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XXXII - Lembranças Antigas

CASSIE

 Cinco minutos depois, estávamos em um beco definitivamente abandonado. Era escuro – a única luz vinha da pedra de Ártemis –, sujo, fedorento e juro ter visto um rato, mas podia ter sido um saco plástico rolando com o vento. Os telhados muito, muito acima se tocavam, criando uma barreira contra a garoa que começara a cair. O beco tinha uma curva pequena, e nós estávamos nela, sentados no chão e recostados na parede. Lupa se deitava meio por cima das minhas pernas, mas isso não ajudava com o frio. Poderia estar nevando; aquele frio era de inverno, embora ainda fosse verão. Entretanto, o tempo andava meio louco naqueles últimos dias. Eu apostaria minha jaqueta que a TV estava falando sobre isso em todos os noticiários, se eu ainda a tivesse.

Eu ouvia as sirenes de policia constantemente, e algumas perigosamente perto. Mas não podíamos sair dali. Lupa era um lobo gigantesco – pouco menor que um cavalo –, e acabaríamos matando Noah se ele tentasse encobrir todos nós, e o mesmo para Dylan se usasse aqueles poderes esquisitos de teleporte. E asas? Poderíamos nos arriscar, mas eu e Alyon jamais que conseguiríamos carregar todo mundo.

Todos estávamos famintos, mas, também, para fechar com chave de ouro, o cartão daquela gente estranha, havia sido bloqueado. Tínhamos alguns trocados que decidimos não gastar até termos certeza do que iríamos fazer. Só que nós não tínhamos. Estávamos presos num beco, congelando, com fome e sem um plano em mente. Alyon tinha a sorte de não ser afetado pelo frio, mas ainda estava meio verde, e com uma cara definitivamente péssima, e cada vez que tentava usar algum poder, por mínimo que fosse, o fazia piorar. Ele dizia que era a falta da comida divina do Olimpo, mas eu tinha certeza que não era. O veneno do monstro estava acabando com ele, por mais orgulhoso que fosse para admitir. Até mesmo eu duvidava que conseguiria aguentar aquilo se fosse comigo. Mas Alyon era surpreendentemente forte. Cada vez que o veneno fazia efeito, fazendo-o cambalear ou ter que se sustentar em alguma parede, que nós notássemos, ele dizia "Está tudo bem", e agia do modo mais normal do mundo, embora eu notasse que os punhos permanecessem sempre cerrados – eu parecia ser a única a notar. E, por algum motivo, aquilo me incomodava. Cada vez que ele não conseguia disfarçar, meu coração se apertava. Digo, isso até eu convencê-lo a simplesmente parar de tentar usar os poderes. Alyon resmungou alguma coisa sobre não prometer nada caso Lycaon ou algum monstro aparecer, mas concordou.

E então ali estávamos nós: morrendo de tédio naquele beco úmido, ouvindo Noah e Clarisse conversarem preguiçosamente aos murmúrios, enquanto eu tremia dos pés à cabeça. Meus braços ralados ardiam sempre que uma rajada de vento batia em mim, e mesmo que eu apertasse as mãos não conseguia fazê-las parar de tremer. Os outros, de casaco, não pareciam sofrer tanto, mas minha regata – péssima escolha de roupa! – era quase o mesmo que usar biquíni.

– Com frio? – Alyon perguntou, sem sarcasmo ou ironia.

– Você não? – logo que soltei a pergunta, desejei não tê-lo feito. É lógico que ele não estava com frio. Era um deus do inverno, não tinha a capacidade de sentir o frio – sortudo.

– Na verdade, não – ele respondeu com calma, apesar de tudo.

– Pois eu estou – respondeu Clarisse, batendo os dentes como se fosse um quebra-nozes. – Acha que tudo isso tem a ver com a Porta de Hades?

– Provavelmente. Abri-las deve ter mexido com tudo, com o equilíbrio de todos os mundos.

