P R Ó L O G O
— Filha, tem certeza de que quer mesmo morar nos Estados Unidos?
— Tenho certeza pai, vai ser melhor para mim esquecer algumas coisas.
— Então se cuida está bem? Te amo muito.
— Também te amo.
— Como eu me despeço da minha única filha? – Minha mãe pergunta com os olhos marejados.
— Oh mãe não fica triste, depois de um tempo eu volto.
— E se não voltar?
— Claro que volto, sabe que eu nunca irei abandonar a minha família.
Fico na sala de embarque até chamarem o meu voo.
"Atenção passageiros do voo 6123 com destino a Nova York. Embarque autorizado no portão 8"
Finalmente irei embora!
Me despeço dos meus pais e vou em direção ao portão, olho para eles pela última vez. E embarco, chegou a hora de recomeçar a minha vida em Nova York.
Algumas horas sentada, comendo, dormindo, comendo, sentada... Enfim quando o avião pousou dei um grande e lindo grito.
— Graças a Deus! Não aguentava mais isso. – As pessoas me encaram, algumas assustadas, outras com cara feia. — Que foi? Cansei de ficar sentada.
Saio do avião e vou andando até me deparar com uma ruiva descabelada, dormindo nas cadeiras.
Continuo andando, mas paro e volto a olhar a ruiva mais uma vez e percebo que é a minha prima Luíza.
— Luíza Maria da Conceição Andrade! Por que você está dormindo no aeroporto? – Grito e a coitada da minha prima vai de cara no chão.
Ao lado dela tinha um garotinho que não parava de chorar, mas quando ele a viu cair, cessou o choro e começou a rir.
Ela levantou e mostrou a língua para o garoto.
Nossa Luíza, quanta maturidade!
— Hannah prima linda que eu tanto odeio, se fizer isso mais uma vez eu juro que te jogo no rio Hudson.
— Nossa, teria coragem de fazer isso com a sua própria prima? – Confirma com um balançar de cabeça. — E o que fez para o seu cabelo ficar assim?
— Não fale mal do meu cabelo e me dá logo um abraço. – Nos abraçamos e fomos direto para o carro.
— E então, o que pretende fazer? – Pergunta depois de ligar o carro.
— Bom. Primeiro: preciso de um banho segundo: de comida e terceiro: de um emprego.
— O banho e a comida eu consigo pra você, já o emprego... – Ela pensa um pouco. — Eu acho que tenho a solução, o presidente da empresa onde trabalho precisa de uma secretária, a última se demitiu. Mas o salário é ótimo.
— Tá, se o salário é tão bom assim, por que a mulher se demitiu?
— Por causa da noiva dele, ela parece ser louca! Sempre que alguma mulher olhava pra ele, ela a assassinava com o olhar e no outro dia ela nem trabalhava mais na empresa.
— Credo! Não quero trabalhar lá não.
— Então o que pretende fazer? Você precisa de um emprego para pagar a universidade.
— Talvez eu arrume um emprego de babá.
— Você de babá? – Começa a rir da minha cara. — Você não sabe cuidar nem de si mesma, quem dirá de um criança.
— Nossa nem para me incentivar, criatura.
— Prima me escuta: você vai estudar administração, seus pais já pagaram seis meses adiantados e vai ser um prazer ter você morando aqui comigo e vou te ajudar por enquanto.
Fico pensando nisso um pouco, até que ela estaciona o carro de frente a uma casa no Brooklyn. Presto mais atenção e começo a sorrir sozinha.
— E aí? Por que está sorrindo que nem uma louca?
— Eu estava aqui observando a rua, esses pequenos prédios, as escadarias e me lembrei daquele seriado que vivíamos assistindo.
— Todo Mundo Odeia o Chris? – Confirmo. — Quando eu vim aqui pela primeira vez, eu pensei a mesma coisa. Sobe e vem conhecer a casa, não sei se você vai gostar do seu quarto, mas eu decorei com muito amor.
Entramos no apartamento e Luíza me levou até o meu quarto, joguei as malas no canto e fui tomar um banho.
Quando eu estava prestes a descer senti um cheiro maravilhoso e fui olhar o que era.
— Eu fiz um espaguete, foi a coisa mais rápida que deu pra fazer tá? Não sei se vai ficar do mesmo jeito que a tia costumava fazer, mas eu tentei.
— Olha, ele está com uma cara boa, vamos ver se o sabor também está. – Coloco um pouco na boca, mas cuspo imediatamente. — Isso está horrível! Como sobreviveu esse tempo todo morando sozinha?
— Hahaha, estou morrendo de rir. Eu comprava a comida perto do trabalho. – Prova um pouco. — Credo! Pensei que assistindo Master Chef, resolveria isso antes de você chegar.
— É, parece que não resolveu, o que vamos comer agora? Um pão com carne cairia bem.
— E nem vem, eu ainda não fiz as compras.
— Por que não?
— Eu não passo tanto tempo em casa, então só comprava o necessário.
— Vamos pedir uma pizza, antes que eu acabe matando você. E amanhã iremos ao supermercado.
Luíza me abraça apertado.
— Tô feliz de você estar aqui, pelo menos não vou mais passar fome, você vai cozinhar pra mim.
Sabia que aí tinha coisa.
— Oh querida, por acaso está escrito cozinheira na minha testa? Eu acho que não né? Se toca.
Compramos algumas pizzas, comemos enquanto assistíamoos um seriado. E nem vi a hora em que fomos dormir.
