18
Minha cabeça deu um giro 360 graus.
Como assim ela queria se vingar de nós? O que fizemos a ela? Será que era de nós que ela realmente falava? O que poderíamos ter feito, além de ataca-lá impiedosamente, é claro?
De todas essas perguntas, só uma saiu:
-Se vingar de quem? - todos na sala me olharam com aquela cara de: Eu não acredito que tu não sabe!
-Dos unicórnios flamejantes que moram no país das maravilhas! Quem mais seria?! - ela diz com o mais puro sarcasmo, e depois volta a ficar séria.
-Eu quero me vingar dos malditos que mataram meus pais! Dos malditos que me mantiveram presa em cativeiro! Dos malditos que assassinaram minha irmã a sangue frio bem na minha frente quando eu tinha apenas SETE anos! - lágrimas começaram a descer de seu rosto contra a sua vontade - É desses malditos, que eu quero me vingar!
-O que nós, - aponto para todos ao redor - temos a ver com isso?
-Você não compreende o porque da sua existência, não é?! Eu não quero os outros, por mim tanto faz! Chega a ser até um alívio que existam pessoas que conseguiram ser livres. Eu só preciso de vocês dois. - aponta para Henrico e eu.
-Pra quê? - ouço a porta do alçapão se chocando contra o chão atrás de mim.
-Pra ser livre! E sendo livre posso terminar meu plano de acabar com todos daquele lugar! - me levanto e viro para receber as visitas.
-Ninguém se mexe ou seremos obrigados a at... - não o deixei terminar.
-Eu me rendo! - todos do local olharam abismados para mim.
-O que?! Como assim?! - grita Helena.
-Você já fez isso uma vez, não pode fazer de novo! Essa não é a solução pra tudo Sophia! - diz Emanuel meio alterado.
Atrás de mim, Leylla diz a única pergunta para qual eu tenho resposta.
-Por quê? - ela diz em forma de sussurro, mas todos ouviram.
-Eu sei o porque! - diz Henrico - E eu também me rendo.
-Leylla isso é alguma piada? - diz um garoto dos olhos bicolores. Um azul e um dourado.
-Eu não sei! - ela o olha confusa.
-Simples. Se você tem um plano que pode derrota-los, derrotar aqueles malditos, e que se para concluir esse plano precisa de nós em troca da sua liberdade para o por em ação, nós nos rendemos a você, e assim você pode seguir adiante. - o cara dos olhos bicolore a desamarra e ela fica em pé.
-E por que vocês fariam isso?! - ela olha no fundo dos meus olhos.
-Porque eu sei que existem outras pessoas lá que também tem o direito de serem livres. E que essas mesmas pessoas estão penduradas por um único fio de esperança, sob um abismo sem fim de desilusão! E essas pessoas merecem a chance de serem felizes de novo. E se pra que elas tenham isso eu precise ser eternamente infeliz, eu aceito o peso da falta de liberdade. - ela olhou em volta.
Todos estavam de queixo caído. Helena chorava agarrada ao irmão repetindo diversas vezes a frase - De novo não, de novo não!
-Não posso fazer isso! - ela passou as mãos pelo cabelo, e ouvi os outros suspirarem de alívio.
-Mas você tem que fazer! - insisti.
-Você não entende! - esbraveja - Eu não consigo fazer isso!
-Por que não? - fico confusa.
-Sophia! Tá até parecendo que você quer ser levada de novo! - diz Emanuel quase arrancando os cabelos.
-Não é o que eu quero, e sim o que precisa ser feito! Não me culpem! Estou fazendo isso para o bem de vocês! - algumas lágrimas rebeldes deslizam por minha face.
-E o seu bem, hm?! E o amor próprio, onde está?! - grita Helena.
-As vezes temos de ser um pouco egoístas, não pensar só nos outros, mas em nós também! - diz Emma - Você é generosa de mais Sophia! E essa sua generosidade ainda vai te matar!
-Prefiro morrer fazendo o que acho ser certo, do que deixar outros morrerem por ter escolhido errado! - falei firme - É isso que eu sempre ouvia meu pai dizer para a minha mãe. E eu vou honrar o que ele disse! Vocês aceitem, ou não!
Alguns abaixaram as cabeças, outros olharam para o teto. A única pessoa que não desviou o olhar foi Leylla.
-Não posso fazer isso, porque preciso da sua ajuda. - ela me encarou profundamente.
-Precisa da minha ajuda pra quê?
-Pra tudo. Você é a peça que faltava! Seu jeito de sempre saber o que fazer, quando fazer e onde fazer! É disso que eu preciso. É disso que nós precisamos!
-Mas Leylla, eles vão vir atrás de nós! Você tem certeza que vai arredar o pé justo agora? - diz uma menina morena.
-Eu não vou arredar o pé. Eu vou seguir em frente, com uma ajudinha a mais. – ela pisca pra mim – O plano é o seguinte...
Continua...
Desculpa a demora amores, o cap tá pequeno eu sei, mas é que assim é melhor de revisar.
E pq voltou as aulas, mas vou postar logo OK?
Bjs no core
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