– Mas do que adianta, après tout, fechá-las, se os monstros estão aqui na Terra? – Dylan indagou, se pronunciando pela primeira vez.

Alyon não parecia inclinado a responder, por isso Clarisse o fez:

– A Porta de Hades principal é mais a porta de uma cela, feita para prender todos os monstros depois da guerra entre olimpianos e titãs. Ela fica perto do Tártaro, e, apesar de, sim, ser um portal, e existir milhões de outros por todo lugar, ela garante que nenhum monstro, deus ou criatura saia de sua dimensão.

– O Tártaro é o único lugar onde não há uma Porta por onde sair – disparei, fazendo sumir toda a esperança de que aqueles lampejos de conhecimento que há muito haviam parado sumissem. Não, eles deram o ar da graça. – O Olimpo tem uma Porta, o Mundo Inferior, a Terra, enfim. O Tártaro tem a Porta principal, mas digamos que ela não pertence ao Tártaro, os deuses apenas juntaram o útil ao agradável.

– E foram projetadas para, quando serem fechadas em certa dimensão, arrastarem todos os habitantes daquela dimensão de volta para ela.

– E, por acaso, a Porta de Hades principal também é a que fecha o Tártaro – Alyon falou, depois de erguer a sobrancelha para mim e Clarisse. – Então, é só fechá-la e pronto!

– Mas a Porta fica no Tártaro? – Dylan perguntou, atropelando as palavras.

– Não especificamente. Fica na Entrada. É um vale penoso e cheio de espíritos que não conseguiram entrar nos Campos do pós-vida, Elísio ou Asfódelos.

– E qual a diferença? – Noah perguntou.

– Os Campos Elísios são para pessoas mais honradas, e os Asfódelos são para aquelas que simplesmente não fizeram nada de nada com a vida. Apenas viveram, sem fazer nada honroso, mas não necessariamente ruim. Heróis vão para as Ilhas dos Abençoados, e os monstros, titãs e pessoas ruins... vão para o Tártaro.

– Em lembro de um cara – Clarisse recordou –, Sisífo, que foi condenado a rolar uma pedra até o topo de uma montanha. Parecia fácil, até que ele descobriu que cada vez que chegava ao topo, a pedra rolava para baixo de novo. Ele rola a pedra montanha acima até hoje.

– Sujeitinho presunçoso, esse Sisífo – Alyon falou com repulsa. Ele olhou para Noah. – Há crianças aqui, e não posso falar o que ele fez. Mas não foi legal.

– Ele é conhecido como um dos maiores ofensores dos deuses, não? – perguntei. – Estudei isso na aula de história, no colégio.

– Pensei que odiasse o colégio – Clarisse falou, confusa.

Ódio é uma palavra tão forte... Eu apenas detesto os professores, a maioria das matérias, exceto, talvez, música e latim, e não suporto mais ainda os alunos. Mas não odeio! – sim, eu coloquei um toque secreto de sarcasmo nessa última exclamação.

Mas era verdade, a escola não era tão horrível assim – só 98%. Eu gostava quando estava lá, porque conseguia o máximo de distância de Audrey, sem que ela pudesse reclamar. Ela podia ser tudo, mas não era burra. É claro que não queria problemas com a policia ou com o conselho tutelar por não levar a filha à escola. Na verdade, a Srta. McConnel era bem sabida quando queria.