Uma semana se passou, comecei a frequentar a universidade, mas ainda não consegui achar um emprego.
Não acredito que o universo esteja conspirando contra mim, será que estou pagando pelas escolhas erradas que eu fiz?
Volto para a casa frustrada, depois de passar a manhã correndo atrás de trabalho e a tarde na universidade, preparo algo saudável pra comer, quando escuto a porta bater.
Pelo visto eu não sou a única que tive um péssimo dia.
Luíza passa por mim como se fosse um furacão e vai direto tomar um banho. Vinte minutos depois ela senta ao meu lado no sofá.
— Como foi o seu dia? – Falamos juntas.
— Você primeiro. – Digo.
— O meu dia foi um saco, ainda não encontraram a secretária "perfeita" e eu tenho que dá conta da agenda do meu chefe e do primo dele. Não sei mais o que fazer! Estou quase pedindo demissão. – Suspira. — E você como foi?
— Na universidade tudo okay, mas trabalho, até agora nada.
— Está vendo? Esse emprego está esperando por você, aceita logo.
— Tem certeza?
— Hannah, você precisa de um emprego e ele de uma secretária, apesar de achar que aquele homem precisa de uma foda.
— Luíza! – A repreendo, mas ela dá de ombros e mexe no celular. — O que está fazendo?
— Ligando para Adele, ela é namorada do meu chefe. – Logo a tal de Adele atende e Luíza pula no sofá.
— Adele querida, tudo bem? Pode vir aqui na minha casa? – Silêncio. — Adele, eu não quero saber, você precisa vir aqui agora... Por que talvez eu tenha encontrado a candidata perfeita para ocupar o cargo.
Desliga o celular e me encara com o mesmo sorriso do coringa, que me dá medo desde os cinco anos de idade.
— Você fala com ela assim?
— Relaxa, somos melhores amigas desde a universidade, mas fazíamos cursos diferentes. Ela é filha de um dos sócios, foi uma surpresa pra mim quando soube que iria trabalhar naquela empresa.
Alguns minutos depois, alguém bate na porta só pode ser a amiga da Luh.
— Oi Adele, entra.
— Amiga, tem que ser rápida o Kevin está lá embaixo, iremos jantar com os pais dele hoje, você sabe que a mãe dele odeia atrasos.
— Não se preocupe, serei rápida, Adele eu quero que você conheça a minha prima, Hannah, ela é a moça de quem eu te falei.
A ruiva me encara e sorri, retribuo o gesto em seguida.
— É um prazer conhecê-la, senhorita Andrade. Você está com todos os seus documentos aqui?
— Sim.
— Ótimo! Leve o currículo e os documentos necessários, vá com uma roupa apresentável e principalmente chegue antes das oito horas, não queremos atrasos na sua primeira entrevista.
— Então, posso levá-la já na segunda? – Luíza pergunta.
— Sim Luh, bom meninas se agora me derem licença, eu preciso ir a um jantar de família.
— Maravilha, muito obrigada mesmo amiga, tchau. Se despede e fecha a porta. – Prima linda do meu corashawn, na segunda você não será mais uma desempregada.
— Por que está tão confiante de que esse emprego será meu?
— Por que eu sei das coisas, meu anjo, e amanhã iremos as compras.
— Mas...
— Sem mas! Iremos fazer compras você querendo ou não mocinha, agora me passa mais um sanduíche.
Conversamos mais um pouco, depois limpamos tudo e fomos dormir, já que ela disse que temos que sair cedo no dia seguinte.
Levanto bem cedo no sábado, quem em sã consciência levantaria cedo numa manhã de sábado? Há é a minha prima.
Tomo uma ducha e vou para a cozinha preparar o nosso café, faço algumas torradas, pego a Nutella e começo a comer.
Alguns minutos depois, Luíza aparece ainda toda desarrumada. Essa praga não tinha levantado cedo?
— Meu Deus que susto! – Levo a mão ao peito em um gesto dramático.
— Vá se ferrar. – Me mostra o dedo do meio.
— Educação passou aqui e deixou lembranças.
— Me desculpa, saber que fico de mau humor quando não como. – Diz pegando a Nutella da minha mão e passando na torrada.
— Então vai se arrumar, para irmos as compras.
— Tinha esquecido que hoje é sábado, vai ter muita gente no shopping... Hum, me lembra de comprar comida também.
Já prontas, saímos de casa e fomos em direção ao shopping, chegando lá Luíza me arrasta até uma loja de departamentos e compramos alguns terninhos para mim, depois fomos comprar sapatos.
— Hannah, temos que passar naquela loja de vestidos, por que às vezes na empresa tem festas e outros eventos, você vai precisar.
Compramos alguns vestidos e fui obrigada a comprar um vestido de tubinho com alcinhas ele também tinha uma fenda na coxa esquerda, compramos muitas roupas de frios.
Chamamos um táxi e fomos ao supermercado, precisamos de comida.
Quando chegamos em casa, fui tomar um banho, comi qualquer coisa, coloquei uma música aleatória na playlist e comecei a arrumar a dispensa e a Luíza foi arrumar as outras coisas, depois que terminei na dispensa fui arrumar o meu quarto e guardar as roupas.
No domingo, eu juro que vou ficar quietinha na minha cama e não vou sair daqui por nada.
Voltei!🌻
Desculpem, o prólogo ficou um pouco maior do que eu esperava.
✖️CAPÍTULO NÃO REVISADO✖️
[1736 palavras]
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