tem o intuito de mudar completamente a minha vida.

Eu vou atrás da S/n e irei me casar com ela.