Afastei o pensamento antes que começasse a esmurrar a parede. Senti alguém me observando, e notei que era Noah, com um olhar solidário para mim. Então ele lera minha mente? Graças a Deus ficou calado. Eu duvidava que fosse possível mentir para Noah, o que poderia ser irritante, mas eu não tinha motivos para esconder nada dele. Era apenas uma criança. Ainda assim, eu tinha a constante sensação de que alguma hora ele lesse minha mente, soubesse tudo sobre mim e saísse falando por aí. Ou para Dylan. Digo, Dylan estava se mostrando mais confiável, mas não eu não podia fingir que não ouvi o que ouvi. Talvez fosse paranóia minha, mas talvez não. Aquele ar de mistério que sempre estava em volta dele, o fato de Melinoe querer com tanta convicção o garoto, ele saber controlar tão bem os poderes, e aceitar os nossos como se fosse algo que se vê todo dia... Não poderia não ser suspeito, nem que fosse só um pouco. E até Clarisse, que tentava se manter neutra, controlada e sempre tão justa, defendendo fielmente os dois lados, às vezes dividia o olhar entre mim e Dylan, como se até ela estivesse confusa e desconfiada com algumas questões, mas permanecia, como sempre, calada, guardando para si seu julgamento.

 Eu admirava o modo como ela podia parecer calma nas piores horas, e talvez estivesse um turbilhão por dentro, mesmo assim conseguindo emanar serenidade. Ela não se alterava facilmente, não deixava a situação fugir do controle. Eram qualidades que eu gostaria de ter. Diferentemente de minha amiga, que é serena e contida, eu explodo com muita facilidade. Esconder o que sinto nunca foi minha especialidade, independentemente do sentimento – ódio, repulsa, dúvida, amor. Eu só sei ser direta, dar a verdade nua e crua, na cara e doa a quem doer. Simplesmente não desenvolvi a habilidade de, não ser falsa, mas de esconder coisas. Se eu não gosto, mesmo que eu não abra a boca para falar, vai ser o equivalente a escrever na minha cara com letras vermelhas, e se eu gosto, vai ser o mesmo, embora eu ame me fazer de difícil. Quero dizer, todo mundo acha que eu sou uma garota fria e com coração de pedra e gelo, com a Muralha da China em volta dele, e talvez haja proteções, porque eu evito mais do que tudo decepções, mas eu sou capaz de amar, embora não soubesse disso por muito tempo, enquanto minha querida mãe morava comigo. Mas eu sempre amei Clarisse. Se nós fossemos irmãs, meu Deus, não seríamos tão próximas. Acho que ela é a única pessoa no mundo que me conhece de cima a baixo, e de quem eu nunca escondi nada. Mas, logicamente, era amor de irmã... Acho que até ali nunca tinha gostado de alguém. Na verdade, quando eu era pequena – acho que com uns dez, onze anos –, eu tinha uma ridícula paixonite pelo filho dos meus vizinhos, Nathan McFrey. É claro e mais que óbvio que eu desisti dessa melação logo cedo, porque o tormento com Audrey me privava de uma vida comum e normal, o que significava que eu não tinha tempo nem para almoçar, quem dirá suprir uma queda idiota pelo vizinho. Era uma coisa engraçada, até. Porque, ainda por cima, eu nem sequer sabia o que era gostar de alguém.

Eu provavelmente deveria ter rido de mim mesma, porque Clarisse perguntou, me arrancando dos meus pensamentos:

– Qual a graça?

– Hum? – me virei rapidamente para ela, repentinamente acordada. – Quê? Nada, nada. Estava pensando, só...

– O.k... Tem alguma idéia do que podemos fazer? Não podemos ficar parados aqui. É como se estivéssemos colocando um holofote acima das nossas cabeças: Semideuses fáceis! Buffet livre!

Ri, e logo depois o riso morreu, pois notei que ela se usara a palavra "semideuses", como um todo, se referindo a todos nós. Até para Clarisse, que geralmente precisava de provas concretas para acreditar em algo absurdo, isto estava claro.

Eita, Clarisse confirmando que eles são semideuses!

Mas, sinceramente, acho que já ficou claro! Kkkkk

Aqui a gente soube um pouco mais da história da Cassie, mas ainda há muuuita coisa para se descobrir sobre esse filha de Plutão!

Continuem acompanhando!

Deixem aí seus comentários e estrelinhas, e até mais!

Beijos e uivos,

Lana ;*

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